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sábado, 26 de março de 2022

O CANDEENSE MARIANO BERNARDINO DE SENNA.

A humildade é uma qualidade que damos às pessoas quando essas não demonstram excesso de vaidade. É a legítima virtude daqueles que tem a consciência de suas limitações como ser humano. Humildade é simplicidade; é um dote natural do seu meio. ---Eis, portanto, a dificuldade de encontrar essas qualidades humanas junto as pessoas famosas e ricas. A fama e o dinheiro levam uma pessoa a olhar o próximo como inferior e lhe dizer: “Você sabe com quem está falando?” A humildade acompanha em maior parte as pessoas isentas de poder e riqueza.

Diz a filosofia popular que a família é como uma árvore com galhos que crescem em rumos diferentes, mas que têm a mesma raiz. Portanto, hoje nós vamos falar de um candeense descendente de uma alta estirpe e que transferiu aos seus filhos o respeito, a dignidade, o trabalho e a honra recebidos dos seus ascendentes. -----

 Estamos falando do candeense MARIANO BERNARDINO DE SENNA, um grande fazendeiro, rico, muito rico, mas respeitado por todos que o conheciam, pelo seu jeito simples de ser.

Mariano, nasceu no dia 11 de agosto de 1885, filho de Francisco Bernardino de Senna Sobrinho e Mariana Ferreira Diniz.

Casou-se em primeiras núpcias com  Idalina Ribeiro, falecida em 1940. Dessa união teve 10 filhos são eles:

Geraldo Ribeiro de Sena

Custódio Ribeiro de Sena

Antônio Ribeiro de Sena

Raimundo Bernardino de Sena

Maria Ribeiro de Sena

Sebastião Ribeiro de Sena,

Mariano Bernardino de Sena Filho

Onofra Ribeiro de Sena

Nair Ribeiro de Sena

Francisco Ribeiro de Sena.

Casou-se em segundas núpcias com Maria Teixeira das Chagas, com quem teve 6 filhos.:

Márcia Teixeira de Sena

Maria aparecida de Sena

João Nepomuceno de Sena

Nemir Teixeira de Sena.

Aldo Sergio de Sena

Mário Bernardino de Sena. (Maroca)

Grande cidadão foi Mariano Bernardino de Sena e grande fazendeiro produtor do nosso município. Um homem honesto, de porte simples e humilde. Era visto sempre, à noite, lá no Bar Piloto, conversando com os seus amigos. O seu jeito simples de ser não levava um desconhecido a imaginar quem era aquele cidadão. Ali estava um dos maiores produtores de nosso município de Candeias, e porque não dizer da região?! Sua fazenda empregava muitos lavradores e a sua produção representava grandes divisas para o município.

 Na vida social era sempre lembrado. Foi presidente da UDN, União democrática Nacional, quando Candeias foi administrada por esse partido como prefeito o Sr. João Pinto de Miranda.

Mariano Bernardino de Senna foi um candeense que não pode ser esquecido pela história do município. Um patriarca familiar exemplar, pois apesar de uma família numerosa, deixou todos muito bem orientados e iniciados na vida.

Um de seus filhos Raymundo Bernardino de Sena foi o prefeito do município de Candeias no período de 1959 a 1960 quando entregou a cidade toda melhorada, numa continuação dos projetos do ex-Prefeito José Pinto de Rezende.  Posteriormente veio, também, a ser prefeito de Candeias o  filho de Raymundo, o “Mundinho” foi, também outro prefeito de sua linhagem. --- Não podemos deixar de registrar, um fato importante para a família do Sr. Mariano Bernardino de Sena, o seu filho Mariano Bernardino de Sena Filho, o Marianinho, foi o primeiro prefeito eleito pelo povo na cidade de Campos Altos, onde ele residia e era produtor de café. Foram prefeitos cujos nomes estão bem soletrados na história de Candeias e de Campos Altos.

Eu quero aqui nesta simples homenagem abraçar e parabenizar todos os familiares, do Sr. Mariano Bernardino de Sena, pelo patriarca, que viveu em prol de sua família e a ela deu tudo que um filho merece sobre as graças Deus.

Mariano Bernardino de Senna, faleceu em 1971 e encontra-se sepultado no Cemitério São Francisco em Candeias.

 Armando Melo de Castro.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

quarta-feira, 23 de março de 2022

OS MEUS 18 ANOS E O COADOR DE PAPEL.


     A literatura conta que o coador de café, foi inventado por uma senhora chamada Melitta Bentz, em 1908, uma alemã que não se adaptou com os coadores de pano... Melitta teve muita dificuldade para manter a sua fabriqueta que foi fundada numa época de guerra e recessão, mas nem assim ela desanimou e vendia os seus produtos de porta em porta. O seu invento começou, contudo, a ser exportado no ano de 1929. --- Aqui no Brasil o filtro de papel chegou apenas no final da década de 60.

No princípio da década de 60 quando eu contava 18 anos, e estava por chegar à ditadura militar, eu fui parar na cidade de Mogi das Cruzes no Estado de São Paulo, onde me vi como um peão de obra, morando num barraco nos fundos de uma construção do Banco do Estado de São Paulo. Ali, à noite, eu queimava as minhas latas, como diziam, num fogãozinho jacaré a querosene; fazia a janta reservada para o almoço do outro dia, coava o meu café e bebia a minha caninha Tatuzinho, quando, também, fritava um pedação de linguiça, daquelas mistas que ficam dependuradas nos açougues a disposição das moscas e mosquitos. Essas linguiças normalmente tem cheiro de tudo, menos de carne. Às vezes o cheiro parecia com o de uma carniça de longe. Afinal, aquelas linguiças só não tem a bosta e a urina dos animais, no mais tem tudo. Eu bebia a minha caninha Tatuzinho, como se tivesse saboreando um Macallan 18 anos e completava o gosto com aquela linguiça como se estivesse degustando um caviar francês. --- Tomava o meu banho frio numa torneira que existia próximo do barraco. Eu morava sozinho naquele barraco porque o meu trabalho consistia em apontar o que entrava e saia da obra, durante o dia e a noite; além de ter que ajudar os serventes e pedreiros fora das anotações. A minha função era mais parecida com a de um escravo porque não tinha horário.

Nesse tempo em que não se falava em coador de café, de papel, eu já teria inventado o meu coador de papel e funcionava maravilhosamente. Eu arrumei um funil, desses comuns de plástico, cortei o bico dele, e furei uns buraquinhos ao redor da saída, e dobrava o papel higiênico que vinha a ser dos mais baratos. (eu tinha um rolo só para isso) e ali coava o meu café numa boa. --- Então eu quero dizer que quando apareceu o coador Melitta, ora, ora, eu já conhecia o coador de papel inventado por mim. E olha que anos depois eu o aperfeiçoei, quando surgiu esse rolo de papel de cozinha, aí ainda ficou melhor, substitui muito bem numa emergência qualquer Melitta da vida. Assim que apareceu o coador Melitta no final da década de 60, coar café no papel para mim já era uma coisa velha. É aquela história: “Não tem cachorro caça como gato”.

Foram 4 meses nessa peleja, quando resolvi voltar para Candeias. Eu que antes tinha me preparado para trabalhar num escritório, aprendi datilografia, tinha abandona o ginásio de Candeias na terceira serie me vi de novo, em Candeias trabalhando de pintor de paredes como ajudante do Gabriel Carlos, quando pintamos as melhores casas de Candeias.

No ano seguinte, voltei para São Paulo. Um jovem não pode desanimar quando tem 18 anos. A escola do mundo não dá diplomas, mas ensina a viver.

Armando Melo de Castro.