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segunda-feira, 24 de julho de 2023

O MEU CARO AMIGO JÚLIO CEZAR VIGLIONI.

   

Sempre quando me coloquei aqui junto ao computador para escrever um texto sobre Candeias, para ser postado no nosso tão querido grupo de amigos “Sô das Candeias com muito orgulho, eu sempre o fiz com satisfação. Hoje, ao tomar essa posição eu não sei o que faço, não sei o que escrevo, não sei o que pensar. O meu sistema nervoso central encontra-se de cabeça para baixo.

Ontem, por força de circunstâncias eu passei o dia todo sem navegar na internet. À noite, quando fui me inteirar das notícias, fui atacado por um susto, um grande susto, ao tomar conhecimento, através de várias mensagens de meus amigos, sabedores que são da nossa grande amizade, sobre o falecimento repentino do meu amigo, meu grande amigo, Júlio Cezar Viglioni. Encontro-me, portanto perplexo, irresoluto e flutuante.

Eu que gosto muito da verdade, desejei tanto que essa notícia fosse uma mentira. Poderia ser um sonho ruim, mas eu preferia ter sido um sonho, para me acordar diante de uma mentira. Mas, era uma verdade nua e crua. Júlio teria falecido após um cruel ataque cardíaco.

Eu imagino que uma morte assim é uma Graça de Deus para quem vai. Suponho que todo mundo gostaria de ter uma morte assim, afinal, o sofrimento no fundo de uma cama deve ser tão triste e ruim como o purgatório e o inferno. Mas a morte num repente é um grande sofrimento para os amigos e especialmente para familiares. ---- No caso do Júlio, o seu pai, Sr. Willian, com 99 anos de idade, eu posso fazer uma ideia como será o seu sofrimento diante dessa perda e do convívio. Eu sei porque passei por isso. Perdi uma filha com 30 anos. É uma dor sem nome, é um nó na garganta que nem o tempo o desata; é a vontade de morrer também, a morte de um filho é um sentimento cruciante difícil de ser imaginado por quem nunca passou por isso.

Meu caro Júlio:

Eu nunca pude imaginar que um dia eu estivesse aqui a escrever essa mensagem sobre você para o nosso “Grupo Sou das Candeias com Muito Orgulho”. --- Um grupo idealizado por você numa dedicação ao seu amor pela terra que o viu nascer. ---- Lembro-me quando você me convidou para fazer parte, desse grupo eu resisti. Eu já tinha um Blog. Mas você insistiu e acabou me convencendo dizendo “ Eu estou contando com a sua amizade.” Ai eu não tive saída mesmo me julgando não ser a pessoa indicada com o seu propósito. E agora? O nosso Grupo Sou das Candeias com Muito Orgulho ficou órfão.

Que Deus o tenha meu caro Júlio. Com certeza, todos os seus familiares e nós amigos, vamos sentir, naturalmente a falta da sua presença, mas não vamos sentir a sua ausência, porque você que está em nossos cérebros, vai descer para os nossos corações de onde você será lembrado.

Candeias hoje fica mais pobre de amor. --- Que Deus o tenha na sua Graça meu bom amigo.

Armando Melo de Castro.

 

 

O MEU AMIGO MIGUELZINHO DA MARIQUITA.


   Como um choque de tristeza recebi a notícia da morte de meu amigo Miguelzinho da Mariquita. E daí fiquei a imaginar: --- Quando envelhecemos, quase todos os dias temos a notícia de que um amigo partiu nos deixando para trás., o que não nos acontece quando estamos na flor da idade. --- Mas na velhice isso nos deixa sentindo que estamos ficando sozinhoMiguelzinho foi meu amigo, contemporâneo e colega de escola numa grande parte do nosso curso primário no Grupo Escolar Padre Américo. Lembro-me especialmente do ano de 1955 quando nossa professora foi Dona Ninita Alvarenga. Miguelzinho era o xodó dela pois eles eram vizinhos. ---

    Nesse ano, Miguelzinho tinha como colega de carteira o Flávio Ribeiro, sentados a minha frente, e eu com o Titôco atrás. Eles balançavam o corpo para nos irritar e fazer tremer a nossa escrita quando eu e Titoco reclamávamos para Dona Ninita com voz chorosa: “Dona Ninita, o Miguelzinho e o Flávio está balançando a minha carteira” E como Dona Ninita tinha Miguelzinho como seu xodó, não acontecia nada; ela se limitava a dizer: Armando, não é está e sim ESTÃO daí se estendia ao assunto corrigindo o verbo mal aplicado. E aí Miguelzinho e o Flávio tiravam em mim e no Titôco aquela casquinha com aquela olhadinha com o rabo do olho.

    Depois desse tempo, Miguelzinho foi continuar os seus estudos no Colégio dos Irmãos Maristas em Varginha, Flávio foi para o Ginásio de Campo Belo, Candeias não tinha como estudar após o curso primário. --- Eu e Titôco, menos aquinhoados, ficamos em Candeias, ele trabalhava numa serraria e eu no Clube Recreativo Candeense e mais uma série de outros trabalhos. --- Quando atingimos a fase adulta fomos para São Paulo. Era a moda da época. Completar 18 anos e virar paulista.

  Depois já na fase adulta, esse quarteto continuou sendo muito amigo. Miguelzinho e Flávio se tornaram professores, Eu e Titoco fomos bancários. ----

   Hoje fico sozinho para lembrar desse capítulo da minha vida do tempo dessas três boas amiazades. --- Quantas vezes, eu Flávio, Titôco e Miguelzinho recordamos isso... Tínhamos uma coisa em comum: amávamos a nossa querida Candeias. --- Lembro-me de quando eu morei em Governador Valadares, encontrei-me com o Miguelzinho lá prestando serviço para firma da qual ele trabalhava. Esse encontro foi uma festa. --- Miguelzinho era alegre, feliz, bom filho, bom pai, bom avô e bom amigo. Gostava de esprte, tocar violão e cantar. Inteligente e amável bonito e querido pelas moças. Ele era muito parecido com o nosso querido Monsenhor Castro. Se não me engano, eles eram primos por parte de pai e mãe.

   E é assim que quero me lembrar de Você meu caro Miguelzinho. Feliz, alegre, satisfeito, cantando, tocando violão...Sei que você estava sofrendo, mas agora, naturalmente, vai descansar em paz e na GRAÇA DO PAI CELESTIAL. Você jamais morrerá, pois deixou um legado moral bem guardado no coração daqueles que conviveram com você.

   Onde quer que esteja, receba o meu abraço de despedida.

                     Armando Melo de Castro.

 

NOS TREVOS DA ESTRADA DA VIDA.


     Eu estou cansado! Não de viver, mas cansado de ver crise atrás de crise. Quando a gente pensa que o país vai melhorar ele volta a cair num buraco. E o brasileiro continua na mesma. E o pior, voltando ao mesmo buraco. Sempre foi assim. Foram várias as crises que eu já presenciei no nosso país, Algumas chegaram de leve em Candeias, assim como a crise da década de 60. Foi nesse tempo que eu sai de Candeias, rumo a São Paulo. A coisa lá estava feia. Não existia emprego e o país numa severa recessão. E o desemprego falava alto.

    Tive vergonha de voltar. Afinal voltar naquele momento seria dar um atestado de fracasso. Fui parar em Mogi das cruzes, onde arrumei um trabalho numa obra da construção para uma agência do Banco do Estado de São Paulo. Eu tinha me preparado para ser um auxiliar de escritório, pois fui parar na serventia de pedreiro, e ainda dando graças a Deus por ter o direito de dormir num barracão nos fundos da obra, onde ali eu queimava as minhas latas, como se diziam, dos peões de obra.

    Essa crise não chegou à Candeias. Foi com a falta de gás. O fogão a gás ainda não havia chegado em nossa terra. Na falta da lenha usava-se queimar casca de café e serragem de madeira fornecida gratuitamente pelas serrarias. O cotidiano do meu rango era arroz, macarrão, uma carninha de terceira, ou um bife de fígado, um pepino e um tomate. O feijão ficava só na vontade, pois não tinha como cozinha-lo.

    No domingo, era como um dia de festa. Uma garrafa da pinga Tatuzinho e umas batatinhas fritas. Era a recompensa pelo martírio da semana. Passei por essa magrela durante 5 meses, nos 2 últimos meses até que deu uma melhorada. O mestre da obra me colocou como apontador e eu já não precisava subir ao andaime com lata de reboco nas costas. Esse tempo de minha vida foi suficiente para ser imaginado uma conversão para 5 anos.

    Eu não podia sair de dia porque estava trabalhando, e não podia sair à noite porque estaria vigiando os materiais da obra. Imagine, eu com 19 anos, com a coragem de um coelho, vigiando obra durante a noite. Pois é... O aperto faz o sapo pular.

    O mestre da obra morava na cidade de Suzano, ele ia e voltava todos os dias. Quando por ventura ele resolvia ficar uma noite em Mogi das Cruzes, eu tinha que passar a cama para ele e improvisar uma para mim com um monte de sacos de cimento vazios. E foram nuns momentos desses que eu entendi, o ditado: “ São Paulo é o lugar que o filho chora e a mãe não vê”. Mas, pelo menos oferecia uma coisa que dizem ser a ultima que acaba em nós: a esperança de se realizar.

    Apesar de ter sofrido nesse tempo, eu agradeço a Deus por que suponho que esse tempo tenha sido o momento em que eu mais me amadureci para a vida. Foi quando eu conheci a fome e o desejo de comer algo sem poder. Entendo que existem dois tipos de fome a de não ter nada no estômago. E a da vontade de comer algo que quase todo mundo come e você não tem.

    Bem próximo da construção havia uma pastelaria de um chinês, foi quando surgiram esses frangos assados, rodando ali o dia inteiro na porta, sobre os meus olhos. Aí batia aquela saudade da casa dos meus pais. Eu não sabia que iria para tão longe para conhecer a fome, o desejo de comer uma coisa e engasgar com o desejo.

    Numa carta que escrevi ao meu pai, contando como estava a minha vida, ele me enviou naquele tempo 55 mil cruzeiros, quando que o salário era de 66 mil. Dizia ele nessa carta que aquele dinheiro era para eu aliviar das dificuldades. E insistia pedindo-me para voltar para casa. Eu nunca recebi esse dinheiro. Foi extraviado pelo correio, que não se responsabilizou pelo prejuízo. --- Não havia essa facilidade de hoje de enviar dinheiro pelos Bancos. A carta me comunicando do envio do dinheiro eu a recebi quase um mês depois da sua postagem.

    A juventude nos deixa tão marcados que eu consigo ter saudade desse tempo. Saudade dos banhos de água fria que eu tomava na torneira da obra; da falta de dinheiro regrada por um adiantamento de apenas da primeira semana trabalhada. Das pessoas que me olhavam com o rabo do olho, e daqueles pedreiros que traziam uma garrafa de café e me ofereciam uma xícara. Tenho saudade do fogãozinho Jacaré, a querosene com o qual eu queimava as minhas latas. Esse fogãozinho era distribuído por um preço baixo nos postos de gasolina ESSO, pois o posto venderia o querosene.

    Saudade que eu não quero matá-la, porque com ela eu aprendi um capítulo da vida difícil de aprender: A PERSEVEREÇA.

                                         Armando Melo de Castro.

 

O CANDEENSE DO SACO GRANDE

                                                               Foto lapenas para ilustração do texto.

     Entre os meus maiores amigos o que ao conta-los com os dedos das mãos sobraria dedos, o mais importante deles era o meu pai, José Delminda. ---- Somos uma prole de seis irmãos, sendo eu o mais velho, depois de mim vieram três meninas e depois delas que vieram os outros dois homens. Parece que isso favoreceu para o meu agarramento com o meu pai. Minha mãe chegou a apelidar-me de rabo. Isso porque onde o meu pai punha o pé, eu punha o nariz. Sem mencionar o amor natural entre pai e filho, eu posso exaltar, também, a nossa grande amizade e o diálogo que existia entre nós.

     Às vezes eu fico recordando como o meu pai me dava tanto papo, sendo eu ainda uma criança. Com os outros eu me considerava um menino bobo, calado, vergonhoso ou tímido, sei lá, mas com o meu pai o papo era aberto. Dava para a minha mãe dizer:” Cê vai por esse menino perdido Zé”. Minha mãe não entendia a nossa amizade. O tempo me levou a pensar que ela tinha até um pouco de ciúme.

     Lembro-me de ver o meu pai rindo quando eu lhe fazia algumas perguntas. E ele me respondia atentamente nos mínimos detalhes. Me ensinava as coisas consideradas erradas para não as aprender na rua.

Na esquina da Rua Professor Portugal, com a Rua Coronel João Afonso Lamounier, onde hoje se encontra o Bar da família do Vicentinho Vilela, tinha ali a venda do Zé Lara, próximo de nossa casa, ali era o ponto predileto do meu pai tomar o seu aperitivo e bater papos com os amigos. E eu ali junto escutando as prosas, mas não falava sequer: “Essa boca é minha”. Depois dali era hora do questionamento. Meu pai tomava uma ,, pedia ao Zé Lara um outro copo, colocava um pouquinho no copo e passava para mim com a seguinte recomendação: “ Olha aqui meu filho, ou estou ensinando a você a beber certo, para não aprender na rua. Às vezes ele tomava um copo de vinho, e a minha pequena dose era servida sempre com o mesmo ritual.

       Um dia eu perguntei para ele após sair da missa:

    Pai, o que é que o padre bebe naquele copo bonito, com uma boca tão boa, dá até vontade na gente beber um golinho. Meu pai riu e disse: Aquilo é um vinho bento. Aí então, eu queria saber qual era o gosto do vinho bento, se não era igual aquele que a gente bebia la na venda do Zé Lara. E queria que ele comprasse do vinho da igreja para ficar bento.

     Quando o Zezé meu irmão nasceu eu queria saber como chegava um neném na casa da gente e quem o trazia e como era.--- Dessa vez ele me enrolou e disse que era a Cegonha, uma ave muito grande. Eu quis saber detalhes desse transporte e meu pai prometia a me explicar quando eu tivesse maior. E cumpriu a promessa.

     Uma galinha de pinto, apareceu depois de ter chocado os ovos, e eu então queria saber como que um ovo virava pinto. E o que o galo fazia para ser o pai. Meu pai então explicou detalhadamente, quando eu contestei, se os neném que vinha para as mulheres vinham era filho da cegonha ou se a mãe do nenê botava um ovo grande. Eu deixava o meu pai muitas das vezes numa sinuca de bico.

     Certo dia quando íamos passando próximo do Correio, que ficava ao lado da Casa da Elda Riani, eu vi aquele home com aquele baita saco nas costas e fiquei admirado com o tamanho do saco. Perguntei ao meu pai o que aquele homem carregava naquele saco tão grande, e meu pai então me explicou que ele era empregado dos correios, que levava as cartas para o trem na estação e buscava para o correio. O nome dele era Joaquim Estafeta. --- Passado algum tempo, quando nós saímos do Candeense Hotel, o Joaquim Estafeta vinha saindo da Rua Coronel Marques, carregando o seu baita saco e eu mais do que depressa disse: Pai, oi lá o homem do saco grande. E o saco dele hoje tá bem cheio.

     Meu pai ria e eu nunca sabia onde estava a graça.

                                                     Armando Melo de Castro.


 

 

segunda-feira, 17 de julho de 2023

MEUS CONDISCÍPULOS CANDEENSES.

                                                       Professora Maria do Carmo Bonaccorsi.

   Hoje, 16 de julho passou-me pela cabeça essa data. E fiquei pensando: É o aniversário de alguém que representou algo em minha vida. Apertei o meu cérebro e ele me contou: 16 de julho seria o aniversário de sua professora quando você tirou o diploma primário. Maria do Carmo Bonaccorsi. Ela que era de 1927, estaria então, completando agora 97 anos de vida. Foi a minha última professora quando cursei o quarto ano primário. Lembro-me que os alunos dessa turma em sua maioria eram todos repetentes. A escola ainda estava se organizando, faltava professoras, e o que mais prejudicava era a desigualdade de idade dos alunos. Tinha aluno de 7 anos junto com alunos de 14. Alunos que teriam estudado em escola rural.

   Essas correções demoravam muito tempo. E daí no fim do ano o aluno não tinha nenhuma chance de se recuperar. Se não passasse na prova escrita final e oral, era a chamada bomba. Tinha que repedir o ano. Não existiam boletins e o aluno poderia ter saído bem nas sabatinas durante o ano, isso não era considerado. E mais: As provas finais eram corrigidas na cidade de Formiga, o aluno ficava desesperado aguardando esse resultado que nunca era rápido.

   Eu tive que repetir dois anos. Um porque tive problemas de saúde com as chamadas doenças de tempo, sarampo, catapora, coqueluche etc. Nesse tempo as vacinas ainda não tinham chegado. E o outro por causa de uma professora que só dois alunos de sua turma passaram de ano. --- Tinha aluno que chegou a repetir 3 anos, quando que o curso era de 4 anos. Dona Maria do Carmo Bonaccorsi desencalhou todo mundo que vinha repetindo, mas a disciplina com ela não era fácil. Se falasse uma palavra errada, tinha que copiar dezenas de vezes como castigo no para-casa. Maria do Carmo Bonaccorsi, não brincava em serviço. Ela tinha um olhar que dizia uma porção de coisa para o aluno. E se ela tivesse que falar com a boca não era mansa não.

   Abaixo, a nossa turma que completou o curso primário numa grande festa no dia 8 de dezembro do ano de 1958, No Cine Circulo Operário são José, com discurso do Monsenhor Castro, da nossa Diretora então, Dona Maria do Carmo Alvarenga. pela nossa professora Maria do Carmo Bonaccorsi e o Inspetor Miguel Tortura Albanez e um deputado visitante que deu de presente a cada aluno uma caneta. O nosso certificado foi assinado Pela professora, diretora e Inspetor.

   Antônia Aparecida Vilela, filha do Sr. Geraldo Vilela, mora em São Paulo --- Antônio ítalo Freire, o nosso querido caveirinha, ele era tão magrinho que acabou ganhando esse apelido. Agora como ficou gordinho é o Cacá do gás. Armando Melo de Castro, esse sou eu. Nesse tempo 1958 eu já estava mais ativo. Isso porque antes eu era um tatu de galocha. --- Clarice Alvarenga, filha do tão querido candeense Zé Chorão, chorão não porque chorava, mas não podia ver o seu time perder. Clarice hoje mora nos Estados unidos onde se casou e constituiu família. Hélio Melo da Silva, Jadir Melo da Silva, são irmãos e filhos do Dé Cassiano, hoje residem em Formiga. Jesus Alves de Resende, filho de Dona Leopoldina. Nós o apelidamos de sabão preto. João Faria, José Gonçalves, Márcio Miguel Teixeira, filho do Altamiro Teixeira, tão logo saiu do grupo acompanhou a família que se mudou para o Rio de Janeiro. Márcio nós o apelidamos e alemão, por ter os cabelos louros. Marlene Aparecida Martins, Marli dos Reis Alves,Marli cujo nome parece ser nome de mulher, era homem, filho do barbeiro João Peruca. Ainda muito jovem mudou-se para Belo Horizonte. Neli Manda Ramos Melo, Neri Ferreira Barbosa, Neri filho do Sr. Sebastião Ferreira, Mora hoje em Carmo do Cajuru Mg, é irmão da esposa do Lávico e tio da professora Jaqueline Almeida. Odete Lopes da Trindade, Esposa do Zequinha da Donate. Raimundo Ferreira de Oliveira, O Juquitinha, filho do Juquita de Assis. Primo do Renê, Renê Ferreira de Oliveira, Filho do Chico de Assis, e de dona Eponina Viglioni. Renê é sobrinho do nosso querido conterrâneo e amigo Willian Viglioni. Sebastiana dos Santos, Sebastião Alves de Resende, esse era o sacristão, tinha o apelido na escola de tatu, filho de Dona Leopoldina e irmão do Jesus, também participante dessa formatura. Silvio José Rodrigues, filho do Sr. Zé Rodrigues. Silvio Lopes da Silva, Silvio do Juca do Nico. Terezinha Luiza Alves, Irmã da Maria do Cristóvão Teixeira, prima da Telma. Terezinha Mori, filha do Sr. Cristóvão Alvarenga, esposa do nosso amigo Zé Orlando Vilela. Zélia Alves Alvarenga, Irmã da Terezinha irmã, também da Maria do Cristóvão. e Zilene Vilela Alvarenga. Zilene filha do Tito do Nute e sobrinha do Vicente Vilela.

   Os colegas José Faria, José Gonçalves, Marlene Aparecida Martins, Neli Manda Ramos Melo e Sebastiana dos Santos, eu nunca mais tive nenhum tipo de contato. Portanto, se algum amigo tiver noticias do paradeiro desses colegas eu ficaria muito agradecido de ter essa informação.

Colegas falecidos dessa turma foram:

   Márcio Miguel Teixeira, Marli dos Reis Alves, Renê Ferreira de Oliveira, Sebastião Alves de Resende, Silvio José Rodrigues, Silvio Lopes da Silva, Terezinha Mori e Zélia Alves Alvarenga.

   As lembranças da infância são tão agradáveis. Todos esses que faleceram eu tive com eles uma boa relação de amizade, portanto, eles não morreram porque encontram-se presentes nas nossas lembranças.

--- Onde quer que estejam, recebam o meu abraço meus queridos amigos.

Armando Melo de Castro.

 

 

 


sexta-feira, 14 de julho de 2023

PEDRO GIANASI


 

   Esta é uma das casas de comercio mais antigas de Candeias. Ela não tem placa portanto é bem conhecida pelo nome do seu fundador, Pedro Gianasi.

 O Sr. Pedro Gianasi era uma pessoa muito simpática e boa de prosa. Lembro-me que o meu pai gostava muito de conversar com ele. Era de procedência Italiana e veio juntar-se a nós para  participar da nossa história.

 No tempo do Sr. Pedro, boa parte da família trabalhava com ele no balcão da loja. Lembro-me, das suas filhas, Dalva e Margarida, o Nélio e o Raul, trabalhando junto com o pai.

 Posteriormente a Loja veio a ser administrada pelo filho Raul, e hoje pelos filhos do Raul. O que quer dizer tratar-se de uma empresa que tem a tradição de pai para filho.

 Por ser uma casa de comercio que contém os mais variados produtos  o que atende a freguesia da cidade e da zona rural, dificilmente a gente vê a ausência de um freguês no seu interior.

 Registramos aqui o nosso respeito e um voto de louvor a Família Gianasi que escreve com dignidade um capítulo da nossa história.

 

Armando Melo de Castro.

terça-feira, 11 de julho de 2023

PROFESSORA CARMELITA ALBANEZ -- 100 ANOS --


 É natural encontrarmos em nossas vidas, alguém que possa  nos deixar lembranças inesquecíveis. E os motivos são sempre os mesmos, ou seja, por termos encontrado pessoas que nos  dedicaram algo que completou o sentimento de nossos corações. Algo que foi colocado numa das gavetas mais seguras de nossas memórias para ser lembrado por toda a vida. Uma pessoa comumente guardada em nossas lembranças é a professora primária.

 Uma professora dedicada e amada, consegue deixar lembranças eternas nos corações de seus alunos. Ela consegue, com a sua dedicação brilhante, deixar a  sala de aula guardada no âmago de seus alunos pelo resto da vida.

  O ensino primário é o princípio; é o ponto inicial da educação básica. É ali o ponto da partida. É aí que a professora primária toma o aluno pelas sua mão e começa caminhar com ele ensinando-lhe o caminho da educação onde ele irá chegar  ao estágio superior para formar a sua qualidade de vida. É nesse tempo que o aluno ainda no verdor dos anos, passa a entender  o que representa a escola,

  Apesar de nosso respeito a quaisquer que sejam os demais níveis dos professores, não podemos alhearmos das virtudes e do conceito de uma professora ou professor primário. Isso porque desses mestres dependerá muito o sucesso do estudante até a sua formação completa. Pois ele passará a entender que não se chegará à presidência da República; ao diretor de uma faculdade; ao defensor público sem ter passado pelas mãos de um professor primário. Isso porque no curso primário aprendemos algo mais que ciência da cultura. Aprendemos a amar, a respeitar, a ser disciplinados e a diferença entre ser criança e ser adulto.

 Hoje nós vamos homenagear uma professora primária, muito querida, muito amada por seus alunos. Uma candeense que dedicou a sua vida ao magistério quando foi professora e diretora do então Grupo Escolar Padre Américo, hoje Escola Estadual Padre Américo:

 CARMELITA ALBANÊZ.

 Carmelita nasceu no dia 08 de julho de 1923, em Candeias, filha de Miguel Albanez e de Carmelia Tortura, tendo então completado agora os seus 100 anos de vida. Muito conhecida na cidade por Dona Carmelita e pelos familiares chamada de Tia Lita e Dama de ferro. É a sétima filha de uma prole de dez irmãos.

 Formou-se no magistério no  regime interno no colégio São José na vizinha cidade de Campo Belo. E mesmo depois de se aposentar como Diretora da Escola Estadual Padre Américo, ainda continuou dando aulas particulares de reforço para alunos que tinham alguma dificuldade na sala  de aula. Além de aulas, ensinava também crochê, bordado  e tricô. Teve com isso diversas alunas, principalmente para as noivas que preparavam os seus enxovais.

 Dona Carmelita foi sempre uma mulher dinâmica, alegre e acolhedora. Sempre muito amável o que representa uma grande alegria para os candeenses ligados a ela e pelos familiares que a tem como a única viva dos irmãos. --- Ela não se casou apesar de ter tido diversos pretendentes. Preferiu se dedicar inteiramente ao magistério.

 Eu fui aluno de Dona Carmelita durante 20 dias no mês de fevereiro de 1953.Ela foi a minha primeira professora num período muito curto porque A Escola Padre Américo ainda estava nos seus primeiros anos, e nesse tempo os pais davam aulas em casa para os filhos. E eu quando cheguei a escola já conhecia o alfabeto e esses alunos eram remanejados para um grupo que já tinha algum conhecimento. ---- Dona Carmelita era a professora para os alunos que não conheciam absolutamente nada, dada a sua habilidade para lidar com as crianças.

 Alguns anos depois, quando tínhamos o Grêmio Teatral Monsenhor Castro, participamos juntos do ensaio de uma peça de teatro, que infelizmente não chegou a ser apresentada. Dona Carmelita, tinha também um grande talento teatral.

 Viver mais de 100 anos ainda é um mistério para a Ciência. Isso significa que se trata de um privilégio de Deus para aqueles que conseguem isso. Dona Carmelita conseguiu. Que a história de sua vida possa ser recordada e repassada para todos os candeenses, pois trata-se de um exemplo para aqueles que se dizem cansados de viver e perdem a esperança.

 Eu quero nesta oportunidade abraçar esta amiga candeense tão importante e digna de viver além dos 100 anos o que não é comum, pois trata-se de uma graça do Pai Celestial.

 Que Deus abençoe.

 Armando Melo de Castro.

 

domingo, 2 de julho de 2023

MEU BRASIL AMADO, POR QUE O TRATAM ASSIM?


    Meu querido Brasil, há muito tempo não o vejo como outrora. O Ipiranga que era um rio já não tem mais as suas margens plácidas e de rio já se transformou num rego. A liberdade em raios fúlgidos já não brilha tanto no céu da nossa pátria. O que conseguimos com o braço forte, parece que está saindo pelo ralo, e isso é um desafio a nossa morte.

     A nossa Pátria já não é tão amada e pede socorro... Salve-nos!

   O Brasil de um sonho intenso, de um raio vívido, de amor e de esperança, parece que já não desce à terra e até a imagem do Cruzeiro já não resplandece. O Brasil continua sim, sendo um gigante da natureza, continua belo e forte, mas o futuro já não espelha essa grandeza. Já não é mais uma terra adorada por todos os brasileiros, entre outras mil.

    O Brasil já não se encontra deitado em berço esplêndido, a política e a justiça vem tirando dele o brilho impedindo-o de fulgurar e ser o florão da América. Seus lindos campos ainda têm mais flores, nossos bosques tem mais vida, mas nossas vidas não tem no seu seio mais tanto amor..

    Está difícil para o Brasil de amor ser um símbolo eterno. Isso porque o lábaro que ostenta estrelado, o verde e amarelo dessa flâmula querida, vem sendo trocada pelo escarlate cor do sangue o que já não inspira paz no futuro, apenas as glórias do passado.

   Em forma de martelo surge uma clava forte da justiça. E podemos assistir muitos filhos fugindo à luta e temendo a morte de seus bolsos, ganância de poder, maldade, rancor e vingança.

Armando Melo de Castro