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terça-feira, 11 de dezembro de 2012

A GABIROBA

 
Foto para ilustração do texto.

A gabiroba é um fruto nativo do cerrado brasileiro. Das vinte e cinco espécies existentes, quinze são do Brasil. Vem sendo disseminada para outros países da América do Sul e já pode ser encontrada no Uruguai, na Argentina, Paraguai, Bolívia, etc. No Brasil, a espécie é bastante encontrada em Minas Gerais, Goiás, Espírito Santo, no norte do Paraná e no Rio Grande do Sul.

Dentre os diversos tipos do fruto, há algumas variações no tamanho e na coloração. Pode ser consumida ao natural, em doces, sorvetes e sucos. O licor da gabiroba é, também, muito apreciado. Existem, ainda, suas qualidades medicinais, especialmente para o tratamento de doenças estomacais como na cura da diarréia. É muito eficiente no tratamento da cistite, uretrite e de outros problemas no aparelho urinário. É o alimento preferido dos pássaros, dentre eles, as maritacas. Os répteis, como a cobra e os lagartos, a apreciam bastante. Faz-se destaque para o lagarto-teiú um dos maiores dissiminadores da fruta. Trata-se de um fruto da família das mirtáceas, ou seja, é parente da goiaba.

Em Candeias, ainda existe a gabiroba, porém,  não mais como outrora. No tempo que que os fazendeiros não roçavam os pastos a miúde, a gabiroba era encontrada em abundância. Hoje, o ciclo de produção é impedido porque a gabirobeira é levada na foice quando no preparo das pastagens do gado. Portanto, a gabiroba vai se tornando uma fruta de pomares e quintais, tendo em vista que não existe o cultivo comercial da planta. A gabiroba é, sobretudo, uma planta melífera.

Não havia essas formações de pastos de hoje e, com isso, a “brachiaria” vai tomando conta do cerrado extinguindo grande parte das nossas plantas nativas como esta delícia que é a gabiroba.

Em tempos idos, a população candeense tinha a temporada certa da gabiroba. Naquela época, princípio do mês de dezembro, o pessoal se deslocava nas carrocerias de caminhões que levava o povo aos matos para apreciar a saborosa fruta. Em se tratando de um encontro com o mesmo objetivo, eram comum as paqueras. E como na cidade a coisa era muito observada, nas catas de gabiroba fervilhava os boatos de que fulano catou gabiroba com fulana. Essa excursão era feita, normalmente, em um dia de domingo e, na segunda-feira, os referidos boatos rolavam à toda.


Armando Melo de Castro
Candeias MG Casos e Acasos


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