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sábado, 13 de dezembro de 2014

JOAQUIM, O PAI DE SANTO TARADO!

Certa vez apareceu em Candeias um cidadão que atendia pelo nome de Joaquim. Ninguém ficou sabendo se Joaquim de quê ou de quem... Sabe-se que “nas Candeias” é de bom hábito as pessoas serem chamadas pelo seu nome acrescido do nome do pai, da mãe, ou do cônjuge.  Assim por exemplo: João do Nestor, Zé do Ângelo, Carlinhos do Emílio, Luzia do Vico, Maria do Vete, Pedro da Dalva, Doca do Carneiro, Maria do Antero e por ai vai. Acontece às vezes que esse tipo de cultura pode até causar constrangimento como “Rola do Estevão... Rola do Norberto”. Isso aconteceu certa vez quando alguém perguntou à esposa do Norberto Cordeiro como se chamava e ela tranquilamente disse: “Eu sou a rola do Norberto” E o cara começou a rir sem parar deixando a pobre senhora toda sem graça.

Mas, voltando ao assunto do Joaquim de ninguém, esse não era candeense. Teria chegado a Candeias trazido por um amigo chamado Eduardo, que tinha um armazem, na Rua Professor Portugal, onde hoje reside a família do Nenem  da Zenóbia. Supõe-se, portanto que o ilustre desconhecido fosse de Itapecerica, também, como o comerciante Edudardo.---  Ninguem tinha certeza de onde ele saiu. Uma hora alguém dizia que ele era de Formiga, outra vez diziam de Itapecerica. O João Cambota que era viajante, disse que já o teria visto na cidade de Oliveira.

Itapecerica e outra de Campo Belo. E às vezes até de cidades distantes. Talvez tenha vindo através das águas, e com certeza águas de enxurradas, isso porque no pouco tempo em que se estabeleceu na cidade foi o suficiente para dar o cano na venda do Antônio do Orcilino, e aprontar com outras pessoas, inclusive com uma senhora distinta, como a Dona Lica do João Passatempo, que vendeu 2 feixes de lenha para ele e não recebeu. O bichão era escolado para passar a conversa nos outros. E o meio que ele escolheu era de pessoas humildes, carentes, desprovidas de tudo... Logo, logo, ele já foi fazendo, como se diz no linguajar do futebol: foi fazendo o seu meio de campo.

Era um camarada baixo, cabeça grande, cabelo na nuca, tinha uma meia calva, tipo testa longa que lhe ia até ao meio da cabeça; cavanhaque e bigode bem aparados, olhos fundos e boca grande; nariz avantajado cujas ventas cabeludas pareciam que iam aspirar o mundo. Tinha uma voz macia e agradável. Ouvia atentamente as pessoas para depois dar a sua opinião. Estava sempre trajando calça de brim e camisa de mangas compridas, branca e de colarinho preso. Contava uns quarenta anos mais ou menos e não tinha família. Bom, ele dizia que não tinha família, mas ele logo se ajeitou com uma candeense que morava lá pelos fundos do Bairro da Gruta e acabou engravidando a moça e depois disso ninguém nunca mais o viu. E a coitada ficou na rua da amargura.

O tal de Joaquim, logo que aportou em Candeias alugou uma casa velha que existia nas imediações da Praça Geraldo Cândido da Costa, e montou ali um tipo de clinica de charlatanismo e saiu anunciando que era benzedor, curador, raizeiro, pai de santo, quiromante e cartomante. Enfim, ele era tudo só não falou que era pai do diabo. Apresentado aos primeiros adeptos por um tal de Eduardinho, de Itapecerica, vendeiro estabelecido, onde hoje reside a família do Neném da Zenóbia. Diziam-se amigos e como Eduardinho era chegado nessas crenças poderia ter sugerido ao Joaquim, vir para Candeias.

Joaquim de ninguém, logo conseguiu formar um pequeno rebanho de idiotas já envolvidos na sua conversa fiada; que sob um efeito placebo, começou acreditar naquele elemento para o qual só faltava estar escrito na sua testa: “Eu sou um malandro”.

O malandro trouxe na sua tralha um secretário, um tal de Joãozinho, um mulato bem apessoado de cabelos lisos amarelados; magro, bem lavado, anca de mulher, andar de mulher, voz meio a meio. Ele orientava às pessoas a chamar o charlatão de “Pai Joaquim”, marcava consultas, recebia pelos serviços, vendia as garrafadas, inventava histórias e observava os homens que por ali passavam principalmente os mais jovens, robustos e viris.

E essa malandragem chegava a ultrapassar fronteiras, começou a vir gente de Campo Belo e Formiga e de outros lugares. Na quarta e sexta feira eram dias de incorporação. Na quarta o malandro incorporava um espírito de um tal Padre Jaci, que resolvia os problemas de relacionamento, amores desarrumados, brigas de casais etc. E nas sextas feiras ele recebia o espírito de um suposto Dr. João Napoleão, um médico que curava até câncer, apesar de que naquele tempo câncer era chamado de doença ruim. Nos demais dias ele dava passes e exercia as outras especialidades. Atendia, também, em domicilio. Dava para ver que a fonte monetária do Pai Joaquim começava a fluir ouro.

Um belo dia aparece à porta desse mundo de soluções, um carro com placa da cidade Belo Horizonte. Era um carrão. Desce ali um casal dando-se a entender tratar-se de pai e filha. O motorista corpulento, já de cabelos grisalhos, rosto bem escanhoado, trajando um terno de casimira. E a moça toda enfeitada como se tivesse vindo para um desfile de modas, deveria contar uns vinte e cinco anos. O jeito de ambos expressava tratar-se de gente inteligente e aristocrata.

Quando o Joãozinho viu aquela gente adentrar aquele ambiente totalmente desconforme para o seu porte, quase sentiu um orgasmo e lhes ofereceu um tratamento diferenciado, levando-os para um cômodo da casa onde diziam ser o escritório do “Pai Joaquim”, que naquele momento estaria em concentração, pois, entraria em transe dentro de alguns minutos. Naturalmente estaria se preparando para atender individualmente a cada um, sob o pagamento de “cinco cruzeiros” mais a venda da água energizada por ele, seguido de uma prevista garrafada que ele fabricava cujas raízes só Deus poderia dizer quais. Apenas os passes espirituais e as bênçãos eram gratuitos.

A sala cheia de gente aguardando ser chamada pelo Joãozinho, empanado num jaleco branco parecendo um enfermeiro do Hospital da Clinicas. E de repente: “---Dona Jussara, pode entrar, sem acompanhante”!
Depois de aproximadamente quinze minutos sai correndo e aos gritos lá de dentro a Dona Jussara: Ele me deu uma água para beber!!!... Ele me amoleceu... Ele me passou a mão!!!...

E o pai da moça, vai lá dentro, pega esse Pai Joaquim, dá nele uns sopapos e o nome mais bonito que saiu lá de dentro foi FDP. Nada restou ao Joaquim de ninguém, a não ser dizer que aqueles dois estavam encarnados no diabo.

É isso ai, nem todo aquele que vem em nome do Senhor, merece entrar no reino de Deus. E quem acredita em desconhecido, corre esse risco de ao invés de encontrar um pai de santo, encontrar um pai de diabo.


Pai Joaquim desapareceu no outro dia: não pagou a sua conta na venda do Antônio do Orcilino, não pagou o aluguel, afiançado pelo Eduardinho. Mais tarde chegou a notícia em Candeias de que o malandro estava em Goiás, com outro nome.

Armando Melo de Castro
Candeias MG Casos e Acasos

domingo, 16 de novembro de 2014

NO TRIBUNAL DA CONSCIÊNCIA


Francamente, eu chego a pensar que certas coisas só acontecem comigo! Eu não sou muito chegado em viagens; canso-me por pouco. Dirigindo então, nem se fala. E nas viagens de ônibus dou sempre um azar danado. Morando em Juiz de Fora, vou todo mês a Candeias visitar minha mãe e meus amigos. Estando sozinho prefiro viajar de ônibus por ser mais seguro e menos cansativo. Desço em Campo Belo, onde o ônibus da viação Gontijo me deixa no horário noturno através da linha que liga Juiz de Fora a Uberlândia. E nessas viagens, sempre nessas viagens, tem sido comum algo a me incomodar. Parece que sou azarado quando viajo de ônibus, sempre me defronto com alguma coisa que me desassossega durante a minha viagem feita normalmente durante a noite. 

Entre tantos incômodos proporcionados por parceiros de poltronas, já tive como, espirros fétidos, pés chulezentos, desodorante vencido, punzinho, punzão, ou seja, pum silencioso ou estrondoso, fétido ou não, roncos, celular dando notícia integral da vida do seu titular e outras coisas mais... Quando penso que não há mais nada para acontecer dentro de um ônibus onde estou viajando, sou surpreendido com algo novo. É de impressionar o comportamento humano e suas variedades. Quando o coletivo tem poltronas vagas é fácil, pois, conforme o dito popular, os incomodados que se afastem. Mas e quando ele está cheio?! Ai é que o bicho pega. Quero ver se doravante não viajo mais às vésperas de feriados. É terrível! Dizem que feriados que caem no sábado ou no domingo são como olhos verdes no rosto de gente feia. Mas que nada. O feriado de 15 de novembro caiu num sábado e o ônibus estava cheio.

Eram mais de 2 horas da manhã, quando tomo o “bus” na rodoviária de Campo Belo, esperando que logo fosse puxar uma palhinha; isso porque sou bom de cama dentro de um ônibus, mas, eu não sabia o que me esperava. No coletivo lotado fui encontrar a minha poltrona de número 21, cuja passagem teria sido previamente comprada, tomada por alguém que teria sido mulher e fora transformada numa jamanta de mais ou menos uns cento e oitenta quilos. Com o ônibus lotado eu não tive alternativa a não ser chamar a invasora do espaço alheio a desocupar a área. Mas quando ela se levantou e se posicionou assentada, metade da minha poltrona continuou ocupada. E a minha era do lado da janela, Quando analisei o incômodo propus a troca de assentos, porque assim eu poderia tomar um “arzinho”.

De forma sorrateira, tentei abrir a divisória das poltronas, mas como? Não tinha como?! Quando eu me assentei, eu senti que a minha lateral esquerda estava entrando na sua lateral direita. Mas eu não teria alternativa a não ser ficar de pé. Portanto fiquei assentado e espremido. Daí começou o meu suplício.
Na penumbra do ambiente eu pude ver que se tratava de uma mulher que teria comido, durante toda a sua vida tudo que a natureza lhe proporcionara. A sua estatura era de chamar a atenção. Um rosto cheio e grande; um nariz parecendo que iria aspirar todo o oxigênio local. Olhos miúdos quase fechados; a boca mostrando uns lábios enormes e vermelhos; uns cabelos curtos e pintados de roxo quaresmal e um corpo todo moldado em toucinho. E eu ali, que já não sou magro, espremido feito um limão. Parecia até uma guerra de corpos. Um querendo engolir o outro.

Assim que chegamos à cidade de Perdões, ponto de apoio da empresa Gontijo, eu desci tomei um café e comprei uma água mineral, porque sempre tenho sede durante as viagens e a próxima parada para lanche seria somente na cidade de Barbacena, a mais de 150 quilômetros dali. Fora disso só embarque e desembarque. Quando voltei a tomar o meu lugar, dada à partida do ônibus, a passageira minha parceira já teria tomado de novo o meu espaço. Começamos tudo de novo. E só me restou rezar para que a sua viagem não fosse terminar no fim da linha como a minha; que ela viesse a descer numa das próximas paradas, quando ela me pergunta que lugar era aquele de onde estávamos partindo. Perdões, disse-lhe. E numa nova pergunta, se Juiz de Fora ainda estava muito longe. Nesse momento eu pensei: Meu Deus! Qual o mal que Lhe fiz? Eu nesta situação só pode ser castigo. Eu ir daqui até Juiz de Fora nesta situação?! Clamei por Jesus! --- E a inconveniente passageira deu de querer conversar quando senti um terrível mau hálito vindo das profundezas do seu organismo. E eu pensei: Agora estou frito! Não dei papo porque o aroma do ar aconselhou-me silêncio total. Inclusive fingir de morto.

A próxima parada seria a cidade de Lavras, mas infelizmente desceram apenas três passageiros e outros três entraram para tomar os seus lugares. Continuou a viagem e a próxima parada seria São João Del Rei. E eu ali, apertado, mal acomodado com aquela invasão de espaço, um ar impuro que me confundia o bafo de onça com odor de jaratataca.

Eu com a minha garrafinha d´água me preparando para toma-la quando ela tranquilamente disse: ----“O senhor pode me dar um pouquinho da sua água para eu tomar um comprimido?”.
Passei-lhe a garrafa d’água no que ela tomou a metade e devolveu-me o resto. Agora eu com sede e sem água. Claro eu não beberia aquele resto.

Felizmente, em São João Del Rei, desceram dois filhos de Deus que deixaram as suas poltronas de herança para mim. Eu não sei o que seria de mim se eu tivesse que ir até ao fim da viagem espremido daquele jeito. A sede eu fui mata-la somente na cidade de Barbacena.

Em Juiz de Fora ao desembarcar, pude me ver cara a cara com aquela pobre mulher, naturalmente cheia de problemas de saúde devido à sua obesidade mórbida e que toda a inconveniência a mim causada não lhe teria sido por sua vontade. Talvez isso lhe tivesse deixado chateada, pelo olhar humilde e desajeitado que teria me lançado. Nesse momento doeu em mim. Senti remorsos e o tribunal da minha consciência, me condenou como filho de Deus. Eu via naquele momento o que eu deveria ter visto durante a viagem e não vi. Ela não se comportou mal. Ela apenas era uma pessoa fora dos padrões normais e que não cabia a mim julga-la a não ser sendo egoísta como teria sido.

Armando Melo de Castro
Candeias Casos e Acasos.                                                                           



segunda-feira, 27 de outubro de 2014

PT QUEM TE VIU E QUEM TE VÊ!


                                                Lélia Abramo, uma das principais fundadoras do PT.

Nunca votei no Lula, nunca votei na Dilma e jamais votarei neles.  O PT foi fundado por homens da melhor estirpe, artistas, intelectuais e religiosos. Eram comunistas, socialistas etc. Ser adepto desse regime é um direito. Contudo os adeptos dessa ala política o faziam com profundidade em defesa de seus pensamentos.  Eu respeito como democrata e nacionalista brasileiro o pensamento desses personagens, contudo, eu tenho uma ideologia diferenciada, sou do regime capitalista; sou antigo udenista. Entendo da liberdade ampla, porém disciplinada. Acho que o cidadão tem que acumular o produto do seu trabalho. Temos que produzir riquezas, e para produzir riquezas precisamos do rico, do capital. E como dizia o maior líder americano capitalista, Abraham Lincoln, “não se protege o pobre destruindo o rico.” 
O socialismo a meu ver alimenta a malandragem, a preguiça e a falta de interesses. Talvez pudesse ser bom no passado quando o homem dava como prova de sua honestidade um fio de cabelo da sua barba. Hoje, socialismo com a cultura atual, é criar malandros.  Mas, é um direito de qualquer um ser socialista, ou ser comunista, apesar de ser, no meu entender, uma grande falsidade pelo que podemos observar através dos lideres desse sistema. Eles não gostam da galinha dos ovos de ouro, porque eles não comem ovos, só comem galinhas. O socialismo é matar a galinha dos ovos de ouro.  Eles pregam o socialismo e vivem buscando o conforto do capitalismo. Veja por exemplo, Chico Buarque de Holanda, um dos filhos de um dos fundadores do PT. Ele vive exaltando e convivendo com o capitalismo.

O Partido dos trabalhadores, tendo por base um movimento esquerdista, socialista e comunista, à medida que os membros legítimos, essenciais foram morrendo, o Lula, como é de seu hábito falar que tudo foi ele quem fez, foi fazendo como os pardais, tomando conta do terreiro. Dilma veio num pacote de terroristas, um dos integrantes do PT. O PT cresceu, sem dúvida, através de Lula. Mas, num movimento totalmente contraditório aos seus princípios. Lula ganhava a imprensa através do sindicalismo anarquista no qual ele se envolveu. 

 Lélia Abramo, artista da Globo, uma das principais personalidades fundadoras do PT, uma intelectual, foi quem ensinou lula a falar em publico e corrigia o seu linguajar chulo. (Eu não li isso eu vi Lélia falar na televisão) Lélia foi uma das mais importantes fundadoras do PT em 1980, com intelectuais como Mário Pedrosa, Sérgio Buarque de Holanda, (Pai de Chico Buarque de Holanda) Apolônio de Carvalho, Paulo Freire, Antônio Candido. Ainda os irmãos de Lélia, o jornalista Cláudio Abramo e o artista plástico Lívio Abramo, e o velho intelectual Helio Bicudo, hoje criticando o uso do Bolsa Família.

À medida que os fundadores de fato e intelectuais foram morrendo, Lula foi tomando conta do terreiro como se fosse ele o fundador do PT. Lula nunca cita esses nomes, nunca fala nesses nomes. A falsidade de Lula começa com Lélia Abramo.

Armando Melo de Castro.
Candeias MG Casos e Acasos.




quinta-feira, 2 de outubro de 2014

EU SOU OBRIGADO A CONCORDAR COM ISSO?


Nesses meus 70 anos de vida eu tenho procurado ser um cidadão correto, cumpridor dos meus deveres e respeitador das leis que impõe regras à sociedade.

Sou católico apostólico romano e apesar de discordar de certas coisas dentro do catolicismo, não pretendo mudar de nomenclatura religiosa, pois, gosto da minha igreja, sou conservador dos meus princípios, sou leitor da Bíblia Sagrada, especialmente do Novo Testamento; além de ser atento aos ensinamentos de Jesus Cristo. 

Busco sempre conhecer os meus direitos constitucionais. Faço isso porque estou convicto de que os meus direitos terminam onde são iniciados os direitos dos meus semelhantes. É de minha constância revisar os meus conceitos; quaisquer que sejam; porque só não o faz os desvirtuados que têm ideia fixa. Respeito o comportamento, o pensamento e o direito das pessoas, desde que não extrapolem os princípios da sociedade organizada pelas maiorias.

Como um ser humano organizado e disciplinado sempre procuro primeiro os meus deveres para depois procurar os meus direitos. Portanto, primeiro eu respeito para depois ser respeitado.

Sei perfeitamente que ninguém tem a obrigação de concordar com as minhas ideias, mas que discordem delas com ponderação. Isso porque eu as julgo legitimas e de direito. Entendo que os desencontros ideológicos favorecem o aperfeiçoamento humano, porém, devem ser de forma racional e respeitosa. Igualitarismo não quer dizer que seja as maiorias impondo regras para as minorias e muito menos as minorias impondo leis que criam regras para as maiorias. Sou convicto de que diante de uma disputa de ideias entre minorias e maiorias apenas o diálogo conhece a razão. Apenas o diálogo poderá trazer a satisfação mútua entre esses dois polos humanos, de forma honesta, verdadeira e justa. Isto porque ninguém é dono da verdade; e tendo por si as maiorias um raciocínio maior, a imposição de força das minorias somente será destacada com a força da palavra raciocinada. Assim repudio as leis e as forças tendenciosas, especialmente o radio e a televisão, impondo mudanças que atendem ativistas ou interesses políticos que ferem os princípios da sociedade conservadora e fermentam o cérebro dos mais humildes e ignorantes.

Diante deste contexto eu procuro não confundir as coisas. Contudo, vejo urgir na sociedade brasileira uma tendência na contra mão por parte de um fragmento dentro da comunidade homossexual. Para mim, os homossexuais são dignos de respeito desde que se comportem dentro dos requisitos da sociedade. Ser homossexual não significa ser um pecador, um criminoso ou um deturpado. Ele é um filho de Deus como outro qualquer e tem o direito de pensar e agir como bem entender, desde que não fira os princípios éticos e morais da maioria que compõe a sociedade.

Homem beijando homem na rua não é uma coisa natural. Mulher beijando mulher na rua, também, não é coisa natural. Ativista desse segmento, aparentemente lúcido nas suas faculdades mentais, enfiando a mão dentro da braguilha de seu companheiro em plena luz do dia, também, não é coisa natural. Mulher vestida de homem e homem de mulher de forma escandalosa... Enfim um verdadeiro atentado ao pudor... Nada disso é natural para mim. E por que eu tenho que ver isso calado e com naturalidade? Afinal a rua me pertence também; ela é pública. E os direitos? Onde estão os meus direitos? 

As famílias que seguem à risca a cartilha da sociedade pode ver isso, mas eles não podem ouvir o nosso protesto... Onde está a plenitude do direito do cidadão brasileiro? O direito não está! Ele fugiu e foi para o discurso de políticos demagogos que por um voto seriam capazes de copular a própria mãe. Subentende-se que querem fazer com que a maioria da sociedade aceite esse tipo de coisa na marra ferindo de morte os seus princípios. Isso para mim é um comportamento rebelde, impudico, imoral, contraditório e sem dúvida uma sodomia.

A sociedade tem espaço para todos os homossexuais desde que sejam respeitosos e comportados. A sociedade não terá espaço, espero, para os devassos, que querem contrariar a natureza aos olhos de quem reconhece que Deus criou o homem e a mulher para sustentar a obra da sua criação. E aqueles que não querem participar que não participem, mas que pelo menos respeitem aqueles que estão imbuídos nessa obra Divina. Todos nós temos a obrigação de entender os princípios humanos dentro das suas intimidades. Mas o espaço público pertence à maioria de uma sociedade constituída de princípios, meios e fins. Uma união entre homossexuais poderá ser constituída diante da lei. E porque instituir essa união com o nome de casamento? Casamento para mim é uma instituição que promove a vida. É a natureza dando seguimento à vida humana.

Ser homossexual é uma coisa, agora ser devasso é outra. Buscar o amparo social para os homossexuais através de uma conscientização ideológica é legítimo e cristão. Agora impor através de novelas deturpadas, leis oriundas de uma politica tendenciosa, passeatas escandalosas, isso nada mais é do que uma contribuição para com a anarquia social; é instituir o atentado ao pudor. Fomentar o ativismo Gay é dar guarida a uma minoria desorganizada e que se comporta como excluída e vitima exclusivamente para buscar os seus objetivos através de um movimento sem consistência, quando alimentam a hipocrisia dentro da sociedade. 

Quer ser gay, veado, bicha, que seja, mas, por favor, entre para a sua alcova e feche a porta porque aqui de fora só tem espaço para os homossexuais respeitáveis que não atentam ao pudor da dignidade da família legitimada da qual eles pertencem.


Armando Melo de Castro
Candeias MG Casos e Acasos

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

CANDEIAS, MINHA TERRA QUERIDA.


A nossa Candeias está tendo problemas com o abastecimento d’água. Se não estou enganado essa estrutura que se encontra para fornecimento do precioso líquido da vida, já está beirando os 50 anos. E tudo indica que não foram feitos novos investimentos durante todo esse tempo. E o que estão falando os dirigentes do município a respeito disso?  Quais as providências que as autoridades constituídas do município têm tomado? Onde anda a Prefeitura? Onde anda a Câmara de Vereadores?  Será que estão esperando a água acabar de vez para começar a tentar resolver o problema da água em Candeias?

Nos municípios onde estão se cuidando não faltará água. O povo de Candeias tem que votar em pessoas como tivemos no passado, pessoas como Dr. Zoroastro Marques da Silva; Américo Brasiliense de Paiva; Francisco Quintino da Silva. Dr. José Pinto de Resende; João Pinto de Miranda; Nestor Lamounier, políticos exemplares cujos nomes os atuais ocupantes dos poderes executivo e legislativo candeenses, deveriam ter como exemplos; esses homens não ficavam chocando os problemas em Candeias não. Eles iam a Belo Horizonte e traziam recursos para o nosso município. 

Viajavam nos seus próprios veículos porque à época a Prefeitura não tinha um carro oficial. Os prefeitos ganhavam uma ninharia, e às vezes, se abdicavam dos salários em benefício de alguma causa como foi o caso do Sr. Nestor Lamounier que cedeu o seu salário em benefício do então, “Ginásio de Candeias” que era gratuito. Os vereadores não tinham salário. Mas eles tinham amor na sua terra e respeitavam o povo que os elegiam.

Grandes vultos da politica nacional visitaram Candeias no passado. Hoje só aparecem por aqui candidatos sem conotação. E quando vêm estão de mãos vazias e promessas vagas. É preciso que os representantes do povo de Candeias corram atrás. Se não for lá buscar não vem nada não. Esses nossos políticos atuais precisam deixar de serem tímidos e desprovidos, só sabem ficar bajulando esses deputados do Baixo Clero.  Esses só sabem dar iluminação para campos de futebol e esmolas, coisas que não atende a população. Isso não é política.

Portanto meu amigo lembre-se que o seu título de eleitor é um titulo de direito que você tem de votar pelos destinos da sua terra. O titulo de eleitor é o seu titulo de propriedade do direito de cidadão. Lembre-se, também, que aquele que você elege não é eleito para administrar a vida em particular do povo. Ele foi eleito para administrar o bem estar da nação; administrar o patrimônio do povo, para ouvir o povo, para atender o povo e não para fazer favor em benefício de seus apaniguados.

Se o eleitor vota em troca de favores ele está vendendo a sua dignidade, está vendendo o seu voto. Voto não é produto de venda, voto é o símbolo da sua dignidade. Pense nisso e não vote de qualquer jeito. Vote nas pessoas que amam o Brasil e não nesses candidatos que só sabem olhar o lado deles. Só sabem prometer e não cumprir e ainda tentam fazer o seu voto de objeto de troca.
Você meu amigo conterrâneo, é uma célula da nação. Você é, também, um responsável. Não deixe que venham a usurpar de você o que é de mais nobre perante um país democrático. Não vote em quem já provou que não faz. Que não trabalha. Que enrola. Enfim, não vote em quem dorme o dia que ocupa o cargo político e só vai acordar às vésperas de outra eleição.

Armando Melo de Castro 

Candeias MG Casos e Acasos.

domingo, 21 de setembro de 2014

ISSO FOI HÁ MUITOS ANOS!


Como vem acontecendo nos diversos pontos do país, em nossa querida Candeias, também, começa-se a conviver com o problema da falta d’água. Esse transtorno ainda não havia assolado a nossa cidade, contudo, é chegado o momento de uma conscientização sobre o consumo do líquido da vida, mesmo porque, todos nós conhecemos o que representa a falta d’água. Ela é crucial em todos os sentidos. É como se a vida parasse. Entretanto, infelizmente, nem todas as pessoas têm consciência disso e muitos desperdiçam. Está patente que o momento não permite lavações de carros e nem de calçadas. Isso pode ficar para depois.

A falta da água está ameaçando o mundo. Existe um movimento na Europa que está advertindo que duas em cada três pessoas, em todo o mundo, correm o risco de ficar sem água até 2025.

Não faz muito tempo, em Candeias, havia água com sobra. A diminuição do produto está desproporcional ao crescimento da cidade, ou seja, enquanto a cidade cresce pouco, a água diminui muito. Portanto, tudo indica que a situação tende a se agravar, principalmente, se não houver uma inteiração dinâmica por parte dos políticos candeenses. E lamentavelmente os representantes do povo candeense não têm correspondido com competência. Esperamos que coloquem essa questão nas prioridades e que o povo venha ser informado das providências a serem tomadas.

O povo de Candeias precisa ficar atento a esse problema que promete sérios transtornos para o futuro se providências não forem tomadas.

O problemas da falta d'água  são cruciais. Afora a quebra das plantações, o dia-a-dia da população torna-se insuportável. Uma casa com idosos, com crianças, os hospitais, enfim, onde há vida há a necessidade da água. Mas, foquemos aqui um local dentro da nossa casa, quando está cheia de visitas, ou diante de um problema qualquer. Vejamos, o que aconteceu certa vez no Grupo Escolar Padre Américo, onde eu estudava quando fazia o curso primário:

Por um motivo de ordem técnica ocorrido na época, certa vez faltou água na cidade durante cinco dias. As aulas não foram suspensas por causa disso. Havia alguns filtros de barro e dois tambores que serviam de depósito para molhar as plantas e que ficavam disponíveis para dar a descarga nos vasos sanitários. Portanto, após o recreio, o Sr. Erasto de Barros, o porteiro da escola pegava um balde e dava descarga nos vasos, mesmo porque a caixa própria já teria se esvaziado. E como o lavatório do banheiro estava sem água e papel higiênico nunca existia, no último dia da semana foi uma tremenda bagunça feita por quem veio a usar o banheiro. E o Sr. Erasto de Barros, que tinha a língua solta, falou alto e em bom som: " Esses merdas estão esparramando merda  pra todo lado. Tem merda nas paredes, tem merda no botão da descarga, tem merda no botão da luz, parece que tá todo mundo limpando o dedo no botão."

Armando Melo de Castro
Candeias MG Casos e Acasos.

NB) A minha amada Escola Estadual Padre Américo é hoje um modelo de escola. Um abraço a todas a professoras, auxiliares, alunos e a minha querida prima Marília.








domingo, 14 de setembro de 2014

LEMBRANÇAS DE CANDEIAS.


Foto do Álbum de Clara Borges.

Lembro-me de quando Candeias não tinha sequer uma rua calçada. A Rua Coronel Marques, chamada de Rua da Estação era o cartão de chegada de quem vinha de fora. E era triste. Se fosse aos tempos de chuva, os viajantes sofriam com suas malas no meio do barro. Esta, contudo, foi a primeira rua de Candeias a receber calçamento. E o pedreiro que o fez foi um senhor chamado Ilídio.

Lembro-me que naquele tempo os meninos trabalhavam. Vendiam pão, doces, biscoitos, pastel, verduras e frutas, na rua.  Muitos engraxavam sapatos. Eu por exemplo engraxei muito sapato aos domingos na Rua Professor Portugal. Outro que foi meu colega e que também tinha um engraxate era o Vicentinho Vilela. Naquele tempo os filhos ao invés de viver à custa dos pais já os ajudavam nas despesas. Faço-me lembrar de que o Pedro Pitanga, Dionísio Passatempo, Joaquim Passatempo, Adão Caixeiro, eram meus fregueses de engraxate.

Lembro-me da Praça Antônio Furtado, quando não tinha árvores nem bancos. Quando servia de campo de futebol para os times formados na rua. Quando era conhecida pela Praça dos Circos, pois, ali eram armados os itinerantes, circos e parques. Barracas de ciganos e ponto de aglomeração pelas festas de reinado.

Lembro-me das três sirenes que apitavam na cidade. A mais possante ficava na máquina de limpar café do Bonaccorsi nas proximidades da estação ferroviária. Ela tinha um ruído tão forte que era ouvido nos quatro cantos da cidade. A outra era, também, da máquina de limpar café do Emídio Alves, na Rua Francisco Bernardino de Sena. E a terceira era a do cinema, avisando que a sessão cinematográfica estava prestes a começar.

Lembro-me dos trens de passageiros que paravam na estação deixando e levando passageiros para os diversos pontos do país. Como era gostoso viajar de trem. Ele demorava duas horas de Candeias a Formiga, e andava sempre atrasado, mas era uma viagem tranquila. Ali dentro do trem tinha gente de toda parte e às vezes podíamos encontrar até artistas. Certa vez numa dessas viagens pudemos ver as irmãs Galvão. Uma com o violão e a outra com o acordeão. Eram jovens cantoras e estavam viajando no vagão de segunda classe. Junto com a classe proletária. Os trens tinham a primeira e a segunda classe. E como o acesso de um vagão para o outro era fácil, muitas pessoas compravam o bilhete de segunda classe e viajava no de primeira. Esperava o chefe do trem passar e picotar as passagens. No noturno tinha ainda o restaurante, onde podia tomar refeições quando a viagem era mais longe. Fora disso poderia tomar uma cervejinha ou refrigerantes.

Lembro-me do Bar do Bóvio e do Bar Piloto. Candeias não tem hoje um bar que possa ser comparado com esses dois bares. Bebidas nacionais e estrangeiras. Como não existiam nesse tempo os supermercados, latarias, azeites de oliva, ou seja, tudo que era importado ou importante era vendido nesses bares. As vendas vendiam normalmente a alimentação básica.

Lembro-me da festa do Reinado. Havia nessa festa candeenses que sumiam durante o ano e apareciam nesse tempo. A cidade ficava cheia os comerciantes vendiam muito e quando o povo que vinha de fora ia embora a cidade ficava triste. Da mesma forma era a época da Semana Santa.

Lembro-me do Carnaval em Candeias. As mães iam para levar as suas filhas. Não havia essa liberdade que existe hoje. As filhas eram preparadas para o casamento e os rapazes eram comprometidos com o trabalho quando pensavam em se casar.
Lembro-me dos domingos de verão quando vários caminhões iam até a usina que gerava a eletricidade do município e era de propriedade do Senhor Celestino Bonaccorsi. Parece que lá existia mais água. E peixe também. As pessoas nadavam, pescava, namoravam tudo dentro de grande respeito.

Mas, a lembrança que mexe e remexe dentro de mim... A lembrança que fermenta e aumenta uma grande saudade. A lembrança que entrou pelo meu cérebro e desceu ao coração e lá permanece, é o eco dos sinos da antiga Igreja Matriz chamando os fieis para o encontro com Deus; marcando o meio dia; anunciando a hora do Ângelus e anunciando, também, a ida de um filho de Deus para o céu... Esse eco é uma mistura de lembrança, saudade e tristeza.

Armando Melo de Castro

Candeias MG Casos e Acasos.

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

QUEM ESPERA SEMPRE ALCANÇA.



Há dias quando eu passava pela Avenida Rio Branco aqui em Juiz de Fora, observei um homem caído num canto da avenida. O povo, incluindo eu, passava para lá e para cá e ninguém parava para ver aquele coitado ali que poderia estar dormindo, bêbado, ter passado mal ou estar morto. Quando voltei, pelo mesmo caminho, havia algumas pessoas ao redor do homem ali caído e alguém já dizia que ele estava morto. Foi preciso entre centenas de pessoas, aparecer um curioso para constatar que havia ali um filho de Deus morto de qualquer jeito.

Diante daquele quadro fúnebre eu fiquei a meditar: Se eu cair morto aqui em Juiz de Fora, até que vejam que estou morto pode demorar horas. E quando isso acontecer serei levado para algum lugar até que possam encontrar a minha família para chorar ou lamentar a minha morte. E por um momento parece que me senti preocupado com isso. Conclui, portanto, que nós humanos gostamos de ser observados até mesmo depois de mortos enquanto estamos vivos.
Quem não gostaria de ser o descobridor da cura do câncer? Quem não gostaria de ser um artista famoso?  O rei do petróleo...  Um presidente da república... O melhor jogador de futebol do mundo?  Imagino que todo mundo gostaria de ser notado.

Aquele homem morto me deixou meio abatido, meio abalado, meio triste. Só meio... Afinal não sei de quem se tratava e nessas circunstâncias somos igualmente meio frios. E mesmo sentindo esse meio eu já procurei afasta-lo de mim. Logo passei defronte a uma casa lotérica e lá estava uma placa informando que a Mega Sena estaria acumulada em 44 milhões de reais. Uma grande aglomeração estava ali presente, e como havia um caixa prioritário para os idosos resolvi participar daquela esperança.  Nesse momento eu já entrei para a lotérica e fiquei por ali tentando imaginar quais seriam os números que poderiam por aqueles 44 milhões de reais nas minhas mãos. Fiz dois jogos na Sena, comprei raspadinhas e tiras de bilhete do jacaré. Gastei 15 reais e sai dali pensando, pensando e pensando e cheguei à minha casa pensando e pensei até o dia do sorteio: Eu, com 44 milhões na minha conta no Banco poderei fazer isso e aquilo. Já nem pensava em raspadinha e nem tiras de bilhetes. Eu queria era os 44 milhões para alimentar a minha vontade de ser notado e pensava: Serei o dono do mundo, naturalmente pensei... 

E quem não pensaria? Eu poderia dar carros de presente! Dar apartamentos de presente!  E com isso o medo de cair morto no meio de gente estranha sumiu. E tão logo tive o resultado dos sorteios que levaram os meus 15 reais para o ralo, eu voltei a pensar no homem caído e morto na Avenida Rio Branco. Só que agora eu pensei diferente... Se eu cair morto em Candeias, todo mundo vai ver que sou eu, na hora... E é por isso que eu amo você minha querida terra onde aportei no dia 16 de janeiro de 1946, às 12,20 horas, quando o sol estalava mamona.

Enquanto isso um único ganhador da cidade de Dores do Indaiá, MG, ficava milionário com os 44 milhões, e eu aqui mais pobre 15 reais. Mas em compensação estive rico de esperanças durante alguns dias. Esperança é uma coisa boa de sentir e pode nos fazer felizes e ela é sempre a ultima que acaba.

Armando Melo de Castro

Candeias MG Casos e Acasos.

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

MEMÓRIA DE CANDEIAS.


Candeias no passado possuiu dois bons hotéis, o Candeense Hotel do Sr. Américo Bonaccorsi e o Novo Hotel da Senhora Geny Resende, posteriormente do casal Manoel Alves e da Senhora Vilça Freire. Nenhum dos dois hotéis não existem mais. Estão apenas nas lembranças das pessoas mais velhas como eu.

O Candeense Hotel hospedou no seu tempo, praticamente todos os viajantes que passaram por Candeias. E muitos deles faziam em Candeias o chamado “Pião”, hospedado ali enquanto fazia a praça da redondeza. O ambiente do hotel era convidativo para os viajantes vendedores, daquele tempo, que permaneciam até 30 dias fora de casa vendendo de cidade em cidade. Não existiam essas facilidades de hoje como, transporte, telefone, internet etc. O meio de transporte era limitado a uma jardineira de 25 passageiros que fazia a linha de Formiga a Campo Belo, via Candeias. Caminhões quase não existiam. No mais tudo que entrava e saia na cidade era por intermédio da ferrovia, antes Rede Mineira de Viação e depois Rede Ferroviária Federal.
 Os vendedores trançavam uns pelos outros nas ruas vendendo aos comerciantes e ao povo residente.

O Novo Hotel, ficou sendo assim chamado após ser adquirido pela Sra. Geni do seu antigo dono, Sr.Bitu. E atendia mais aos hospedes da zona rural e famílias. Os dois hotéis serviam refeições. O Candeense Hotel ficou sendo muito conhecido por todos os viajantes que passavam por Candeias, pela panelada de galinha que era servida aos viajantes que comiam o quanto queriam. Os hotéis, como tinham restaurantes atendiam, também, os não hospedes em refeições.

Existia, também, a Pensão da Vivi, que ficava situada numa velha casa onde hoje está situada a Loja do falecido Leonardo de Sousa. Posteriormente, a pensão, acabou e a Sra. Vivi abriu um restaurante.


O Restaurante mais conhecido e que durou muitos e muitos anos foi o Restaurante Pinguim, do Lulu. Posteriormente mudou o nome para Restaurante Bifão, até encerrar as suas atividades, quando o Lulu aposentou-se. No local até pouco tempo funcionava o Restaurante da Cidinha tambem já fechado.

Armando Melo de Castro.
Candeias MG Casos e Acasos

terça-feira, 5 de agosto de 2014

MEMÓRIAS DE UM DEPRIMIDO.

   
 A depressão tem sido o mal do século. A pessoa deprimida tende a deixar de lado a saúde, mas quando alguém deixa de cuidar de si a tendência da situação é piorar. Eu tive uma fase muito difícil na minha vida, foi quando perdi minha filha Regina aos 30 anos de idade, levada por uma grave depressão, mesmo porque, a sua depressão era do tipo esquizofrênica e era realmente muito grave. E esse estado de coisa me contaminou. Pude sentir que a depressão é uma doença que contamina porque o deprimido se torna numa companhia bastante carente. Ele nos dá a impressão que não quer vencer a doença e deixa se levar pelo desânimo; entra nos remédios e ai a coisa tende a piorar.

Tirando as minhas próprias conclusões eu notei que a pessoa quando está deprimida se sente uma vitima de tudo. Parece que tudo está contra ela. É como se estivesse sem chão... É como se caísse e não tentasse se levantar; achando que seria muito difícil. Naturalmente aguardando que alguém venha lhe levantar. A pessoa deprimida quer solidariedade, mas, não aceita sugestões. Elas se julgam incompreendidas, mal amadas, abandonadas e mais uma série de pensamentos negativos.

Eu estive num estágio desses cheguei a me sentir no fundo de um poço.  Médicos me receitando remédios que me faziam prostrado, intoxicado, desanimado e até sem fé em Deus. Parecia que nada pagava a pena. A vida não era nada. Eu cheguei a pensar que a morte seria a melhor oferta que Deus teria para mim. Nem a alegria das pessoas me despertava interesse. Era como se eu quisesse me livrar da tristeza, mas, não sabia como fazê-lo e não tinha ajuda de ninguém.

Certo dia, quando ia do meu quarto até à cozinha, cambaleando feito um bêbado, pelo efeito dos remédios, resolvi partir para outra e chutei o pau da barraca. Joguei todos os medicamentos fora. E mesmo me sentindo enfraquecido sai pelas ruas, visitando pessoas doentes; conversando contando para todo mundo como estava me livrando dessa tal depressão. Procurei me alimentar melhor. Tentei me relaxar, pensava em ler um livro não conseguia, insistia. Escrevi cartas para as pessoas amigas, para os parentes distantes, para os políticos e a Deus dará! As cartas já estavam fora de moda, mas eu fiz isso. Contava para todo mundo o que se passava comigo... Desabafava ao extremo... E me curei. Aprendi que remédio aumenta a depressão. Era preciso alimentar sem muito cuidado. Antes os remédios me tiravam a fome. Agora eu comia muito ovo, muito toucinho assado e muito queijo. Sentia-me um pouco despreocupado com o peso. Não dá para tratar depressão fazendo dieta para emagrecer.

 Logo aprendi algo importante. Aprendi que: Os psicólogos e os médicos não sabem curar depressão. Um fala coisas que você não acredita ou às vezes nem fala, fica em silencio ouvindo você. Deus me livre de psicólogos, quando eles deveriam ficar falando querem só ouvir. O outro só sabe empanturrar você de remédios que transformam você numa pessoa totalmente lerda, sem ideias, sem pensamento, sem nada. Eu era deprimido, mas, imagino que o médico que me tratou era meio louco. 
Portanto, Médico e psicólogo pouco entendem de depressão, fazem apenas uma ideia. Se eu tivesse escutado esses profissionais, talvez tivesse morrido. Não é difícil curar a depressão, mas carece do esforço do deprimido. Ele terá que fazer das tripas o coração. 

Para mim, foi preciso muito esforço, talvez mais do que aquele que eu tivera para deixar de fumar. E olha que eu fumei, quase quarenta anos. Se você tem problema de depressão, tente fazer o que eu fiz quem sabe vai dar certo como deu comigo? Tente dar uma guinada de 90 graus na sua vida. Deixe que pensem que você está ficando louco... Afinal a sua depressão é algo que está roendo dentro de você. E se você ainda tem uma cabeça que pode  imaginar, não perca tempo. Quem ainda tem capacidade de pensar está inteiro. Portanto, isso pode lhe ajudar. É uma sugestão. E boa sorte.

Armando Melo de Castro
Candeias MG Casos e Acasos