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quarta-feira, 11 de março de 2015

EMAGREÇA CHEIRANDO ESTA FRUTA!

                                                                                 Noni

----Comumente encontramos pessoas querendo se emagrecer. O desejo de ter um corpo esbelto, magro de aspecto delgado pode ser comum, mas a forma de fazer dieta cada um faz de um jeito querendo ter o mesmo resultado. Uns chegam a se enfraquecerem por ser rigorosos; outros entram em remédios que cortam o apetite de maneira a violentar o organismo e outros querem atingir o seu objetivo bebendo cerveja e comendo torresmos; tomando sorvete e comendo doces.

--- A bem da verdade, emagrecer é realmente uma coisa muito difícil e quem está acostumado a ingerir mais carboidrato do que proteína tem maiores dificuldades na hora de fazer uma dieta balanceada. --- Eu e a minha mulher não queremos ser gordões, mas também, não somos tão diferentes na forma ociosa de fazer dieta. Portanto, como tantos, quando ficamos sabendo de algo que emagrece vamos atrás e queremos conhecer.

--- Na padaria onde somos fregueses, aqui em Juiz de Fora, havia uma funcionária, a Isabel, uma jovem de estatura média, bem afeiçoada, educada e gorda, de obesidade mórbida, do corpo todo moldado em banha. Ela já estava andando de pernas abertas; braços abertos e começando a impedir o transito entre os seus colegas por dentro do balcão, causando na gente um sentimento de pena, mesmo porque, tratava-se de uma moça muito bonita e tão descuidada com o seu corpo. ---- Mas, de repente, notamos que essa moça começou a se emagrecer. E é natural o interrogatório: “Você está fazendo dieta?” Você emagreceu! Se o gordo ou a gorda esteve doente, o especula se sai mal. Mas se realmente o gordo que emagreceu esteve fazendo dieta de emagrecimento, naturalmente, ficará todo sorridente e agradável. Dá aquele sorriso de alegria e gosta de passar para frente o que lhe está dando o motivo daquele sorriso.

Izabel mais de que depressa nos deu o nome de uma fruta chamada Noni como a formula milagrosa de emagrecer. Ensinou para a minha mulher como tomar o suco da fruta, onde compra-la, o preço, enfim falou da fruta como se ela tivesse caído não de uma árvore, mas sim, dos céus. 

E minha mulher que não é diferente de ninguém, correu atrás, foi à feira, encontrou e comprou um quilo dessa fruta e chegou feliz da vida, como quem tivesse descoberto a fórmula milagrosa de emagrecimento. Imaginando, talvez: se a Isabel com toda aquela gordura perdeu tantos quilos, os meus quilinhos em poucos dias voarão para o espaço. Chegamos à casa, as frutas milagrosas dentro de um saquinho plástico foram colocadas sobre a mesa e logo saímos para fazer compras, quando ficamos fora por algumas horas. Assim que voltamos sentimos aquele mau cheiro horrível na casa toda e a gente não sabia de onde partia aquele fedor.

Começamos a vasculhar a casa toda. Procura daqui procura dali e nada de descobrir onde estava aquele cheiro que poderia ser chamado de odor, mau cheiro, fétido, desagradável, mas outros já diriam fedorento, cheiro de merda, carniça e naturalmente muitos perguntariam aos céus: “Meu Deus que catingão é esse?”.

A primeira suspeita foi sobre a nossa cachorrinha, a Tutuca... Será que ela fez lambança? Perguntei a mim mesmo... Constatada a sua inocência eu fiquei com remorso de ter pensado nela. ---- Tadinha uma cachorrinha tão limpinha, tão asseadinha, tão carinhosa!

 

procuramos no banheiro... Nada! Os queijos que eu trouxera de Candeias; os ovos que comprei na feira, a geladeira, enfim, procuramos em todos os lugares da casa e nada de detectar de onde partia aquele cheiro horrível. Até que me deu na telha de cheirar uma fruta daquelas. Meu Deus! Que coisa mais fedorenta! Pensei, vamos jogar isso fora! E minha mulher gritou logo lá da cozinha? --- Não!!!  Não!!! Eu vou tomar o suco. Esse deve ser o cheiro natural da fruta! ----- O quê? Cheiro natural da fruta?!  Venha cá e cheire para ver se tem cheiro de fruta? Ela veio e cheirou aquilo achou ruim e disse: Eu vou fazer o suco, e experimentar pode ser que o cheiro acabe; eu posso engarrafa-lo. E fez. Ai então foi que a coisa ardeu feio. - Ela não deu conta jogou tudo fora e ficou uma vez mais a decepção com essas invenções para se emagrecer. --- E eu a confortei: Você está ótima, não precisa emagrecer. Eu não gosto de mulher magra eu quero você é gorda!

Eu pensei que o meu apartamento tinha se transformado num chiqueiro de porcos... Numa fossa aberta... Num depósito de queijo azedo e velho... Num jacá de ovo choco. O troço é tão fedorento que a gente fica perdido num universo de coisas podres. 


E nesse momento eu me lembrei do meu querido amigo e suas expressões, Sr. Erasto de Barros, ele era o porteiro da escola quando certa vez o banheiro da Escola Padre Américo foi entupido e estava difícil ser desentupido e ele tentando desentupi-lo disse alto e em bom som com aquele seu jeitão:

 “TÁ PARECENDO QUE O CÚ DO MUNDO CAGOU AQUI!”.

 Armando Melo de Castro









quinta-feira, 5 de março de 2015

UM CUSPE NO PRATO






                                                       ANTIGA RUA  GABRIEL PASSOS.

Em um passado não muito distante, quando vereador não tinha salário, a razão para a mudança do nome de uma rua tinha mais argumentos e a conveniência era geral. Atualmente, os senhores vereadores, em sua grande maioria, empanados no poder cedido pelo povo, dão um tapa de imoralidade na cara de boa parte do seu próprio povo a fim de angariar prestígio de forma medíocre na história do município, já que são desprovidos de competência para aparecer de outro jeito.

 Não quero com isso apontar o dedo, exclusivamente, para a história dos vereadores candeenses, pois, afinal de contas, isso é uma lamentável cultura da edilidade da maior parte dos municípios brasileiros, principalmente, nas pequenas cidades, em que o baixo nível cultural da grande maioria dos vereadores lhes impede de apresentar algum projeto consistente que venha a atender melhor o povo que o elegeu. Os vereadores deveriam fazer uma reflexão sobre o tema: “Alteração de nome de rua” antes de proporem uma aberração dessas. Mas, já que eles não têm sensibilidade e nem competência para isso, seria justo aos moradores de uma rua que venha a ser prejudicada com essa imoralidade, se manifestarem e não aceitarem tamanho despropósito de candidatos que querem acender uma vela para Deus e outra para o diabo, apenas para se elegerem.

 Trocar o nome de uma rua causa muitos problemas e grandes inconvenientes para os moradores, especialmente, no caso de existirem comércios ou empresas prestadoras de serviços nessa rua. Além disso, trata-se de uma grande ofensa aos descendentes daquele que perde o nome, causando-lhes muita indignação. Sabem as pessoas de bom senso que não se deve modificar de qualquer jeito um nome que está guardado na memória do município. Tirar o nome de alguém de uma rua para colocar outro é uma afronta cabal à dignidade daquele que um dia fez por merecer aquela honraria. E em sendo esse um nome de rua, algum mérito algum dia lhe foi delegado. Além disso, alterar o nome de uma rua, sem qualquer consulta aos seus moradores, chega a ser um despropósito político, uma indisciplina social e, porque não dizer, um grande desaforo moral?

 Um assunto desses deve ser muito bem estudado, bem discutido e com bastante relevância para que o novo nome possa ocupar o espaço que está sendo subtraído, com dignidade, porque, a bem da verdade, trata-se, a rigor, de uma ruptura social e moral. Seja de pessoas, história ou símbolos. Contudo, o que a gente tem visto, em vários processos, são questões fechadas quando deveria ser uma situação, por respeito, absolutamente aberta.

 Eu nasci na Rua Coronel João Afonso e ali vivi até aos meus quinze anos. Aprendi a amar esse nome, simplesmente, por ser o nome da rua onde nasci. E, se por ventura, viesse um vereador desinformado sugerir a alteração desse nome, mesmo não sendo mais o morador dali, com certeza, haveria por minha parte, uma reação contrária. Mas, infelizmente, como morador, minha família não ficou livre dessa afronta diante de outra questão.

 Da Rua Coronel João Afonso, mudamos, em 1960, para a Rua Gabriel Passos onde estamos há mais de cinquenta anos. E quem foi o Dr. Gabriel Resende Passos?

 Foi um grande brasileiro, um grande mineiro! Nascido em Itapecerica, em 1901. Advogado, jornalista, redator chefe do Jornal “O Estado de Minas,” signatário do movimento de 1930, exerceu com louvor diversos cargos públicos. Secretário do Interior e Justiça do Governo de Minas Gerais. Procurador-Geral da República, deputado à Assembleia Nacional Constituinte de 1933 e foi, por diversas legislaturas, deputado federal. Ministro das Minas e Energia morreu quando se encontrava no exercício desse cargo. Era concunhado do grande estadista Juscelino Kubitschek de Oliveira. E o mais interessante: era amigo, tanto quanto Juscelino, do nosso querido Dr. Zoroastro Marques da Silva, um candeense digno do nosso orgulho por ter sido o primeiro prefeito do município, o seu legítimo emancipador e o pai da nossa comarca. O nome de uma rua foi destinado ao Dr. Gabriel Resende Passos, pela sua grande contribuição para a emancipação do município, quando foi Secretário de Governo do Estado de Minas Gerais, ocupante da pasta de Interior e Justiça.

 Houvesse por acaso um motivo político relevante para tirar o nome do Dr. Gabriel Passos e trocá-lo por outro? Não! Não houve.

 Afinal, qualquer cidadão, ao prestar algum tipo de serviço importante ao seu município, merece ser nome de rua. Agora, tirar uma homenagem, de alguém que a teve por enorme merecimento e entregá-la a outro que nada fez por merecer qualquer tipo de homenagem! Isso chega a ser uma baixaria política. E só pode ser uma questão tendenciosa, o que me volta ao primeiro tópico deste texto.

 O nome da Rua Gabriel Passos foi substituído, arbitrariamente, pela Câmara de Vereadores no período da gestão do Prefeito Raimundo Bernardino de Sena Filho, sem qualquer consulta aos seus moradores e, o que é pior, por um nome sem merecimento, ou seja, por um vereador de poucos votos que jamais prestou algum serviço à história do município. Muito pelo contrário, José Hilário da Silva, fazia chacota com o nome de Candeias, quando residente em Campo Belo , dizendo tratar-se de um povo bobo e roceiro. Isso porque ele retratava o povo candeense como se a si fosse, pois ele sim era roceiro bobo, contudo, nem todo bobo é roceiro. E quando se tornou sócio da Viação Campo Belo, transformou-se, demasiadamente, numa pessoa antipática. Lembro-me de um fato bastante emblemático que certifica o que digo: quando em viagem de Campo Belo a Formiga, na entrada do ônibus em Candeias para a tradicional parada de passageiros, ele tinha a empáfia de aguardar, no trevo da cidade, e dizia, com imensa soberba: “vou ficar por aqui, eu tenho preguiça de entrar naquela roça”.

 E se o autor do projeto dessa infeliz troca não sabe, deveria saber que os descendentes do Dr. Gabriel Passos tomaram conhecimento desse disparate político pelo qual foi jogado um cuspe no prato em que comemos.

 Os políticos de Candeias e, especialmente, os senhores vereadores deveriam ter mais critérios ao escolher um nome para nomear uma rua. Estamos vendo pessoas que trabalharam e que fizeram parte ativa da história do município sendo esquecidas e se tornando desconhecidas pela nossa população jovem. Isso porque falta uma cultura de reconhecimento desses representantes do povo que só visam o benefício do voto.

 Eu tenho por costume estudar a vida daquele que leva o nome da rua onde moro. E devo ser sincero, muito sincero: a minha Rua em Candeias (Vereador José Hilário da Silva) é para mim um motivo de vergonha. E é lamentável ter que convier com um nome que seria muito melhor vê-lo enterrado... E bem enterrado fora da memória do município.

 A escolha do nome de José Hilário da Silva para substituir o nome do estadista Gabriel Passos foi um gesto infeliz do seu autor e, por certo, um gesto tendencioso porque José Hilário da Silva não rendia votos, era apenas um apedeuta que vivia julgando a população candeense com o seu apedeutismo. A sua passagem pela Câmara Municipal de Candeias foi um aborto político que jamais o faria merecedor de tal homenagem.

 Armando Melo de Castro

 

 

 

 

 

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