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terça-feira, 2 de abril de 2019

O MEU SEGUNDO ANO DE ESCOLA.



O meu segundo ano de escola foi, talvez, o meu melhor ano do curso primário. Eu teria saído muito bem nas provas finais do primeiro ano. --- No meu tempo de escola tudo era diferente comparando-se com os dias atuais. O aluno só ficava sabendo se teria passado de ano por ocasião da chamada no mês de fevereiro na volta das aulas.  ---- Era uma agonia essa espera do aluno para saber se teria sido aprovado ou não. ---

Nesse tempo não havia essas chances que o aluno tem hoje de recuperar uma nota baixa. Não havia boletins, e nem provas mensais. Era a prova final e pronto. Se não fosse aprovado com uma nota com o mínimo de cinco pontos, era “bomba” sem dó e sem piedade. Teria que repetir o ano e número de repetentes era enorme ---- Eu tive colegas que repetiram todos.

O primeiro ano havia, além da prova escrita, a prova oral. --- Essas provas chamadas provas finais eram aplicadas por duas professoras diferentes que não teriam regido a sua turma.

No dia da prova escrita o aluno só poderia levar o lápis, a borracha e uma folha de papel almaço. No primeiro ano ainda não se escrevia à tinta. ---- A prova oral seria no outro dia, e o aluno não tinha nenhuma ideia do que lhe seria perguntado. Eram perguntas simples, mas que faziam parte dos ensinamentos de conhecimentos gerais durante as aulas. A prova oral somente era aplicada se o aluno já tivesse sido aprovado na prova escrita.

No segundo ano seria tudo diferente em ­comparação ao primeiro ano. ---- O meu material escolar teria sido acrescido de um tinteiro de tinta Sucury; uma pena e o cabo; um mata borrão, isso porque no segundo ano os alunos já começavam a escrever a tinta e aprender a usar a pena. --- Um caderno grosso para pontos. Nesse ano os alunos estudavam a geografia e a história do município e mais três cadernos para exercícios, ditados, aritmética etc. e um caderno de caligrafia. Um lápis nº 2 e borracha.

Não existia esse monte de material escolar que a gente vê hoje. Os alunos andam abarrotados de cadernos e livros. ---- No meu tempo muitos alunos não tinham nem pasta; levavam os cadernos nas mãos.

Os meus colegas do segundo ano de escola foram: Agda Salviano --- Antônia Almeida --- Antoninha aparecida Salatiel --- Antônio Barreto --- Antônio Eustáquio Teixeira --- Antônio Sidney de Sousa --- Bnedito José Miranda --- Celina Albanez Freire --- Desi Pereira --- Francisco Ferreira --- Francisco Quintino --- Francisco Vicente da Silva --- José Teixeira de Oliveira --- José Teixeira de Sena --- Lázaro Gibran --- Lenira Guimarães --- Maria Aparecida Menezes --- Maria Auxiliadora da Silva --- Maria Eulália Salviano --- Nanci Cecília de Sousa --- Paulo Moreira --- Willian Ferreira.
O meu colega de carteira no segundo ano foi o Antônio Sidney de Soua (Titoco) amizade que mantivemos até à sua morte. 
A professora era a senhorita Enir Parreira Lara.

Como no primeiro ano, às terças feiras era o dia da revista, ou seja, o dia em que a professora examinava o visual de todos os alunos. Unhas cortadas e uniformes limpos. Nesta oportunidade a professora ensinava a necessidade de escovar os dentes, os banhos regularmente; ---- a saúde e a higiene. ----
Fazia parte do programa escolar todo tipo de ensinamento sobre comportamento. A moral e cívica estava presente ---- Como deveríamos tratar os mais velhos; as autoridades e os pais. Respeitar as leis e os símbolos da nação. Cantar os hinos do Brasil e como se comportar perante a Bandeira Nacional.

No ano de 1954 o Grupo Escolar Padre Américo completaria 4 anos de sua inauguração. E seria o ano de formatura da primeira turma que tivesse realmente iniciado o curso ali desde o primeiro ano.

A escola tinha dois turnos de manhã e a tarde. A parte da tarde era destinada aos alunos do primeiro ano. E segundo, terceiro e quarto eram de manhã. As aulas começavam às 7 horas.

Como exercício de casa, o chamado “Para Casa” a professora dava um exercício de português e Aritmético compatível com os ensinamentos do programa do segundo ano-.

Eu contava oito anos de idade e apesar de ser um menino estudioso e cumpridor dos seus deveres, eu era então aquele menino bobo, tímido, corria das professoras na rua de vergonha delas. E quando a professora me chamava lá na frente para dar o ponto, eu tremia e quase esquecia o texto. –

O meu segundo ano de escola foi para mim o melhor de todos. Mas no terceiro ano tudo seria diferente. Muitas coisas me aconteceram e eu me tornei num aluno relapso. Isso eu conto no próximo texto.

Armando Melo de Castro.
Candeias MG Casos e Acasos.

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