Ontem, 16 de janeiro de 2021, foi dia
do meu aniversário. Completei 75 anos. Foi um dia muito feliz para mim porque
eu entendo que só consegue chegar aos 75 anos ou mais, aqueles que realmente
tiveram uma juventude que deu certo. Eu fiquei imensamente feliz porque pude
receber muitos parabéns; muitos desejos de vida longa, felicidade, alegria...
Enfim os meus amigos me desejaram tudo de bom ontem durante o dia todo. E essas
mensagens foram a causa da minha grande alegria.
---Eu li e reli todas as mensagens e
curtidas que recebi, bem como os nomes de todos os amigos que participaram da
festa do meu coração. Senti-me um tanto feliz com tantas mensagens de meus
conterrâneos candeenses. Afinal eu estou há mais de 50 anos residindo fora de
Candeias. – Amigos meus de outras cidades onde eu morei e trabalhei, como
Divinópolis, Bambuí, Governador Valadares, Patrocínio, Patos de Minas, Luz,
Capitólio, Lagoa da Prata, São Sebastião do Oeste e São Paulo. Bem, como outros
amigos localizados em outros lugares como Belo Horizonte e Rio de Janeiro,
Formiga, Campo Belo e Cristais. outras localidades que me fogem a memória. Até
dos Estados Unidos, recebi o abraço da minha querida amiga, Clarice Grgurich,
minha condiscípula do Padre Américo.
---Eu acho que a felicidade de um
idoso que completa 75 anos de idade é ser lembrado ou ser homenageado pelos
amigos e parentes como eu fui ontem. Portanto meus amigos, muito obrigado,
talvez vocês não possam avaliar o bem que me fizeram. Que Deus os abençoe a
todos.
---Os jovens aniversariantes que
ainda não estão fazendo as contas da idade, porque por certo ainda pensam que o
fim da vida está bem distante, ao receberem votos de muitos anos de vida não
respondem com o pensamento esses votos tão queridos. --- Mas o aniversariante
que passa dos 70, naturalmente, já não pode acreditar tanto que viverá os anos
que lhe são desejados pelo carinho dos amigos. Porque já terá visto tantos
parentes, tantos amigos, pais, colegas de infância, terem ido embora para a
outra vida. Um idoso, quanto mais idoso, mais sozinho vai se sentindo. A
realidade que não podemos fugir dela é que ao contar 75 anos é se pertencer a
um passado intenso e longe. Um presente ocioso e um futuro frágil. Mas nem por
isso queremos desistir de uma longa vida. Assim pedimos a Deus que nos dê
bastante vida porque o nosso futuro não promete muito mais.
---E assim, eu faço a mim uma
pergunta cuja resposta quero de mim mesmo ao completar 75 anos:
---De acordo com a Bíblia, Matusalém
viveu 969 anos e foi ser pai aos 187; --- Lameque viveu 777 e foi ser pai aos
182; --- Noé, aquele da arca, viveu 950 e foi ser pai aos 500 anos e Sem, um
dos filhos de Noé foi pai aos 100 anos e viveu 600 anos. (Gêneses 5: 01,32)
Salmos 90:10 – “O homem viverá até
aos 70 anos. Se for uma pessoa saudável, poderá chegar aos 80; entretanto, são
anos difíceis e cheios de sofrimento, pois a vida passará depressa enquanto nós
voamos”. --- Em outras traduções podemos ver que dos 70 aos 80 serão anos
inúteis, no que então, devo entender que aos 75 anos a Bíblia me considera um
inútil.
---Certa vez eu vi e ouvi uma reunião
do intelectual, Barbosa Lima Sobrinho, escritor, historiador, jornalista e
politico brasileiro, membro da Academia Brasileira de Letras, quando ele disse
completando os 100 anos de vida, com tamanha lucidez, que o seu problema maior
era estar vivendo muito. --- Barbosa Lima Sobrinho morreu aos 103, anos
lamentando estar vivendo muito.
---Foram muitos os meus conterrâneos
falecidos com mais de 100 anos de idade. Há poucos dias mesmo, faleceu a nossa
tão querida amiga Dona Julieta Bonaccorsi aos 105 anos.
E eu aos 75 anos o que devo pensar?
Devo orar para o espírito de Matusalém, que fez filho aos 187 anos e morreu com
969 anos? Gênesis 5:27 ---- Ou devo pensar nos Salmos 90.10, levando em conta
que aos 75 ainda tomando umas pinguinhas posso chegar aos 80 como um inútil
sofredor? Ficar feito Barbosa Lima que cansou de tanto viver? Ou acreditar que
tudo isso é balela porque eu tenho diversos conterrâneos que viveram mais de
100 anos. Tudo isso a meu ver é estar tentando decifrar os desígnios de Deus
jamais conseguidos.
--- Aos 75 anos não quero ter tanto
medo da morte esse medo e essa incerteza é o preço que pagamos pelos nossos
erros. É a morte que nos iguala perante Deus. Durante a vida somos todos
diferentes, maus, ambiciosos, invejosos, covardes em troca de uma só bondade.
---- somos cheios de erros e poucas virtudes. O preconceito entre negros e
brancos; ricos e pobres; feios e bonitos; bons e maus. Enfim, somos todos
diferentes e dizendo que somos iguais perante Deus. Mas essa igualdade só nos
chega com a morte. Ai sim! Seremos todos iguais perante Deus.
Armando Melo de Castro.
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