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quinta-feira, 30 de julho de 2020

O MEU ÚLTIMO ABRAÇO AO AMIGO IÉ-IÉ.


Hoje, logo que ligo o meu computador e me deparo com a triste notícia do falecimento do meu amigo José Rui Ferreira, o Ieié. Recebi essa notícia bastante abalado isso porque Ieié foi meu amigo durante toda a sua vida. E diante dessa notícia, vem à tona de minha memória fatos de nossa amizade.

Lembro-me quando ele ainda bem jovem trabalhava no Bar do Bóvio, conforme uma postagem nossa recentemente no Grupo Sô de Candeias. --- Agora, no final, fomos vizinhos muitos anos na Rua Vereador José Hilário da Silva. Um vizinho alegre bom de papo e sempre com um caso para contar.
Lembro-me quando trabalhei na fábrica de foguetes do seu pai, uma pequena fábrica fundo de quintal. Éramos quatro cada um com uma função: Zé do Leonides o pai dele, ele, eu e o Tarley Vilela. Conversávamos o dia todo. Dona Iraídes, mãe dele era quitandeira, naquele tempo Candeias tinha diversas quitandeiras porque as padarias eram apenas duas e tinham como prioridade a produção de pães. Como era boa a hora do café... Gosto de lembrar da fartura e da gostosura do café de Dona Iraídes.

Nesse tempo Iéié abriu um açougue. Os açougues, então, funcionavam apenas aos sábados. Durante a semana só se encontrava carne de salmoura porque não existiam geladeiras tendo em vista a fragilidade do fornecimento de eletricidade da Companhia força e Luz Candeense. Nesses dias de sábado eu era liberado pelo pai dele para ajuda-lo no açougue. E a minha tarefa era entregar as encomendas.

Depois disso Iéié foi ser viajante da, então famosa, Loja da China. Sua praça de ação seria a Bahia. A Loja tinha viajantes que a representava em todo o Brasil. A principio Iéié vinha mais amiúde visitar a família e os amigos trazia boas noticias da Bahia e da sua adaptação com os baianos e comentava a satisfação do fato conhecer as baianas. Dizia-se que futuramente iria morar na Bahia.
E já começava até a pegar alguns termos das gírias do povo baiano. Por pouco Iéié não tomou o apelido de baiano.

 E assim que o tempo foi passando Iéié sumiu. Não aparecia em Candeias e nem dava notícias para a família. Foi um tempo quente para o seu povo. A Loja da China não tinha notícias, e essa ausência causou uma comoção geral na cidade de Candeias. Corria-se o boato de que na sua última viagem ele teria dito que estava evolvido com uma baiana. E com isso surgiram-se os mais diversos comentários sobe o amigo Iéié.

Sua mãe ficou enferma dada essa ausência, esse sumiço e a ideia de que na Bahia era alto o índice de criminalidade. ---- Já se tinha Iéié como morto. –- Lembro-me de tê-lo colocado nas minhas orações. Mas finalmente quando não se esperava chega uma notícia de que ele estaria para chegar. E chegou, completamente diferente, dando má respostas, nervoso, totalmente diferente daquele Iéié tão educado, tão sorridente que todos conheciam. Completamente desnorteado e sem justificar o seu comportamento.

Mas o tempo como sempre resolve as coisas, deu ao Iéié a sua antiga forma e ele voltou a ser o que era. Era ele um excelente vendedor. Casou-se com a Toninha, uma moça da família Alvarenga e viveram sempre felizes. Pais muito amigos dos filhos Josué e Noemi, filhos criados com muito amor a quem neste momento eu envio os meus sentimentos extensivos aos demis familiares.

Meu caro Iéié receba o meu abraço, com certeza você cumpriu com louvor a sua tarefa aqui na terra, teremos de você boas lembranças e saudade. Que Deus o tenha.

Candeias MG Casos e Acasos
Armando Melo de Castro.

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