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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

TOMANDO UM CLISTER



Foto apenas para ilustração

Entre os males que mais atormentam a vida das pessoas o pior deles é a doença. São tantos os tipos de moléstias que não se contam as doenças e sim os seus grupos. --- O CID: Classificação Internacional de Doença ---- Existe uma relação tão grande de doenças que muitas são totalmente desconhecidas pela maioria das pessoas. Umas são mais graves, outras menos e outras corriqueiras. Entretanto, por mais corriqueira que seja, incomoda muito. Quem nunca sentiu uma dor de dentes, não faz ideia do que seja uma dorzinha mais chata. Para certos segmentos, a dor de barriga não é uma doença. Eu entendo que a dor de barriga, ou seja, a diarreia é quase sempre um grande alívio para as pessoas que têm problemas de constipação intestinal.

 A constipação intestinal ou prisão de ventre é um mal que atormenta muitas pessoas. É sempre uma grande queixa feita aos médicos e nas farmácias. A medicina recomenda que o ideal seja uma pessoa evacuar duas vezes por dia. No entanto, existem pessoas que passam até uma semana sem ir ao banheiro. O interessante é que existem aqueles que, mesmo evacuando, normalmente, têm problemas de constipação intestinal, sendo necessário um grande esforço na hora de evacuar. ----

 Portanto, podemos entender que cada caso é um caso, tendo em vista as diversas causas desse terrível incômodo. Esse problema atinge mais as mulheres grávidas e aos idosos. Um dos principais motivos da constipação intestinal é a baixa ingestão de fibras, de pouca fruta, de verduras e de grãos, etc.

Quem sofre desse mal deverá tomar mais cuidado com a alimentação, evitando produtos que congestionam os seus intestinos. A própria pessoa vai descobrindo o que não lhe faz bem. Naturalmente, com a própria experiência diante da observação necessária.

Nos dias atuais, as coisas têm sido mais fáceis. Existem medicamentos eficazes que atendem essas necessidades. Tipos de clisteres mais modernos. Se bem que o uso constante de medicamento pode causar transtornos porque o organismo vai se acostumando com o remédio e esse passa a não fazer um efeito satisfatório. ---- Lembro-me de que antigamente eram vistos, em muitas casas em Candeias, dependurados nas paredes, um aparelho que tinha a função de resolver o problema de prisão de ventre.

O instrumento tinha o nome de Clister. Era uma coisa bem rudimentar e muitos eram até mesmo de fabricação caseira. Tratava-se de um recipiente de capacidade para uns dois litros, mais ou menos. Tinha o fundo em forma de um funil no qual era adaptada uma mangueira de um metro mais ou menos, com um bico injetor.

Preparava-se uma infusão onde eram misturadas plantas laxativas como a raiz de jalapa, azeite de mamona (óleo de rícino) e sal amargo. Fervia isso tudo, coava e colocava, ainda morno, nesse aparelho que muitos o tratavam de “chuca”. Este era posto numa posição alta, para dar queda ao líquido cujo bico era penetrado no ânus do doente colocado de bruços sendo tal ato, popularmente, chamado de lavagem.

A primeira vez que vi um instrumento desses foi pela janela de uma velha casa que existia próximo onde hoje é a clinica do Dr. Celso. A janela sempre aberta e aquela coisa dependurada na parede e eu perguntei ao meu pai o que era aquilo. Só de me contar para que servisse e como o funcionamento daquela geringonça, eu já quase sujei as calças de medo de um dia precisasse levar uma estocada daquilo no meu (...) – Seria muita humilhação para a minha reserva de dignidade.

Tempos depois, na esquina da Rua Coronel João Afonso com o Beco Belmiro Costa, onde hoje reside o Sr. Carminho Machado, existia a casa de propriedade do Sr. Quincas Guimarães. Tratava-se de um imóvel de aluguel. Durante muitos anos aquela casa teve diversos inquilinos e todos eles deixaram, em minha memória, muitas lembranças gravadas. Eu morava quase defronte e como vizinho próximo participava da vida dos moradores.

Certa vez, veio morar ali um casal de idosos, Sô Afonso e Dona Ritinha. Ele baixo, carrancudo, grosso, meio careca, barba crescida e cara fechada, pescoço curto e um sorriso contrafeito. Ela magra, cabelos curtos, rosto cheio de rugas, um óculos fundo de garrafa, sorridente, comunicativa e amiga de toda a vizinhança.

Sr. Afonso era carrancudo e tinha sérios problemas com constipação intestinal. Aliás, a cara dele já seria como identidade de alguém encalhado. Já havia tomado de tudo e nada de melhorar. O velho já tinha uns dez dias que não desocupava os intestinos. Dentro de casa não tinha banheiro. E depois, não seria fácil para uma pessoa idosa usar um penico, uma coisa realmente complicada. Alguém já imaginou uma pessoa encalhada sobre um penico? Ah! Viva a liberdade dos casais!!! Até o amor sai correndo!

Existia uma latrina nos fundos do quintal, todavia, não havia como ele ir à noite, mesmo porque, tinha uma escada na saída da porta da cozinha que, praticamente, lhe impossibilitava de sair ao quintal. Essas dificuldades, sem dúvida, foram colaborando para que fosse ficando, a cada dia, mais difícil dar alívio ao triste mal-estar.

Sabe-se que de médico e louco todo mundo tem um pouco, diz o ditado popular. Assim, não faltou quem quisesse ajudar a dar alívio ao velho. ---- Aos domingos à tarde, depois da reza, descia um grupo de mulheres carolas. Dona Ester, Dona Joana do Galdino, Dona Maria do Zico, Dona Chiquinha e outras. Ao passar à frente da casa de Dona Ritinha, que já teria puxado conversa com todas essas senhoras, ela de pé, à porta, foi questionada por Dona Chiquinha, uma velha que morava no final da rua e era muito prestativa.

---Uai, Dona Ritinha, eu num tem visto a sinhora na igreja?

 ---Ah! minha fia, o Afonso num tá me dano forga!

 ---O que qui ele arrumô?

 ---Tem uns deis dia que tá intupido!

 ---Intupido! Coitado!

 ---Eu até to isperano o Quinzinho vim pra nóis levá ele no dotore! Tem uma duda quarqué. Ele num dispacha de jeito ninhum!

 ---Ah, Dona Ritinha, a sinhora vai tê qui dá uma lavage nele!

 --Lavage! Aquele trem que tem que infiá no...?

---É aquilo mesmo. Eu tenho lá in casa. Se quisé eu impresto.

 ---Mais o Afonso é muito isquisito, é capais dele num querê!

 ---Mais aí é pirigoso ele até morrê, Dona Ritinha! Eu vô traze o “chuca”. Aí a sinhora isprementa e resorvê o probrema.Eu insino a senhora direitinho cume que faz.

No outro dia, vi quando Dona Chiquinha chegou à casa de Sô Afonso levando o tal “Chuca” e explicando, em detalhes, como usá-lo. Eu, com a minha imaginação fértil de criança, fiquei imaginando o sofrimento do velho na hora que lhe enfiassem nele aquele bico. Mais tarde, eu e meu primo Vicente, ficamos fingindo que estava brincando debaixo da janela da casa deles só para escutar o barulho.

---Tira essa merda de dentro de mim, Ritinha, eu já num aguento mais não! Tá ardeno muito e quente.

Eu não fiquei sabendo a que tipo de merda ele se referia. Contudo, não me foi difícil imaginar o que realmente aconteceu dada à inexperiência de Dona Ritinha com o “chuca”: Foi merda pra todo lado, inclusive, nela.

Hoje, quando me lembro disso eu fico imaginando, o Sr. Afonso com todo aquele seu perfil de homem sério, carrancudo, machão, de bruços levando uma estocada no (...) “Tadinho” ai que dó!

Há quem diga: Bons tempos! Bons tempos! (Eu hein!?) Bom tempo é hoje que tem outros recursos e ir a um médico ou à farmácia não é caso de morte; temos banheiro dentro de caso e o pinico foi erradicado o clister que hoje mudou chamam-no de enema tem um bico mais educado é mais bem elaborado e tem outras serventias como na safadeza e no preparo cirúrgico. De qualquer jeito... Tô fora!

Armando Melo de Castro

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

LÁGRIMAS DE SANGUE



ESTE TEXTP FOI TRANSFERIDO PARA O LIVRO CANDEIAS MG CASOS E ACASOS.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

O CACHORRÃO CAGÃO!

O MAIS ANTIGO AÇOUGUE DE  CANDEIAS

 

 

      ESTE TEXTO FOI TRANSFERIDO PARA O LIVRO CANDEIAS MG CASOS E ACASOS.

 


quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

O HISTORIADOR DA RALÉ


O celibato clerical não é um dogma da Igreja. Ele teve a sua origem por mais de 300 anos d.C. --- A Igreja Católica justifica o celibato como uma maneira de tornar o religioso mais próximo aos propósitos de Jesus Cristo. ---- Ora, meu Deus dos Céus! Isso para mim é uma grande piada. Que sejam celibatários aqueles que assim o desejarem... Mas que respeitem aqueles que querem servir a Cristo e sejam casados, pois com certeza seriam bons pais e bons maridos. Bons filhos que poderiam seguir a carreira religiosa dos pais, como acontecem em outros seguimentos religiosos. O Celibato, só se explica, para a conservação do patrimônio físico da Igreja. A meu ver, não existem outras razões.

---Certa vez eu postei no nosso Blog Candeias MG Casos e Acasos, um comentário sobre um sermão que eu teria ouvido do Padre Fábio de Melo, em defesa do celibato, quando ele teria dito que o celibato foi feito para eles, padres, e que as pessoas deveriam se preocupar mais com as suas vidas. Eu tive a impressão de que aquele reverendo não conhecia a lei de causa e efeito. ---- E diante do meu texto, recebi por isso, de uma leitora da cidade de Santo Antônio de Pádua, do Estado do Rio de Janeiro, não apenas um simples comentário, mas um e-mail agressivo onde essa senhora defendia não só o reverendo sacerdote em tela, mas sim todo o clero católico.

Era a minha interpelante, a senhora Ana Zélia Rodrigues que me enviou um e-mail contrário ao tema do texto, como também, uma agressividade sobre a minha pessoa levando-me a entender tratar-se de alguém extremamente fanático, o que conforme dizia o famoso cearense, Padre Cícero: “O fanatismo é o mal das religiões”. --- Aquela senhora ao ler o meu pensamento sobre o celibato manifestou-se a favor da fala do padre e não se conteve a dar a sua opinião, agredindo-me, enviando-me um e-mail quando falou pouco de si, limitando-se a dizer tratar-se de uma professora de 59 anos, privilegiada com a graça de Deus e na sociedade católica onde é participante ativa. Fez ainda, questão de realçar de que se trata de uma pessoa independente financeiramente.

O interessante é ela não se limitou a dar a sua opinião apenas sobre o texto que fazia referência apenas ao celibato. Ela fez questão de insultar-me falando e babando. --- Disse que os meus textos revelam um meio obscuro, ressalvando a minha afinidade com a ralé. Disse ser Católica, Apostólica Romana e que não consegue se omitir quando alguém ousa desdenhar a sua religião. Borbulhou outras pragas dizendo que uma pessoa que não respeita os padres, está faltando com o respeito com Jesus Cristo. Chamou-me de herege, ateu, e que deveria lavar a minha boca antes de falar algo sobre a sua amada Igreja Católica e que eu seria um historiador da ralé, desse Blog Candeias MG Casos e Acasos”.

Longe de mim qualquer intenção de refutar as opiniões que possam advir dos leitores que me honram lendo o nosso Blog. É de todo patente que qualquer exposição de ideias encontrará prós e contras. Portanto, eu recebo de bom grado qualquer crítica seja ela contrária ou favorável ao meu pensamento. Isso, com certeza, é a recompensa para quem pensa algo e tem a coragem de colocá-lo sob debate. Respeito qualquer juízo de valor que venha a ser feito sobre os meus escritos que jamais me levaram a pensar em ser membro de uma academia de letras. Cumpre-me, todavia, apresentar as minhas desculpas àqueles que não concordam comigo. Pois levo em conta a reciprocidade dos direitos.

Resolvo, portanto, me dirigir à Sra. Ana Zélia Rodrigues, aqui, através deste texto do Blog numa demonstração de que não tenho nada a omitir e que a sua manifestação em nada irá alterar o que penso.

Prezada Dona Ana Zélia Rodrigues:

Confesso-lhe que estou lhe abrindo uma exceção considerando que esse comportamento, sob a minha óptica, não se trata de uma atitude elegante, principalmente, relativa a pessoas com as quais não conheço e não convivo pessoalmente. ---- Pena que falou muito pouco de si. O seu intento foi realmente me censurar e condenar o meu texto. De si limitou-se a dizer muito pouco. O seu maior interesse foi desnudar a minha pessoa em defesa da sua ideologia religiosa a meu ver totalmente desencontrada. --- Pois bem! Na verdade, eu gostaria de conhecê-la melhor para que, assim, pudéssemos discutir o assunto de uma forma mais abrangente. Todavia, eu tenho uma grande certeza Dona Ana Zélia, é que estará enganada a meu respeito. Isso porque eu tenho sim uma religião, a mesma sua, só que não sou praticante e nem congrego. Não participo dos rituais religiosos, porque não sinto necessidade disso. Estou muito feliz, pois sinto que o Divino Espírito Santo reside em minha casa.

A maneira com que se referiu a minha pessoa foi como uma sentença oriunda do tribunal da sua consciência. Todavia, a senhora pode estar enganada. Aliás, eu tenho a certeza que está enganada. Mas, eu também tenho uma consciência que comporta um juízo e que, neste momento, me absolve, senão vejamos:

A senhora diz que sou um herege e que não tenho religião. Pois bem, quem me conhece sabe que eu não sou um herege e tenho uma religião onde fui batizado, crismado e representado catolicamente pela fé dos meus pais. Fui um assíduo congregado, mas o tempo me mostrou com decepções e contradições o meu desânimo religioso. Mas jamais abateu a minha fé celestial. Jamais duvidei da existência de Deus, de Jesus Cristo e a Mãe Maria. Conclui que a minha igreja está dentro de mim ou de um quarto de portas fechadas, como Cristo nos orientou no capítulo 6 de Mateus.

Eu acho que servir a Deus, não é amar os padres e nem pastores. Não são as religiões. Eu entendo que a senhora, pratica uma heresia maior do que a que me julga. O meu comentário se reduzia à minha opinião simplesmente sobre o celibato. Mas a senhora abriu um cenário muito maior na ânsia de defender o que não conhece bem.

O meu comentário se reduz a minha opinião sobre o celibato. O celibato clerical não é um dogma da igreja e a meu ver serve apenas para ocultar uma vergonha nos armários da igreja, vergonha que pode ser tratada de um homossexualismo deturpado, pecaminoso e vergonhoso. Muitos padres escondem-se dentro de suas batinas as suas tendências nem sempre religiosas. Sou contra, e isso é a minha opinião. Quem não concordar comigo, o problema não é meu. Eu não acho que os padres estão errados com relação ao celibato. A Igreja Católica sim, ela é que está errada a meu ver.

--- Eu tenho admiração por diversos padres. Nunca generalizei a coisa. Temos por exemplo, o Padre Zezinho, o Padre Antônio Maria e outros que mostram um verdadeiro trabalho de amor ao próximo. Mas não vamos negar que existem os pedófilos e os ladrões de dízimo e ofertas; e aqueles que vendem a sua voz por um alto preço.
A senhora me chama de historiador da ralé, de herege e ateu. Garanto para a senhora que eu não sou nada disso, senão vejamos:

Sendo uma professora está um tanto por fora do dicionário. A heresia significa ofensa, falta de respeito, a uma religião. Em momento algum eu desrespeitei os dogmas da Igreja apesar de não concordar com alguma coisa. Parece que a senhora pensa que o celibato é um dogma e não é. Chamou-me de ateu... Sem me conhecer... Será que esse comportamento justifica a Igreja Católica? O tratamento que recebo da senhora, seria aprovado pelos padres?

Historiador da Ralé! Essa ralé é explorada por diversos pastores e padres, que vivem no rádio e na televisão espalhados por toda a mídia sensacionalista como em seus altares nos seus sermões tendenciosos. A boa expressão é que usam as religiões para achacar os pobres ignorantes e humildes, criando mitos, purgatórios e causando transtornos emocionais aos que temem ao diabo e o inferno. --- O meu Deus está dentro de mim e não na boca daqueles que usam um canal de televisão ou os seus altares para fazer o mal orientado de idiota. Eu respeito a todas as religiões, desde que ela propague apenas o mundo celestial. Para mim minha ilustre senhora, heresia é se opor aos dogmas da igreja, mas insistir em seguir fielmente uma regra contra Deus, impedindo um homem de ser pai, pode, também, ser chamado de heresia. ----- Aquele que realmente ama o Filho do Carpinteiro não faz discriminação dentro de uma sociedade hipócrita. Jesus foi assediado pelos pobres que a senhora denomina de ralé. Contudo, Ele tratou toda essa gente com extrema dignidade. Ele, que nasceu pobre, veio, igualmente, para os ricos que o perseguiam desde o seu nascimento.

Sou contra o Celibato sim porque entendo que é um direito de qualquer ser humano acordar e discordar de algo. Devemos ter as nossas opiniões, as nossas ideias. Eu sou contra o celibato porque ele esconde crimes sexuais, esconde pecadores e afronta a Igreja de Cristo. Eu sou contra o celibato porque ele bate de frente com os princípios da própria Igreja que vive condenando os métodos contraceptivos e usa de uma forma muito mais agressiva ao princípio humano.

A responsabilidade de uma família é tão difícil que privar um homem de constituí-la é conceder-lhe um grande prêmio ou isentá-lo de um ônus importante para Deus. Ter filhos é viver carregado de obrigações, cercado de responsabilidades e sofrendo de cuidados. Não os ter é viver dentro de si, livre de preocupações, todo sossegado, a cabeça descansada e descomprometido com o sofrimento próprio do ser humano.

A política interna no catolicismo sobre o celibato é demagoga. Ela visa outros interesses além da evangelização. Pessoas sem nenhuma vocação sacerdotal ocupam espaço na Igreja Católica para se esconder da sua homossexualidade incubada. A cada dia que passa os problemas de pedofilia aumentam e essa história de padre não se casar para ficar à disposição da evangelização é pura balela.

-- A senhora diz que eu sou uma pessoa sem religião. Não. Não me considero sem religião. Sou cristão e qualquer igreja cristã me serve desde que não seja administrada por mercenários. Eu apenas não sigo as diretrizes de padres e pastores que não merecem a minha confiança. Todavia, acredito na existência e na exigência de bons religiosos que cumprem com louvor os ensinamentos de Jesus Cristo.
Sou adepto incontestável de Jesus Cristo e grande admirador da Obra da Criação. Venero um Deus que é Onipotente, Onisciente, Onipresente, Justo e Bom. Talvez, por uma ironia, deste contato, sou adepto fervoroso, há 74 anos, de Santo Antônio de Pádua desde quando integrei essa irmandade com apenas um ano de idade. Observei pela sua mensagem que se faz tratar-se de uma pessoa rica, materialista, seguidora de uma religião não por convicção, mas, por vaidade. Contudo, sem retratar a filosofia maior do mestre dessa Igreja, Jesus Cristo. --- Pode ser que a senhora traga apenso ao seu pescoço um crucifixo, entretanto, poderia estar trazendo, ao invés da cruz, um pequeno revólver ou uma forca em sua corrente de ouro. Infelizmente, suponho que a cruz não lhe seja o símbolo maior da cristandade e quanto ao seu coração, me parece estar vazio.

Dirijo-lhe algumas perguntas para finalizar minha resposta que não a faço como contestação, mas sim por uma exigência sua. Portanto, pergunte a sua consciência e essa, com certeza, fará a devida resposta se tenho ou não religião:

A senhora já deu banho, em uma pessoa idosa, abandonada pela família, esquecida em um quartinho de fundo de quintal, envolvida nas suas fezes causando extremo nojo em seus próprios filhos?

Eu já fiz isso Dona Ana Zélia e lhe confesso que não foi fácil. É preciso ter muito amor ao próximo. É necessário ter uma religião, não de padres e nem de pastores, mas, uma religião na qual o Cristo esteja no coração.

A senhora pegou um leproso acidentado e o colocou dentro de seu carro e para vê-lo atendido em um hospital foi preciso brigar, ameaçar e quase apanhar? E ainda ter que pagar do próprio bolso pelo tratamento precário que deram ao infeliz acidentado.

Eu já fiz e o faria de novo porque acredito que na Obra da Criação de Deus todos nós somos um prestador de serviço e se coube a mim esta tarefa, eu não fiz nada mais do que a minha obrigação.

A senhora já deu banho em algum defunto?

Eu já. Como membro da Sociedade de São Vicente de Paula, eu fiz isso por diversas vezes.

A senhora já salvou alguma vida?

Eu já. Existem três pessoas que se lembram de mim em todos os natais há mais de quinze anos, por lhes ter salvado a vida, quando acidentados, se esvaindo em sangue, enquanto todo mundo passava e não parava. Eu os socorri e, posteriormente, tive que lavar o meu carro com água de sal para tirar o forte cheiro de sangue. Eram pessoas desconhecidas e distantes do meu meio. Lembro-me que ainda tive que prestar contas à justiça por esse feito.

A senhora já perdeu algum parente acidentalmente?

Eu já. Perdi a minha primeira esposa, aos 37 anos de idade, em um violento acidente de carro, quando eu dirigia corretamente. Perdi, também, uma filha, de maneira trágica, ainda muito jovem, quando se suicidou vítima de uma depressão profunda e cruel. Foi, assim, diante de todo esse sofrimento que aprendi que Deus não estava nas igrejas e sim dentro de mim.

A senhora já adotou um afilhado mendigo?

Eu sempre, em todas as cidades em que morei eu adotei um mendigo, para visita-lo no dia do seu aniversário e no natal, quando levo-lhe um presentinho, e algo com referência ao dia.

O Santo padroeiro de sua cidade é Santo Antônio de Pádua.

A senhora, por acaso, sabe que em todas as primeiras terças feiras do mês, os irmãos de Santo Antônio, o seu padroeiro, distribuem pães em seu nome? Eu faço isso e jamais esquecerei. Faço desde quando comecei a trabalhar ainda com poucos anos de idade. Eu sou da sua irmandade desde 1 ano de vida.

Eu teria mais o que falar, dona Ana Zélia. Todavia, acredito que quando se dá com uma mão, deve se esconder a outra. Assim disse o Mestre.

Obrigado, Dona Ana Zélia Rodrigues. Valeu muito. Continue lendo as minhas historinhas. A ralé tem coisas interessantes. Umas tristes; outras bobas; algumas alegres. Porém, são histórias humanas e verdadeiras. Ah! Não se esqueça jamais que Jesus disse:

“Nem todo aquele que me diz “Senhor! Senhor!”, entrará no Reino do Céu”. Mateus 7.21

Armando Melo de Castro
Candeias MG Casos e Acasos
NB) Este texto não está sendo postado no Grupo Sou de Candeias com muito orgulho, devido o tema fugir as regras do Grupo.