Wantuil de Castro
Um nome que não pode ficar e
não tem como ficar fora da História de Candeias, é o nome de Wantuil de Castro,
mais conhecido como Wantuil Delminda. ---- Nascido no dia 28 de abril de 1927
em Candeias. ---- Filho do segundo casamento de João José de Castro, (João
Delminda, meu avô) e Maria Rita de Jesus. Foi casado com a Sra. Nice Sidney com
quem teve quatro filhos: Magali, Magda, Marília e Santos. –
Irmão paterno de meu pai,
José Delminda, portanto, meu tio e padrinho de crisma. ----- Wantuil era um
homem extremamente versátil. Exerceu durante a sua vida diversas atividades:
Herdou de seu pai o ofício de curtumeiro e celeiro, profissões que exerceu por
muitos anos. ---- Foi também balconista da Casa Celestino Bonaccorsi. Foi
construtor tendo construído diversas casas, principalmente na Rua Coronel João
Afonso; funcionário da antiga fábrica de manteiga do grupo de Celestino
Bornaccorsi, existente na Rua André Pulhez, antigo Beco do Botafogo. ----
Trabalhou, também, como mecânico na oficina do Zé do Anjo. Motorista
profissional de uma linha de ônibus que ligava Candeias a Itapecerica. Quando,
ainda, jovem residiu por uma temporada em São Paulo onde foi funcionário de um laticínio.
Afora todas essas
atividades, Wantuil ocupou um lugar de destaque na História de Candeias,
através da política e no exercício de cargos públicos, tendo sido vereador e
Presidente da Câmara Municipal de Candeias, num tempo em que os vereadores não
eram remunerados e não existiam essas mamatas de hoje e o exercício desses
parlamentares era louvável.
Foi Juiz de Paz do tempo em que esse cargo, em
Candeias, era eleito pelo povo através do voto direto junto às eleições
municipais. O Juiz de Paz era o substituto do Juiz de Direito nas suas
ausências. ---- Foi também representante do Ministério Público, e delegado de
polícia do município. Finalmente agraciado com a Medalha “DESEMBARGADOR HELIO
COSTA”, uma grande honra cedida aos mineiros que prestaram relevantes serviços
à Justiça.
Wantuil era um homem
polêmico e, às vezes, não media as palavras, mas era dono de um bom coração e
muito amigo dos pobres que precisavam de seus favores. Sua casa era um
verdadeiro entra-e-sai de pessoas buscando orientação.
Autodidata, mas tinha um
conhecimento amplo da Constituição Nacional e das leis de direito. Portanto, as
pessoas mais humildes gostavam de consulta-lo, pois, sendo um leitor assíduo,
tinha um grande conhecimento de todas às áreas da cidadania. Não havia assunto
que o embaraçasse.
Wantuil de Castro foi um homem bom, caridoso,
sem rancor e muito inteligente. Mas viveu num mundo psicologicamente
conflitante a partir do seu berço e, por isso, tornou-se vitima de uma desconexão
emocional, o que lhe fez dar a entender que viveu desenvolvendo um vínculo
pouco saudável com a melhor parte do seu “eu”. ------ E assim não lhe era difícil
expressar os sentimentos de essência oposta quando que na verdade o tumulto
emocional, o conflito verbal que lhe tomava, seria dele, para com ele mesmo. ----
Assim, foi ele o ator principal no teatro da história de sua vida... Às vezes
no palco, às vezes na plateia.
Foi um homem de muitos
amigos --- e perdoado pelos inimigos.
Onde quer que esteja meu
padrinho Wantuil, continue escrevendo o seu “caderno-diário” com a filosofia
que o retratava como um homem bom, caridoso e sem rancor, completamente
diferente da realidade em que viveu. E como eu sempre lhe pedi, me dê a sua
bênção.
Armando Melo de Castro
Candeias MG Casos e Acasos.
3 comentários:
Verdade, tio Wantuil foi assim mesmo! Que Deus o tenha em um bom lugar!!
Parabéns! Meu pai Celestino Cesare Mati ficou emocionado com a descrição feita sobre a história de Wantuil de Castro! Abraço.
Nossa, como fiquei emocionada com sua descrição do Sr.Wantuil! Eu o conheci qdo criança, por volta dos 9 anos e convivi por um tempo, com sua família. Dona Nice era um doce de pessoa. Ia sempre com sua filha Marília e o filho Santos, ao seu Cortume...era uma farra! Que saudades dessa época!
Postar um comentário