Monsenhor Castro
Hoje o nosso Blog
Candeias Casos e Acasos estará homenageando um nome que é uma referência na
história da nossa cidade. Trata-se do Monsenhor Joaquim de Castro.
Monsenhor Joaquim de
Castro nasceu em Candeias no dia 26 de julho de 1915. Filho de Francisco Alves
Vilela (Xixico Vilela) e Dona Etelvina Rosa de Castro. Foram seus padrinhos, o
avô paterno, José Primeiro Vilela e a avó materna, Dona Rita Carolina de Jesus.
Duas ilustres e tradicionais famílias que muito fizeram e ainda fazem para o
nosso município: família Castro (Dos Carrilhos) e família Vilela.
Vinte e
dois dias após o seu nascimento falecia a senhora sua mãe, vítima de
complicações do parto de seu único filho. Seu pai, Francisco Alves Vilela, em
segundas núpcias teve outros filhos, entre eles o Sr. Candinho Vilela. A
criação e a formação do insigne reverendo ficaram a cargo dos avós maternos, o
Capitão Joaquim Carlos de Castro e Dona Rita Carolina de Castro, a Dona
Ritinha, que o criou como filho junto aos seus filhos; fato que o levou a
considerar os seus tios como irmãos. São eles: Daniel, Miguel, Getulio, Rafael,
Joaquim, Manoel, Tonico, João, Geraldo, Sinhá, Sinhana, Maria José, Maria
Madalena e Etelvina, sua mãe.
Por ter
ficado órfão de mãe, com apenas vinte e dois dias de vida e sobre os cuidados
da família materna, muita gente ignora que o Monsenhor Castro foi neto do
Alferes, José Primeiro Vilela, e sobrinho dos mais conhecidos membros da família
Vilela, Cândido Alves Vilela (Candola), José Vilela, Vicente Vilela, Aurélio
Vilela, Paulo Vilela e muitos outros, pois se sabe que o Sr. José Primeiro
Vilela era patriarca de duas famílias numerosas, somando-se vinte filhos.
Tão logo
tenha lhe aflorado o desejo de ser um sacerdote de Cristo, sua família lhe
encaminhou para um seminário de Belo Horizonte. Sua ordenação sacerdotal
aconteceu no dia 24 de setembro de 1938, quando contava com 23 anos de idade.
Monsenhor
Castro era um líder nato. Dono de uma eloquência fantástica. Rico, sendo
herdeiro único da fortuna de sua mãe, ordenou-se, sem parcimônia, numa época em
que os pais mandavam os filhos para o seminário a fim de conter estudos
gratuitamente, o que não foi o seu caso.
Logo que
foi ordenado padre, teve uma pequena passagem pela paróquia da cidade de Cana
Verde, vindo posteriormente para a Paróquia de Candeias permanecendo aqui pelo
resto de sua vida. Sem dúvida alguma, a maior autoridade eclesiástica, até
hoje, exercida em Candeias, foi de Monsenhor Joaquim de Castro. Grande
conselheiro apesar de ser extremamente moralista. Era bem aceito.
O partido
político da UDN (União Democrática Nacional) deteve o poder na Prefeitura de
Candeias durante muitos anos. E Monsenhor Castro foi sempre ouvido pelos
prefeitos. E quando em missões mais importantes em Belo Horizonte, a sua
presença era imprescindível. A Cemig, por exemplo, foi instalada em Candeias
numa época de muitas dificuldades e o Prefeito da época teve que contar com a
valiosa ajuda do Monsenhor com seus argumentos perante o poder do Estado.
Mesmo sem
a sua interferência direta, era sabido da sua influência no cenário da política
candeense. As barraquinhas de São Sebastião e Nossa Senhora das Candeias, hoje
relembradas com saudosismo, eram muito organizadas à vista de sua orientação.
Trata-se de um marco importante na história de candeias. Infelizmente, essas
quermesses nunca mais tiveram a mesma conotação após a morte do Monsenhor
Castro.
Fundou o
Circulo Operário São José. Era uma associação mantenedora de um pequeno cinema
onde os seus sócios eram operários. Posteriormente, dada à dispersão desses
sócios, tornou-se seu único mantenedor. Investiu seu capital nesse projeto e o
Cine Circulo Operário São José tornou-se numa atração dinâmica, vez que foi
considerado o melhor cinema da Região. Mantinha sessões para as crianças aos
domingos às 14 horas e o ingresso tinha um desconto de 50% para aqueles que
levavam o “bom ponto” do catecismo, exercido na igreja, uma hora antes do
filme.
Essa era
uma maneira lógica de evangelizar e levar as crianças ao catecismo da igreja. E
assim era o Monsenhor Castro. Teve participação ativa na fundação do Ginásio de
Candeias através da CENEG, cujo ensino era gratuito. No ano de 1960, o Papa o
agraciou com o titulo de Monsenhor em reconhecimento aos inúmeros serviços
prestados à Igreja.
Trabalhou
durante anos e anos para realizar o seu grande sonho de ver a Nova Matriz com a
sua construção terminada, o que não lhe foi possível, pois veio a ser vítima de
uma doença incurável.
Partiu
desta vida no dia 8 de janeiro de 1968, aos cinqüenta e três anos de idade. Seu
corpo encontra-se sepultado numa das naves da Matriz pela qual tanto trabalhou
para vê-la edificada.
Inesquecível
Monsenhor Castro: Sabemos que você renunciou a muitas coisas em sua vida para
dedicar-se, inteiramente, ao seu magistério. Sabemos que não é fácil dedicar-se
como você se dedicou às causas de Cristo com tanto entusiasmo, com tanta
alegria e com tanto amor.
Muito obrigado
Monsenhor Castro e onde quer que esteja receba o nosso abraço.
Armando Melo de
Castro
Candeias MG Casos e
Acasos.
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