Com a mudança de minha mãe
para a cidade de Poços de Caldas, e posteriormente com a sua morte em 2019, as
minhas idas a Candeias ficaram limitadas. --- As viagens , ficaram restritas
para a cidade de Luz, terra de minha mulher. E na volta, antes de chegar ao
trevo de Candeias, não consigo passar direto sem parar para receber a atenção e
o sorriso amigo do Sudarinho, no seu comercio onde só tem delícias da roça.
Mesmo sendo uma viagem longa,
em torno de 500 quilômetros e dada a evitação de viajar à noite, mesmo assim,
eu não deixo de dar uma entrada rápida no meu quinhão natal, para respirar por
algum momento o ar que respirei durante a minha infância e adolescência.
Nessas viagens, que
infelizmente eu quase não tenho tempo para me encontrar com os amigos, eu passo
pelo Supermercado Faria para comprar café, queijos e aquela farinha de milho
caseira, comparada a antiga farinha do Sebastião da Possidônia na sua antiga
fábrica situada na Rua Celestino Bonaccorsi, esquina com a Rua Padre Dionísio.
Não deixo, também, de comer um
pastel da terra do pastel, sem nunca esquecer do pastel da Dalva do Bebé da
Mariazinha. Isso porque aquele era o melhor pastel do mundo. Como não me
esqueço, também, das broas de amendoim, nunca vistas por mim fora de Candeias.
Não deixo de visitar a sede da pinga João Cassiano, não só para mim, mas também
agradar algum amigo que gosta do líquido fermentado; onde além da pinga pode
ser é encontrado um excelente mel de abelha.
Ver a matriz onde fui
batizado; me encantar com a reforma da Igreja do Senhor Bom Jesus; passar
defronte a velha casa do Sr. Vico Teixeira, onde se localizava o Cartório de
Registro Civil onde fui registrado. Não deixo, jamais, de dar uma corridinha
esperta na minha querida Rua Coronel João Afonso, onde me soltei das asas da
cegonha. Finalmente passar pelo cemitério São Francisco onde meus pais e
antepassados dormem o sono eterno.
Eu sinto, como disse o meu
amigo Franz Salviano Borges:
“Eu saí de Candeias, mas
Candeias não saiu de mim”
A razão está com o poeta
Adalberto Dutra:
“ Não mates a saudade! Deixe a
saudade viver! Um coração, sem saudade, perde a razão de bater.”
Armando Melo de Castro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário