Hoje, 16 de janeiro, completo 69 pés de couve na horta da
vida. Não tem mais espaço para velas no meu bolo. Diante disso eu agradeço a
Deus por já estar vivendo de sobra. Afinal, humanos ao passar dos 65 anos, já
estarão nadando contra a correnteza em obediência a ordem natural da vida.
Queira ou não, os contemporâneos têm que aceitar essa
realidade, vez que a sociedade está sempre do lado do tempo. Não adianta passar
tinta no cabelo; tomar viagra; fazer plástica; fazer aplicações faciais, nada
disso vai esconder a mala de anos que o idoso carrega nas suas costas,
fazendo com que o seu corpo vai
arqueando com o passar do tempo. O rosto vai enrugando, o cabelo branqueando e
o sorriso se modificando. Não dá nem para dizer ex-jovem.
A partir dos 65 anos de vida, o jovem de outrora passa ter
uma nova nomenclatura: idoso, ancião, anoso, longevo, maduro, experimentado.
Até ai tudo bem, mas e quando passa para, velho, caduco, antigo, esclerosado,
quadrado, carunchoso, matusalém, antiquado, gagá, e por aí afora?... ---Não faltará
um sinônimo pejorativo para classificar uma pessoa que carrega nas costas um
punhado de anos...
Feliz do idoso que têm uma família consciente e que sabe reconhecer o seu idoso no seu âmago.
Os idosos, do nosso país, infelizmente, apesar do Estatuto do Idoso, são tratados como sucata humana. Os reajustes salariais já não são
feitos sobre a pressão da força do trabalho. A saúde que o Estado lhes oferece
chega a ser humilhante. E apesar de viver uma ociosidade com dignidade, o
aposentado é visto pelos governantes como um peso no orçamento da nação, a qual
foi sustentada durante anos com a força dos seus braços.
Os idosos são os viajantes da parte mais perigosa da estrada
da vida, cujo ponto de chegada está a cargo do destino.
Hoje, 16 de janeiro, é
dia dos meus anos. Não sei se mereço os parabéns por ser tão insistente com a
vida, mas naturalmente alguém me dirá feliz aniversário Armando! Que esta data
se repita por muitos e muitos anos!... “Se Deus quiser e ele há de querer” assim
direi!
Mesmo sentindo a sutileza na frase junto à ironia da realidade eu direi que quero viver mais. Mesmo cônscio de que sou um idoso vivendo sem previsão de futuro, permito-me ser egoísta... E quero viver mais! Mesmo sabendo que os idosos são as grandes vitimas do tempo, esse fenômeno impiedoso que mede o espaço entre a vida e a morte; que massacra e corrói feito ácido a carne, ferindo frontalmente a beleza e a saúde que alimenta a vida! Mesmo assim, eu quero viver mais, muito mais!
Quero ainda enfrentar esse tempo que mata virtudes, ironiza os destinos e transforma a matéria deixando-a sem futuro! Eu quero sim, eu quero viver mais, quero os “muitos e muitos anos” que alguém me desejar porque sei que sou parte da Obra da Criação de Deus, e em sendo assim, serei útil simplesmente existindo e persistindo com a vida, graças a vontade de viver!
Mesmo sentindo a sutileza na frase junto à ironia da realidade eu direi que quero viver mais. Mesmo cônscio de que sou um idoso vivendo sem previsão de futuro, permito-me ser egoísta... E quero viver mais! Mesmo sabendo que os idosos são as grandes vitimas do tempo, esse fenômeno impiedoso que mede o espaço entre a vida e a morte; que massacra e corrói feito ácido a carne, ferindo frontalmente a beleza e a saúde que alimenta a vida! Mesmo assim, eu quero viver mais, muito mais!
Quero ainda enfrentar esse tempo que mata virtudes, ironiza os destinos e transforma a matéria deixando-a sem futuro! Eu quero sim, eu quero viver mais, quero os “muitos e muitos anos” que alguém me desejar porque sei que sou parte da Obra da Criação de Deus, e em sendo assim, serei útil simplesmente existindo e persistindo com a vida, graças a vontade de viver!
Armando Melo de Castro
Candeias MG Casos e Acasos
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