Essa é a antiga Igreja do Rosário de Candeias que ficava situada onde se encontra edificada hoje a Rodoviária. Essa Igreja foi demolida sobre o lamento de muita gente. Ela estava exatamente nesse estado de conservação, precisando apenas de uma reforma. Nesse tempo já existia a lei 25, de 30 de novembro de 1937 que regulamentava a conservação desse tipo de patrimônio. Mas ninguém ousou mexer na questão, afinal se hoje ninguém gosta de mexer com a Igreja Católica, muito menos naquele tempo.
Acontece que no âmago da Igreja havia facções antagônicas que eram extremamente conservadoras, e condenavam a festa do Rosário, por ser uma herança cultural da escravatura, que condenava o comportamento dos festeiros, cujos ternos apresentavam uma bandeira com a imagem da Virgem, que era beijada por bêbados e sem respeito. A festa foi interrompida através desta igreja, e os festeiros edificaram uma pequena capela no Alto da serra do Mingote, onde por muitos e muitos anos a festa foi transferida para aquele local que ficava afastado do centro da Cidade e passou a ser chamado o Alto da Igrejinha.
A Igreja do Rosário ainda
ficou trancada por algum tempo até que foi demolida. Lembro-me de quando isso
aconteceu. Foi triste ver aquela igreja que poderia durar séculos ser destruída.
Lembro-me de ver o Geraldo Dama, um dos homens no triste desmanche mostrar uma moeda
que teria encontrado debaixo do assoalho da igreja. Aquele monte de adobe e de
pedras e telhas sendo levados pelo caminhão da Prefeitura. Para onde... Eu não
sei!
A demolição desta igreja foi
um triste capítulo da história de Candeias.
Armando Melo de Castro.
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