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sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

LEVANDO A VIDA COMO ELA QUER.


Hoje, 16 de janeiro, completo 69 pés de couve na horta da vida. Não tem mais espaço para velas no meu bolo. Diante disso eu agradeço a Deus por já estar vivendo de sobra. Afinal, humanos ao passar dos 65 anos, já estarão nadando contra a correnteza em obediência a ordem natural da vida.

Queira ou não, os contemporâneos têm que aceitar essa realidade, vez que a sociedade está sempre do lado do tempo. Não adianta passar tinta no cabelo; tomar viagra; fazer plástica; fazer aplicações faciais, nada disso vai esconder a mala de anos que o idoso carrega nas suas costas, fazendo  com que o seu corpo vai arqueando com o passar do tempo. O rosto vai enrugando, o cabelo branqueando e o sorriso se modificando. Não dá nem para dizer ex-jovem.

A partir dos 65 anos de vida, o jovem de outrora passa ter uma nova nomenclatura: idoso, ancião, anoso, longevo, maduro, experimentado. Até ai tudo bem, mas e quando passa para, velho, caduco, antigo, esclerosado, quadrado, carunchoso, matusalém, antiquado, gagá, e por aí afora?...  ---Não faltará um sinônimo pejorativo para classificar uma pessoa que carrega nas costas um punhado de anos...

Feliz do idoso que têm uma família consciente e que sabe reconhecer o seu idoso no seu âmago.

Os idosos, do nosso país, infelizmente, apesar do Estatuto do Idoso, são tratados como sucata humana. Os reajustes salariais já não são feitos sobre a pressão da força do trabalho. A saúde que o Estado lhes oferece chega a ser humilhante. E apesar de viver uma ociosidade com dignidade, o aposentado é visto pelos governantes como um peso no orçamento da nação, a qual foi sustentada durante anos com a força dos seus braços.

Os idosos são os viajantes da parte mais perigosa da estrada da vida, cujo ponto de chegada está a cargo do destino.

Hoje, 16 de janeiro, é dia dos meus anos. Não sei se mereço os parabéns por ser tão insistente com a vida, mas naturalmente alguém me dirá feliz aniversário Armando! Que esta data se repita por muitos e muitos anos!... “Se Deus quiser e ele há de querer” assim direi! 

Mesmo sentindo a sutileza na frase junto à ironia da realidade eu direi que quero viver mais. Mesmo cônscio de que sou um idoso vivendo sem previsão de futuro, permito-me ser egoísta... E quero viver mais! Mesmo sabendo que os idosos são as grandes vitimas do tempo, esse fenômeno impiedoso que mede o espaço entre a vida e a morte; que massacra e corrói feito ácido a  carne, ferindo frontalmente a beleza e a saúde que alimenta a vida! Mesmo assim, eu quero viver mais, muito mais!

Quero ainda enfrentar esse tempo que mata virtudes, ironiza os destinos e transforma a matéria deixando-a sem futuro! Eu quero sim, eu quero viver mais, quero os “muitos e muitos anos” que alguém me desejar porque sei que sou parte da Obra da Criação de Deus, e em sendo assim, serei útil simplesmente existindo e persistindo com a vida, graças a vontade de viver!

Armando Melo de Castro

Candeias MG Casos e Acasos

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