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segunda-feira, 5 de julho de 2010

RIO BRANCO ESPORTE CLUBE


Rio Branco Esporte Clube - Foto: Autor desconhecido.

Ano 1952
De pé da esquerda para a direita: Washingon do Conde, Lázaro Joana,
Luizinho Bonaccorsi, Belchior, Dite Freire, Dedé do Alonso e Paulo Vilela.
Agachados na mesma ordem: Passarinho, Laerte do Bilu, Edmundo Simões,
Balofo e Joaquim Passatempo. O menino é o Vicentinho Vilela.

A invenção do futebol, apesar de ser atribuída aos ingleses, é bastante polêmica. Acredita-se que os ingleses tenham aperfeiçoado um treinamento militar do tempo de uma das dinastias chinesas e dado a isso o nome de futebol, o que significa em inglês, bola no pé. Era costume chinês chutar os crânios dos inimigos mortos, numa forma de esporte que tinha o nome de Tsu-chu. O crânio era chutado entre duas varas fincadas no chão, sendo aí o primeiro exemplo de traves. No Brasil o futebol teve início no ano de 1894, trazido por Charles Miller, brasileiro, cujo pai era escocês e a mãe brasileira de ascendência inglesa.

Trata-se, o futebol, do esporte mais popular do mundo. Atinge todas as classes sociais e é capaz de ocasionar um sentimento passional de amor e ódio. Sendo a bola o instrumento principal para a execução deste esporte, basta um espaço qualquer para que o futebol seja exercido.

O futebol está presente na história de Candeias desde quando o esporte ainda engatinhava no Brasil. Tanto na sede do município, como na zona rural, temos os nossos times e os nossos jogadores.

Na cidade temos tres agremiações: Clube Atlético Candeense, Associação Esportiva Candeense e Rio Branco Esporte Clube.

O primeiro time de futebol montado em Candeias, dele pouco se sabe. Chamava-se Cruzeiro Futebol Clube, não por causa do Cruzeiro Esporte Clube de Belo Horizonte, - que ainda nem existia - mas sim pelo fato de seu campo ter sido no bairro do Alto do Cruzeiro.

Quero registrar aqui uma homenagem ao Rio Branco Esporte Clube, o mais antigo time de futebol existente em nossa cidade, pois apesar de não termos a data certa de quando teria sido fundado, podemos afirmar, com base no testemunho incontestável de um dos ídolos do Rio Branco, o Passarinho, que foi no princípio do século passado, uma vez que ele, hoje com oitenta e sete anos de idade alega que desde que se lembra de si já existia o Rio Branco.

A História do Rio Branco Esporte Clube se mistura com a história de nosso município. Fundado pelo gaúcho, Miguel Simões e outros mais, entre eles: Francisco Alvarenga e Severo Alvarenga, numa época em que a nossa cidade não tinha quase nada para oferecer.

O Rio Branco nasceu sem recursos financeiros, sendo que, até a terraplanagem da área, foi feita graças à boa vontade de fazendeiros que cederam aos idealizadores do projeto, bois e couros para um trabalho, então, bastante rudimentar; tendo em vista que nesse tempo não havia por aqui uma máquina de terraplanagem. Houve, também, a mão de obra gratuita de adeptos dessa idéia, tão relevante, no sentido de fundar um time de futebol.

O primeiro estádio do Rio Branco, de dimensões restritas, situava-se na Rua Cel. João Afonso (Rua da Ponte) pouco abaixo da loja do Sr. Vicente Vilela, e acima de uma grande casa construída com o fito de ser uma Santa Casa; ideal frustrado, lamentavelmente, vindo esta casa a ser adquirida pelo Sr. Vicente Cornélio, posteriormente demolida; e hoje, naquele local, encontra-se edificadas algumas residências e entre elas a residência da Sra. Donate de Sousa.

Durante um tempo as suas atividades foram encerradas naquele local. O campo foi loteado e posteriormente o tão querido Rio Branco renasceu das cinzas nas proximidades da ponte que apelidava a rua, num local onde antes teria sido edificado o Horto Florestal.

Atual sede do Rio Branco Esporte Clube. Foto: Lilita Ribeiro de Castro

Infelizmente nos dias atuais o Rio Branco Esporte Clube já não tem mais aquela conotação de outrora, quando o seu estádio era menor e era mais pobre... O Rio Branco nasceu para ser da várzea, mas nasceu também, para ser amado pela sua fiel torcida. Mesmo sem participar de sertames nos dias atuais, a antiga torcida do Rio Branco ainda é fiel.

O time hoje se encontra quase que esquecido dos campeonatos regionais. As atuais gerações, infelizmente, nem sabem da importância do Rio Branco Esporte Clube na vida esportiva de Candeias.

Noutros tempos, quando ainda não existia a televisão e o cinema dava apenas uma pequena mostra do visual do futebol, o Rio Branco, foi portador vivo dessas comoções que só o futebol sabe dar. Com o seu estádio pobre, sem gramado, sem vestuário, sem dinheiro, o Rio Branco Esporte Clube, conseguia transmitir aos seus adeptos, uma emoção ausente do futebol candeense nos dias atuais.

Nesta oportunidade não podemos deixar esquecido o nome do seu fundador, Sr. Miguel Simões, gaúcho, que aportou em nossa cidade trazido por uma companhia itinerante de teatro, de cuja trupe de artistas era integrante, todavia, tendo abandonado a vida de artista para juntar-se a nós. Aqui se casou com a Dona Luíza, da Comunidade dos Pereiras. Seu filho Edmundo, foi um dos grandes jogadores do Rio Branco.

Miguel Simões nos deu esta grande contribuição para a nossa história e por isso, nesta oportunidade, “In memorian” quero prestar uma homenagem a esse candeense por adoção que escreveu este importante capítulo da nossa história... A história de Candeias!

Onde quer que esteja Miguel Simões, viva o Rio Branco Esporte Clube!!!

Armando Melo de Castro
Candeias mg casos e acasos


Nota do autor: O Rio Branco Esporte Clube, é um time de futebol que está bem acomodado nas gavetas do meu coração entre as melhores lembranças da minha infância.