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sexta-feira, 16 de junho de 2023

A HISTÓRIA DO JUVENAL.


       A história do Juvenal é baseada numa história verídica acontecida em Candeias num passado muito distante, cujos nomes não serão revelados. Os fatos e personagens aqui descritos são fictícios.  Portanto, qualquer semelhança com a realidade será simples coincidência.

    Juvenal era um cidadão tranquilo, contava mais ou menos uns 40 anos de idade. Fala mansa, cabeça tipo cuité, cabelo no corte curto, rosto bem escanhoado, pouco pescoço, um corpo médio e meio cheio. Era sempre visto trajando uma calça de brim xadrez e uma camisa cor de burro fugido, de mangas compridas abotoada até ao colarinho. Uma cara de safado, não podia ver uma mulher por detrás que a gente já podia imaginar o seu pensamento. Parecia até que ele não tirava o pensamento daquilo.

   O esquisito é que o protagonista da nossa história, não teria dado certo com o casamento. Primeiro ele casou-se com Geralda que lhe abandonou na noite de núpcias. Um ano depois arrumou uma amásia de Campo Belo que se chamava Anita, que também o abandonou no outro dia após terem se unido em segunda lua de mel. E a terceira foi uma concubina que se chamava Margarida oriunda da cidade de Formiga. Essa última, também o deixou dois dias após ter dormido com ele a segunda noite. Interessante que nenhuma dessas três esposas, contaram o motivo, de terem desfeito da união em tão pouco tempo. O que sem dúvida causava uma grande tensão nos curiosos.

   Ele tinha um pequeno armazém num canto da cidade e era até bastante considerado pela freguesia. Próximo dali veio se estabelecer uma boate dessas  onde permanecem mulheres que fazem favores amorosos em troca de dinheiro. E isso veio alimentar a esperança de Juvenal, no sentido de ajeitar uma quarta companheira que pudesse lhe atender.

  Logo no início Juvenal já marcou a sua presença a fim de contratar uma profissional da casa. Foi logo muito bem atendido, por uma jovem bonita e atenciosa, de nome Erika, talvez um nome de guerra, esta então, já lhe propôs tomarem uns drinks antes de começar o brinquedo, o que foi muito bem aceito por Juvenal. Depois disso, seguiram-se para um quarto, quando daí há pouco ouviu-se um grito. Era a Erika, que fugira do quarto completamente nua, desesperada e dizendo, ele é um jumento.

  Coitado do Juvenal. Depois desse dia quando ele entrava no recinto, as mulheres corriam dele e algumas até saiam do salão. --- Mesmo com a tentativa de conseguir uma outra oportunidade, ele deixou um recado que daria metade do seu armazém para a mulher que suportasse os seu 25 centímetros, referindo-se àquilo...

   Mas é claro que nenhuma das doidivanas ali presentes aceitaram a proposta depois de verem o que teria acontecido com a sua colega. Mas teria chegado ali uma rameira dessas bastante experientes, já passando de balzaquiana, e ouviu a conversa e disse: “Vocês precisam aprender a trabalhar meninas, pois eu vou ganhar metade desse armazém!” Isso é comigo. Vou lhe mandar um recado que aqui estou à sua disposição.

    Naquele mesmo dia Juvenal apareceu para o encontro. Tomaram umas pingas e foram para o quarto onde Juvenal iria receber o favor se o favor em troca de metade do seu armazém. E lá permaneceram por muito tempo no maior silêncio.                            

   Na saída Juvenal disse: “Ê muié, cê ganhou a metade do meu armazém, mas cê viu né o que é cumprimento e grussura?” --- E ela responde: “ E ocê num  viu o que fundura e largura?

 Dá procê?

Armando Melo de Castro.

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