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quarta-feira, 9 de agosto de 2023

TACANDO O PÉ NA BUNDA.

  Próximo de minha residência, em Juiz de fora, tem o Parque Halfeld, onde eu gosto de ir para lá e tomar sol e bater um papo com os meus contemporâneos de setenta anos para cima. Afinal, o que não falta aqui em Juiz de Fora é velho para bater papo. E ontem eu me deparei com um senhor de 81 anos, bem prosa, corpo mediano; trajando um terno cinza já batido e uma camisa branca com o colarinho preso no pescoço;  cabelo cortado tipo militar; um bigodinho fino e um rosto bem escanhoado. Uma figurinha rara do álbum.

  O velho mostrava ter  uma saúde verbal perfeita, falava no pé da letra colocando palavras, pontos e virgulas nos seus devidos lugares. No introito da conversa cheguei até a pensar que se tratava de um professor da língua portuguesa, mas era um engano, tratava-se de  médico aposentado da Santa Casa de Misericórdia. Uma dúvida, contudo, não fugiu de mim, foi a de que se tratava de um representante da pederastia juiz-forana.

 Apresentou-se com o nome de Gilberto e já começou a conversa me especulando tudo de minha vida, faltou apenas perguntar qual era o meu sexo. Daí partiu para falar da vida dele como médico, profissão de mais três irmãos. De sua mãe querida e dos quatro casamentos sem filhos.

 Falando em quatro casamentos sem filhos pairou sobre mim uma curiosidade no que me levou a lhe fazer sobre isso, uma pergunta que mereceria quatro respostas:

 A minha primeira esposa chamava-se Cândida. Era uma mulatinha dengosa, enfermeira lá da Santa Casa, cujo nome já era uma contradição com a sua cor. Mas ela tinha um problema queria sexo todo dia e eu chegava cansado do trabalho, queria descansar. As vezes tinha que me levantar de madrugada para atender e ela estava sempre pronta para o remelexo. O casamento foi ficando desgastado, e ela acabou me botando chifres e eu acabei tacando o pé na bunda dela.

 A segunda, não se cansava de falar que na vida dela os primeiros a serem amados, seriam os seus pais; os seus irmãos porque tinham o sangue dela. Depois sim é que vinha eu. Ora, uma mulher ficar falando isso para o marido, eu acho que está querendo um pé na bunda, e foi o que eu fiz, taquei o pé na bunda dela.

 A terceira eu conheci na praia do Rio de Janeiro. Muito bonita e carinhosa. Mas de repente apagou o fogo. Não parava nem aqui em Juiz de Fora e nem lá no Rio de Janeiro. Eu já andava desconfiado, taquei o pé na bunda dela.

 A quarta esposa foi um caso muito diferente. Eu descobri que ela era uma mulher muito porca e se tem uma coisa que eu não tolero é porcaria. Sou nojento mesmo! Certo dia eu dei vontade de comer uma maionese de legumes, um prato que eu gosto muito, e a maionese dela era das melhores. Eu me encontrava na sala assistindo um futebol de onde eu podia vê-la picando os legumes. Eu vi quando ela enfiou a mão dentro da calcinha, coçou, coçou e “recoçou” o fiofó e depois continuou a picar os legumes sem lavar as mãos. Se ela tivesse lavado as mãos eu já iria ficar com nojo, imagine ai então? Foi a gota d’água para eu tacar o pé na bunda dela.

 É não sei não!

 Armando Melo de Castro.

 

 

 

 

 


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