O uso de banheiros dentro das casas teve início antes de Cristo. ---- Na Índia foram encontrados vestígios dessas construções em escavações arqueológicas. ---- Na Grécia neste mesmo tempo as residências não contavam com banheiros dentro de casa. Os gregos preferiam se aliviar ao ar livre.
Na Roma antiga, foi
muito comum o uso de penicos. Os romanos faziam, também, as suas necessidades
em público, quando estavam fora de casa, junto às térmicas.
Os banheiros
começaram a ser destacados na Europa em 1668, em virtude de um decreto emitido
pelo Comissariado de Polícia francês, de Paris, determinando que as casas
construídas a partir daquela data, na cidade, deveriam ter um cômodo destinado
ao banheiro.
Mas e em Candeias?
Quando começaram a surgir os banheiros dentro de casa? Não faz tanto tempo como
aconteceu na França. Lembro-me de ver aquela “casinha” nos quintais de quase
todas as moradas. Até mesmo as poucas residências que possuíam banheiros dentro
de casa, tinham uma latrina no quintal, isso porque era constante a falta
d’água. O fornecimento do líquido precioso era da prefeitura e muito precário.
Lembro-me de ver na venda do Zé Chorão, na Rua Expedicionário Jorge, aquela porção de penico nas prateleiras. Pequenos, médios e grandes.
Lembro-me de ver na venda do Zé Chorão, na Rua Expedicionário Jorge, aquela porção de penico nas prateleiras. Pequenos, médios e grandes.
Era um tempo
atrasado. Meu pai era oficial de Justiça e viajava muito pelas roças. Parece que nas roças tinha mais demanda do que na cidade. ---- Não havia os caminhões leiteiros e poucos veículos. O meio de transporte do meu pai era uma égua e uma bicicleta, para as suas viagens de intimações nas roças. E
eu sempre na garupa quando contava ai com os meus oito ou nove anos. Sei que
tive a oportunidade de passar pelos quatro cantos do município de Candeias.
Minha mãe sempre
cuidadosa recomendava-me levar papel higiênico, para a higiene durante as
necessidades fisiológicas. Nessas viagens nem sempre voltávamos no mesmo dia.
Acontecia de tomarmos o pouso na casa de algum dos amigos do meu pai. ----
O pessoal das roças
sempre muito fartos, nos ofereciam sempre aquele rango caprichado; comumente
nos ofereciam a famosa carne de panela ou de lata; àquele doce de leite de
fazenda, bolo e broa de fubá; e biscoito de polvilho frito. Tudo isso está até
hoje entranhado na minha cultura alimentar. E quando me lembro desses manjares
minha boca, ainda, enche d’água.
Mas havia uma coisa
que me deixava intrigado. O que existia em comum eram latrinas ou
privadas, que consistiam num buraco de fossa de aproximadamente uns três metros
de fundura, coberto por um assoalho com um orifício central. Sobre essa base se
construía um pequenino cômodo.
O papel higiênico
raramente era visto nessas latrinas, normalmente quando a pessoa ia fazer as
suas necessidades levavam algum tipo de papel para ser usado. Poderia, também ser encontrado papel de embrulho dependurado.
Nas roças eu tive
sempre uma curiosidade. Sempre havia num canto daquele cubículo intimo uma lata
cheia de sabugo de milho. Eu sempre pensava que aquilo estava ali para estar
protegido de um mau tempo. Afinal, eu sabia que sabugo de milho era bom para
acender o fogo e fazer brasa. Minha mãe usava para por no ferro de passar roupa.
Até que num certo dia
eu perguntei ao meu pai, por que em quase todas as latrinas das roças tinha uma
lata de sabugo de milho, foi ai que fiquei sabendo dessa cultura deixada pelos
portugueses, de que o sabugo de milho servia como papel higiênico. ----
Fiquei com aquilo na cabeça e num certo dia,
na curiosidade de menino, resolvi fazer um teste. E o que aconteceu? Que fique
aqui entre mim e Deus.
Saber que isso foi
herança dos portugueses ... Sei não, mas parece piada!
Armando Melo de Castro
Candeias MG Casos e
Acasos.
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