Eu conto o milagre, mas não conto qual o santo que o fez. Um
amigo meu de Governador Valadares me descobriu aqui em Juiz de Fora, e me passou um
telefone de outro grande amigo meu, que mora aqui em Juiz de Fora. Feito o
contato, procurei a sua residência para um encontro, mesmo porque, trata-se de
um amigo antigo desde os meus tempos de Banco.
Conversa vai, conversa vem, fui muito bem recebido na
cozinha de sua casa, por ele e seus filhos, pois o mesmo encontra-se viúvo há seis
meses. Como todo bom mineiro a família ali reunida perguntou-me se eu aceitava
um café ou um suco. E como o calor estava de rachar preferi o suco.
Num porta-legumes a mocinha, de nome Roberta, tomou-se de
uma sacola de laranjas e começou a espremê-las num pequeno aparelho manual.
Conversa vai, conversa vem e ela espremendo as laranjas, sem ter lavado as
mãos, sem ter lavado as laranjas e sem ter lavado o espremedor retirado de uma
área aberta. E eu apreciando aquela lambança e pensando: “Que Dios me ayude”.
Depois que terminou de espremer, abriu a torneira,
pegou um pouco d’água numa jarra e jogou o caldo de laranja por cima, fazendo
assim uma jarrada de laranjada; adoçou e mexeu com uma colher, deixando com que
as pontas dos dedos invadissem o suco composto de elementos estranhos.
Daí abriu o congelador da geladeira e agora tentava dali
tirar uma forma de gelo e não conseguia tendo em vista que esta estava
agarrada. Resolve ela tomar de uma faca para ver se conseguia soltar a forma
presa no gelo, quando o seu irmão, um baita de um cabrito, por nome Gilberto,
grita: Não! Ai não pode por faca, fura o congelador e o gás vai embora.
E o rapaz com físico de lutador de UFC, vestindo uma camiseta cavada,
levanta dá uma bela de uma coçada bem no meio do sovaco enchumaçado e suado;
aliás, já não era a primeira vez, eu já teria visto ele fazer isso antes; e vai socorrer
a irmã.
Mexe aqui, mexe ali conseguiu tirar a forma de gelo. Agora
era ele que ia tentar soltar da forma. Coloca rapidamente a forma debaixo da
torneira e depois bate sobre a pia e os gelos caem dentro da pia onde havia
outras coisas sujas. Ele apanha os gelos sem ao menos passa-los pela torneira e
sem a menor preocupação joga dentro da jarra. Pegou os copos, entre eles estava
um maior que foi servido para mim. E eu tentando isolar o meu paladar
expressei:
“Socorro mi Padre em el Cielo, socorro!”.
Candeias Casos e Acasos MG
Armando Melo de Castro.
Um comentário:
E, VOCÊ BEBEU O SUCO???
TERIA ME LEMBRADO DE UM COMPROMISSO URGENTE E SAIDO!
Postar um comentário