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terça-feira, 27 de março de 2018

UMA CANDEENSE ILUSTRE.



Candeias foi o berço de uma ilustre senhora que teve uma grande participação na história do nosso Estado de Minas Gerais. Trata-se da professora Marta Nair Monteiro, nascida em Candeias MG no dia 24 de dezembro de 1913.

-----Descendente da família Barreto, uma tradicional família Candeense. -----

Entre alguns membros da família Barreto podemos citar: Dona Laura Barreto, a nossa querida Dona Barretinha, primeira titular do Cartório que hoje leva o seu nome, “Cartório Laura Barreto” atualmente nas mãos de seu neto Raimundinho filho da Luzia, filha de Dona Laura Barreto. ----- Sr. José Barreto o primeiro dentista de Candeias, pai do nosso amigo Zizi Barreto e de Dona Dulce Furtado. ---- Dona Nica, esposa do Sr. José Pacheco Lopes, pais de Domiciano Pacheco e Maria Lúcia Viglioni ----- Dona Salomé, professora histórica que deu sua grande participação na educação candeense, quando candeias ainda se engatinhava na educação. E muitas outras pessoas membros dessa família de gente inteligente que há anos participa da história de Candeias com dignidade e honradez.

A ilustre professora Marta Nair Monteiro, formada em Administração Escolar, foi professora primária, orientadora e diretora escolar. ---- Foi Vice-presidente, presidente e conselheira da Associação das Professoras Primárias de Minas Gerais. -----Com o objetivo de alcançar melhoria nos salários para a classe, liderou a primeira greve de professores deflagrada no Brasil. ---- Foi a 3ª Secretária e Vice-Presidente da Confederação dos Professores Primários do Brasil. 

Na política foi juntamente com Dona Maria José Nogueira Pena, a primeira mulher eleita a deputada pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais, onde foi, também, líder do seu partido.  --- Após anos afastada da política, se elegeu vereadora de Belo Horizonte. ---- Presidiu a associação Mineira de Professores Aposentados até a década de 90.

Lembro-me muito pouco de quando vi essa senhora em Candeias; isso por ocasião da eleição de Tancredo Neves ao Governo de Minas, pela primeira vez, em 1960, no comitê que foi instalado num cômodo de loja atrás da Igreja Matriz. ---- Apesar de ser candeense e sempre acompanhar a política de Candeias, eu não tenho conhecimento de algo que ela, como deputada conceituada, tenha feito por Candeias. ---- Parece-me que Candeias, também, nunca teria sido o seu reduto político. Pode ser que eu esteja enganado.

Atualmente, entre os presidenciáveis, está a sua neta, Valéria Monteiro, ex-jornalista da Rede Globo de televisão, tendo sido a primeira mulher no Jornal Nacional, esteve no Fantástico, Jornal da Noite etc. e que estará tentando se eleger para presidência da República. --- Uma candidatura, a meu ver, praticamente simbólica com objetivos opostos dentro da política.  ----

A professora Marta Nair Monteiro faleceu no dia 22 de janeiro de 2004, na cidade de Nova Lima, aos 90 anos de idade quando ainda participava de atividades político-partidária.

Armando Melo de Castro
Candeias MG Casos e Acasos.

Nota-- Eu não conheci pessoalmente a Professora Marta Nair Monteiro, apenas a vi uma vez há anos. Esse texto foi elaborado tendo em vista o alto conceito que usufrui a Família Barreto e a biografia considerável da senhora Marta Nair Monteiro. Portanto, no caso de alguém possuir algo que possa ser acrescentado neste texto, está a minha disposição em fazê-lo, como também, retirar algo que possa estar demais.
(Armando)

sexta-feira, 23 de março de 2018

A DIGNIDADE DE CANDEIAS.



Certa vez, eu estava numa Lan House, em Candeias, quando um jovem que ali navegava na internet, filho de Candeias, pertencente a um tronco familiar muito conhecido, se defronta com a imagem de um candeense e me pergunta: --- “O senhor sabe quem é esse homem? Parece-me que ele foi muito importante aqui em Candeias não é?”. ---

E a pergunta daquele jovem me deixou triste, muito triste... Subentendi que existem jovens em Candeias que não sabem quem foi o Dr. Zoroastro Marques da Silva, e isso é de se entristecer.

Esse é o Candeense que precisa ser conhecido por todos, lembrado por todos e querido por todos, disse-lhe.

-----Dr. Zoroastro, médico parteiro que salvou a vida de muitos candeenses ao nascer.  Político candeense, filho do coronel Marques, uma das mais tradicionais famílias de Candeias. Foi vereador quando ainda distrito de Campo Belo, e, já nesse tempo, foi presidente da Câmara. Um homem ligado aos maiores políticos de Minas Gerais, do seu tempo. Entre eles Juscelino Kubitschek, Benedito Valadares e Tancredo Neves. Foi o fundador de Candeias e correu o município a cavalo e a pé, medindo a área a ser emancipada. Motivo do bom tamanho do nosso município. ---- 
 Foi o primeiro prefeito de Candeias e tem uma história política maravilhosa e que todos os candeenses deveriam tê-la na ponta da língua.

O Livro do ilustre historiador candeense, José Gomide Borges, foi um grande presente do nosso querido Zé do Tuta, para os candeenses. Mas infelizmente não dedicou um capítulo especial ao homem que mais fez por Candeias  e, talvez, aquele que mais amou Candeias. ----- Assim, fica a sugestão para que no futuro, numa reedição dessa obra tão importante: “O Sertão de Nossa Senhora das Candeias da Picada de Goiás” possa ser acrescida de um capítulo especial sobre esse candeense de corpo e alma.      .

Quem conheceu o Dr. Zoroastro Marques da Silva, com certeza, sente tristeza ao ver que a política contemporânea  brasileira só visa interesses próprios.

----- Ninguém segue a cartilha desse homem que dedicou toda a sua vida a trabalhar por Candeias e o seu povo. ---- É lamentável.

Armando Melo de Castro

Candeias MG Casos e Acasos.


terça-feira, 20 de março de 2018

AO AMIGO FLÁVIO RIBEIRO.


                                          Foto: Deoclecio Ribeiro.


A vida, na infância e juventude, é uma estrada larga que parece nos levar à verdadeira felicidade. Mas à medida em que vamos vivendo ela vai se transformando e pode até terminar abruptamente em precipícios. O trecho corrido pode ser revisto através do retrovisor da vida, mas voltar ao passado vivido, por mais que se tente, será apenas uma abstração... É um filme preto e branco.

Às vezes, quando me afloram esses sentimentos, eu encontro pessoas com as quais eu vivi e convivi na minha querida Candeias. Pessoas que morreram, mas que para mim não morreram; apenas se encantaram para repousar dentro do meu coração. 

----- Busco na rua onde nasci, ----- a velha casa de Dona Benta, mãe do Sr. Erasto de Barros e avó de minha professora Maria do Carmo Bonaccorsi. ----- Dona Filomena Barros e Dona Melada, também filhas de Dona Benta. ----- Ainda fermenta em minha memória o armazém do Sr. Chico Freire e Dona Mariquinha, sua esposa; a venda do Zé Lara e as fofocas de Dona Joana do Galdino. ---- Encontro, ainda, bem no fundo de uma gaveta do meu cérebro a torneira de água pública, quando ainda não havia água encanada nas casas da minha querida Rua Coronel João Afonso Lamounier.

Era a década de 50... Era o meu tempo de escola. E eu nunca imaginara que um dia fosse me envelhecer e ver esse tempo tão longe de mim. --- A saudade, às vezes, é dolorosa, esmagadora. Na vida sabemos claramente que não somos nada mais do que simples passageiros neste mundo de Deus, bendito, maravilhoso e cruel ao mesmo tempo. --- Quanto mais vivemos mais contabilizamos perdas de pessoas queridas e amadas e muitas vezes perdas traumáticas.

Está, todavia, patente que todos nós vamos um dia enfrentar a perda de um ente querido de forma distinta. Mas por uma bênção de Deus, nós não nos acostumaremos com isso.

Envolvido nesta nostalgia, busco nos armários da minha memória alguns guardados da minha infância e juventude e encontro-me com um grande amigo; um grande companheiro desde o Grupo Escolar Padre Américo, quando foi nossa professora a minha tão querida Dona Ninita Alvarenga: FLÁVIO RIBEIRO DO NASCIMENTO.

Professor Flávio Ribeiro, foi no meu tempo o maior amigo dos jovens estudantes. Ele teria se formado em Campo Belo e viria ser o professor de Inglês no recém-fundado Ginásio de Candeias. Não só foi apenas um professor, foi membro da diretoria do Ginásio sem recurso, sem dinheiro, cujo prefeito Nestor Lamounier teria doado o seu salário de prefeito para auxiliar a permanência do nosso Ginásio de Candeias.

Humilde e prestativo, Flávio foi casado com a filha do Casal Mariinha e Vete Teixeira. Era carinhosamente tratada de “Fitinha” ----
 Um professor dedicado que dava aulas particulares de graça, procurava os pais de alunos para incentiva-los a estudar os filhos, tendo em vista que muitos pais não apoiavam o Ginásio. Aliás, temos que reconhecer que a permanência do Ginásio de Candeias foi por mais tempo devido um esforço do corpo docente da época que colocou à frente dos seus interesses, o anseio do povo de Candeias em ter um ginásio.

O Ginásio de Candeias acabou. Infelizmente acabou.

Flávio transferiu-se para Campo Belo, agora como professor e proprietário de uma farmácia. Posteriormente mudou-se para são João Del Rei onde se estabeleceu, também, com uma farmácia. ----
Certa vez, eu passando por São João Del Rei, eu o procurei na sua farmácia. Infelizmente não o encontrei teria viajado para Belo Horizonte. Foi um desencontro cruel.

Até que um dia, eu em Candeias, ouvi o aviso pelo alto-falante da igreja Matriz, de que Flavio Ribeiro do Nascimento teria falecido e seria enterrado naquele dia.  ----- Custou-me ouvir aquela notícia. Foi como se o mundo ficasse mais vazio...  Aquele amigo não era amigo para se perder. Pensando assim não fui ao enterro. Eu não queria ver o Flávio dentro de um caixão, inerte; olhos fechados e sem aquele sorriso nos lábios que lhe era tão peculiar. --- O relógio de sua vida estivera adiantado e despertou-se fora de hora para o chamado de Deus.

Dar adeus a um grande amigo é algo muito difícil. É perder um pouco de si, é um sentimento de ausência dramático. Não é fácil entender a perda pela morte. Mas no decorrer da viagem pela estrada da vida vamos compreendendo que a morte de um amigo ou de uma pessoa da família é como se fosse um acidente na viagem dessa estrada, um acidente que não machuca o corpo, mas fere o coração com a ausência e a saudade.
Meu amigo e bom parceiro Flávio Ribeiro do Nascimento, eu guardo-o comigo numa lembrança viva, acomodado num canto agradecido do meu coração, sem me esquecer de que você está, também, juntinho de Deus.

Armando Melo de Castro
Candeias MG Casos e Acasos.


sábado, 17 de março de 2018

CANDEIAS! UM DIA DE INFERNO!

No principio da década de 60 Candeias foi palco de um dos maiores acidentes ferroviários. Naquele tempo, o trem era o meio de transporte de passageiros e de carga mais usado na nossa região. Ainda não existiam ônibus e sim umas pequenas jardineiras que transportavam no máximo vinte e cinco pessoas

A opção rodoviária em Candeias era apenas uma dessas jardineiras que fazia a linha de Campo Belo a Formiga, passando por Candeias, quando, ainda, não existia a via asfaltada e o itinerário era uma estrada de chão, via Arrudas.  Além disso, a passagem era cara.

A viagem de trem além de mais confortável era muito mais barata, apesar de ser bem mais demorada.

As linhas de trem eram feitas por trechos onde faziam as conexões para outros rumos. ----- Candeias estava localizada no trecho que ligava Ribeirão Vermelho a Garças de Minas, ---- no município de Iguatama, ali havia as baldeações para Goiás e Belo Horizonte. ----Não é difícil imaginar como era difícil ir de Candeias à Belo Horizonte naquele tempo.

De Bambuí para baixo era considerado sertão, o queijo artesanal, por exemplo, fabricado em toda aquela região, era chamado “queijo do sertão”.

Eram quatro os horários dos trens de passageiros: O misto e o noturno, que desciam e subiam diariamente, sendo que posteriormente foram alterados para três vezes por semana. O misto descia às 10,30 h. Da manhã e voltava por volta das 17 h. ----- Isso quando estava no horário, mesmo porque, esses trens nunca andavam no horário. ---- E o noturno que descia pelas 23 horas e voltava pelas 5 da manhã.

Certa madrugada, por volta das 2 horas, o povo de Candeias foi despertado assustado, com o alto-falante da igreja Matriz no ultimo furo tocando uma música fúnebre e o apelo do Monsenhor Castro, pedindo ao povo que se dirigisse rumo à comunidade da “Santinha,” a fim de socorrer as pessoas acidentadas com o desencarrilhamento do trem noturno.  ----- 

Meu pai na mesma hora se levantou e chamou-me para acompanha-lo. A cidade já estava alvoraçada. Até as pessoas que não foram até ao local do acidente, saíram pelas ruas aguardando notícias.

O acidente se deu num local de difícil acesso, nas imediações da comunidade chamada “Santinha”, há poucos quilômetros de Candeias.  ---- Sabe-se que os acidentes ferroviários têm esse problema, por se darem em locais isolados e, às vezes, de difícil acesso. -----Era um tempo ainda muito atrasado, muito sem recursos de comunicação e de transporte.

Os vagões de madeira com a base de ferro caíram de bruços, numa grande depressão ao lado da estrada ---- ferro sobre madeira –--- deixando os passageiros presos dentro dos vagões.

Até que a notícia do acidente chegou à cidade... Até que chegou algum recurso no local, já havia nove mortos. Pessoas quebradas, sangrando e desesperadas. –Não é difícil alguém imaginar a dimensão dessa tragédia.

Entre os mortos, apenas um candeense que teria tomado o noturno minutos antes, quando seguia para Campos Altos, onde era a sua moradia com a sua família. Tratava-se do senhor Laerte do Bilú, pai do Paulo ex-funcionário do posto de gasolina do Dalton Freire e casado com uma tia do Miguelzinho Simões.

Lembro-me que eu e meu pai ainda chegamos ao local quando as pessoas encontravam-se desesperadas, e o povo que chegava, não tinha como ajudar, totalmente impotentes diante de tamanha desgraça. Pessoas chorando de dor, sangrando-se e sem ter como ser ajudadas. Pessoas já mortas e outras morrendo.

Depois de muitas dificuldades, muita correria, muito desespero, os corpos ficaram a disposição na igreja matriz, quando esta estava em reforma. Foi improvisada uma grande mesa com o material de andaime da construção e ali foram expostos os corpos do jeito que foram retirados do local do acidente. Ensanguentados, machucados e roxos e desconhecidos. Houve muita dificuldade na identificação dos corpos. As pessoas naquele tempo não se preocupavam em portar documentos.

Laerte do Bilu era amigo do meu pai e os dois estiveram conversando na esquina do sobrado próximo à matriz, no dia em que ele embarcaria para Campos Altos. Teria vindo estudar a possibilidade de voltar a morar em Candeias. Lembro-me de ouvi-lo falar isso. 

---- Mal sabia ele que no outro dia, naquele mesmo horário ele estaria exposto em meio a outros mortos de outras cidades, bem próximo dali, na igreja matriz, morto e quase irreconhecível, pois teria ficado com o rosto totalmente negro. Quem fez o seu reconhecimento foi o Wantuil Delminda, meu tio, que estivera com ele, também, no dia anterior e ele estava com a mesma roupa; calça marrom, camisa azul claro e paletó azul marinho. ·.

Até hoje não se sabe a quem atribuir à culpa dessa terrível tragédia. Na época diziam tratar-se de que o maquinista estava embriagado e operou com excesso de velocidade... Outros já diziam tratar-se de problema com a linha. Enfim, nada ficou apurado; nada ficou esclarecido e nada chegou ao conhecimento do povo candeense.

Recordar aquele dia... Aquele quadro trágico é como voltar ao tempo de maneira desastrosa. É como se tivesse conhecido o inferno por algum momento. Por mais que eu viva, jamais sairá das minhas retinas o sofrimento daquelas pessoas sangrando, gritando, chorando e morrendo diante da falta de socorro; da falta de recursos que só chegaram quando aqueles que se encontravam em estado mais graves já teriam falecido. Um quadro difícil, muito difícil até de ser lembrado...

 Armando Melo de Castro

Candeias MG Casos e Acasos.

 

 

 

 

sábado, 10 de março de 2018

CELIBATO, UM ARMÁRIO DA VERGONHA!


NB. Sou Católico Apostólico Romano não praticante. Assim me considero ter ter sido batizado, representado e crismado diante da fé de meus pais. --- Há anos não congrego em nenhuma igreja. ---- A minha igreja é a porta do meu quarto fechada onde eu me encontro com Deus, com Jesus Cristo a minha mãe Maria e o meu Santo Antônio. -----  --- Há anos não congrego nas igrejas, por não concordar com o comportamento da grande parte dos padres e de pastores evangelicos. As igrejas se tornaram em pontos comerciais. Portanto, suponho que Deus não se encontra dentro delas, mas sim dentro de mim.  Este texto não está sendo colocado no Grupo Sô das Candeias com muito orgulho e apenas, na minha página do Facebook por envolver opinião religiosa. Ele representa apenas a minha opinião e não tem a mínima intenção de coagir ou mudar a opinião de alguém.  Aquele que não concordar comigo terá o seu ponto de vista respeitado. Portanto, o texto não está sendo colocado aqui para debate com aqueles que seguem religiosamente as suas opções religiosas. ---- Todavia, quero deixar claro que não estou generalizando o comportamento de todos os líderes religiosos, porque entendo que existem padres e pastores corretos que cumprem seriamente o seu compromisso com Deus. Mas esses estão à cada dia se tornando mais raros. 

 ---- A lavagem cerebral que os líderes religiosos desenvolvem na cabeça das pessoas, vem mudando o comportamento dos fiéis conscientes da necessidade de ter uma religião em suas vidas. Isso vem acontecendo tanto nas igrejas evangélicas como também na Igreja Católica, --- a minha Igreja Católica caminhando a passos largos para um desencontro com os seus fieis, a minha querida Igreja Católica, de Jesus Cristo outrora tão bem representada, hoje em dia já não merece o respeito de outrora. ---- O celibato, esta caixa de esconderijo, não tem merecido debate. Isso, o ponto crucial que denigre a imagem da igreja católica.

 ----Os padres, outrora tão dedicados aos dogmas da igreja, não têm, hoje em dia, isso como a sua principal preocupação. Estão preferindo a teologia da prosperidade. E em sua maioria opta por ser destaque na mídia. Um padre moderno hoje quer ser celebridade como se isso pudesse despertar uma fé pura em alguém. Trocam os seus altares por palcos artísticos que nada têm a ver com a religiosidade prometida por Jesus Cristo. --- Entende-se, claro, que a evolução seja necessária, que ainda existem padres cumpridores de seus deveres, mas estão a cada dia, mais raros. Esquecem-se de que Jesus não muda.

---A palavra evangelização tornou-se num produto de venda enquanto a teologia dogmática vem sendo esquecida. Cobram a fé do cristão sem cumprir o seu compromisso de despertá-la ao fiel da sua igreja. Cobram, como se a fé pudesse ser encontrada debaixo da cama, ou numa chuva que lhe caísse à cabeça.

---Logo que o Papa Francisco tomou posse como chefe da Igreja, disse que o celibato não é um dogma da Igreja. Apesar da claridade da frase, eu gostei muito de ouvir isso, principalmente quando ele disse que iria rever essa questão. Mas foi uma frase dita ao vento, lamentavelmente.

 ----Parece-me que existem padres que se esquecem de que uma religião é uma tese onde se discute a própria tese. Portanto, um padre, a meu ver, deve antes de ser padre, saber ouvir, falar e calar diante de certas questões. Há sacerdotes que vivem confusos entre os palcos da vida religiosa e os palcos das canções e dos espetáculos, nem tanto religiosos.

----Apesar de respeitar a profissão religiosa eu discordo quando vejo um padre defender com unhas e dentes o celibato clerical. Principalmente quando ele faz isso através do púlpito da sua igreja. Se ele diz, por si, sobre o celibato, tudo bem, é uma questão subjetiva. Agora, se diz por um todo, ele está, completamente equivocado.

----Subentendo, todavia, que os padres falam por si como, também, manifestam as suas opiniões pluralizadas. Existem padres que se sentem indignados quando vê a sociedade se manifestar sobre o celibato como mera restrição sexual. ----- Eu acho que a sociedade está também indignada de ver um celibato descumprido e corroído pela pedofilia. Celibato que oculta tendências ----------homossexuais deturpadas para aqueles que as têm e não quer expô-las.

----Acho que defender o celibato, nestas alturas do campeonato, seria um tanto arriscado para qualquer padre. Esta questão anda muito evidente na vida católica, contudo, está mais do que claro que um sacerdote que se beneficia do celibato tem mais é que defendê-lo, mesmo sabendo que estará prejudicando a igreja. 

----O celibato tornou-se numa questão política; interessante e atraente àqueles cujo casamento não lhes oferece conforto e o estado de solteiro incomoda a sociedade. ----- O celibato não tem amparo bíblico. E se não tem amparo bíblico e perdura por tanto tempo, podemos imaginar que a escolha, por ser padre, tem sido uma conveniência isolada onde, por si, é encontrada a solução de um problema pessoal.

----Bastaria à conscientização do candidato a padre sobre a necessidade de ser solteiro ou não. E para quê celibato? Portanto, está mais do que provado de que as justificativas oriundas dos defensores do celibato são vazias e sem cerne. Um homem que não alimenta o desejo de ter um filho, de ter uma esposa é, no mínimo, um conselheiro teórico e a teoria não acoplada à prática não tem consistência.

----O celibato esta relacionado com o homossexualismo deturpado; com a pedofilia e até com a prostituição. A prova maior disso são os casos de padres pedófilos, homossexuais e deturpadores de famílias que povoam a Igreja Católica e que a mídia divulga constantemente, e nem o Papa encontra uma solução para moralizar isso.

----Um padre renunciar a uma família para se dedicar à evangelização?! Como se explica, então, os apóstolos de Cristo, exceto João, serem casados? ------- Os médicos, com o seu Juramento de Hipócrates, pela tarefa de defender a vida humana em todos os momentos de suas vidas. Juramento que, inclusive, faz prevenção sobre as concepções religiosas. Mais ainda: e essa ociosidade visível dos padres, dentro das Igrejas?

----O Crime do Padre Amaro, história de Eça de Queiroz, encontra-se em evidência nos dias atuais. O celibato fez, faz e continuará fazendo as suas vítimas: filhos órfãos de pai, pedofilia e prostituição.

 ----Entendo que, se a verdade está na Bíblia Sagrada, os que defendem o celibato está indo de encontro aos ensinamentos bíblicos em Gênesis:

1-27: “Deus criou o homem a sua imagem. Criou o homem e a mulher. Deus os abençoou: Frutificai e multiplicai-vos”.·.

“Não é bom que o homem esteja só, vou dar-lhe uma ajuda que lhe seja adequada.”. 2.18

 2.22: “Deus fez uma mulher e levou-a para junto do homem”. 

2.24 “Por isso o homem deixa seu pai e sua mãe para unir-se a sua mulher”

 ----------------------O celibato é um armário que guarda um pecado da Igreja!

 Armando Melo de Castro

Candeias MG Casos e Acasos.