Entendo que a sociedade tem
o dever de exercer a gratidão a um cidadão de bem e que tenha exercido a sua
cidadania com amor e responsabilidade. A história de um município precisa
reservar um espaço para colocar o nome de pessoas que apesar da sua
simplicidade, tenham participado dignamente da nação municipal com amor e
dedicação ao seu município. A história de Candeias não pode deixar de fora dela
o nome de um Candeenses bairrista e que integrou a sociedade candeense de forma
louvável.
Hoje, o nosso Blog estará focalizando o nome de um Candeense muito querido e respeitado. Um amigo pronto para criticar ou elogiar. Um homem que sempre viu os dois lados da moeda e mais: nunca envelheceu, pois o tempo não o fez afastado dos jovens e nem do espírito saudável do boêmio. Estou falando do candeense Archimedes Viglioni Sobrinho.
Archimedes, então conhecido
como “Sr. Midinho” nasceu em Candeias em 05 de agosto de 1899 quando o nosso
município ainda estava longe de ser emancipado. Filho de Joaquim Salvador e
Dona Eulinda Viglioni, (Dona Linda) descendente dos primeiros imigrantes
italianos de Pisciota em 1880.
Midinho foi um jovem de
espírito livre; alegre; gostava de ouvir e contar piadas e era muito
brincalhão. Gostava de uma farra, tinha fama de mulherengo, fazia uso de
bebidas alcoólicas e gostava de pescar. ---- Certa vez sumiu de Candeias e foi
parar na cidade de Ribeirão Vermelho para trabalhar de Padeiro.
Depois disso sumiu de novo e foi mais longe. Dessa vez foi para Conservatória, um distrito da cidade de Valença, do Estado do Rio de Janeiro, onde a atividade daquele distrito, especificamente, é a seresta e a boemia. ----
Naquele tempo, os pais das
moças se opunham ao casamento de suas filhas com jovens que tinham comportamento
liberal. E Midinho em suma, não preenchia os requisitos para um bom candidato ao
casamento. Portanto, não conseguiu se livrar dessa resistência quando começou o
seu namoro com a Jovem Maria do Carmo, conhecida como Carminha, filha de Dona Benta e que tinha como
irmãos o Sr. Erasto de Barros, o Sr. José de Barros, Dona Filomena e Dona Nica,
esposa do Sr. Bernardo Bonaccorsi. Familiares de principio rigorosamente
conservador.
Por ser assim, um jovem
bastante livre, a mãe de Carminha, Dona Benta não queria o casamento de sua
filha com aquele moço desregrado. Todavia essas rejeições familiares eram
comuns antigamente. Mas, como dizem o amor tem razões que a própria razão desconhece.
--- Midinho e Carminha se amavam e os laços do amor são muito fortes. Bem
entendido: o verdadeiro amor... Enfim, O amor venceu e com gosto ou sem o gosto da família de Carminha eles se casaram no dia 23 de maio de 1929. Agora ela seria a Carminha do Midinho. E foram felizes. Não tiveram filhos.
Em Candeias Midinho exercia a profissão de cabelereiro/barbeiro. Seu salão era estabelecido onde hoje está situada a Prefeitura Municipal. Ali, então, era a casa de Francisco de Paula Teixeira, o Patriarca da família Teixeira, uma grande casa com diversos cômodos de comercio. Lembro-me dessa casa, tinha várias portas e janelas azuis.
Em Candeias Midinho exercia a profissão de cabelereiro/barbeiro. Seu salão era estabelecido onde hoje está situada a Prefeitura Municipal. Ali, então, era a casa de Francisco de Paula Teixeira, o Patriarca da família Teixeira, uma grande casa com diversos cômodos de comercio. Lembro-me dessa casa, tinha várias portas e janelas azuis.
Além de barbeiro,
desempenhou outras funções: delegado de polícia, por mais de um período. Os
chamados delegados “Calça Curta” que eram nomeados pela política. Foi
presidente do Clube Recreativo Candeense e Dono de Tabacaria e bicheiro, no
tempo que o jogo do bicho rolava solto. A banca era na sua casa. Vejam que
Midinho foi de Delegado a bicheiro dada a sua habilidade de lidar com o povo.
Lembro-me dele em todas essas atividades e as desenvolveu com muita eficiência.
Eu entendo que ninguém ama
alguém por ser simplesmente uma pessoa bonita, de olhos azuis, verdes ou pretos...
Porque trata a sua família bem ou lhe dá muitos presentes. --- O verdadeiro
amor é um intruso. Ele chega e entra sem
bater na porta da família. Ele chega preferindo os defeitos do outro; perdoando
as ofensas. O amor às veze prefere o jeito de olhar a cor dos olhos... E às vezes despreza
o sorriso para preferir os lábios grossos.
Midinho faleceu no dia 23 de
abril de 1988 deixando um vazio impreenchível. E sua esposa Carminha, em 24 de dezembro de 1989 em plena véspera
de natal. Naturalmente foi passar o natal com o seu amado lá no céu.
Armando Melo de Castro
Candeias MG Casos e Acasos.
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