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quarta-feira, 21 de junho de 2023

ANTIGAS FARMÁCIAS DE CANDEIAS.


 Na década de 50 e 60, quando eu me encontrava no verdor dos meus anos, Candeias tinha duas farmácia. A Farmácia São José, hoje de propriedade do farmacêutico, Júlio Maia, o nosso amigo Julinho, era então, de propriedade do Farmacêutico Waldemar Lopes do Santos. Esta foi a primeira e com certeza a instituição comercial mais antiga de Candeias. Por pouco ela não levou o nome de botica no lugar de farmácia. Hoje, com a nova nomenclatura trazida pela evolução comercial, passou a se chamar Drogaria Popular. --- No recinto da farmácia há um painel interessante que fala sobre a vida desta instituição centenária e que sempre mereceu a credibilidade do povo candeense. --- O nosso Blog, Candeias MG Casos e Acasos, tembém tem uma página com o resume da são José: CANDEIAS-MG: Casos e acasos: FARMÁCIA SÃO JOSÉ LTDA (candeiasmg.blogspot.com)

 A segunda era a Farmácia São Geraldo, de propriedade  do Sr. Francisco Fernandes. Era um pequeno Chalé. Francisco era fazendeiro, e o responsável pela farmácia era o seu filho José, que acabou recebendo a alcunha de “Zé da Farmácia”. Ele não era farmacêutico. Nesse tempo não havia a obrigatoriedade da presença de um farmacêutico na instituição. O profissional credenciado poderia ser de fora, ele apenas assinava como responsável. ---  Hoje, não precisa ser formado para abrir uma farmácia, mas precisa ter um farmacêutico no local para a prestação do serviço.

 A farmácia São Geraldo funcionou muitos anos nesse pequeno chalé. Posteriormente o seu proprietário fez um grande investimento, pois construiu uma sede, própria para farmácia, e veio residir em Candeias o seu farmacêutico, oriundo da cidade de Campo Belo, o Sr. Darciro Corrêa, que veio a ser o futuro proprietário da farmácia são Geraldo. Darcíro era pai da Sra. Neli Corrêa, que no futuro veio a se casar com um dos filhos do antigo proprietário da Farmácia, o Sr. Antônio Carlos Fernandes.

   Com a morte do Sr. Darcíro, a farmácia São Geraldo passou para outras mãos, e acabou sendo fechada. E o local chegou a ser até uma casa comercial de rações.  E anos depois reaberta por outros proprietários com outros nomes. Hoje no mesmo local funciona a Entrefarma, a farmácia da Jô. ---

    Naquele tempo os remédios receitados pelos médicos, então Dr. Renato Vieira, Dr. Zoroastro Marques da Silva e Dr.Willian Elias, eram manipulados no laboratório da farmácia. Portanto, os farmacêutico quase sempre se encontravam no laboratório. E no balcão se encontravam os funcionários. Na farmácia São José, Waldemar tinha duas funcionárias: A Eneida, filha do Sr. Inácio Pacheco, avó do atual prefeito de Candeias Rodrigo Lamounier e A Alba Salviano, filha do Sr. Nicodemos Salviano,  residente em Campo Belo. --- Na farmácia São Geraldo, o balconista era o amigo, já falecido, Guilherme Ribeiro, irmão do Coronel Deoclécio Ribeiro. E lá, também auxiliava a filha do Sr. Darcíro a Sra. Neli Corrêa.

     Certa vez eu presenciei um fato lá na São Geraldo que até hoje não me fugiu da memória. Eu aguardava a manipulação de um remédio, quando chegou um cidadão acompanhado de sua esposa. Pela conversa notava-se tratar de moradores da comunidade dos Arrudas. --- O homem encostou-se no balcão enquanto aguardava o Guilherme atender um outro freguês. --- Guilherme falava alto, por hábito. Mas do Sr. Darcíro tinha, parece, uma certa deficiência auditiva, e portanto falava, também bastante alto.

    Guilherme pergunta ao cidadão o que ele desejava, e ele olha para mim, meio desconfiado, como quem não queria que eu ouvisse. Dá um sinal de quem queria falar baixo no ouvido e o Guilherme abaixa o rosto e ele quase enfia a boca no ouvido dele. ---- Guilherme, então, lá de fora, chamou o Sr. Darcíro em voz alta. E O farmacêutico vem, e Guilherme disse: Ele quer te fazer uma consulta. --- Quase enfiando a boca no ouvido do Darcíro, também, o cidadão consegue falar, mas Darcíro não conseguia ouvir o que ele dizia  e perguntou para o Guilherme: “O que ele está falando?” E Guilherme que era um rapagão divertido, e acostumado a falar alto com o farmacêutico, reproduziu em bom som, no pé da letra, o que o homem disse  ----  “Ele está falando que a mulher dele está com problema de “murróia” e quer um remédio pra miorá o butão dela.

 Armando Melo de Castro.

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