Erasmo Carlos
Semana passada a mídia
informava a morte do cantor Erasmo Carlos. Naquele momento eu fiquei muito
chateado porque eu sempre fui fã desse cantor, vivi e convivi com a era da
Jovem Guarda, da qual Erasmo era um dos principais junto de Roberto Carlos. Mas
ainda chocado com a notícia, vim a saber que se tratava de uma notícia falsa da
Folha de São Paulo, que pedia desculpas aos seus leitores e desmentia a
notícia. --- Fiquei feliz ao saber que o
cantor estava bem, ainda internado, mas que já era prevista a sua alta.
Esse equívoco sobre Erasmo
Carlos trouxe a boiar no lago da minha imaginação, um fato que aconteceu comigo
no ano de 1994 quando eu morava e trabalhava como gerente do Banco do Estado de
Minas Gerais na cidade de Luz. Eu apesar de católico, resolvi fundar naquela
cidade um Centro Espírita. ---- Por ser a cidade sede de um bispado, o povo da
cidade tinha esse desejo, mas não tinha a coragem por receio da
resistência dos padres.
Eu entendo o espiritismo como
religião, ciência e filosofia. --- A minha profissão me imponha contato com
todos os seguimentos da sociedade, portanto eu tinha como clientes, adeptos e
pastores de todas as religiões, o que me levou a respeitar todas as religiões.
Isso porque toda visita que fazia a uma igreja diferente, lá estava Jesus
Cristo, e eu como cristão entendi por ser um católico na minha essência, sem
impedimento para me considerar um ecumênico.
Eu passava por um momento
muito difícil de minha vida, e teria encontrado no espiritismo uma fonte de
conforto para a minha sobrevivência. Assim estudei profundamente o Kardecismo e
resolvi fundar um centro espírita na cidade de Luz, o qual está lá até hoje e
funcionando dentro de suas normas rígidas, prestando um excelente serviço as
pessoas carentes dentro do sentido humano. Trata-se da Confraria Espírita Allan
Kardec, hoje com sede própria e seu espaço ampliado.
O Espiritismo exerce uma
religião sem culto externo, sem sacerdócio organizado, sem cerimônias de
qualquer natureza, sem intermediários entre a criatura e o Criador, podendo ser
considerada como uma religião cósmica
Neste mesmo tempo eu era
também, envolvido com o rádio amador e sua história. Eu tinha a minha
aparelhagem, o meu prefixo e conversava com os chamados amigos macanudos, a
quem envio aqui agora um 73 bem apertado. Pois já teria decorado as gírias do
radioamadorismo.
Na cidade de Luz havia um
radio técnico bastante entendido em radio transmissor. E ele que me acudia nos problemas que apareciam
na minha estação. E com isso firmou entre nós uma grande amizade. Mas o tempo,
como já disse, tratou-se de fragilizar o radioamadorismo, além dos problemas
que isso causava aos vizinhos, pois as conversas entravam nos rádios e televisões
da vizinhança, e quase entrava também nos fogões, pois o sinal era bem forte,
pois conseguia-se comunicar até no exterior.
Posteriormente fui transferido
da cidade de Luz, e num determinado dia fiquei sabendo que o meu grande amigo
Zé do Heitor teria falecido, já há mais de um mês. Fiquei deverás triste com
essa notícia, e na minha primeira ida a Luz, na chegada da noite, corri até a
casa do meu amigo, para dar os pêsames a sua esposa e lamentar a sua morte. A
casa dele fica próximo do cemitério. Cheguei bati na porta e ouvi lá de dentro
já vou... Espera um pouco... Aquela voz parecia ser a dele, do meu amigo.
Demorou um pouco e nada, bati de novo e a voz torna a responder já vou espera
um pouco... Apesar de ser médio lá no
centro, comecei a imaginar que o Zé estava se comunicando comigo. E estava tão
envolvido com a doutrina que já comecei a conversar com ele lá de fora como se
ele fosse um espírito.
Demorou algum tempo, ele veio
e abriu a porta e eu assustado, parecia que o meu cabelo havia crescido até aos
pés. E lhe disse? Uai Zé você não morreu? Ele deu aquele seu sorriso sorrateiro
e como sempre engraçado disse:
“Murri, mais São Pedro me mandou ir para o
inferno, o capeta não me aceitou lá e me mandou de vorta aqui pra terra” Ceis
vai tê qui me aguentá mais muncado”.
Cê discurpa a demora é que eu
tava dando uma cagadinha.
Ai então fiquei tranquilo.
Afinal, espírito não caga.
Armando Melo de Castro
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