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sábado, 18 de julho de 2020

MIDINHO, UM CANDEENSE QUERIDO.

                                                              Archimedes Viglioni, O Midinho.

Entendo que a sociedade tem o dever de exercer a gratidão a um cidadão de bem e que tenha exercido a sua cidadania com amor e responsabilidade. A história de um município precisa reservar um espaço para colocar o nome de pessoas que apesar da sua simplicidade, tenham participado dignamente da nação municipal com amor e dedicação ao seu município. A história de Candeias não pode deixar de fora dela o nome de um Candeenses bairrista e que integrou a sociedade candeense de forma louvável.

Hoje, o nosso Blog estará focalizando o nome de um Candeense muito querido e respeitado. Um amigo pronto para criticar ou elogiar. Um homem que sempre viu os dois lados da moeda e mais: nunca envelheceu, pois o tempo não o fez afastado dos jovens e nem do espírito saudável do boêmio. Estou falando do candeense Archimedes Viglioni Sobrinho.

Archimedes, então conhecido como “Sr. Midinho” nasceu em Candeias em 05 de agosto de 1899 quando o nosso município ainda estava longe de ser emancipado. Filho de Joaquim Salvador e Dona Eulinda Viglioni, (Dona Linda) descendente dos primeiros imigrantes italianos de Pisciota em 1880.

Midinho foi um jovem de espírito livre; alegre; gostava de ouvir e contar piadas e era muito brincalhão. Gostava de uma farra, tinha fama de mulherengo, fazia uso de bebidas alcoólicas e gostava de pescar. ---- Certa vez sumiu de Candeias e foi parar na cidade de Ribeirão Vermelho para trabalhar de Padeiro.  

Depois disso sumiu de novo e foi mais longe. Dessa vez foi para Conservatória, um distrito da cidade de Valença, do Estado do Rio de Janeiro, onde a atividade daquele distrito, especificamente, é a seresta e a boemia. ----

Naquele tempo, os pais das moças se opunham ao casamento de suas filhas com jovens que tinham comportamento liberal. E Midinho em suma, não preenchia os requisitos para um bom candidato ao casamento. Portanto, não conseguiu se livrar dessa resistência quando começou o seu namoro com a Jovem Maria do Carmo, conhecida como Carminha, filha de Dona Benta e que tinha como irmãos o Sr. Erasto de Barros, o Sr. José de Barros, Dona Filomena e Dona Nica, esposa do Sr. Bernardo Bonaccorsi. Familiares de principio rigorosamente conservador.

Por ser assim, um jovem bastante livre, a mãe de Carminha, Dona Benta não queria o casamento de sua filha com aquele moço desregrado. Todavia essas rejeições familiares eram comuns antigamente. Mas, como dizem o amor tem razões que a própria razão desconhece. --- Midinho e Carminha se amavam e os laços do amor são muito fortes. Bem entendido: o verdadeiro amor... Enfim, O amor venceu e com gosto ou sem o gosto da família de Carminha eles se casaram no dia 23 de maio de 1929. Agora ela seria a Carminha do Midinho. E foram felizes. Não tiveram filhos.

Em Candeias Midinho exercia a profissão de cabelereiro/barbeiro. Seu salão era estabelecido onde hoje está situada a Prefeitura Municipal. Ali, então, era a casa de Francisco de Paula Teixeira, o Patriarca da família Teixeira, uma grande casa com diversos cômodos de comercio. Lembro-me dessa casa, tinha várias portas e janelas azuis.

Além de barbeiro, desempenhou outras funções: delegado de polícia, por mais de um período. Os chamados delegados “Calça Curta” que eram nomeados pela política. Foi presidente do Clube Recreativo Candeense e Dono de Tabacaria e bicheiro, no tempo que o jogo do bicho rolava solto. A banca era na sua casa. Vejam que Midinho foi de Delegado a bicheiro dada a sua habilidade de lidar com o povo. Lembro-me dele em todas essas atividades e as desenvolveu com muita eficiência.

Eu entendo que ninguém ama alguém por ser simplesmente uma pessoa bonita, de olhos azuis, verdes ou pretos... Porque trata a sua família bem ou lhe dá muitos presentes. --- O verdadeiro amor é um intruso.  Ele chega e entra sem bater na porta da família. Ele chega preferindo os defeitos do outro; perdoando as ofensas. O amor às veze prefere o jeito de olhar a cor dos olhos... E às vezes despreza o sorriso para preferir os lábios grossos. 

Midinho faleceu no dia 23 de abril de 1988 deixando um vazio impreenchível.  E sua esposa Carminha, em 24 de dezembro de 1989 em plena véspera de natal. Naturalmente foi passar o natal com o seu amado lá no céu.

Armando Melo de Castro
Candeias MG Casos e Acasos.

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