O meu amigo Ley Careta, tinha um barzinho numa lojinha anexa
ao cinema. Tratando-se de uma loja pequena, pouco mais de um cubículo, era
fácil ver o barzinho do Ley lotado. Um dos seus fregueses era o João cambota,
sempre com as suas novidades para contar, principalmente uma piada nova que
trazia dos seus itinerários como viajante.
Certo dia, quando a confraria da cerveja, da cachaça e do
traçado se encontrava ali reunida chega o João Cambota com a sua costumeira
alegria. Conversa vai, conversa vem, quando alguém lhe pediu:
---- João conta ai uma piada...
---- Piada de quê?
---- Uma nova...
---- Já que estamos aqui junto do cinema, vou contar uma de
cinema.
E começou:
Uma vez um cara ganhou uma fêmea de peru. E ficou muito
entusiasmado e quis então criar esse tipo de ave. Mas para isso precisava
arrumar um peru macho. E estava muito difícil de encontra-lo. Certo dia quando
ele foi ao cinema a fim de assistir um filme do Gordo e o Magro, filmes do que
ele não se fazia perder por nada, pois eram os seus atores preferidos, ele se
encontra com um homem perto do cinema vendendo um peru. --- O filme que já
estava para começar, o deixou apavorado, não sabia se assistia ao filme ou se
comprava o peru. Tentou fazer com que o vendedor do peru o levasse no outro dia
em sua casa, mas isso seria impossível, pois ele morava na roça e ainda iria
voltar naquele mesmo dia. Perguntou-lhe se ele não tinha outros, cuja resposta
foi negativa. Ele então, decidiu comprar o peru e escondê-lo dentro de sua
capa, para ludibriar o porteiro. E assim fez. Conseguiu passar pelo porteiro
(João ainda deu uma ênfase dizendo que o homem conseguiu tapear o Sebastião
Salviano, então o porteiro do cinema em Candeias) ---
La dentro do cinema, o cidadão se assentou ao lado de uma
senhora idosa que estava com um baita saquinho de pipocas. Assim que a luz se
apagou o peru espichou o pescoço e deu uma bicada bem dentro do saquinho de
pipoca da velha, que deu um grito de pavor, no que acenderam logo as luzes do
cinema e vieram gente para acudi-la quando ela balbuciando disse: “Gente do
céu!!! Eu fui prostituta durante 60 anos. Conheço todo tipo de pinto, mas
“PINTO” que come pipoca eu nunca tinha visto em toda a minha vida.
Agora quem conheceu o João Cambota pode imaginar como foi esta
história.
Armando Melo de Castro
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