Eu sinto pai, que tenho sido
um filho obediente às tuas orientações. Continuo amando Candeias como tu
amavas. Não descuidei de minha mãe como tu me recomendaste, até o dia em que
ela foi se juntar a ti. --- Tenho procurado sempre separar o certo do errado,
afinal como tu dizias eles andam juntos e é ai que mora o perigo. Continuo
bebendo os meus aperitivos, mas do jeito que tu me ensinaste, com moderação.
Enfim jamais me esqueço dos teus ensinamentos.
-- Suponho que já tenhas
encontrado ai com o teu maior amigo, o Américo Bonaccorsi e os teus filhos
Wandinho e Luizinho, e também com os companheiros da música. --- João do Sô
Nico, Zinho Borges, Pedrinho do Candola e Zé Vilela, que juntos com o Américo
Bonarccorsi tanto animaram os carnavais de Candeias. Com certeza tens visto sempre
os teus irmãos João, Maria José, Wantuil e Francisco e o nosso patriarca e
querido João José de Castro, o meu amado avô João Delminda. --------- Que me
enviem uma bênção em nome do Pai. ----
Suponho-te encontrando com
os nossos amigos em comum, Nestor Lamounier; Lulu; Gabriel Carlos; o Cristovam
Teixeira, o Vico Teixeira, o Biribico, o João Resende, o Arlindo Barrilinho, o
seu compadre Geraldo do Orcilino, o Quintino Enfermeiro, o Miguel Simões e o
seu filho Edmundo, O Ermino Furtado... --- Sabes pai, são tantos que guardo na
minha memória que nem dá para coloca-los todos aqui.
Fico imensamente feliz quando
os amigos recordam-te e fazem referência ao teu bandolim, das pescadas e do teu
trabalho no Fórum como oficial de Justiça.
O que tem causado incômodo
aqui na terra é uma pandemia que apareceu. Mas estamos todos conscientes de que
isso passara como disse Salomão. Afinal sabemos que não há mal que dure sempre
e nem bem que não se acabe. -
Quanta lembrança boa eu
guardo da minha infância ao teu lado! Os teus presentes de natal! Brinquedos feitos
com carinho pelas tuas próprias mãos e colocados em meus sapatos atrás da porta
em nome do Papai Noel. A alegria de minhas irmãs com os bonecos de papelão,
pobres de qualidade e ricos de amor... As histórias que tu me contavas e entre
elas os contos da carochinha, os quais me deixavam tão emocionados!
Quando já morando distante,
lembro-me, perfeitamente, das tuas cartas estampando a tua linda caligrafia me
trazendo sempre uma recomendação cuidadosa para comigo. Tu sempre me
aconselhando com a saúde e o temor a Deus.
-- E ao apor o Deus te abençoe, registrava as frases que estão escritas
dentro de mim: “Não te deixes levar por maus caminhos meu filho. Sejas bom e
que Deus te abençoe”.
Querido pai, eu ficaria aqui
por muito tempo lembrando-te de tudo que fizeste sendo o pai maravilhoso que tu
foste. Tudo é tão nítido em minha memória que eu posso até mesmo ouvir a tua
voz... Posso ouvir até o teu bandolim soando a mazurca gaúcha, “Mate amargo – a
valsa Branca e o Baile da Saudade”. --- Pode parecer que a vida me foi cruel
tirando-me por tanto tempo de perto de ti quando aqui estiveste, e eu fui
levado pelo trabalho. Mas enfim, não devemos entrar nos desígnios de Deus. Onde
quer que tu estejas meu querido pai, com certeza, estarás feliz porque daqui,
donde partistes, continuaras vivo nos corações de todos nós que te amamos.
Tê-lo Imortal dentro de mim
é não ter motivo para chorar a tua ausência neste momento e sim, agradecer a
Deus esse pai que nunca morrerá dentro de mim. E ao pedir-te a bênção neste
momento, estarei ouvindo nitidamente a tua voz: “Que Deus o abençoe meu filho”.
Amém! Meu pai!
Armando Melo de Castro.
Candeias MG Casos e Acasos.
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