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quarta-feira, 30 de maio de 2018

WANTUIL DE CASTRO


                                                 Wantuil de Castro

Um nome que não pode ficar e não tem como ficar fora da História de Candeias, é o nome de Wantuil de Castro, mais conhecido como Wantuil Delminda. ---- Nascido no dia 28 de abril de 1927 em Candeias. ---- Filho do segundo casamento de João José de Castro, (João Delminda, meu avô) e Maria Rita de Jesus. Foi casado com a Sra. Nice Sidney com quem teve quatro filhos: Magali, Magda, Marília e Santos. –

Irmão paterno de meu pai, José Delminda, portanto, meu tio e padrinho de crisma. ----- Wantuil era um homem extremamente versátil. Exerceu durante a sua vida diversas atividades: Herdou de seu pai o ofício de curtumeiro e celeiro, profissões que exerceu por muitos anos. ---- Foi também balconista da Casa Celestino Bonaccorsi. Foi construtor tendo construído diversas casas, principalmente na Rua Coronel João Afonso; funcionário da antiga fábrica de manteiga do grupo de Celestino Bornaccorsi, existente na Rua André Pulhez, antigo Beco do Botafogo. ---- Trabalhou, também, como mecânico na oficina do Zé do Anjo. Motorista profissional de uma linha de ônibus que ligava Candeias a Itapecerica. Quando, ainda, jovem residiu por uma temporada em São Paulo onde foi funcionário de um laticínio.

Afora todas essas atividades, Wantuil ocupou um lugar de destaque na História de Candeias, através da política e no exercício de cargos públicos, tendo sido vereador e Presidente da Câmara Municipal de Candeias, num tempo em que os vereadores não eram remunerados e não existiam essas mamatas de hoje e o exercício desses parlamentares era louvável.

Foi Juiz de Paz do tempo em que esse cargo, em Candeias, era eleito pelo povo através do voto direto junto às eleições municipais. O Juiz de Paz era o substituto do Juiz de Direito nas suas ausências. ---- Foi também representante do Ministério Público, e delegado de polícia do município. Finalmente agraciado com a Medalha “DESEMBARGADOR HELIO COSTA”, uma grande honra cedida aos mineiros que prestaram relevantes serviços à Justiça.

Wantuil era um homem polêmico e, às vezes, não media as palavras, mas era dono de um bom coração e muito amigo dos pobres que precisavam de seus favores. Sua casa era um verdadeiro entra-e-sai de pessoas buscando orientação.

Autodidata, mas tinha um conhecimento amplo da Constituição Nacional e das leis de direito. Portanto, as pessoas mais humildes gostavam de consulta-lo, pois, sendo um leitor assíduo, tinha um grande conhecimento de todas às áreas da cidadania. Não havia assunto que o embaraçasse.

Wantuil de Castro foi um homem bom, caridoso, sem rancor e muito inteligente. Mas viveu num mundo psicologicamente conflitante a partir do seu berço e, por isso, tornou-se vitima de uma desconexão emocional, o que lhe fez dar a entender que viveu desenvolvendo um vínculo pouco saudável com a melhor parte do seu “eu”. ------ E assim não lhe era difícil expressar os sentimentos de essência oposta quando que na verdade o tumulto emocional, o conflito verbal que lhe tomava, seria dele, para com ele mesmo. ---- Assim, foi ele o ator principal no teatro da história de sua vida... Às vezes no palco, às vezes na plateia.

Foi um homem de muitos amigos --- e perdoado pelos inimigos.

Onde quer que esteja meu padrinho Wantuil, continue escrevendo o seu “caderno-diário” com a filosofia que o retratava como um homem bom, caridoso e sem rancor, completamente diferente da realidade em que viveu. E como eu sempre lhe pedi, me dê a sua bênção.

Armando Melo de Castro
Candeias MG Casos e Acasos.


3 comentários:

Unknown disse...

Verdade, tio Wantuil foi assim mesmo! Que Deus o tenha em um bom lugar!!

Unknown disse...

Parabéns! Meu pai Celestino Cesare Mati ficou emocionado com a descrição feita sobre a história de Wantuil de Castro! Abraço.

Unknown disse...

Nossa, como fiquei emocionada com sua descrição do Sr.Wantuil! Eu o conheci qdo criança, por volta dos 9 anos e convivi por um tempo, com sua família. Dona Nice era um doce de pessoa. Ia sempre com sua filha Marília e o filho Santos, ao seu Cortume...era uma farra! Que saudades dessa época!