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sábado, 26 de novembro de 2016

QUE SAUDADE DA RETRETA!

                                            Foto do Álbum de Clara Borges

Poucas são as cidades que têm o privilégio de possuir uma corporação musical que venceu todas as dificuldades durante anos e mais anos, mas não deixou de existir graças ao amor dedicado por todos aqueles que dela participaram no decorrer dos tempos.

A Corporação Musical Nossa Senhora das Candeias, é um capítulo vivo da nossa história. É motivo de muita alegria, saber que esse capítulo continua sendo escrito e com muito carinho pelos atuais integrantes.

Esta foto me transporta ao passado. Leva-me à minha juventude e faz com que eu sinta presente bem ali ao lado do fotógrafo que guardou este momento tão significativo para mim, e, com certeza, significativo para muitos candeenses.

Posso me imaginar estar acompanhando a procissão da sexta feira santa, ou estar à porta da Igreja Matriz em épocas das barraquinhas; dos ensaios, na alfaiataria do Sr. Abelino Salviano... Parece até que foi ontem e eu posso ouvir o som da retreta nas datas comemorativas, dessa nossa querida “FURIOSA” carinhosamente denominada pelos candeenses brincalhões.

A saudade é um trem danado! Parece até coceira de bicho de pé; ou então um vazio daquilo que esteve e não está. É uma coisa que parece que foi e não foi; é um sentimento doído que ocupa um espaço imenso dentro da gente e que vai enchendo até transbordar pelos buracos dos olhos.

Esta foto realmente me sacudiu... E como diria um primo meu, ela me “balangou” por dentro vendo esses amigos e recordando deles... Américo Bonaccorsi, Chico do Sudário, Nicodemos Ribeiro, Chico de Assis, João Virgílio Ribeiro, Zinho Borges, Ninico Ribeiro, Antônio Salviano, Zé Pretinho, Emílio Langsdoff e Bibiu. As crianças me confundem, mas suponho que entre elas estão a Clarinha e o Wagner do Zinho e a Jussara do Chico do Sudário.

Tem gente que gosta de matar a saudade, mas eu não. Portanto, numa emulação ao poeta Adalberto Dutra, eu digo: “Eu não mato a saudade! Eu deixo a saudade viver! Afinal, um coração sem saudade, perde a razão de bater”.

Lembro-me perfeitamente desse grupo e desse tempo. Sinto muita saudade. E esta saudade não morrerá dentro de mim, ela morrerá junto de mim.

A esses amigos que já partiram, onde quer que estejam recebam o meu abraço, como também, àqueles que felizmente ainda estão entre nós.

Armando Melo de Castro
Candeias MG Casos e Acasos.


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