Total de visualizações de página

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

UM SUCO DE LARANJA..


Eu conto o milagre, mas não conto qual o santo que o fez. Um amigo meu de Governador Valadares me descobriu aqui em Juiz de Fora, e me passou um telefone de outro grande amigo meu, que mora aqui em Juiz de Fora. Feito o contato, procurei a sua residência para um encontro, mesmo porque, trata-se de um amigo antigo desde os meus tempos de Banco.

Conversa vai, conversa vem, fui muito bem recebido na cozinha de sua casa, por ele e seus filhos, pois o mesmo encontra-se viúvo há seis meses. Como todo bom mineiro a família ali reunida perguntou-me se eu aceitava um café ou um suco. E como o calor estava de rachar preferi o suco.

Num porta-legumes a mocinha, de nome Roberta, tomou-se de uma sacola de laranjas e começou a espremê-las num pequeno aparelho manual. Conversa vai, conversa vem e ela espremendo as laranjas, sem ter lavado as mãos, sem ter lavado as laranjas e sem ter lavado o espremedor retirado de uma área aberta. E eu apreciando aquela lambança e pensando: “Que Dios me ayude”.

 Depois que terminou de espremer, abriu a torneira, pegou um pouco d’água numa jarra e jogou o caldo de laranja por cima, fazendo assim uma jarrada de laranjada; adoçou e mexeu com uma colher, deixando com que as pontas dos dedos invadissem o suco composto de elementos estranhos.

Daí abriu o congelador da geladeira e agora tentava dali tirar uma forma de gelo e não conseguia tendo em vista que esta estava agarrada. Resolve ela tomar de uma faca para ver se conseguia soltar a forma presa no gelo, quando o seu irmão, um baita de um cabrito, por nome Gilberto, grita: Não!  Ai não pode por faca, fura o congelador e o gás vai embora.  E o rapaz com físico de lutador de UFC, vestindo uma camiseta cavada, levanta dá uma bela de uma coçada bem no meio do sovaco enchumaçado e suado; aliás, já não era a primeira vez, eu já teria visto ele fazer isso antes; e vai socorrer a irmã. 

Mexe aqui, mexe ali conseguiu tirar a forma de gelo. Agora era ele que ia tentar soltar da forma. Coloca rapidamente a forma debaixo da torneira e depois bate sobre a pia e os gelos caem dentro da pia onde havia outras coisas sujas. Ele apanha os gelos sem ao menos passa-los pela torneira e sem a menor preocupação joga dentro da jarra. Pegou os copos, entre eles estava um maior que foi servido para mim. E eu tentando isolar o meu paladar expressei: 

“Socorro mi Padre em el Cielo, socorro!”.


Candeias Casos e Acasos MG

Armando Melo de Castro.