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segunda-feira, 27 de novembro de 2017

GENTE GROSSA É A MESMA COISA!



Na década de 50, no meu tempo de escola, havia em Candeias um senhor que se chamava José Souto. Era um senhor de estatura média, contava mais ou menos uns sessenta e tantos anos, cabeça coberta por um chapéu de lebre, já de bom uso, e era visto sempre empanado num terno de brim descorado; nariz fino, e um longo bigode ocultando a boca. Falava alto. E um papo com ele dava para notar que era bastante teimoso. Tinha por profissão o artesanato e era especializado na fabricação de tachos de cobre. O tacho dele era bem feito e martelado, feito com cobre de boa qualidade.
Ele morava onde hoje está localizada a loja das “Confecções Santos”, bem no princípio da Rua Joaquim Carrilho nas proximidades da Igreja Matriz. Algumas pessoas que moravam por ali, próximo da Matriz, naquele tempo, gostavam de dizer que moravam atrás da igreja, dando a impressão de que eram privilegiadas de Deus, por serem vizinhos. À bem da verdade, pecadores é o que não faltam entre aqueles que pensavam que eram os preferidos pelo Pai Celestial.
Sua casa era um chalé de portas e janelas verde cana; afastado do alinhamento da rua. Num dos portais das janelas da frente, havia um prego onde ficava constantemente dependurado um pequeno tacho de cobre, para que os passantes vissem que por ali se vendia tachos. Aliás, eu nunca mais vi falar que alguém em Candeias fabricasse tachos de cobre.
Zé Souto não gerou filhos. Mas criou uma moça que também não se casou. Não lhe seria muito fácil arrumar um candidato, porque não estava acostumada a enfrentar o batente. Aquela figura corpulenta e com um corpo modulado em banha; barriga crescida e seios enormes, rosto isento de afeição; cabelo ruim com corte tipo masculino. Coitada, era a figura da mulher que não conseguiria com facilidade despertar a nenhum homem algum tipo de desejo. E para completar, ficava horas à janela de sua casa falando da vida dos outros, e não falava baixo.
A esposa de Zé Souto era magra e alta. E ela mais a sua cria eram como unha e carne. À frente da casa tinha duas janelas, sendo a porta de entrada ficava ao lado. As janelas estavam sempre ocupadas pelas duas, que mais pareciam duas comentaristas de futebol.
Enquanto isso Zé Souto estava lá pelos fundos da casa martelando os seus tachos. Quem passasse por ali naturalmente ouvia o batido do seu martelo sobre o cobre.
Esse trio não perdia nenhuma solenidade na Igreja. Em qualquer solenidade lá estavam eles. Eu nunca os vi noutro lugar a não ser à porta de casa ou na igreja.
Na missa das seis, aos domingos a presença do trio era sagrada. Logo que terminava a missa vinham eles: Zé Souto atrás e as duas mulheres na frente. A filha fazendo o relatório do que viu na igreja, a Mãe prestando a maior atenção; e o Zé atrás observando e parecendo um segurança das duas.
Certa vez esteve morando em Candeias uma jovem vinda dos Baiões e que se tornou conhecida como Maria dos Baiões. Uma jovem bonita, bastante atrativa e recém separada do marido. Assim que chegou a Candeias foi prestar serviços na Boate “Mil Beijos” . Para quem não sabe, esse era o nome que Pedro Pitanga deu ao seu cabaré. A chegada dessa mulher ali causou um reboliço danado. Isso porque as profissionais da mais antiga profissão do mundo, eram também muito antigas e sem cartaz. Nasce ali uma flor incomparável com as demais, deu-se início ao ciúme das companheiras. Moça nova, separada do marido com quem vivera pouco tempo estaria até açucarada como diziam os afoitos do sexo. Após um pouco tempo prestando os seus bons serviços ao Pedro Pitanga, ela resolveu abrir a sua própria academia onde poderia abrir as pernas com maior tranquilidade sem ter que engordar o bolso do empresário gigolô. ---- Franga nova e bem temperada com pó de arroz e perfume Madeira do Oriente, Maria se tornou numa iguaria rara, num pastel sem igual e num prato tão saboroso que a rapaziada e até os velhos queriam provar o sabor do seu pastel. O nome de Maria dos Baiões rolava nos quatro cantos da cidade e o cachê era alto.
Mas Maria apesar daquela aparente felicidade no meio da “homaiada” que a via como um pastel, não era bem o que queria. Nesses encontros vistos como pecaminosos, acabou-se apaixonando por um jovem que lhe prometeu futuro. E ela deixou aquela vida e resolveu bater nas portas da casa de Deus. ---- Começou a frequentar as missas e num certo dia resolveu experimentar a hóstia consagrada. ----
De volta da igreja para casa, o famoso trio Zé Souto, sua esposa e a filha, quando viravam a esquina próxima a sua casa, a filha de Zé Souto na sua peculiar arrogância, expressando-se em bom som e sem olhar para traz, disse à sua mãe; a quem era tratada de madrinha: “A sinhora viu madrinha, aquela descarada da Maria dos Baiões cumungano? Eu não sabia que puta pudia cumungá não -- isso num é proibido”!?
Maria que estava a uns cinco passos atrás ouviu o comentário a seu respeito, adiantou o passo e parou bem na frente dos três e disse: -------“Cala essa boca cachorra! Cê tem é inveja de mim purque ninguem te come. Eu é purque comunguei sinão eu ia era te manda pá puta que te pariu”!!! Zé Souto tentou entrar na conversa, mas Maria quase enfiando o dedo em sua boca disse: Cale essa boca, véio brocha, o que provocou o trio abrir os passos e entrar dentro de casa às pressas.
Foi só isso porque ela teria comungado. Agora, imaginemos se ela não tivesse recebido a hóstia sagrada hem !? ---
É isso aí meus amigos, gente grossa é a mesma coisa!
Armando Melo de Castro.

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

AH! SE OS PORCOS VOTASSEM!


Sabem por que acontece essa vergonha na politica brasileira? Tanto roubo, tanta corrupção, tanta falcatrua? É fácil saber. Acontece que o cidadão brasileiro, os mais pobres e mais humildes, os mais roubados; os desempregados, os carentes de tudo? Aqueles que têm o maior número de votos? Esses cidadãos, a bem da verdade, são a causa involuntária dessa imundície politica que vive a nação brasileira.

Eles foram convencionados desde o império, a ter medo dos políticos; medo dos juízes, dos delegados, das polícias militares, dos promotores, dos padres e dos ricos. Essas autoridades precisam ser respeitadas, mas temidas jamais.

A maioria dos cidadãos não sabe e não conhece os seus direitos constitucionais; não tem conhecimento do amparo previsto através do Artigo 5º da Constituição Federal que dá ao cidadão brasileiro garantias e direitos fundamentais e entre eles o mais importante que é o principio da igualdade. ---

A liberdade de expressão é o direito de qualquer um de se manifestar, livremente, opiniões, ideias e pensamentos --- Isso não é coisa inventada por essa classe podre de políticos brasileiros, trata-se de um direito humano, protegido pela Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948 e consequentemente levado às constituições da maioria dos países democráticos.

Verdadeiramente os políticos brasileiros detestam essa liberdade do cidadão, e não é raro vê-los combater esse direito constitucional e se pudessem já o teriam arrancado da constituição. O que não podemos é confundir liberdade de expressão com calúnia, injúria ou difamação.

O cidadão precisa saber ainda dos seus direitos ao acesso à informação previsto, também, no Art. 5º da Constituição Federal. --- Todo cidadão tem direito de receber informação dos órgãos públicos de seu interesse particular ou de interesse coletivo. Qualquer cidadão pode ir numa repartição pública e exigir a informação que precisar sobre atos de governantes, seja quem seja, Presidente da República, governadores, deputados, prefeitos e vereadores. A informação nas repartições públicas é uma obrigação legal.

---- E tem muito mais coisas que o cidadão precisava tomar conhecimento para que essa lambança que envolve o Brasil pudesse melhorar. Mas o medo, infelizmente domina o povo brasileiro e com isso os políticos fazem o que bem querem. Se o povo só sabe reclamar, mas não sabe exigir, a coisa ficará sempre no mesmo lugar. --- Não duvido nada de que nas próximas eleições  o Lula ainda venha mostrar prestígio político. Não duvido, ainda, de que a minha pobre terra Candeias, também continuará jogada às traças. ------ Lula me faz lembrar a famosa frase de Orson Scott Card: "Se os porcos pudessem votar o homem com o balde de comida seria eleito sempre, não importa quantos porcos ele já tenha abatido no recinto ao lado".

Um amigo meu, de Candeias, me disse que não sabe como eu tenho coragem de escrever certas coisas aqui na internet e eu lhe respondi: --- A filosofia diz que o medo e a coragem andam juntos e quando deixamos de alimentar a coragem para alimentarmos o medo, acabamos debaixo da ponte, contudo; alimentando a coragem podemos construir muros e pontes. -----. 

A maioria dos políticos de Candeias, que os considero do baixo clero, incompetentes, e cegos de conhecimento e que se meteram  a ser políticos sem saber onde estavam os seus narizes, tentaram me processar pelas criticas que eu fizera sobre eles. Foi pena que só  tentaram; até torci para que fossem avante, mas foram desencorajados. --- 

Sobre os políticos de Candeias, prefiro nem falar mais nada, eles me venceram pelo cansaço,  afinal, reconheço que o povo de minha terra têm os políticos que merece. 
Depois da eleição de 2016; após tantos. avisos, o eleitorado repete o voto em incompetentes; numa oligarquia já sacramentada pelos erros e pela incompetência? Não! Não dá para falar mais nada. Deu para ver que o eleitorado de Candeias, em sua maioria, não está nem um pingo preocupado com Candeias. Tudo tem limite inclusive à ignorância!... Infelizmente a maioria do povo candense, está pago para não reclamar. E viva o Estado de Direito Democrático, onde somos todos iguais à medida em que nos desigualamos.

Armando Melo de Castro.


Candeias MG Casos e Acasos.

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

CONSCIÊNCIA, NEGRA OU BRANCA?


Comemora-se hoje, 20 de novembro, esse famigerado dia da Consciência Negra, que a meu ver não tem consciência nenhuma, nem dos brancos e nem dos negros. Fala-se de um Zumbi e mostram uma foto arrumada. Afinal quantos Zumbis existiram? ----Concordo que se faz necessário um debate sobre o tema, mas não da forma com que vem sendo feito.

O Brasil foi o ultimo país da América a abolir a escravatura; mas não podemos nos esquecer de que nem todo negro foi escravo na essência da palavra. Havia muitos negros que eram considerados verdadeiramente da família dos seus senhores; as mães de leite; as benzedeiras e os curandeiros. Existiam aqueles dos quais os senhores não abriam mão, pois eram como verdadeiros filhos; como apenas um exemplo, foi o caso de Cruz e Souza, um orgulho para o Estado de Santa Catarina, um Estado cuja maioria é branca.

E assim vai, até chegar aos rebeldes existentes em quaisquer segmentos da sociedade. Eu não quero com isso dar a entender que sou a favor do regime escravo, jamais, mas a abolição da escravatura foi um movimento desorganizado que já de pronto deixou o negro desprotegido e até hoje se encontra desorganizado. É patente que tudo que começa mal, torna-se mais difícil.

Naquele tempo não havia tantos negros mortos; não havia tantos negros presos e processados; não havia tantos negros doentes morrendo a míngua e passando fome como existem hoje. Faltava-lhes a liberdade que suponho que não lhes foi dada com a abolição.

A situação do negro hoje em determinados casos está pior do que naquele tempo. Essa abolição nunca existiu como deveria ter existido. Aboliram os escravos e os deixaram desamparados. Festejaram a liberdade e como não tinham para onde ir, muitos voltaram aos seus senhores, agora sim, sem nenhum amparo e tidos como estranhos. E muitos escravos que amavam os seus senhores nunca levaram em consideração essa abolição que nunca, verdadeiramente, existiu.

O negro continua escravo e sem amparo governamental. Um país sem segurança, sem escolas, sem educação pagando um salário de R$930,00, evidentemente ainda não aboliu a escravidão. Os políticos fazem demagogia usando a inferioridade social para explorar os seus votos. E os mulatos filhos de negros e brancos, estão sempre em cima do muro e caindo para o lado que lhes convém quando não são igualmente prejudicados junto aos brancos e negros. Os mais esclarecidos se dizem negros como se negros legítimos fossem na hora de buscar benefícios como o caso das cotas da universidade. 

A escravidão no Brasil continua, e hoje entre brancos e negros. E os políticos brancos e pardos, continuam explorando os negros até hoje sem liderança.  ----- Para mim o Brasil não tem racismo, tem sim, preconceito entre ricos e pobres. – Aqui alunos negros e brancos estudam juntos na mesma escola; frequentam a mesma sociedade – basta ver outros países onde existe um separatismo diferenciado.

 Aqui em Juiz de Fora, por exemplo, a gente não anda 100 metros sem ver um casal de negros e brancos. Essa mistura étnica brasileira que encanta os padres holandeses está presente em todos os cantos. -----

Os negros e brancos precisam de uma consciência, mas não negra e sim humanitária, religiosa e de uma política honesta. O dia que os políticos bandidos deixarem de usar os negros para se elegerem a vida do negro vai melhorar. Falta aos negros se organizarem, como sabem organizar o carnaval e o futebol. Falta ao negro impor respeito não como favorecido de um governo branco, mas sim através uma liderança negra como a de Nelson Mandela.

O negro precisa ser visto como brasileiro; precisa parar de acreditar nas mentiras dos políticos populistas; precisam lembrar que são brasileiros que nasceram aqui, que vivem aqui e aqui é a sua pátria. Esquecer essa história de “AFRO” isso só vai separar ainda mais o negro do branco, aliás, uma coisa que o Partido dos Trabalhadores sabe fazer muito bem apoiando esses movimentos, esses debates mal organizados, politiqueiros e demagogos.

Portanto, eu acho uma falta de propósito essa história de Zumbi, e esse feriado mal organizado. 
Afinal, entre tantos desencontros, eu pergunto: Por que o dia 13 de maio, feriado instituído pela Velha República deixou de ser feriado? Naturalmente os falsos ídolos negros não o quiseram devido a Princesa Isabel ser branca. E desde então criaram essa história de Zumbi que serve apenas para fermentar o desencontro ideológico entre as partes, sem que seja reconhecido o valor do negro. ----- O feriado de 13 de maio não poderia nunca ter sido abolido e se o foi o motivo esta na cara que se tratou apenas de uma exploração política. 

O 13 de maio seria a data própria para discutir essa questão do racismo; para conscientizar as crianças e jovens e não a criação de um feriado totalmente desorganizado, para fermentar um racismo alimentado pela politica porca e bandida. 

Eu tenho muitos amigos negros; amigos da minha mais querida intimidade e das diversas camadas sociais. Nunca observei um gesto de racismo entre mim e eles. Muito pelo contrário, vários deles estão entre os meus melhores amigos conquistados durante a minha trajetória como gerente de Banco quando morei em mais de dez cidades. Pude ver nesse ínterim que o racismo divulgado, principalmente pelas lideranças negras não é tão real; não se trata de um reconhecimento e sim de um oportunismo político entre brancos e mulatos. Falta aos negros apenas respeito politico que poderá ser conseguido apenas quando os negros se organizarem politicamente.

O racismo já observado por mim, inclusive quando fui chamado de branco dentro de um clube de maioria negra, foi de um segmento vitimado por essas informações erradas que faltam aos negros de hoje. LEIA: https://candeiasmg.blogspot.com.br/2012/05/lira-dos-meus-dezoito-anos.html 

Portanto, a consciência negra, a meu ver, não vai chegar a lugar nenhum colocando negros e brancos em conflito.

O meu desejo e a minha consciência é de que “Nego” e “Nega” possam continuar a ser um adjetivo carinhoso e qualificativo de marido e mulher, assim como somos eu e a minha cara-metade.

Candeias MG Casos e Acasos
Armando Melo de Castro.