O meu segundo ano de escola
foi, talvez, o meu melhor ano do curso primário. Eu teria saído muito bem nas
provas finais do primeiro ano. --- No meu tempo de escola tudo era diferente
comparando-se com os dias atuais. O aluno só ficava sabendo se teria passado de
ano por ocasião da chamada no mês de fevereiro na volta das aulas. ---- Era uma agonia essa espera do aluno para
saber se teria sido aprovado ou não. ---
Nesse tempo não havia essas
chances que o aluno tem hoje de recuperar uma nota baixa. Não havia boletins, e
nem provas mensais. Era a prova final e pronto. Se não fosse aprovado com uma
nota com o mínimo de cinco pontos, era “bomba” sem dó e sem piedade. Teria que
repetir o ano e número de repetentes era enorme ---- Eu tive colegas que
repetiram todos.
O primeiro ano havia, além
da prova escrita, a prova oral. --- Essas provas chamadas provas finais eram
aplicadas por duas professoras diferentes que não teriam regido a sua turma.
No dia da prova escrita o aluno só poderia
levar o lápis, a borracha e uma folha de papel almaço. No primeiro ano ainda
não se escrevia à tinta. ---- A prova oral seria no outro dia, e o aluno não
tinha nenhuma ideia do que lhe seria perguntado. Eram perguntas simples, mas
que faziam parte dos ensinamentos de conhecimentos gerais durante as aulas. A
prova oral somente era aplicada se o aluno já tivesse sido aprovado na prova
escrita.
No segundo ano seria tudo
diferente em comparação ao primeiro ano. ---- O meu material escolar teria
sido acrescido de um tinteiro de tinta Sucury; uma pena e o cabo; um mata
borrão, isso porque no segundo ano os alunos já começavam a escrever a tinta e
aprender a usar a pena. --- Um caderno grosso para pontos. Nesse ano os alunos
estudavam a geografia e a história do município e mais três cadernos para
exercícios, ditados, aritmética etc. e um caderno de caligrafia. Um lápis nº 2
e borracha.
Não existia esse monte de
material escolar que a gente vê hoje. Os alunos andam abarrotados de cadernos e
livros. ---- No meu tempo muitos alunos não tinham nem pasta; levavam os
cadernos nas mãos.
Os meus colegas do segundo
ano de escola foram: Agda Salviano --- Antônia Almeida --- Antoninha aparecida
Salatiel --- Antônio Barreto --- Antônio Eustáquio Teixeira --- Antônio Sidney
de Sousa --- Bnedito José Miranda --- Celina Albanez Freire --- Desi Pereira
--- Francisco Ferreira --- Francisco Quintino --- Francisco Vicente da Silva
--- José Teixeira de Oliveira --- José Teixeira de Sena --- Lázaro Gibran ---
Lenira Guimarães --- Maria Aparecida Menezes --- Maria Auxiliadora da Silva ---
Maria Eulália Salviano --- Nanci Cecília de Sousa --- Paulo Moreira --- Willian
Ferreira.
O meu colega de carteira no
segundo ano foi o Antônio Sidney de Soua (Titoco) amizade que mantivemos até à
sua morte.
A professora era a senhorita Enir Parreira Lara.
Como no primeiro ano, às
terças feiras era o dia da revista, ou seja, o dia em que a professora
examinava o visual de todos os alunos. Unhas cortadas e uniformes limpos. Nesta
oportunidade a professora ensinava a necessidade de escovar os dentes, os
banhos regularmente; ---- a saúde e a higiene. ----
Fazia parte do programa
escolar todo tipo de ensinamento sobre comportamento. A moral e cívica estava
presente ---- Como deveríamos tratar os mais velhos; as autoridades e os pais.
Respeitar as leis e os símbolos da nação. Cantar os hinos do Brasil e como se
comportar perante a Bandeira Nacional.
No ano de 1954 o Grupo
Escolar Padre Américo completaria 4 anos de sua inauguração. E seria o ano de
formatura da primeira turma que tivesse realmente iniciado o curso ali desde o
primeiro ano.
A escola tinha dois turnos
de manhã e a tarde. A parte da tarde era destinada aos alunos do primeiro ano. E
segundo, terceiro e quarto eram de manhã. As aulas começavam às 7 horas.
Como exercício de casa, o
chamado “Para Casa” a professora dava um exercício de português e Aritmético
compatível com os ensinamentos do programa do segundo ano-.
Eu contava oito anos de
idade e apesar de ser um menino estudioso e cumpridor dos seus deveres, eu era
então aquele menino bobo, tímido, corria das professoras na rua de vergonha
delas. E quando a professora me chamava lá na frente para dar o ponto, eu tremia
e quase esquecia o texto. –
O meu segundo ano de escola
foi para mim o melhor de todos. Mas no terceiro ano tudo seria diferente. Muitas
coisas me aconteceram e eu me tornei num aluno relapso. Isso eu conto no próximo
texto.
Armando Melo de Castro.
Candeias MG Casos e Acasos.
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