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terça-feira, 1 de novembro de 2016

ACONTECEU NO HOSPITAL!


                         Foto para ilustração do texto.          

A alma de uma criancinha é pura. A criança ainda no verdor dos anos não mente, não inventa, não calunia. Ela só fala a verdade e quando se sente agredida de uma forma ou de outra, chora. A lágrima é o seu instrumento de defesa. Infelizmente, à medida que vai crescendo e convivendo com os adultos já começa a entrar no mundo da falsidade, da arrogância, da mentira, da calúnia, da hipocrisia e da violência física e verbal... Enfim no mundo do adulto será difícil encontrar alguém que não tenha inventado uma história maldosa, não tenha mentido; que não tenha sido abraçado pelo sentimento da inveja. E assim, aquela criancinha inocente ao sair da aurora dos seus anos passa a fazer parte dos sentimentos que deturpam a humanidade.

Semana passada, estando na cidade de Poços de Caldas acompanhando um internamento de minha mãe no hospital, foi quando eu tive a oportunidade de ver uma criança de uns quatro anos mais ou menos, mostrar a pureza da infantilidade na essência de sua exuberância.

Tratando-se de uma grande instituição de saúde de Poços de Caldas, o hall do hospital permanece com muitas pessoas aguardando o momento para visitar os seus doentes, cujo regulamento permite apenas a presença do acompanhante e mais duas pessoas. Portanto, normalmente, algumas pessoas ficam por ali esperando a sua hora de entrar para fazer a sua visita à base do revezamento.

Apesar de não ser permitida a presença de criança nas visitas aos doentes, ali estava uma criança de mais ou menos uns quatro anos em companhia de seu pai, enquanto aguardavam a esposa e a sogra que teriam subido para visitar, ao que parecera ser --- o avô da criança.

Nesse ínterim, enquanto o menino vai especulando o pai sobre tudo que lhe era visto à sua frente, quando de repente alguém solta um pum.

Aquilo que uns tratam de flato, mas a maioria conhece por peido. Aliás, uma pergunta clássica é aquela: “Quem peidou aqui?”. Eu que estava por perto só tive a certeza de que não teria sido eu. Contudo, pude imaginar que o ânus que emanou aquela carga de metano deveria ter um calibre 16 com uma carga cuja densidade não de 0,722 g/dm3, mas sim de 7.220 g/dm9, e 63 ao invés de 21 vezes mais do que o dióxido de carbono para a estufa. Isso dada à leveza que penetrou nos narizes ali presentes. ---- Se fosse, no Japão, tudo bem, lá se peida sem nenhum constrangimento dentro das pequenas lojas que existem por lá. O vendedor peida enquanto atende o freguês e não é por isso que é amarelo. Faz parte da cultura deles peidar livremente. Mas aqui no Brasil é diferente. Brasileiro gosta de querer saber: “Quem foi esse?”...

O hall do hospital ficou totalmente poluído, quando aquela criança gritou:

--- Papai, você peidou aqui?

E o pai, todo sem graça, bem trajado tal qual um executivo público, ou um bispo da igreja evangélica, negou, é claro!... Mas o menino continuou falando alto:

----Você peidou sim papai, eu conheço o fedor dos seus peidos. Todo dia você peida lá na nossa casa, e a mamãe xinga você... E o cheiro está igualzinho...

---- E o pai, com aquela cara de quem nunca deu um peido na vida, continuou negando...

---- O que é isso Celinho, papai não faz essas coisas assim não...

É, e o pai peidorreiro querendo comprometer o pessoal ali presente na maior cara de pau. Nisso abre uma porta de vidro de onde saem a sua mãe e a avó vindas da visita ---- e o menino fala alto e num tom de gozador:

---Mamãe, o papai tá dando cada peido aqui e tá falando que não é ele, quer ver mãe, puxa pra senhora ver, o cheiro é igualzinho os lá de casa.

E a mãe tenta desconversar, mas o menino insiste:

---Mamãe, puxa pra senhora ver a catinga do peido do papai...

E aquela família tratou-se de cair fora logo, comentando a saúde do internado e fazendo de contas que não ouvia o que o garoto falava.

E o menino agora começava a chorar e dizer, mamãe escuta eu falar, o papai peidou e está falando que não foi ele... O papai é mentiroso mamãe!

E você que acabou de ler isso? Acredita no menino ou no pai dele?

Armando Melo de Castro
Candeias MG Casos e Acasos.

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