Hoje o Blog Candeias Casos e acasos fará uma homenagem ao
nosso conterrâneo e amigo João Bernardino Diniz; conhecido por “João Surdo”.
Esse apelido tenha sido, talvez, pelo fato de João falar alto, porque a bem da
verdade, a sua surdez não lhe faria merecer tal cognome.
Nascido no dia 14 de agosto de 1914, filho de José
Bernardino de Sena e Lourdina Lamounier, João passou a sua infância na fazenda
do seu avô, figura histórica da elite candeense, o Coronel João Afonso Lamounier.
Candeias, grande produtora de café era procurada por pessoas
de outras cidades na época da colheita. Numa dessas oportunidades João conheceu
Jacira Donata de Jesus, oriunda da cidade de Claudio, MG. O namoro começou
contra a vontade dos familiares, porque casamento de empregados com filhos de
patrões não eram aceitos. Mesmo com essa contrariedade familiar o casamento
aconteceu no ano de 1935, e João foi ser usineiro na Empresa Força e Luz
Candeense, então, recentemente instalada e de propriedade do empresário
Celestino Bonaccorsi, que fornecia força e Luz para a cidade.
João Bernardino era muito inteligente e após um curto
período como usineiro foi convidado a vir para a cidade e ser o eletricista chefe
da empresa, cargo que exerceu até se aposentar.
Homem agitado; estava sempre às pressas dado ao acúmulo de
serviço. Era ele sozinho o responsável e apenas em operações específicas era
auxiliado por eventuais companheiros.
Atendia as reclamações de consumidores e dava soluções. Efetuava cortes
e novas ligações. Corrigia defeitos na rede, enfim era ele que fazia tudo.
Durante anos e mais anos João foi visto subindo e descendo com uma escada nas
costas. Somente mais tarde veio ser auxiliado pelo seu filho Danilo.
Foi uma pessoa admirável. Cidadão correto, honesto, exemplar
pai de família rígido na disciplina, criou oito filhos, sendo eles, Nilsa,
Danilo, Waldir, Marlene, Marilene, Marli, Marlei e Deusdete, todos bem criados
e bem orientados. Sua esposa, Dona Jacira felizmente vive bem se deslizando dos
entraves da idade avançada.
João faleceu no dia 11 de fevereiro de 1998 aos 83 anos de
idade, deixando para os seus familiares e amigos uma história exemplar de um
homem que nasceu em berço rico, mas soube viver pobre em troca de um
ideal. Que teve o trabalho e a família
como seus principais deveres e os amigos como direito.
Onde quer que esteja meu amigo João Bernardino Diniz, receba
o nosso abraço.
Texto: Évelin Diniz e Armando Melo de Castro
Candeias MG Casos e Acasos
2 comentários:
Prezado Armando,
Muitas vezes leio suas crônicas, pois frequento Candeias desde menino, ficando na casa do meu saudoso tio João, Gostei muito da crônica a respeito dele. Minha mãe, Sebastiana Lamounier de Sena, por problemas familiares, foi morar com uma tia (Ambrosina - Dona Zica) em Oliveira MG, desde tenra idade, e, por isso, não criou raízes em Candeias. Tenho grande estima pelo Marley (pai da Évelin) e todos da família. Terminando, faço uma pequena correção: o nome da minha avó era Lourdina (Lourdina Lamounier de Sena)e era prima em primeiro grau do marido, também Sena.
Afetuosamente,
Alexandre Lamounier Rodrigues.
Adorei conhecer a história da família, meu avô, seu João, sempre foi muito carinhoso. Saudades dele🙏obrigada a quem compartilhou
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