É natural encontrarmos em
nossas vidas, alguém que possa nos
deixar lembranças inesquecíveis. E os motivos são sempre os mesmos, ou seja,
por termos encontrado pessoas que nos
dedicaram algo que completou o sentimento de nossos corações. Algo que
foi colocado numa das gavetas mais seguras de nossas memórias para ser lembrado
por toda a vida. Uma pessoa comumente guardada em nossas lembranças é a
professora primária.
Uma professora dedicada e
amada, consegue deixar lembranças eternas nos corações de seus alunos. Ela
consegue, com a sua dedicação brilhante, deixar a sala de aula guardada no âmago de seus alunos
pelo resto da vida.
O ensino primário é o
princípio; é o ponto inicial da educação básica. É ali o ponto da partida. É aí
que a professora primária toma o aluno pelas sua mão e começa caminhar com ele
ensinando-lhe o caminho da educação onde ele irá chegar ao estágio superior para formar a sua
qualidade de vida. É nesse tempo que o aluno ainda no verdor dos anos, passa a
entender o que representa a escola,
Apesar de nosso respeito a
quaisquer que sejam os demais níveis dos professores, não podemos alhearmos das
virtudes e do conceito de uma professora ou professor primário. Isso porque
desses mestres dependerá muito o sucesso do estudante até a sua formação
completa. Pois ele passará a entender que não se chegará à presidência da
República; ao diretor de uma faculdade; ao defensor público sem ter passado
pelas mãos de um professor primário. Isso porque no curso primário aprendemos
algo mais que ciência da cultura. Aprendemos a amar, a respeitar, a ser
disciplinados e a diferença entre ser criança e ser adulto.
Hoje nós vamos homenagear uma
professora primária, muito querida, muito amada por seus alunos. Uma candeense
que dedicou a sua vida ao magistério quando foi professora e diretora do então
Grupo Escolar Padre Américo, hoje Escola Estadual Padre Américo:
CARMELITA ALBANÊZ.
Carmelita nasceu no dia 08 de
julho de 1923, em Candeias, filha de Miguel Albanez e de Carmelia Tortura,
tendo então completado agora os seus 100 anos de vida. Muito conhecida na
cidade por Dona Carmelita e pelos familiares chamada de Tia Lita e Dama de
ferro. É a sétima filha de uma prole de dez irmãos.
Formou-se no magistério
no regime interno no colégio São José na
vizinha cidade de Campo Belo. E mesmo depois de se aposentar como Diretora da
Escola Estadual Padre Américo, ainda continuou dando aulas particulares de
reforço para alunos que tinham alguma dificuldade na sala de aula. Além de aulas, ensinava também
crochê, bordado e tricô. Teve com isso
diversas alunas, principalmente para as noivas que preparavam os seus enxovais.
Dona Carmelita foi sempre uma
mulher dinâmica, alegre e acolhedora. Sempre muito amável o que representa uma
grande alegria para os candeenses ligados a ela e pelos familiares que a tem
como a única viva dos irmãos. --- Ela não se casou apesar de ter tido diversos
pretendentes. Preferiu se dedicar inteiramente ao magistério.
Eu fui aluno de Dona Carmelita
durante 20 dias no mês de fevereiro de 1953.Ela foi a minha primeira professora
num período muito curto porque A Escola Padre Américo ainda estava nos seus
primeiros anos, e nesse tempo os pais davam aulas em casa para os filhos. E eu
quando cheguei a escola já conhecia o alfabeto e esses alunos eram remanejados
para um grupo que já tinha algum conhecimento. ---- Dona Carmelita era a
professora para os alunos que não conheciam absolutamente nada, dada a sua
habilidade para lidar com as crianças.
Alguns anos depois, quando
tínhamos o Grêmio Teatral Monsenhor Castro, participamos juntos do ensaio de
uma peça de teatro, que infelizmente não chegou a ser apresentada. Dona
Carmelita, tinha também um grande talento teatral.
Viver mais de 100 anos ainda é
um mistério para a Ciência. Isso significa que se trata de um privilégio de
Deus para aqueles que conseguem isso. Dona Carmelita conseguiu. Que a história
de sua vida possa ser recordada e repassada para todos os candeenses, pois
trata-se de um exemplo para aqueles que se dizem cansados de viver e perdem a
esperança.
Eu quero nesta oportunidade
abraçar esta amiga candeense tão importante e digna de viver além dos 100 anos
o que não é comum, pois trata-se de uma graça do Pai Celestial.
Que Deus abençoe.
Armando Melo de Castro.
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