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quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

A FAMILIA BREIAS EM CANDEIAS.

                                                        FOTO: Antônio Martins Breias. 

 Candeias tem a sua história. Contudo, essa história, às vezes, tem muitos capítulos interessantes, no entanto, ocultos no âmago do seu povo. E se não forem revelados acabam-se perdidos, esquecidos e ou desperdiçados pelo tempo que não perdoa. Tantas passagens aconteceram durante a construção da nossa história até hoje e que não foram registradas e tendo sido consumidas com a morte de seus portadores. E no presente, com certeza, as nossas novas gerações gostariam tanto de ter conhecimento. Como exemplo a chegada de pessoas que vieram de longe, até do exterior para participar de nossa vida e que não são lembradas nos registros de nossa história. Famílias tradicionais que habitam ativamente em Candeias e que até seus descendentes não têm conhecimento lógico das suas origens. Pessoas que aqui chegaram vindas de longe trazidas pela nossa construção e que aqui foram sepultadas e esquecidas. Um povo que não se preocupa com a sua história, é um povo isolado.

 Eu era menino, no tempo do auge da Casa Celestino Bonaccorsi. Ali trabalhavam diversos balconistas. Entre eles haviam dois irmãos. Antônio Breias e Aurélio Breias. Meu pai sempre recomendava, procure o Antônio Breia. Ele era um dos melhores balconistas da Casa Celestino Bonaccorsi. Sempre sorridente e sempre atento. --- O nome Breias me chamava atenção, pois não era um nome comum. Posteriormente Antônio Breias após adquirir a antiga loja do Sr. Neném do André, tendo como sócio o Waldir Fernandes Pinto, tornou-se fazendeiro. --- O meu único contato com a família Breias foi nesse tempo e posteriormente com o Antônio Carlos Breias, meu amigo e colega de Banco, seu filho, para o qual eu pedi que nos contasse a história de sua família. Afinal, um nome diferente de uma pequena família e como ela teria vindo parar em Candeias. 

 Armando Melo de Castro. 

 Ai está à história narrada então pelo bisneto do patriarca português Antônio Carlos Breias. 

 Os Breias Pelo lado paterno são descendentes de portugueses, tendo como origem um operário português, o mestre de obras, Antônio Martins Breias, natural do norte de Portugal, da Freguesia de Lourençal da Serra. O patriarca da família veio para Candeias quando da construção da linha férrea que liga Barra Mansa RJ à Catalão GO. Ele era o mestre dessa obra, fixou residência em Candeias por volta de 1897 e casou com a senhora Malvina Cândida de Jesus. Dessa união nasceram quatro filhos: Aurélio Martins Breias, Isaura Martins Breias, Maria Martins Breias e Ana Martins Breias. O casal veio a separar-se a esposa Malvina Cândido de Jesus, mudou-se para Formiga Minas Gerais com as três filhas, Isaura, Maria e Ana. Os descendentes da Ana ainda hoje residem em Formiga. A filha Isaura não se casou, foi quitandeira e doceira famosa em Formiga MG, onde fazia festas para a alta sociedade formiguense.

 A Maria foi morar em Itaúna onde hoje residem seus descendentes. O Patriarca, senhor Antônio Martins Breias, permaneceu em Candeias com o filho Aurélio Martins Breias. Que se casou com Sra. Francisca Sebastiana de Jesus, e tiveram três filhos Antônio Martins Breias, Isaura Martins Breias e Aurélio Martins Breias, netos do Patriarca. Aurélio assim como seu pai também trabalhou na linha férrea, ele faleceu ainda jovem devido ao descarrilamento da máquina em que viajava entre Bugios e Quarta Turma, quando retornava para casa por ocasião do nascimento do terceiro filho do casal, o qual recebeu o nome de seu pai, Aurélio Martins Breias. Com a morte prematura de seu pai, Antônio Martins Breias, neto do patriarca, tornou-se arrimo de família e, ainda criança foi trabalhar para a família Carrilho, ajudando sua mãe no sustento de seus irmãos. Ao atingir a maioridade retorna pra cidade e vai trabalhar como balconista na casa Bonaccorsi. 

 Em 1952 Antônio Martins Breias casou-se com Odete Miranda Breias e dessa união nasceram: Antônio Carlos Breias, Adelson Miranda Breias, Armando Miranda Breias, Arnaldo Miranda Breias, Monica Hortense Breias e Marisa Aparecida Breias, bisnetos do patriarca. Permaneceu trabalhando na casa Bonaccorsi, desligando somente quando em sociedade com seu cunhado, Waldir Fernandes Pinto, adquiriram uma casa comercial. Waldir foi batizado com o nome de Antônio e os dois sócios tinham o mesmo nome, para diferencia-los o Waldir foi conhecido por muito tempo em Candeias, como Antônio Grande. 

Antônio Martins Breias vendeu sua parte da loja e foi tentar a sorte como fazendeiro no Pântano, município de Cristais MG. foi produtor de leite e agricultor. Apesar de ser da cidade tinha conhecimento do trabalho rural e contava também com a experiência da esposa Odete, que por ser filha de fazendeiro detinha bastante conhecimento das práticas rurais. Mas a família sempre teve fortes vínculos com a terra natal. Antônio e Odete venderam a propriedade em Cristais e adquiriram o sítio Palmital em Bugios no município de Candeias. 

 Por Antônio Carlos Breias. 

 Este texto encontra-se, também, no Blog Candeias MG Casos e Acasos. (Armando Melo de Castro)

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