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segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

CANDEIAS, MINHA QUERIDA CANDEIAS!



                                                             Ex-Prefeito João Batista de Sousa.

------Nas cidades onde há missa todos os dias, é comum os aniversariantes procurarem a igreja nos dias de seus aniversários. Eu nasci no dia de São Marcelo, 16 de janeiro. --- Mas nunca cumpri esse ritual. --- Mas aqui na Catedral de Juiz de Fora, como tem missa todos os dias, o celebrante faz lá uma homenagem aos aniversariantes o que leva a congregar muitas pessoas, no seu dia, durante as missas.

 -----Era 17 de janeiro, um dia depois do meu aniversário, quando eu saia para ir à feira e me encontrei com um vizinho que saia para ir à missa, pois era dia do seu aniversário. ---- Surgiu ENTÃO, entre nós, o comentário sobre os nossos santos do dia de aniversário, e de nossa contemporaneidade; ambos da década de 40 e uma diferença de dois anos um do outro. Foi quando, ENTÃO, o meu vizinho, disse-me que era do dia de Santo ANTÃO.

 -----Quando ele disse o nome do santo do seu dia, repisou nas tinas do meu cérebro um assunto guardado por mim há muitos anos. Assim, imediatamente eu vi fermentar os neurônios do meu crânio revitalizando uma dorna adormecida cujo mosto era a palavra “ANTÃO”, numa rápida conversa que eu ouvi do meu tio Francisco Delminda, com o ex-prefeito, João Batista de Sousa, popularmente, conhecido como João Bernardo. Ele foi o quarto prefeito de Candeias.

----Eu como sempre um menino acanhado e embaraçado, porém, muito curioso.  ----- Portanto, não sendo um menino especula, ficava tentando entender o que os adultos falavam, em silêncio no meu canto.

----Lembro-me de que eu fazia uma confusão danada com as palavras prefeito e perfeito. E quando ouvia o meu pai comentar com alguém sobre política eu me sentia muito confuso tentando entender algo sem pergunta e sem resposta.

----João Bernardo foi um prefeito que dormiu no dia que tomou posse na prefeitura e acordou no dia que a entregou, mas não roubou; não explorou o município; não era oligárquico, não fazia conchaves com deputados e nem feria a democracia. --- A grande e única obra de seu governo foi à caixa d’água que fica no Alto do Cruzeiro, próximo do Campo do Atlético. Naquele tempo, chamada de “Caixa Nova”.

----O ENTÃO ex-prefeito de Candeias residia numa casa próxima a Igreja do Senhor Bom Jesus, no local onde hoje está construído o prédio no qual está estabelecido o Banco Sicoob.

----Certo dia, eu em companhia do meu tio Francisco, quando passávamos frente à casa do Sr. João Bernardo, ele ali sempre no alpendre, o meu tio se deteve para cumprimenta-lo e entre eles surgiu um pequeno diálogo, enquanto eu ali atento:

 --- Olá Sr. João como vai?

---- ANTÃO Chico, vô remano...

---- E as politicas?

---- ANTÃO, tá ai né?! Chico,

---- Eu estou ouvindo falar que o senhor vai se candidatar?

----ANTÃO, eu acho que não. Eu tive muito prejuízo quando fui prefeito. Minha fazenda ficou no léo enquanto eu cuidava da prefeitura.

-----O senhor teve muito prejuízo? Prefeito não ganha muito?

---ANTÃO, ganha muito pouco. Num compensa não. 

----- É política é um trem danado né Sr. João?

----- ANTÃO, Ocê fais das tripa o coração pá agradá e num agrada. Tem gente ai falano que eu sô um prefeito de uma caxa d”água.

------A Caixa d’água nova...

-----ANTÃO, aquilo lá foi um sirvição, e os cobre era muito poco, num dava pá fazê maior e nem mió.

----É, mas o boato é que o senhor vai se candidatar.

-----ANTÃO, os cumpanhero tá me quereno mais eu num tô quereno não. O tempo que eu fui prefeito foi um atraso de vida pra mim.

----Pois eu pensava que o prefeito da cidade ganhava muito!

-----ANTÃO, é como eu falei ganha muito, mas é um muito poco. ----- Eu tomei uma esfregada danada. Eu dexei a minha fazenda enquanto cuidada da prefeitura.

----O senhor fez o que pode não é?

----ANTÃO, eu num fiz muito purque os cobre era poco. Mas a caixa d’água nova lá do arto do cruzeiro Foi um sirvição danado.

E assim encerrou o papo rápido entre o meu tio Chico e o Sr. João Bernardo. ---- E eu gravei a palavra ANTÃO.

----Quando cheguei à minha casa perguntei ao meu pai o que seria ANTÃO, e meu pai “ENTÃO” me disse que ANTÃO seria o nome de um santo. Afinal ele não sabia que ANTÃO poderia ser o sinônimo de ENTÃO.

----Nome de um Santo?! Ouvi assustado e comentei: Eu acho que o Sr. João Bernardo tem muita fé nesse santo, porque tudo que ele fala, tem ANTÃO na frente.  --- Foi quando o meu pai me explicou que ele no caso queria falar ENTÃO, e ENTÃO falava errado, ANTÃO. E eu que ainda não estava familiarizado com a palavra “ENTÃO”, perguntei, e o que ENTÃO? E meu pai me respondeu ENTÃO é o mesmo que “UAI”. E acabou que eu fiquei no mesmo lugar com a cabeça mais encucada.

 ---Ah! Como era bom ser menino... Era uma ignorância sadia.... Bem sadia!

 Armando Melo de Castro

 

 

 

 

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

MOTORISTAS DE CANDEIAS DO PASSADO.



Às vezes, eu dou uma olhada no retrovisor da estrada da minha vida e vejo o nome de certos amigos que o tempo não consegue desfazer desses guardados da minha memória.
---- Hoje, lembrei-me de alguns motoristas de caminhão nas décadas de 50/60 em Candeias, quando nunca os vi dirigindo outros veículos, são eles:
----Geraldo do Emídio, era o motorista da Casa Bonaccorsi e dirigia um Chevrolet 1946.
---- Henrique Pinheiro era o motorista do Sr. João Sidney de Souza, e a prioridade dos seus transportes eram dormentes que o Sr. João Sidney fornecia à rede ferroviária; o caminhão era, também, um Chevrolet, 1946. –
---- Zé Maria, era proprietário de um Chevrolet 1951 e João do Artur, tinha também, um Chevrolet 195l. Esses amigos não saiam de Candeias e só trabalhavam dentro do município.
---Havia, ainda, os filhos do Zico do Carrinho, com um Chevrolet 51, Renato e Zé do Zico. –
----Naquele tempo nos parquinhos de diversões que passavam por Candeias, a maior atração era o serviço de alto-falante, que trazia as músicas que então, faziam sucesso. As pessoas aprendiam a cantar as músicas era através dos alto-falantes públicos ou pelo rádio que não era muito comum.
---- Certa vez, Renato do Zico, pagou por um pedido de música num Parque chamado Parque Estrela do Sul, a importância de 20 cruzeiros, quando que um pedido normal seria dois cruzeiros. ------Renato pagou para que o locutor do parque rodasse a música por 10 vezes seguidas para os apreciadores decora-la. --- A música se chamava: OS MANDAMENTOS DO MOTORISTA COM A DUPLA: Sulino e Marrueiro.
Bons tempos!

Armando Melo de Castro

Candeias MG Casos e Acasos.

                                  Ouça a música


domingo, 7 de janeiro de 2018

NA MINHA TERRA O SABIÁ NÃO CANTA!


Eu tenho observado em algumas das cidades por onde eu passo, na Zona da Mata e no sul de Minas, quando se reconhece que os políticos são honestos, que não exploram o município com os seus altos salários e nem com as suas falcatruas. Um exemplo é a pequena cidade de Seritinga, no sul de Minas com menos de 2.000 habitantes e tem até iluminação pública solar. A cidade toda bem iluminada e os moradores nem tocam em crise e elogiam a competência e a honestidade do prefeito e dos vereadores amantes da terra onde nasceram.

Eu gostaria muito de ver a minha querida terra Candeias, bem cuidada como Aiuruoca, Maria da Fé, Carvalhos, Luz e muitas outras cujos prefeitos sabem administrar durante uma crise e o povo sabe escolher vereadores dinâmicos e competentes.

Eu gostaria claro, mas não alimento esperanças. O comportamento não só dos políticos de Candeias, mas, também, da maioria dos eleitores dispensa comentários.

Quem conhece a história de Candeias sabe muito bem que Candeias é um município que nasceu em berço de ouro, emancipada orgulhosamente por um Candeense que deu a vida por sua terra. Um médico formado no Rio de Janeiro naqueles tempos de muita dificuldade para se formar em medicina. Ele poderia ter ficado muito rico se não tivesse dedicado tanto a Candeias. No entanto morreu pobre. Hoje a maioria dos eleitores de Candeias e os políticos sem memória a fazem uma cidade pobre jogada às traças.

Ele, o Doutor Zoroastro Marques da Silva, um símbolo candente da história de Candeias, se vivo fosse, naturalmente estaria chorando lágrimas de sangue por ver a sua cidade por si fundada tão desprotegida e ser tão desmazeladamente cuidada por políticos sem filosofia e incompetentes.

Depois das ultimas eleições, vejo que não compensa nem falar mais das mazelas que envolvem Candeias, mesmo porque, cada povo tem o governo que merece. Assim é o rifão.

Armando Melo de Castro
Candeias MG Casos e Acasos.