Eu moro no terceiro andar de um
prédio. No apartamento que fica debaixo do meu, reside uma família de três pessoas,
tal como a minha: marido, esposa e uma filha moça.
O convívio com vizinhos
chega ser uma coisa realmente interessante. Tem vizinho bom, tem vizinho ruim.
Tem vizinho feio e tem vizinho bonito. Tem vizinho chato e tem vizinho que não
é chato. Tem vizinho que vive pedindo coisas emprestadas e tem vizinho que não
pede nada. Tem vizinho que dá agrado e tem vizinho que não dá nem bom dia. Vizinho
considerado parente mais próximo ou um inimigo bem próximo.
Bom, enfim, tem
vizinho que faz barulho e tem vizinho silencioso. Assim, são os meus vizinhos
aqui de baixo são silenciosos, a gente quase não escuta o que eles falam.
Normalmente ouvimos a voz da mocinha que tem algumas amigas numa cidade próxima
daqui de Juiz de Fora, Matias Barbosa, e de quando em vez ela vai para lá
passar o fim de semana na casa das colegas de Faculdade. Ai é que eu fico com a
cuca crescida, ouvidos atentos e neurônios a todo vapor. É que quando a menina
viaja eu tenho a impressão de que no apartamento de baixo vive um casal de
gatos do tamanho de um casal humano. E a partir da meia noite começa o show dos
gatos, corridas dentro do AP, chiados, coisas parecidas com essas coisas que os
gatos fazem sobre o telhado. E o mais interessante, o cara não tem jeito de macho
e a mulher não tem as características de fêmea, e a menina parece ser adotada.
Ainda bem que isso só acontece depois da meia noite e às vezes com um espaço de
tempo de até mais de um mês. Já pensou se o gato fosse um tipo viril?! Eu acho
que o jeito deles engatar é diferente. Já a vizinha do primeiro andar, uma
idosa dos seus setenta e tantos anos, diz que não sabe o que pode ser isso.
Eles ficam em silêncio o mês inteiro e depois tira uma noite para deixa-la desassossegada.
“Tadinha” da velha... Quanta inocência!
Armando Melo de Castro
Candeias MG Casos e Acasos.
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