Silvestre Teixeira
Hoje, vamos fazer a nossa simples homenagem a um candeense
que cumpriu rigorosamente todos esses princípios éticos que orientam a maneira
correta de ação do ser humano. Vamos falar um pouco de um homem que além de ser
um rigoroso cumpridor de seus deveres, foi um grande exemplo de cidadania e pai
de família. Vamos falar do senhor: SILVESTRE TEIXEIRA DE OLIVEIRA.
Silvestre, também conhecido como Vete, nasceu em Candeias no
dia 13 de fevereiro de 1912 e faleceu em 19 de setembro de 2012. Viveu
portanto, 100 anos, 7 meses e 9 dias. Filho de João Evangelista de Oliveira, e
Dona Ana Theodora Gomide, (Dona Sinhana). ---- Casou-se no em 1941 com Maria
Gonçalves de Oliveira, a nossa tão querida Mariinha do Vete, filha de Alfredo
Gonçalves Sant’Ana e Dona Joana Militana Rodrigues, (Dona Joanica). Um
casamento que durou 71 anos de uma perfeita união, quando constituíram uma
família de 10 filhos, 23 netos e 14 bisnetos até hoje. Dona Mariinha faleceu em
2016 aos 92 anos de idade. Grande mulher, esposa e mãe extremamente dedicada.
A família Teixeira, cuja linhagem é uma das mais
tradicionais e conceituadas de Candeias, sempre honrou a nossa sociedade, com
cidadãos exemplares, honestos, trabalhadores e merecedores de todo o respeito. E
Silvestre Teixeira e sua esposa Mariinha foram um dos grandes modelos da nossa
sociedade. Uma família cujos filhos
seguiram os bons exemplos da paternidade.
Silvestre foi durante 35 anos o contador do conglomerado do
Sr. Celestino Bonaccorsi, que reunia várias atividades inclusive a Empresa
Força e Luz Candeense. Foi um funcionário muito inteligente, eficiente e prestativo. – Lembro-me de que certa vez, eu
precisei de uma carta de apresentação de uma casa comercial, e não faltou quem
me orientasse dizendo: “Isso é com o Silvestre lá no Bonaccorsi”. --- Silvestre
fez para mim uma carta tão bonita, me elogiando e eu guardo até hoje os termos
desta carta, o que me fez ser a ele eternamente agradecido.
Depois de prestar seus bons serviços durante 35 anos ao
Grupo Celestino Bonaccorsi, ainda prestou serviços à Prefeitura de Candeias. --- Aposentou-se aos
70 anos de idade. --- Silvestre foi um
candeense na essência da palavra. Era um entusiasta pela nossa terra, a nossa
querida Candeias. Participava de tudo como cidadão inato. Não negava um favor
que se lhe fosse solicitado, sempre dava
aquele seu sorriso meio sorrateiro de menino arteiro, dependendo do pedido.
Colaborava com a documentação para aposentadoria de muitas pessoas; desembaraçava
escritas e tributos dos pequenos comerciantes das roças e da cidade. Não
recebia nada por esses serviços, se satisfazia com o respeito que essas pessoas
nutriam por ele.
Silvestre era totalmente desprendido das coisas. Foi
delegado de partido político; colaborador na Vila Vicentina. Participante do
Cursilho de Cristandade. E era um assíduo participante do Grupo da 3ª idade,
nos bailes no prédio do Rotary, na Rua Pedro Vieira de Azevedo. A presença dele
e da esposa Dona Mariinha nesses encontros incentivava muitas outras pessoas. --- Era agradável vê-los
descer e subir a rua da minha casa indo
e voltando do baile todas as quartas feiras.
No esporte a paixão de Silvestre Teixeira era a Associação
Esportiva Candeense, cujo campo da AEC antigamente era no Alto do Cruzeiro,
atualmente campo do Clube Atlético
Candeense. --- Quando a AEC veio a construir o seu estádio para mais
próximo do centro da cidade, indo para a baixada da Lage onde hoje se encontra.
---- Imaginar a construção de um campo de futebol naquele local poderia ser
imaginado uma loucura. Lembro-me que ali era um brejo, onde até um trator
esteve atolado durante a sua construção. Foi preciso fazer ali um imenso
trabalho para drenar a área. Os torcedores contra a AEC diziam que ali teria
uma grande torcida que seria os sapos, as rãs e as pererecas. Quintino
enfermeiro, gostava sempre de dizer como seria as torcidas lá naquele campo: Os
sapos gritariam: “Foi gol, foi, foi gol,
foi gol”, e as rãs protestavam, num “num foi, num foi, num foi” e as pererecas
no seu canto, vinham, “um a zero, um a zero um a zero”. ---- E quem estava
sempre por lá em qualquer uma de suas folgas? Silvestre!... Silvestre amava a
Associação Esportiva Candeense e muito fez por ela. --- E num reconhecimento
justo, mais do que justo, o Conselho, sobre a sugestão do Sr. Wander
Bonaccorsi, (O Wandinho do Américo um dos bons jogadores da AEC) deu o seu nome
ao estádio: “Estádio Silvestre Teixeira”.
Por ocasião de seu centenário, Silvestre recebeu uma linda
homenagem de reconhecimento pelo quanto fez pela Associação Esportiva
Candeense, quando até o uniforme dos jogadores eram lavados em sua casa.
Atualmente não reside em Candeias nenhum dos filhos de
Silvestre Teixeira. Estão espalhados por diversos pontos, naturalmente
espalhando esta herança moral que tiveram dos pais, estão 1 em Tocantins, 1 em
Brasília, 3 em Divinópolis, 2 em São Paulo, 1 em São João Del Rey e 2 em Campo
Belo. Contudo, o estádio é cuidado com
desvelo pelo sobrinho Wellington Marques e seus companheiros.
Na vida construímos a
cidadania com o convívio. E o sucesso e a felicidade só conseguimos construindo
através de uma cidadania levada a sério. Assim foi o comportamento saudável por
mais de 100 anos do nosso conterrâneo e amigo Silvestre Teixeira. Um cidadão que viveu uma vida exemplar por
mais de um século. Lembro-me, nas minha idas a Candeias, ele já debilitado pela
idade, fiz-lhe uma visita e ainda consegui arrancar dele aquele sorriso
sorrateiro, de menino arteiro. ---
Onde quer que esteja meu caro Silvestre, o Vete da Mariinha,
receba o meu abraço e muito obrigado por
ter nascido em Candeias, por ter deixado o seu grande exemplo, o seu belo
modelo de um homem de bem.
Armando Melo de Castro.
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