A depressão tem
sido o mal do século. A pessoa deprimida tende a deixar de lado a saúde, mas
quando alguém deixa de cuidar de si a tendência da situação é piorar. Eu tive
uma fase muito difícil na minha vida, foi quando perdi minha filha Regina aos
30 anos de idade, levada por uma grave depressão, mesmo porque, a sua depressão
era do tipo esquizofrênica e era realmente muito grave. E esse estado de coisa
me contaminou. Pude sentir que a depressão é uma doença que contamina porque o
deprimido se torna numa companhia bastante carente. Ele nos dá a impressão que não
quer vencer a doença e deixa se levar pelo desânimo; entra nos remédios e ai a
coisa tende a piorar.
Tirando as minhas próprias
conclusões eu notei que a pessoa quando está deprimida se sente uma vitima de
tudo. Parece que tudo está contra ela. É como se estivesse sem chão... É como
se caísse e não tentasse se levantar; achando que seria muito difícil.
Naturalmente aguardando que alguém venha lhe levantar. A pessoa deprimida
quer solidariedade, mas, não aceita sugestões. Elas se julgam incompreendidas,
mal amadas, abandonadas e mais uma série de pensamentos negativos.
Eu estive num
estágio desses cheguei a me sentir no fundo de um poço. Médicos me receitando remédios que me faziam
prostrado, intoxicado, desanimado e até sem fé em Deus. Parecia que nada pagava
a pena. A vida não era nada. Eu cheguei a pensar que a morte seria a melhor
oferta que Deus teria para mim. Nem a alegria das pessoas me despertava
interesse. Era como se eu quisesse me livrar da tristeza, mas, não sabia como
fazê-lo e não tinha ajuda de ninguém.
Certo dia, quando
ia do meu quarto até à cozinha, cambaleando feito um bêbado, pelo efeito dos
remédios, resolvi partir para outra e chutei o pau da barraca. Joguei todos os
medicamentos fora. E mesmo me sentindo enfraquecido sai pelas ruas, visitando
pessoas doentes; conversando contando para todo mundo como estava me livrando
dessa tal depressão. Procurei me alimentar melhor. Tentei me relaxar, pensava
em ler um livro não conseguia, insistia. Escrevi cartas para as pessoas amigas,
para os parentes distantes, para os políticos e a Deus dará! As cartas já
estavam fora de moda, mas eu fiz isso. Contava para todo mundo o que se passava
comigo... Desabafava ao extremo... E me curei. Aprendi que remédio aumenta a
depressão. Era preciso alimentar sem muito cuidado. Antes os remédios me
tiravam a fome. Agora eu comia muito ovo, muito toucinho assado e muito queijo.
Sentia-me um pouco despreocupado com o peso. Não dá para tratar depressão
fazendo dieta para emagrecer.
Logo aprendi algo importante. Aprendi que: Os psicólogos
e os médicos não sabem curar depressão. Um fala coisas que você não acredita ou
às vezes nem fala, fica em silencio ouvindo você. Deus me livre de psicólogos,
quando eles deveriam ficar falando querem só ouvir. O outro só sabe empanturrar
você de remédios que transformam você numa pessoa totalmente lerda, sem ideias,
sem pensamento, sem nada. Eu era deprimido, mas, imagino que o médico que me
tratou era meio louco.
Portanto, Médico e psicólogo pouco entendem de depressão,
fazem apenas uma ideia. Se eu tivesse escutado esses profissionais, talvez
tivesse morrido. Não é difícil curar a depressão, mas carece do esforço do
deprimido. Ele terá que fazer das tripas o coração.
Para mim, foi preciso muito
esforço, talvez mais do que aquele que eu tivera para deixar de fumar. E olha
que eu fumei, quase quarenta anos. Se você tem problema de depressão, tente
fazer o que eu fiz quem sabe vai dar certo como deu comigo? Tente dar uma guinada de
90 graus na sua vida. Deixe que pensem que você está ficando louco... Afinal a
sua depressão é algo que está roendo dentro de você. E se você ainda tem uma
cabeça que pode imaginar, não perca tempo. Quem ainda tem capacidade de
pensar está inteiro. Portanto, isso pode lhe ajudar. É uma sugestão. E boa
sorte.
Armando Melo de Castro
Candeias MG Casos e Acasos
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