A dor da morte de um cônjuge dá ao que permanece vivo, o
nome de viúvo. A morte de um pai ou da mãe, dá ao filho o nome de órfão, mas a
dor de um pai ou mãe que perde um filho? Para essa dor não existe nome. É uma
dor sem nome. O sofrimento dos pais que perde um filho é imensurável em
comparação a qualquer outra pessoa da família, que vem a ser levada pela morte.
É dolorosa demais a morte de um filho seja criança, adolescente ou adulto.
--- E o pior é quando existem atenuantes que levam os pais
ao sentimento de culpa, se em vida pais e filho não tinham boa convivência;
eles podem vir a se sentirem um tanto culpados. Se o relacionamento era bom a
dor será jamais aliviada por isso, pode até ser acrescida. A perda de um filho,
às vezes, pode até causar o desequilíbrio de um casal dada, talvez,
circunstâncias que podem ser ajuntadas. E assim ocorre essa dor intensa; essa
dor cruel e sem nome. É preciso muita fé em Deus. No entanto, num momento
desses, há quem possa, até fragilizar a sua fé por falta de entendimento com o
fato de estar passando por um sofrimento tão intenso.
Ontem, ao navegar pela internet deparei-me com uma notícia
que me deixou deveras abalado. A morte do Italo Freire, o filho do casal, meus
grandes amigos conterrâneos. Ana Zélia e Antônio ítalo Freire, o Cacá do gás, e
para mim, ainda o caveirinha do nosso tempo do Grupo Escolar Padre Américo.
Eu quero aqui enviar o meu abraço e a minha mensagem a esse
casal tão querido por mim e por seus amigos:
Eu imagino Ana Zélia o quando você está sofrendo... Eu sei
Cacá o que é perder um filho. E posso garantir que somente quem já perdeu um
filho sabe avaliar a intensidade dessa dor. --- Minha filha Regina de 30 anos
voltou para Deus levada por uma morte cruel e sofrida. Eu sofri muito e posso
dizer que ainda sofro. Contudo, hoje, felizmente entendo que ela foi apenas
devolvida para Deus, mas continua presente comigo. É como dizia Guimarães Rosa,
ela se encantou para viver no meu coração. Mas essa mãozinha só o tempo poderá
lhes dar.
Essa dor que vocês experimentam meus bons amigos, não se
compara com nenhuma dor. Para cada pai, para cada mãe a sua será sempre a
maior. Chegamos a pensar tão fundo que podemos até pensar tratar-se de um
castigo de Deus. Mas não. Deus não castiga ninguém.
Enquanto julgarmos que perdemos o filho o sofrimento é
maior. E só poderá amenizar quando entendemos que o filho apenas voltou para
Deus. A grande verdade é que um filho não morre enquanto ele possa permanecer
em nossa lembrança. --- Há 14 anos eu convivo com a ausência de minha filha
levada por Deus. Mas aprendi a conviver com a sua ausência física, sempre
presente com ela espiritualmente. Porque ela nunca se foi do meu coração.
Portanto, meus caros amigos. Busque em Deus o conforto que
poderá lhes advir. Nenhum outro lenitivo vai lhes amenizar essa dor
incomparável.
Armando Melo Castro.
Candeias MG Casos e Acasos.
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