A cidade que possui uma Corporação musical é, sem dúvida, uma cidade mais alegre, mais culta; uma cidade com um bom exemplo para ser oferecido aos seus jovens.
Os pessimistas andaram dizendo que as bandas de música estavam
predestinadas ao esquecimento porque os jovens de hoje não estão interessados
nesta arte. --- Felizmente esses derrotistas estavam completamente
enganados. É verdade que os nossos jovens são levados por outras atrações
contrárias, mas basta apenas à persistência e amor a musica daqueles que estão
com esta arte nas mãos e que, sem dúvida, os jovens se farão presentes.
--- Um grande exemplo disso está aqui em nossa
Candeias.
Todos os anos nossa cidade é palco de um dos maiores eventos musicais, não só
da região, mas de todo o Estado de Minas Gerais. É parte da nossa cultura... É
parte da nossa história... Trata-se de um encontro de diversas corporações
musicais. Aqui se encontram bandas de todas as bandas. Felizmente, Candeias
detém uma cultura musical muito conceituada.
A primeira corporação musical de Candeias tinha o nome de “Corporação Musical
Sagrado Coração de Jesus” e foi fundada no ano de 1895. “Entre os seus
fundadores estava o Padre Américo Brasileiro”. Desta Corporação pouco se tem de
informação, pois o tempo cuidou de apagar da memória do nosso povo os destinos
dado a ela.
Tendo em vista a dispersão desta Banda, foi fundada em 1935, por um grupo
liderado pelo Sr. Francisco Teixeira, a Corporação Musical Nossa Senhora das
Candeias. Fundada, organizada e reorganizada por mais de uma vez.
Com a morte do Sr. Francisco Teixeira, a Corporação, perdeu o seu ponto
de equilíbrio e passou a funcionar precariamente apenas por ocasião das semanas
santas, com muitos de seus instrumentos precariamente consertados com cera de
abelha ou cheios de soldas de estanho.
No dia 06 de outubro de 1947, um grupo liderado pelo então Padre Joaquim
de Castro, posteriormente, monsenhor Castro, reuniu-se às 19,30 horas na sede
do então Cine Circulo Operário São José, na Avenida 17 de Dezembro,
número 225, com o intuito de reorganizar a Corporação, que até então existia em
forma de um grupo voluntário, mas não existia uma documentação que registrasse
a sua existência.
A reunião foi presidida pelo então Padre Joaquim, e que já nomeou como
secretário ad hoc, o Sr.
Aristóteles Malaquias Bolivar, conhecido como Tote da Vitória.
Esteve presente, também, nesta importante reunião, o então Prefeito Municipal,
Sr. João Sidney de Sousa. ---------------- A segunda reunião aconteceu onze
dias depois aos 17 de outubro de 1947 e já foram aprovados os estatutos e
nomeada a primeira diretoria que assim ficou composta:
Presidente: Padre Joaquim de Castro.
Secretário: Francisco Teixeira Neto.
Tesoureiro: Nicodemos Salviano.
Arquivista: Abelino Salviano.
Colaboradores: João Sidney de Sousa, Álvaro Teixeira, José Alvarenga de Sousa e
Sebastião Salviano.
Maestro: Belmiro Costa e como seu auxiliar o Sr. Abelino Salviano.
Empossada a diretoria, já ficou marcada a próxima reunião para a organização da
escola de música e a compra de instrumentos novos, pois, os instrumentos
existentes estavam muito estragados e desatualizados.
Tomadas essas providencias pouco mais foi feito. Nenhuma iniciativa no
sentido de organizar a documentação, inclusive o registro dos estatutos. Apenas
foi providenciado um livro de atas com poucas atas redigidas numa linguagem
pouco explícita, onde não relata nenhum tipo de discussão sobre a matéria.
Portanto, a proposta de organizar a Corporação, não teria sido cumprida
integralmente. ---- Sabe-se que o Padre Joaquim foi o presidente até à sua
morte que se deu em 1968. No entanto a ultima ata assinada por ele como
presidente esta datada de 14 de março de 1949. Isso significa que não houve
nenhuma reunião, e se houve, não está registrada no livro de atas durante
dezenove anos, ou seja, de 1949 a 1968. ------ Sabe-se de que o respeito que
impunha a pessoa do Padre Joaquim e tendo sido ele o principal mantenedor da
Banda, não houvera necessidade de impor regras, talvez seja este o motivo do
descuido.
Posteriormente sugeriu-se que a Corporação Musical Nossa Senhora das
Candeias tenha sido fundada em 06 de outubro de 1947, quando foi feita
a primeira reunião no sentido de organizar uma diretoria. Mas a bem da verdade,
houve apenas uma renovação e uma reorganização, temporária com a compra de
instrumentos novos e a abertura de uma escola musical, com o intuito de formar
novos músicos. Seria injusto, portanto, tirar do senhor Francisco Teixeira, o
mérito da fundação da Banda, que teria continuado, inclusive com o nome Corporação
Musical Nossa Senhora das Candeias.
É interessante observar que na ata datada de 06 de outubro de 1947, não
se fala da fundação de uma corporação musical e sim da organização de uma corporação
musical em Candeias. E esta seria a Corporação Nossa Senhora das
Candeias, já existente desde o ano de 1935, sem qualquer registro que
marcasse a sua existência; e que estaria desativada e desorganizada em virtude
da ausência do seu líder e maestro, Sr. Francisco Teixeira. Dessa forma,
entende-se que o grupo liderado pelo Pe. Joaquim de Castro tinha apenas o
desejo de levantar e organizar a corporação inoperante.
A próxima ata constante no livro de registros da instituição está datada de 01
de maio de 1977, ou seja, vinte e oito anos sem qualquer registro sob quaisquer
providencias tomadas em prol da Corporação. Tendo o seu presidente, Monsenhor
Castro falecido em 08 de janeiro de 1968, e na chapa que o elegeu não houvesse
tido o cargo de Vice Presidente, entende-se que a Corporação Musical de
Candeias, esteve, nesse período, sob o comando de outros membros da diretoria
ou a revelia da liderança de outro musico voluntário.
Não houve, portanto, nesse meio tempo, nenhuma iniciativa para reorganizar a
instituição, cuja documentação consistia simplesmente num livro de atas que não
foi usado de 1949 até 1977, ou seja, durante vinte e oito anos não se lavrou
nenhuma ata no sentido de realizar todas as propostas prometidas na reunião de
06 de outubro de 1947.
A Corporação continuou sem registros de reconhecimento jurídico até que
a partir de 1977 houve uma intervenção através de uma reunião convocada
pelo Circulo de Trabalhadores Cristãos, presidida pelo Sr. José
Furtado Filho, onde se propunha, realmente, reorganizar a entidade,
apresentando um novo estatuto e a eleição de uma nova diretoria. Isso significa
que de 1968 a 1977 a Corporação Musical de Candeias esteve funcionando
precariamente apenas nas semanas santas e se encontrava desorganizada sem que
nenhuma providência tenha sido tomada para tal.
O povo candeense sabe o quanto os nossos músicos amam a nossa querida
corporação musical. E isso com certeza foi o motivo que a deixou sobreviver
diante desses contratempos. É patente para todos nós que durante todo esse
tempo a nossa Banda pode contar com a indispensável boa vontade de diversos
músicos dando distinção aos senhores, Belmiro Costa, José Maria Borges, (Zinho
Borges) Abelino Salviano e Américo Bonaccorsi. Esses músicos merecem destaque e
um voto de louvor do povo candeense, pois é certo de que sem a presença deles,
seria praticamente impossível a “banda passar”, pois eram eles líderes
idealizadores e participantes ativos da instituição desde 1947, quando a
corporação estivera praticamente extinta e sem um comando regular.
Muitos foram aqueles que ajudaram na bela retreta que deu vida a esse
marco na história de Candeias. Difícil seria citar aqui o nome de todos eles,
mas, com a permissão dos demais, queremos ressaltar as famílias, Teixeira e
Salviano, e mais recentemente a família Virgílio Ribeiro, destacando o nome do
Sr. João Virgílio Ribeiro, que finalmente colocou a Corporação Musical
Nossa Senhora das Candeias na categoria de instituição pessoa
jurídica, inclusive sendo reconhecida como sendo de utilidade pública e
recebendo subsídios governamentais.
Os nomes abaixo relacionados são aqueles sobre os quais temos conhecimento. No
caso de surgirem outros nomes dignos desta relação, serão muito bem vindos para
que sejam acrescentados a esta relação para que numa próxima referência possam
ser divulgados.
São eles:
Francisco Teixeira
Belmiro Costa
Abelino Salviano
Zé Leque
Zinho Borges
Vico Teixeira
João Tomaz
Nicodemos Salviano
Sebastião Salviano
Manoel Alves Salviano
Chico de Assis
Arlindo Ribeiro
Nicodemos Ribeiro
Jovelino
Zé Barreto
Zé Chorão
Zé Cristiano
Zé Fino Gomide
Antônio Salviano
Zé Cabrito
Américo Bonaccorsi
João Virgílio Ribeiro
Juventino Celestino da Silva
Francisco Gomide
Zé Pretinho
Camila Silva
Antônio Carlos Ribeiro
Carlos Junior Lamounier
Denis Saldanha
Alan Barreto
Denilson Marçal
Vicente Borges
Vicente Luiz da Mata
Júlio César
Johny Ribeiro
Damocles Freire
Paula Cristina
Lidiane Alves
Wanessa Braz
Bruna Tainá
Késsia Moreira
Valéria Braz
Histefânia Corrêa
Anderson Barreto
Lucas Faria
Efigenia Alvarenga
Brechiorlino Olegário
Paula Cristina
Mateus Basílio
Vivaldi Salviano Borges
Emerson Furtado
Franz Salviano Borges e
José Archanjo Mori ( Atual Presidente da Instituição)
Pessoas citadas de geração para geração. Pessoas que não foram citadas; músicos
ou quaisquer colaboradores que tenham prestado algum tipo de contribuição
integrando-se a esta causa justa que privilegia a história de Candeias,
queiram, portanto, receber o abraço, o respeito, o reconhecimento e o
agradecimento do nosso Blog Candeias MG Casos e Acasos.
Parabéns pela sua trajetória Corporação Musical Nossa Senhora
das Candeias... Parabéns pela sua história!
Armando Melo de Castro
Candeias MG Casos e Acasos
5 comentários:
Meu nome é Sonia Maria da Silva, sou Candeense, e foi com muito prazer que li este artigo, voltei a minha infancia nesta cidade de onde sai aos 12 anos, em 1969 pr a cidade de Divinópolis. Ao ler esta crônica/artigo, com a historia da banda N. Sra. das Candeias, viajei no tempo, pois ela fez parte da minha historia e de meus irmãos. Embora não tenha sido citado na lista dos que passaram pela banda N.Sra. das Candeias, por um tempo meu pai Juventino Celestino da Silva, que era ferroviário, fez parte desta corporação, não me lembro por qto tempo, mas me lembro perfeitamente de alguns aqui citados, ele tocava bumbo e pratos, eu amava o uniforme de gala deles, calça azul de cassemira, camisa azul e o quepe com aquele brasão dourado, me emociono ao lembrar de meu pai vestido com aquele uniforme( ele já é já falecido) e do maestro Abelino Salviano,a quem eu e meus irmãos ficavamos imitando qdo acompanhavamos meu pai nos ensaios que era ao lado da antiga igreja Matriz e embora mto pequena eu me lembro da figura inesquecivel de Américo Bonacorssi com suas calças e suspensórios, dos Salvianos, Nicodemos Ribeiro e seus irmãos dos quais eramos vizinhos na praça da Estação Ferrovoária, Zé Cabrito que era amigo de meu pai,e mtos outros ali citados. Há naquela epóca não sei se é do conhecimento, mas para nós ela tinha um apelido, A Furiosa,
Valeu, eu e meus irmãos adoramos ler este artigo.Parabéns
Sonia Maria da Silva
Que felicidade, que alegria ver o nome do meu querido avó Aristóteles Malaquias Bolivar,sendo citado nesta reportagem, meu pai nasceu em Candeias, porém como ferroviario foi transferido para diversas cidades de minas gerais, tendo por ultimo aposentado na cidade de Antonio Carlos MG, e fixado residência em Barbacena MG, realmente guardo muitas lembranças e saudades de Cadeias, de quando passava-mos férias aí com com meus pais e meus irmaõs.Hoje resido na cidade de Vespasiano MG, Meu nome é José Paulo Malaquias
Um abraço para todos Candeenses.
José Paulo Malaquias visitando a pagina de nossa querida Candeias vejo que somos Primo Você é filho de José Parreira Malaquias, pois sou filha de Brás Parreira Malaquias também ferroviário hj resido em Barroso minas . Estou montando a historia de nossas família . Abraço
09/10/2017
Sonia Maria Malaquias
José Paulo Malaquias visitando a pagina de nossa querida Candeias vejo que somos Primo Você é filho de José Parreira Malaquias, pois sou filha de Brás Parreira Malaquias também ferroviário hj resido em Barroso minas . Estou montando a historia de nossas família . Abraço
09/10/2017
Sonia Maria Malaquias
José Paulo Malaquias visitando a pagina de nossa querida Candeias vejo que somos Primo Você é filho de José Parreira Malaquias, pois sou filha de Brás Parreira Malaquias também ferroviário hj resido em Barroso minas . Estou montando a historia de nossas família . Abraço
09/10/2017
Sonia Maria Malaquias
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