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sexta-feira, 19 de junho de 2009

PASSARINHO, UM ÍDOLO CANDEENSE.



Passarinho

Levar a vida de forma simples e humilde é um ótimo caminho para começarmos a valorizar os pequenos detalhes que nos cercam.  Muitas vezes não damos a devida importância a isso. A partir dessa consciência criada, podemos ver e reconhecer que são essas pequenas coisas que trazem sentido à vida. Esse tipo de coisa acontece naturalmente quando a pessoa tem esse dote natural que sem dúvida, é um presente de Deus para que possa oferecer ao próximo, sem nenhum sacrifício.

No seio de nossa querida cidade de Candeias, brotaram muitas pessoas assim; e que estão no âmago de nossa história. Gente humilde e querida por todos. --- Portanto, hoje vamos falar de um conterrâneo cujo nome está bem guardado num capítulo da história de Candeias. Trata-se do Sr. José Barbara Filho. ---- Poucas são as pessoas que saberão de quem se trata através do seu nome, isso porque, era bem conhecido pelo carinhoso apelido de Passarinho.

José Barbará Filho, o Passarinho, nasceu em Candeias no dia 23 de setembro de 1923, na Rua José Furtado, no bairro da Gruta. Filho caçula de uma prole de três irmãos. Seus pais José Bárbara e Dona Maria Felícia de Jesus. Casou-se em 1944 com Dona Lázara Ferreira da Silva. Pai de oito filhos são eles, Geraldo, Juracy, Salvador, Amador, José Eustáquio, Antônio Belchior, Vanessa e Keny. Esta última é filha adotiva, porém, foi criada com o mesmo carinho dispensado aos outros.

Pai de família exemplar. Cidadão extremamente humilde, sempre foi respeitado por seus amigos e seus pares. Bom filho. Herdou do pai não somente o nome, mas também, a força do trabalho, o espírito festivo e a simplicidade. Sempre lutou pela vida de forma honesta. --- Dedicado ao trabalho rural. Como lavrador trabalhou para os senhores, Jose Ribeiro, João Sidney, Nestor Lamounier, João Bernardo e muitos outros. ----- Cidadão humilde e discreto, porém, a sua habilidade no trato com as pessoas o fez merecedor de muitos amigos, tanto do seu meio como, também, do meio elitizado. -------

Desde criança gostou de esporte e cresceu gostando. Durante muitos anos foi jogador de futebol, sendo um craque muito solicitado e admirado no seu tempo. Na década de 30, -------Antônio Cacheiro, um jovem deficiente físico que gostava muito de futebol, acompanhava, sempre, todas as tardes, as peladas da garotada no antigo Estádio do Rio Branco Esporte Clube, que ficava pouco abaixo da loja do Vicente Vilela. ----- Numa dessas vezes, José Bárbara Filho, que jogava em qualquer posição, se encontrava no gol e não deixou passar nada, deixando aquele torcedor solitário encantado com a atuação daquele menino feliz e sorridente voando feito um passarinho dentro do gol, defendendo a sua cidadela. “Foi quando Antônio Cacheiro eufórico disse:” ‘‘Esse neguinho é um passarinho! “Ele voa”. ----  Daí em diante ninguém nunca mais o chamou de Zé. Todos passaram a trata-lo de Passarinho.  

Desde criança Passarinho vestiu a camisa do Rio branco Esporte Clube, e foi um dos seus melhores jogadores. ------ Nos torneios disputados pelo Rio Branco, Passarinho foi, por diversas vezes, o artilheiro. Nunca abandonou o seu querido “Ranca Toco” uma denominação pejorativa que os adversários criaram para o Rio Branco e que viera a ser recebida como que carinhosa pela torcida Rio-branquense.  

Fora de Candeias, Passarinho atuou no Estrelense Esporte Clube, da cidade de Estrela do Indaiá. MG. Foi por lá um jogador muito aplaudido. Por várias vezes os times de Campo Belo e Itapecerica vinham busca-lo para enxerto dos seus times.

Dentre as diversas histórias vividas durante uma partida de futebol, Passarinho gostava de contar a do Cotó, de quando foi jogador do Estrelense. ---- da cidade de Estrela do Indaiá ---- Cotó era um elemento alto, corpulento e muito esperto dentro de campo. Certa vez numa disputa acirrada, Cotó que não possuía o antebraço esquerdo e vendo que o juiz não apitava falta de mão para ele, passou a usar mais o braço do que os pés para fazer gol. E ai o pau comeu.

Passarinho atuou, também, como profissional da terceira divisão, no Cruzeiro Esporte Clube, da cidade de Luz - MG. Seu nome consta nos anais daquele time. Participou, ainda, do Campos-Altense Futebol Clube, durante os torneios regionais que esse participava. 

Em Candeias foi dedicado exclusivamente ao Rio Branco Esporte Clube e entre seus muitos amigos e colegas de time, podemos citar alguns: Aurélio Vilela, Paulo Vilela, Balofo, Belchior, Dedé do Alonso, Edmundo Simões, Trajano Carrilho, Lázaro, Guinho da Zenóbia, Joaquim Passatempo, Antônio do Orcilino, João Delminda, Dite, Benevides, Quintino, Luizinho do Américo, Zizi Barreto, Antônio Capanguinha, Zé Roxo e muitos outros. Todos falecidos. ---- Nos dias atuais Passarinho faria muita inveja aos jogadores de times famosos. É que naquele tempo o jogador de futebol não tinha essa conotação de hoje.

Em outra área Passarinho teve, também, uma das participações mais efusivas de sua vida. Trata-se da Festa do Congado, ou seja, a Festa do Rosário. Começou a participar desta festa aos sete anos de idade dançando no terno do Moçambique. Aos dezesseis anos era a figura principal do terno de vilão, aos oitenta e cinco anos era o Capitão Mor da festa, um cargo que herdou de seu pai. Trata-se de um dos principais responsáveis pela organização do evento.

Outra atividade social de Passarinho foi nas folias de Reis. Dono de uma voz muito afinada cantava no contra, melhor dizendo, fazia a terceira voz no conjunto. Sempre participava dos torneios de folia, de Campos Altos e Campo Belo.

Passarinho tinha grande talento musical, e sua veia artística lhe propunha a execução de diversos instrumentos: acordeom, violão, cavaquinho e chocalho. No passado foi grande seresteiro. Participou como cantor do Conjunto do Abelino Salviano e do Jazz Tiro e Queda do Sr. Américo Bonaccorsi. Em 2001 foi agraciado com o diploma de colaborador do carnaval de candeias, como cantor, por fazer as pessoas felizes. Festa essa promovida pela Prefeitura Municipal de Candeias.

O neguinho que voava no gol feito um passarinho, hoje não voa mais... Mas voa nas lembranças de quem o conheceu. O Passarinho que dançava junto ao terno de vilão, hoje não dança mais. Contudo, ele sempre estará na lembrança dos jovens que dançam hoje e foram por ele orientados e disciplinados. 

Passarinho residia à Rua Cel. João Afonso, 203, bem defronte onde outrora era o estádio do Rio Branco Esporte Clube. Ali viveu durante muitos anos e passou os últimos dias de sua vida.

Na estrada da felicidade o único tropeço existente é a tristeza. A vida de José Bárbara Filho, o nosso querido Passarinho, foi uma bela canção composta para ser cantada e ouvida por aqueles que, como ele, sabia fazer vista grossa para a tristeza.

Obrigado meu grande amigo Passarinho!... Obrigado por você ter vivido uma vida exemplar... Obrigado por mostrar aos tristes que a alegria está ao alcance de todos... Basta fazer uma forcinha.

Passarinho faleceu no ano de 2013 aos 88 anos de idade.

Armando Melo de Castro

Candeias MG Casos e Acasos

 

 

3 comentários:

Anônimo disse...

Gostaria de parabenizar a radio e Arnaldo por este espaço cultural e ressaltar como é importante a valorização da historia de pessoas simples mas que abrilhantaram e ajudaram para o crescimento desta cidade.
Como e bom fazer parte de sua vida ; ilustre sr.Jose Barbara sinto muito orgulho de vocÊ e da sua historia.
Obrigado a todos ...
Um um grande abraço...
Te AMO MUITO VOVÔ PASSARINHO.
SUA NETA "FLAVINHA"
FLÁVIA REIS DA SILVA.

Anônimo disse...

valeu Armando... Realmente o passarinho é um personagem de grande destaque na historia de candeias... Antonio Belchior

Anônimo disse...

parabens pelo blog...
Na musica country VIRGINIA DE MAURO a LULLY de BETO CARRERO vem fazendo o maior sucesso com seu CD MUNDO ENCANTADO em homenagem ao Parque Temático BETO CARRERO WORLD em PENHA/SC. Asssistam no YOUTUBE sessão TRAPINHASTUBE, musicas como: CAVALEIRO DA VITÓRIA, MEU PADRINHO BETO CARRERO, ENTRE OUTRAS...
VIRGINIA DE MAURO a LULLY é o sonho eterno de BETO CARRERO e a mão de DEUS.