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sexta-feira, 29 de setembro de 2023

OS ADOLESCENTES.

                                                                 fOTO PARA ILUSTRAR O TEXTO.

 O amor de adolescente é uma verdadeira loucura.  Ele entra e sai sem pedir permissão. Ele vem e vai sem dizer adeus. Ele chega ilude, mente e some. O amor de adolescente nasce cedo e morre à tarde. A cabeça de um adolescente não pensa, ela é pensamento. O adolescente sofre porque guarda o que não quer guardar, e solta o que não deveria soltar.

 Eu digo tudo isso porque fui adolescente. E ser adolescente no meu tempo sofria dobrado, era muito mais difícil do que nos dias atuais. As mulheres então, coitadas, sofriam mais que os homens. É lamentável que ainda hoje isso acontece, apesar do desenvolvimento em que vivemos nos dias atuais. Eu felizmente tive um pai que foi do bom diálogo aberto comigo, me orientava em todos os sentidos, e mesmo assim eu tinha cá comigo os desencontros com a realidade, pois eu tinha pensamentos que só a mim pertencia.

 Infelizmente existem pais que sequer dão o mínimo de orientação para um filho adolescente, isso porque retratam a cultura em que viveram e com isso cria-se um silêncio prejudicial entre pais e filhos. Os pais não entram no processo do despertar da sexualidade do adolescente, quando essa fase da idade é a travessia mais difícil na vida dos jovens. E é nesse momento que o adolescente, na sua busca constante, pode se encontrar com o mundo das drogas e caminhos perniciosos.

 O adolescente é naturalmente carente. E nem sempre os pais entendem isso. Eu fui adolescente há 60 anos. O mundo era muito diferente. Não existia a liberdade que crianças e adolescentes têm hoje. Uma filha, se engravidasse com o namorado, era expulsa de casa; o filho rebelde era expulso também.  A vara de marmelo era uma forma de correção no caso de um filho que contrariasse o pai, ou cometesse uma falta infante na escola.

 Eu fazia parte da confraria dos adolescentes   tímidos;  silenciosos e pensativos. Isso poderia resumir em uma palavra tudo: “Eu era um menino bobo, um bobão” apesar dos adjetivos que pudessem me desqualificar, suponho eu que o lobo frontal do meu cérebro era bom. Afinal eu sabia me imaginar no lugar de Tony Curtis com a Janet Leigh e ou o Richard Burton com a Elizabete Taylor. --- Eles eram ricos, bonitos, famosos e eu era pobre e bobo, mas eu saberia acariciar uma mulher tal qual eles faziam nos seus filmes. Os meus olhos viam tudo, eu não perdia nada quando uma moça bonita passava perto de mim. Eu não estava nem aí para a natureza. Queria eu lá saber da beleza das flores? Do Azul do Céu: do brilho do sol? Ora, ora, eu queria mesmo é ver o gingado daquelas nádegas obedecendo a cadencia das pernas grossas e torneadas. Dois seios pedindo um beijo ou uma mão... E aquele olhar que não foi para mim, porque eu fui apenas visto, mas na cabeça de adolescente o pensamento voa.

 Eu, e outros adolescentes do meu tempo, amávamos todas as mocinhas. A gente se apaixonava, por uma menina e ela nunca ficava sabendo.

 Eu me lembro de uma passagem  de minha adolescência que na época me deixou muito triste e que hoje eu não consigo lembrar sem soltar um sorriso. ---

Eu fui trabalhar na cidade de São Sebastião do Paraíso, no bar do Wanderley de Carvalho, o Lelei, irmão do Carmelio. Isso foi no ano de 1962 quando eu contava 16 anos. E foi lá que eu consegui encarar pela primeira vez uma menina. Até então tinha me faltado coragem em Candeias. E lá como eu estava longe eu arrisquei com uma desconhecida que tinha o Nome de Maria de Lourdes. Três encontros. Eu não falava quase nada; contava da sua vida e eu ouvindo. Parecia que aqueles assuntos não me interessavam. Eu queria era uma oportunidade de experimentar um beijo, apalpar os seus seios... Coisa de adolescente. Quando ela me disse: Sabe o que a minha colega Ana Zélia me falou sobre você?

--- De mim? O que ela disse? (Fiquei atento)

--- Ela disse que viu você lá no bar e que você tem até uma cara bonitinha, mas esses bracinhos seus são muito finos e ela nunca gostou de homens de braços finos.

 O namoro que contava três encontros encerrou ali naquele momento. E esta foi a última frase que eu  ouvi dela: ““Homens de braços finos”.  

 Armando Melo de Castro.

 

domingo, 24 de setembro de 2023

ISSO SEM FALAR DAQUELES QUE MORREM DE FOME.

                                                                     Foto apenas para ilustrar o texto.

Está correndo aí na internet a notícia do 2º transplante de coração, feito pelos cientistas americanos, num homem, com um coração de porco. O primeiro foi feito em janeiro de 2022, essa mesma equipe médica realizou o primeiro transplante do mundo de um coração de porco geneticamente modificado para um ser humano. O paciente que se chamava David Bennnetti conseguiu viver por dois meses com o coração do porco.

 Engraçado! Enquanto a ciência fica por aí, inventando moda, para postergar a morte de uma pessoa por um curto prazo, regado a remédio e sofrimentos, deveria se preocupar em descobrir uma forma de curar doenças incuráveis, como exemplo, Alzheimer, taquicardia, insuficiência renal, esquizofrenia, diabetes, epilepsia, Mal de Parkinson e muitas outras mais, numa forma de aliviar o sofrimento dessas pessoas. Está mais do que patente que muitas dessas doenças incuráveis têm cura, mas não se vê falar que serão curadas.

 Transplante do coração não se trata de estar salvando uma vida. Nada mais é do que protelar o sofrimento da pessoa, que viverá o resto dos seus dias banhados em medicamentos caros, e sem a esperança de vida longa. Se uma pessoa sem problemas de coração não tem a certeza de vida longa, o que uma pessoa com um coração de porco poderá esperar? Isso é uma verdadeira palhaçada, quando deveriam se preocupar mais com a alimentação do povo, e as doenças que não matam apenas judiam.

 De outra forma, os laboratórios farmacêuticos são verdadeiros traficantes de drogas e naturalmente devem estar aplaudindo ou até financiando  essa aberração científica, pois já ousam dizer que a ciência médica entra numa nova fase.

 Se você discorda comigo, desculpe-me, mas isso me transporta para a ideia de que a morte é um presente de Deus. ----  Feliz é quem amanhece pensando que vai viver mais 50 anos, e anoitece debaixo da terra.

 Armando Melo de Castro.

 

domingo, 17 de setembro de 2023

CANDEIAS MERECE O SEU CARINHO.

 (Não faça isso meu conterrâneo)

 Ontem eu assisti um vídeo na internet quando vi o Prefeito de nossa cidade, o Sr. Rodrigo Lamounier, na frente de um monte de lixo, na via de entrada de nossa linda Candeias, pedindo aqueles que estão jogando lixo nas vias públicas para não fazer isso.

 Essa promessa do prefeito, e sua preocupação é digna de louvor. Quem não gosta de uma cidade limpa? Quem não gosta de ver a sua cidade bem cuidada? E Candeias é uma cidade linda, praças maravilhosas, ruas calçadas com paralelepípedos, coisa rara nos dias de hoje. Pouca gente imagina o valor que tem esse calçamento de Candeias, ao invés de pavimentação com asfalto, o mais usado hoje, o que representa uma grande fonte de calor para o local.

 E esse comportamento de pessoas esparramando lixo justamente na entrada da cidade, isso é triste, é lamentável,  isso chega a ser um pecado com a nossa cidade. Porque quem assistir isso levara de nós uma péssima impressão. Afinal, uma cidade limpa é uma cidade de gente civilizada. E é tão bom quando recebemos alguém de fora, uma visita para amigos ou para participar de algum evento, essa pessoa sai elogiando a beleza e a qualidade do nosso povo.

 Candeias sempre foi uma cidade atraente para visitantes. Lembro-me que no passado, muita gente parava em Candeias para pernoitar no Candeense Hotel, ou tomar refeições no Restaurante do Lulu. A estrada de Formiga a Campo Belo passava dentro de Candeias, e ali era sempre um ponto de parada para viajantes. Nas minhas andanças sempre me encontrei com pessoas que conheceram Candeias e eu sempre engoli com uma saliva doce os elogios de minha terra.

 Recentemente eu visitei uma cidade da qual eu trouxe a pior impressão. Na via de entrada da cidade era o puro lixo. E eu ainda me esnobei com a pessoa que estava comigo. “Na minha terra não se vê isso. Em Candeias o nosso povo é civilizado.” E agora ao ver no nosso prefeito Rodrigo Lamounier fazendo esse apelo, eu fiquei triste, e gostaria de endossar o seu pedido aos nossos amigos para não fazer isso. Ame Candeias, ela merece o seu amor. Seja você um candeense nativo ou por adoção, o amor aqui não faz discriminação. Seja você de um partido politico ou de outro, seja católico ou crente, somos todos candeenses, e Candeias merece todos nós.

 Mas para a minha triste surpresa eu, assisti um vídeo na internet quando vi o Prefeito de nossa cidade, o Sr. Rodrigo Lamounier, na frente de um monte de lixo, na via de entrada de nossa linda Candeias, pedindo aqueles que estão fazendo isso para não fazer mais. O Prefeito dizia que tem elaborado um trabalho para a manutenção da cidade limpa e para isso precisa da colaboração do povo.

 Sabemos que na política existem os adversários, mas na verdadeira democracia, quando um ganha o outro perde e nós não podemos  prejudicar o nosso município por causa de nossas ideologias. Portanto eu quero, também fazer um apelo aos nossos amigos daqui do Grupo para colaborar não jogando lixo nas vias públicas e apoiar o prefeito nessa sua intenção de manter a nossa cidade limpa, porque isso é muito bonito. E com certeza quem ama Candeias com muito orgulho, não vai jogar lixo na rua.

 Nós participantes deste Grupo “Sô das Candeias com muito orgulho, podemos provar que somos orgulhosos mesmo, e ao ver alguém fazer isso, vamos pedir, para que não faça. Vamos dar a nossa contribuição. Candeias merece isso. Vamos todos apoiar o prefeito nesse medida.

 

Armando Melo de Castro.

 

 

                                                              Escola Estadual Padre Américo.

Não faz muito tempo, num momento em que eu navegava na internet vi um vídeo em que um grupo de ativistas do PT queimava a bandeira nacional e outros a pisoteavam e salientavam uma bandeira vermelha.

Eu não pude me conter. Eu sentia que o que caia no chão não eram lágrimas e sim os meus olhos. Eu nunca havia visto em toda a minha vida uma referência ao meu país tão violenta. E naquele momento veio à tona de minha memória o hino nacional quando era ouvido, seria com a mão sobre o peito e o coração. Silêncio absoluto, os militares em continência e as pessoas de corpo ereto.

Nem tudo no meu tempo era bom, era saudável, era felicidade. Mas a dignidade, a moral, a virtude, o conceito, o respeito, o cumprimento da cidadania, isso sim era bom e muito bom.

Hoje a bandeira não tem mais tempo e nem hora. E o Hino Nacional Brasileiro, sendo considerado tal qual uma canção de carnaval. E eu concluo:

As margens do Ipiranga já não são mais plácidas e o grito agora não vem de um povo heroico, e o brado retumbante, hoje passa a ser um grito de dor, porque o sol da liberdade não tem mais os raios fúlgidos e não brilha mais o nosso céu brasileiro.

O penhor da nossa igualdade, conquistado com braço forte já não tem mais no teu seio a certeza da liberdade. E o pior, já não desafia mais a própria morte.

Ó Pátria amada, a nossa esperança é Jesus Cristo. Chegar e cantar: Salvo! Salvo!

Ah! Meu Brasil, de um sonho intenso, e um raio vívido que alimentou de amor e esperança a terra já não desce. Nesse teu formoso céu, risonho e límpido a imagem do Cruzeiro já não mais resplandece.

A natureza caprichou, pois, fez de ti um gigante, belo, forte, impávido colosso. Mas a falta de brasileiros fieis, a falta de brasileiros patriotas, impediu que o futuro pudesse espelhar essa grandeza.

Minha terra adorada. Entre outras mil tu não és mais uma pátria amada. E dos filhos deste solo, já não és mãe gentil meu Brasil, porque estão tirando-lhe daqueles que te amam.

Não! Não já não estais mais em berço esplendido e nem ao som do mar e à luz do céu profundo. Sim querem vê-lo como um florão da China iluminado ao sol do velho mundo.

Não vamos nos enganar. Nossos campos já não são lindos e nem risonhos. As flores estão tristes, nossos bosques perdem a vida e nossa vida lendo do seu seio os amores.

Seria bom se de amor eterno fosse símbolo esse lábaro que ostenta estrelado; e se p verde louro da nossa bandeira pudesse garantir paz no futuro e glória no passado.

Mas a clava forte, é quem domina a justiça e os filhos em sua grande parte fogem a luta num ato covarde. Temem a morte aqueles que na infância não ouviram o Hino Nacional e nem foram apresentados à Bandeira do Brasil.

Armando Melo de Castro.

 


quarta-feira, 13 de setembro de 2023

VELHA USINA DE CANDEIAS

                                              RUÍNAS DA VELHA USINA DE CANDEIAS

 ---- Uma saudade! -----

    A Cemig foi criada em Minas Gerais no ano de 1952, mas só chegou a Candeias quase 20 anos depois. E mesmo assim foi com muita luta dos prefeitos José Pinto de Resende, Raymundo Bernardino de Sena e finalmente com o prefeito João Pinto de Miranda. Essa conquista não era fácil porque naquele tempo a Cemig estava ainda em expansão e as cidades pequenas não tinham preferência. E havia, também, uma série de exigências. portanto os nossos prefeitos tiveram que contar com o prestígio, o dinamismo e o perfil comunicativo do nosso tão querido e amado Monsenhor Castro, que podia ser considerado o embaixador de Candeias.

   A chegada da Cemig a Candeias foi muito esperada e trouxe para Candeias uma qualidade de vida muito mais avançada. Ruas mais iluminadas, o comercio agitado com a venda do padrão para a instalação, utensílios elétricos assim como chuveiros, fornos elétricos, ferros de passar roupa, enfim, tudo que fosse elétrico agora teria a fonte de energia.

   Até então, Candeias não tinha energia elétrica suficiente para atender a demanda da cidade. O fornecimento se limitava para cada residência numa ligação em série apelidada de pica-pau, com apenas 200 volts, cuja medida era através de uma lâmpada de 200 velas que ficava colocada na saída do poste o que com o vento, essa lâmpada batia levemente no poste dando a impressão que era o pássaro pica-pau.

  Contudo se em qualquer época do ano os 200 volts chegassem ao destino intactos, poderia quebrar o galho. Mas acontece que na época da seca, quando as águas baixavam, o fornecimento caia pela metade e as lâmpadas eram como um tomate. Assim esse fornecimento era suficiente para iluminar 4 lâmpadas de 40 velas ou equivalente. O único aparelho que funcionava era o rádio. Mesmo assim não poderia estar todas as lâmpadas acesas. Nesse tempo não existia ainda a televisão em Candeias e nem rádio à pilha.

   A energia era fornecida pela Empresa Força e Luz Candeense, de propriedade do Sr. Celestino Bonaccorsi. Essa empresa foi criada na década de 30, mas não acompanhou o crescimento da cidade, pois não houve nenhum investimento durante a sua existência.

  Antes da chegada da Cemig a Empresa Força e Luz Candeense foi vendida para a Prefeitura. E com a chegada da Cemig ela foi desativada, contudo sem o mínimo cuidado, ou respeito com a história que aquela empresa representava para o povo de Candeias.

  Nos domingos e feriados de verão pouca gente ficava na cidade. Idosos, jovens e crianças estavam se banhando ou pescando lá na “USINA”. Era o ponto turístico da nossa cidade. Como também do povo de Campo Belo e até do Camacho. --- Havia próximo da casa das máquinas o Clube dos 21, eram sócios que ali iam com as suas famílias, onde passavam o dia nadando, comendo churrasco e se divertindo. A pesca com fieira, até os meninos pescavam lambaris e pacus. --- Lembro-me de ver o Zequinha da Donate que nadava feito um peixe, quando mergulhava e saia com um peixe na mão de mais de um palmo de tamanho. Isso tudo ali bem próximo da casa das máquinas.

  Essa usina ficava localizada às margens do Rio Santana, na divisa com a cidade de Formiga. Hoje chamada de usina velha, mas lá não tem mais nada da usina, a não ser as recordações de quem era, então, criança ou adolescente até na década de 60 quando  funcionamento ali foi  encerrado.

  Outras cidades da mesma situação preservaram esse capítulo da sua história. Candeias não. O então prefeito da cidade, tratou de destruir a casa das máquinas onde hoje, só tem restos,  conforme as fotos acima o que deveria ser reservado pois já não tinha vida útil, mas guardava um belo capítulo da nossa história, isso foi leiloado a preço de banana, inclusive a rede de fios de cobre que  ligava a usina até Candeias numa distância de 14 quilômetros da cidade.

  O povo de Candeias imaginava que com a chegada da Cemig, a usina velha seria um ponto turístico importante da cidade. Ali seria reconhecido como um museu, para o conhecimento das nossas novas gerações. No entanto, resta-nos apenas a saudade e as lembranças que desceram dos cérebros e foram morar nos corações de quem viveu nesse tempo. Um tempo que não volta mais e não deixou seu rastro.

  Resta-nos, ainda, uma pergunta: Com quem ficou a casa de duas residências destinadas aos usineiros, Antônio e Alberto com as suas famílias??? Casa que ficava na entrada da área da usina, ao lado do canal de adução onde o povo adorava se banhar. Ali era como uma piscina de água corrente...

           Armando Melo de Castro.

 

domingo, 10 de setembro de 2023

ERA UMA VEZ EM CANDEIAS.

                                                                            José Pinto de Resende

   Dando uma olhada no retrovisor na estrada de minha vida, vejo então lá atrás, o final da década de 50 quando o nosso prefeito era o Dr. José Pinto de Resende, um jovem engenheiro,  com menos de trinta anos de idade, filho então do ex prefeito João Pinto de Miranda.

 Candeias ainda mostrava a imagem do distrito de Campo Belo, porque mesmo com as lutas de nossos políticos candeenses, liderados pelo Dr. Zoroastro Marques da Silva, o fundador de Candeias, teria sido ainda muito difícil, porque o município de onde surgiu a independência continuava trabalhando contra o progresso do emancipado. Não fosse, portanto, a competência política do Dr. Zoroastro Marques da Silva,  as coisas teriam sido ainda muito mais difíceis. O Dr. Zoroastro, como vereador do então distrito, chegou a ser o presidente da Câmara de Campo Belo. Por aí se nota a competência do nosso caldense da gema. Nas muitas vezes em que conversei com o Dr. Zoroastro, eu pude ver o quanto ele amava Candeias. Falar da história de Candeias, sem citar o nome do nosso querido Dr. Zoroastro seria falar do Vaticano sem citar o nome do Papa.

 Mas voltando ao Dr. José Pinto de Resende, eleito em 1955, vinha com toda a força jovem e vontade de trabalhar para o município. Foi como se viesse a virar Candeias de cabeça para baixo. Candeias que então encontrava-se estacionada, Saiu a viajar, para Belo Horizonte capital mineira e Rio de Janeiro Capital da República. O Dr. José Pinto de Resende era um homem, idealista, e apesar de ser um homem, rico e da elite candente, tratava todo mundo com grande  simpatia. Eu tive a oportunidade de conversar com ele muitas vezes, quando estive em sua fazenda trabalhando de pintor, na minha adolescência.

 Ao assumir a prefeitura de Candeias, a cidade não tinha sequer uma praça com espaço público que pudesse denotar uma qualidade arquitetônica e paisagísticas. E hoje quantas praças Candeias possui? O espaço aqui é pouco para contar tudo que o prefeito José Pinto de Resende fez. Vamos limitar em duas obras que desapareceram de Candeias, sem que tenha tido uma explicação convincente para a população. O Campo de Aviação e o Horto Florestal.

 Na época Candeias tinha um filho, que seria um futuro Coronel da Aeronáutica, hoje o Coronel aposentado Renato Paiva, que sempre quando ia visitar a sua mãe, a professora Elisa Paiva, ele dava para nós as demonstrações  e quase nos matava de medo ao ver aquele avião bamboleando e vindo rumo ao chão. A inauguração desse campo, mereceu a presença da esquadrilha da fumaça em Candeias, e o fato só não aconteceu porque os aviadores na noite véspera do dia, ficaram em Campo Belo, para chegar no outro dia em Candeias, foi quando aconteceu a catástrofe acontecida ao levantar voo em Campo Belo o avião do comandante bateu na torre da igreja matriz, quando foi morto. E a nossa festa de inauguração do campo ficou frustrada. ---

 A tarde desse dia foi a inauguração do Horto Florestal, o ponto de passeio dos candeenses durante muitos anos. Ele ficava onde está localizado o estádio do nosso querido Rio Branco Futebol Clube. Eu suponho que esta, com certeza, a maior festa oferecida ao povo de Candeias pela prefeitura. Um caminhão tanque de refrigerante, e churrasco à vontade, até quem não estava presente recebeu em sua casa pelos parentes que lá estiveram um pedaço de churrasco. Foi a maior fartura de carne, foram feitas varias valas, onde grandes espetos eram assados. Ninguém falou em miséria. Cerveja e pinga também estiveram presentes. Só não existia gelo nesse tempo.

 O campo de aviação situava-se defronte a antiga Parmalat.O Horto Florestal ficava onde está o campo do Rio Branco .

 Nesse tempo, um avião que tinha como destino a cidade de Campo Belo, aterrizava em Candeias e seguia de carro para Campo Belo.

 ----- Cadê o horto e o campo de aviação e que estavam aqui?

------Uai, o rato comeu!


Armando Melo de Castro






 

Armando Melo de Castro.

 

quinta-feira, 7 de setembro de 2023

O ADESUS AO NOSSO AMIGO CELINHO MELO.

                                                                        Celinho Melo
 

A morte de um idoso já doente, ou de alguém jovem sofrendo por uma doença incurável, leva-nos, também, a um grande pesar. Afinal, ver alguém sofrendo vendo a aproximação da morte para leva-lo é uma tristeza generalizada que será tomada pela própria morte. --- Mas despedir-se de familiar ou um amigo, cuja morte chega sem avisar, de forma inesperada é muito triste é um vale de lagrimas.

Na infância ou na juventude esse sentimento de perder familiares e amigos jovens ou idosos, não é uma rotina da vida. Mas o tempo que nos consome e que nos transforma em monstros não nos perdoa.

Apenas no mês de agosto, eu perdi nove amigos sendo quatro de Candeias e cinco de outras cidades. Sendo seis jovens; amigos do peito, com os quais eu sempre alimentei uma boa amizade.

Agora, para entrarmos em setembro, Deus manda buscar o meu amigo Celinho Melo (temos o mesmo Melo.) o que nos deixa chocados pela forma da qual foi levado. Mas afinal, os desígnios de Deus são insondáveis.

Quero deixar aqui os meus mais sinceros sentimentos, aos familiares, filhos e a esposa Heloísa que com Celinho formava um lindo e amado par tão admirável.

Portanto amiga Heloísa, é de todo sabido, que a morte não poupa sentimentos, mas você tem preparo para entender que uma morte prematura é um benefício que Deus transmite aos que se vão para se livrarem das misérias da vida como, também, das seduções que provocam desencontros.

Meu caro Celinho parabéns pela missão cumprida!

Armando Melo de Castro.

 

 

 

segunda-feira, 4 de setembro de 2023

A MINHA VIZINHA DONA MARICA.


                                                                           Velha Basílica de Aparecida.


(Numa romaria à Aparecida do Norte)

Eu aprendi com a minha avó que sempre dizia que não sabia comer sem ver um verde no prato. Não existem folhas que eu não goste. Tenho as minhas preferências, é claro, as couves, tanto de folhas quanto a couve flor, o almeirão, repolho, alface, enfim, falou que é verde eu gosto.

No almoço de hoje comi um pé de alface inteiro e foi nesse momento que me lembrei da minha antiga vizinha, da Rua Coronel João Afonso, dona Marica da Melada, esposa do Sr. Quinca Guimarães, numa romaria que ela participou nos bons tempos do Monsenhor Castro. Ela ia todos os anos, e voltava de lá contando Tim-Tim por Tim-Tim para os vizinhos tudo que se passara durante a viagem.

E com isso Dona Marica se esnobava. Dizia que quando ia à Aparecida do Norte tinha lá um restaurante da sua preferência, que servia do que havia de melhor. --- Mas teve uma vez que ela voltou de lá contando desvantagem. Disse que lhe foi servida uma bela de uma salada de alface e outras coisas mais, mas quando chegou no fim da travessa havia ali uma lasca de uma lesma só faltava o caramujo.

Ela chamou garçonete e lhe disse que teria lhe pedido salada de alface e não salada de lesma. --- Quando eu ouvi essa história dela, eu imaginei que bafafá ela não teria arrumado nesse restaurante, porque eu a conhecia e sabia que quando Dona Marica ficava nervosa falava alto, não media o lugar e nem as palavras, Ela detonou o restaurante na vista dos outros fregueses, e disse: eu não vou pagar essa comida, porque isso é um absurdo, uma lesma na minha salada. E é claro, nesta altura do campeonato, a despesa não lhe foi cobrada.

Mas quando ela vai saindo, sempre tem alguém para atiçar lenha no fogo, uma senhora, que também tinha almoçado ali, se aproximou dela. Era do tipo dessas masoquistas e hipocondríacas, que nasceram com um espírito de medica, que entendem de toda doença e sabem curar todas. --- Já disse para a Dona Marica para ficar atenta, porque ela ia ter diarreia, excesso de gases, cólicas, enjoo e muita canseira e disse, olha a lesma transmite um verme muito perigoso; eu tive um tio que morreu disso. A senhora pode tomar cuidado porque deve ter sido infectada. O verme de caramujo causa uma doença terrível. (Eu suponho que essa mulher misturou o caramujo gigante africano, com esse caramujo das verduras.)

Era vésperas de voltar para Candeias. E a viagem de volta foi terrível. Tudo que a velha falou para ela lá na porta do restaurante, foi acontecendo e alguma coisa mais. O ônibus não tinha banheiro nesse tempo, e foi preciso parar várias vezes para ela dar uma “borradinha” na beira da estrada. Tinha medo de soltar gases porque poderia se lambrecar com a diarreia. O estômago estava virado de cabeça para baixo. E quem assistiu o drama chegou contando que durante toda a viagem foi aquele pandemônio, ela falava alto, para o marido: “Quinca eu vô morrê. Aquela lesma vai me matá.”

Agora imaginemos ela contando essa história para a vizinhança em Candeias: “ Eu me lembro só de uma frase, ela contando a história para a minha avó:

“Eu vim cagando, suano, injuano e com medo de peidar e me lambrecar dentro do ônibus. ---

Nunca mais cumi arface.

Armando Melo de Castro.

 


domingo, 3 de setembro de 2023

PAULISTAS, MINEIROS E A COZINHA.


   Para mim não existem pizzas mais gostosas do que as de São Paulo. Já ouvi dizer que os pizzaiolos paulista são melhores que os italianos. Sabe-se que a Itália foi quem desenvolveu a pizza, mas quem a inventou foram os egípcios que faziam uma massa bem fina e de forma circular chamada piscea. Mas os italianos são mestres em desenvolver inventos e acabam ficando como o pai da invenção, assim como aconteceu com o macarrão que é uma invenção de chinês e muita gente pensa que foram os italianos. ----- Em qualquer restaurante de ponta de esquina o risoto paulista é melhor que o mineiro. A feijoada carioca, um prato muito consumido pelos paulistas às quartas e sábados, é muito melhor que a feijoada carioca. O virado paulista servido às segundas feiras é realmente um prato muito gostoso.

Agora vamos e venhamos: Tem coisas que os paulistas tentam, mas não aprendem a fazer com os mineiros. Eles tentam, mas não conseguem. Podem até arranjar um mineiro para fazer, mas não conseguem fazer iguais os de Minas Gerais. É o tutu de feijão com torresmo; o pão de queijo; o frango com quiabo acompanhado de um “anguzinho”, e a goiabada cascão com um pedaço de queijo minas, que muitos chamam de “Romeu e Julieta. 

Eu tinha um amigo lá em São Paulo, que vivia comentando sobre a comida mineira. E quando ele lembrava do franguinho caipira, com quiabo, angu e tutu, ele dava aquele suspiro e dizia:

Vai sê bão trem!

Armando Melo de

 

DIETA, CAMINHADAS, ISSO É UM CASTIGO.


                                                                         Foto  apenas para ilustrar o texto.

Gente, para mim não tem coisa mais difícil do que fazer dieta. Ora, você ser privado de comer um docinho após as refeições; tomar aquela cervejinha geladinha numa tarde de calor; aquele pastel acenando para você ao passar frente a pastelaria... Meu Deus fazer dieta só pode ser um castigo de Deus. De vez em quando eu sou obrigado a fazer essa coisa que se chamam de dieta e que para mim é passar fome, como se estivesse morrendo de sede à beira de um poço.

Com essa mexida de pandemia; ficar preso dentro de casa como se fosse um prisioneiro cujo crime já era ser aposentado quieto no seu aposento. Sem andar; sem receber novos ares e depois ao ser libertado andando pelas ruas com medo dos espirros, das tosses que espalhavam o maldito vírus, eu fui me perdendo nesse ambiente funesto. Eu que chamava a minha barriguinha de calo sexual, agora é barriga mesmo. Olho para baixo e só vejo o chão. Coitado do meu querido, não consegue mais ver a minha cara, e a gente nem conversa mais... Num dia desses fui apanhar um moeda que teria caído ao chão e quase cai também sobre ela.

Subi na balança digital de uma farmácia próxima aqui da minha residência. Ah que desespero! Eu queria uma nota baixa e ela me deu uma nota alta. --- Resolvi confirmar numa balança de ponteiro e o ponteiro me humilhou ainda mais.

Decidido iniciei uma dieta. Ah meu Deus que vida! Palavras novas que doem aos meus ouvidos: Só um pedacinho; só um pouquinho; só um golinho; só uma vez por semana; isso não pode; isso não deve; só um pedacinho... E eu com um pedacinho de carne, quando estou a aprecia-lo morro de saudade daquele churrasco cheirando fumaça e eu com a boca mais gostosa do mundo. --- Agora eu pego o meu pedacinho de carne, mastigo, mastigo, mastigo... Na hora de engolir me dá uma tristeza de pensar que aquela delícia está me abandonando para amanhã virar bosta.

Podem sentir pena de mim, mas a minha esperança é saber que um dia Salomão disse: “ isso também passará”

Armando Melo de Castro


sábado, 2 de setembro de 2023

O CANDEENSE JOVELINO.

                                                                               Cantor Blecaute
                                                                      

-----Ontem, à noite, eu ouvia rádio sobre comentários de cantores antigos, e ouvi quando falaram do Blecaute, um cantor negro que fez muito sucesso nos carnavais do Rio de Janeiro. Ele tinha uma música que foi um grande sucesso e até hoje é muito bem lembrada, pois ela retrata um problema social ainda existente no Brasil. A musica chama-se “ O PEDREIRO WALDEMAR”. É uma marchinha de carnaval que foi um grande sucesso do carnaval de 1949. Num resumo da música, ela é a história de um pedreiro pobre que se chamava Waldemar e que fazia casa e não tinha casa para morar; construía um edifício e depois não podia entrar. ( O link da música está no final do texto)
Mas sempre quando ouço essa música do cantor Blecaute, eu me lembro de um pedreiro candeense, também negro, não era cantor, mas era musico e tocava trombone na Banda Musical de Candeias e nos carnavais num passado já bem distante. E dentre o seu repertório ele tinha, uma marcha de carnaval de sua preferência, “MARMELO É FRUTA GOSTOSA”. Essa música dizia que o “marmelo é fruta gostosa, que dá na ponta da vara, mas mulher que chora por homem não tem vergonha na cara.” (O link da música está no final do texto)
Esse nosso conterrâneo era o pedreiro Jovelino, já comentado aqui no nosso Blog, Candeias MG Casos e Acasos, num texto sobre o seu encontro com o Sr. Erasto de Barros, em uma missa num dia de Corpus Christ. Jovelino era famoso pela sua gagueira, simplicidade e humildade. Era um pedreiro desses chamados de meia-colher. Pedreiros não preparados para um acabamento bem feito numa construção.
Candeias ainda não tinha calçamento de ruas, e Entre a Casa Paroquial e a Igreja Matriz, existia uma árvore e debaixo dessa árvore um banco, e Jovelino era sempre visto sentado nesse banco à sombra da árvore normalmente na parte da tarde. --- Era também, visto passar por ali, o Padre Joaquim, que ainda não era Monsenhor, e que ao sair da Casa Paroquial para a Igreja passaria bem defronte esse banco. E ao ver Jovelino todo tranquilo ali na sombra da árvore, brincou com ele:
“Aí Jovelino está tomando uma fresca aí na sombra, não é?
E jovelino com o seu jeitão humilde e inocente responde logo:
Ouááá, ouááááá pade juaquim, ouáááá a eu cumedo do sinhor...

Armando Melo de Castro.

fOTO: Cantor Blecaute.
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Pode ser uma imagem de 1 pessoa e trompete