Nos dias atuais os pais conscientes de suas posses já não
enchem a casa de filhos como era comum no passado. Parece que os pais de
antigamente não tinham muita consciência disso e se deixavam levar pelas
circunstâncias. Afinal, ou não sabiam o que era a pílula ante concepcional ou
ela não existia. Não sabiam o que era uma camisinha ou esta também não existia.
Coito interrompido nem pensar. A mente não combinava com isso, principalmente a
do homem.
Além disso, a igreja batia muito nessa tecla de que evitar filho era pecado. Na maioria das famílias era um filho no saco e outro no bucho, como assim diziam. A mulher não trabalhava fora, e a sua missão era praticamente criar a família. Não havia renda per capita na família e se houvesse seria pela a ajuda da mulher lavando roupa para fora, fazendo doces e quitandas para ser vendidos nos bares e ou pelos filhos de porta em porta.
Além disso, a igreja batia muito nessa tecla de que evitar filho era pecado. Na maioria das famílias era um filho no saco e outro no bucho, como assim diziam. A mulher não trabalhava fora, e a sua missão era praticamente criar a família. Não havia renda per capita na família e se houvesse seria pela a ajuda da mulher lavando roupa para fora, fazendo doces e quitandas para ser vendidos nos bares e ou pelos filhos de porta em porta.
De outra forma não existiam tantos produtos industrializados
com existem hoje. Os empórios, então existentes, vendiam os produtos a granel,
ou seja, embalados na hora. Isso favorecia porque a pessoa podia comprar um
produto de acordo com o dinheiro que tivesse no bolso, suficiente para fazer
apenas um almoço ou jantar.
Não existiam aposentadorias como existem hoje. A
pessoa envelhecia ou adoecia, saia de porta em porta pedindo esmola. Pedir
esmola era como via sacra. No fim da
vida o trabalhador ia para a Vila Vicentina. Ali era sinônimo de pobreza, de
miséria e falta de recursos. Eu sei disso, já que ajudei lá desde a minha
infância.
Hoje, nem as leis permitiriam um estabelecimento tão desarrumado
daquele jeito. Não tinha sequer um banheiro decente e aquele lugar que marcava
o fim da estrada da vida... Vida cuja pessoa passou o tempo todo lutando por
ela e de seus filhos, agora se encontrava ali, abandonado aguardando a hora da
morte.
Eu vi pai e mãe chorar por não ter notícias de filho que partiu e nunca
mais voltou, e nunca mais deu notícia. Não existia televisão e rádio era raro.
O correio era precário, telefone nem pensar. Transporte difícil. Muitas pessoas
nasciam e morriam no seu pequeno município sem nunca ter conhecido outra
cidade. Ir para são Paulo ou Rio de Janeiro era ato de bravura.
Aqueles que
voltavam o faziam num espaço de anos. E quando vinham, melhorados de vida,
levavam os seus pais e esta era a ultima viagem. E aqueles que insistiam em morar
em Candeias pagavam caro por esse amor ao seu quinhão natal. Mesmo porque o
pobre de hoje vive uma vida superior a que viviam os ricos daquele tempo.
Armando Melo de Castro
Candeias MG Casos e Acasos
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