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quinta-feira, 17 de maio de 2018

ABELINO SALVIANO.

                                                    Abelino Salviano e seu conjunto.

Dando uma olhada no retrovisor da minha juventude, encontro-me com um conterrâneo dos mais queridos da nossa comunidade. Um descendente da família Salviano, ----- uma das mais tradicionais famílias candeenses, de cuja gema nasceu Abelino Salviano.

Abelino Salviano nascido no dia 19 de maio de 1912, e falecido em 2009 aos 97 anos, na capital de São Paulo, onde se encontra sepultado. ----- Portanto, Abelino estaria completando, neste mês, 106 anos. ----

Filho de João Batista Salviano e Leonina Maria Lúcia. ---- Logo após o seu nascimento sua mãe faleceu. À vista disso, foi entregue aos cuidados de suas tias beatas, Sebastiana e Domitila, irmãs de seu pai. ---- Elas moravam na Casa Paroquial, quando pároco era o Padre Américo Brasileiro. ---- Sendo assim, Abelino foi criado por duas tias e tendo o Padre Américo como um verdadeiro pai que lhe transmitiu grande parte da sua cultura didática e musical.

Homem simples, muito religioso, congregado Mariano, honesto, trabalhador, reservado e muito correto com os seus compromissos. ---- Casou-se com a senhora Luzia Trindade Salviano, com a qual teve quatro filhos, sendo eles: Angélica, residente em São Paulo ---- Ângelo, (meu condiscípulo do Grupo Escolar Padre Américo) Ângela e Hailton, o único residente em Candeias, casado com a Delma, filha do já falecido e amigo Vicente Teixeira.   

Pai de família exemplar, não permitia palavrões na família o que se lhe dava motivo para enérgicas repreensões aos filhos.
Aprendeu o ofício de alfaiate o qual exerceu por grande parte de sua vida. Tinha a sua alfaiataria junto a sua residência, que ficava num velho casarão centenário, construído com Pau Brasil, onde se mantinha rastros do tempo da escravidão. Esse casarão situava-se ao lado da Igreja Matriz onde atualmente se encontra instalada a COPASA.

Abelino Salviano amava o seu trabalho, mas a sua paixão verdadeira estava na música. O seu instrumento especial era o clarinete. ---- Assim, ensinou a vários companheiros esta arte adquirida com o Padre Américo; tendo sido também, membro e um dos fundadores da primeira Banda Musical de Candeias, ----- Um de seus constantes companheiros até o fim, foi o seu irmão José Urias Salviano, o José Leque. ----- Abelino ganhou vários troféus como músico e pela sua dedicação a musica.

Teve o seu Conjunto Musical, “Conjunto Salviano” que por muitas vezes abrilhantou bailes e as chamadas “horas dançantes” em Candeias e cidades vizinhas, entretenimento muito importante num tempo em que não existia a televisão e os rádios eram raros em Candeias.

Mas, infelizmente, Candeias era uma cidade sem recursos. À medida que a indústria de confecções foi crescendo foi decrescendo a profissão de Alfaiate. Assim, esses profissionais tiveram que buscar alternativas. ----- No caso de Abelino a opção foi partir para uma cidade maior que lhe fosse mais conveniente. ---- Em 1960 mudou-se para a cidade de Formiga onde, também, participou da sociedade musical durante dois anos. ----- Dali partiu para São Paulo, naturalmente, na busca da sua sobrevivência juntamente com a sua família onde residiu por 47 anos, vindo a falecer aos 97.

Meu pai Zé Delminda, era muito amigo de Abelino. Lembro-me da minha infância acompanhando-lhe para assistir os ensaios da Banda no interior da sua alfaiataria. ---- 

Lembro-me, também, de Abelino no “Jaz Tiro e Queda”, quando foram seus companheiros, Américo Bonaccorsi, ao saxofone, --- Luiz Bonaccorsi, na bateria, --- João do Sô Nico, no pistão, --- Antônio Jacinto ao cavaquinho, ---- Meu pai ao violão; --- Dino Guimarães (Tio do Tibau do Lulu) e Abelino Salviano, juntos numa dupla de clarinetistas. ---

----- Como era bom esse tempo!!!

A nossa mente é um baú onde guardamos tudo: ----- tristezas, alegrias, e tudo mais que mexe com as entranhas do ser humano. Mas entre todos os sentimentos que abordam a nossa mente, a meu ver, estão em destaque a saudade e nostalgia, ----- A saudade como disse Lu Oliveira: ----- “Saudade tem cheiro, tem gosto; é a vontade que não passa. É a ausência que incomoda. Saudade é a conclusão de que o que fizemos valeu a pena. --------- Sobre a nostalgia disse Mestre Arievis:” A nostalgia pode gerar um comportamento anormal em indivíduos que foram afastados da sua terra natal ou separados da sua família. É um sentimento semelhante à saudade, mas tende sempre a aumentar.

Onde quer que esteja amigo Abelino Salviano, saiba que você deu uma grande contribuição a nossa História de Candeias, portanto, receba o meu respeito e o meu abraço.

Armando Melo de Castro


Candeias MG Casos e Acasos.

3 comentários:

Anônimo disse...

Eu achei muito bonita essa mensagem! Na minha opinião, os nossos antepassados deveriam ser mais lembrados, pois eles foram muito importantes no seu tempo. Parabéns ao escritor!! Homenagem justa!
(Dora)

Anônimo disse...

nasci em candeias. em 1957 filho do José queijo.jose André salviano..terra abençoada de gente boa

Anônimo disse...

sou da família salviano por pai e gomide por mãe..candeense de 1957 ...je queijo