Foto apenas para ilustrar o texto.
Esta crônica vai para você
cuja esposa tem problemas de dor de cabeça ao se deitar.
Durante a minha carreira
bancária eu tive um colega que se chamava Orlando. Éramos dois caixas numa
agência do Bemge em São Paulo.
Orlando era daqueles que falam chorando; está sempre reclamando de alguma coisa. Reclamava da sogra, do cunhado, dizendo que eles não saiam de sua casa e eram como ratos de dispensa.
Certo dia ele chegou
reclamando da esposa. E já abriu o leque da reclamação:
“Armando, eu tô muito chatiado
com a minha muié. Eu chego cansado do sirviço na minha casa, tomo um banho,
janto, vejo um pouco de televisão e já quero cama. E só aos sábados eu tenho
ânimo para cumprir o dever de casa, o dever de marido. E a minha muié já tem
três sábados que eu faço o convite para brincar e ela diz que está com dor de
cabeça. --- Ontem eu brinquei e falei que vou arrumar uma muié sem dor de
cabeça, prá brincá cumigo e ela então me disse que vai arrumar um home que não
precisa enforcar a cobra para ela ficar brava e falô rindo. Eu fechei a cara e
num falei mais nada.
----- Será que ela quer me
trair? Será que eu intindi errado? O que ocê acha disso Armando?
----- O que eu acho? Não acho
nada Orlando...
Mas pensei:
Coitado do Orlando, agora que
os chifres dele estão esbarrando na cabeceira da cama ele está acordando.
Armando Melo de Castro.