O jovem, contudo, não é tão temeroso porque imagina a morte apenas na velhice. Mero engano. A morte não escolhe hora e nem dia. É como dizem: para morrer basta estar vivo. A infância e a juventude é a festa deste mundo, a velhice, no entanto, é o fim, é a volta diante de uma pergunta: --- De onde vim e para onde vou?
Certa vez, quando eu caminhava numa Avenida de Juiz de Fora, fazendo uma caminhada, buscando uma agilidade nos meus passos, que se emperram à custa do tempo que me envolve, vi, quando passou entre os carros, uma motocicleta dessas possantes, fazendo um barulho terrível e um zig-zag suicida.
Para mim aquilo seria o espelho da morte e nem quando vi pela primeira vez, num espetáculo de circo, a atração do globo da morte eu pude me sentir tão tenso, tão assustado quase descontrolado diante de comportamento tão aberrante. ----- Diante disso, a sentença vinda sob a jurisdição do tribunal da minha consciência, seria de que aquele motociclista não teria vida longa, pois, estaria a cada segundo colocando-a sobre os riscos da morte. Mero engano, isso porque em que circunstâncias for a morte ela é marcada a hora por Deus.
Segui o meu caminho. E não muito distante dali pude observar uma grande aglomeração de pessoas. Terá sido um acidente? Perguntei a mim mesmo! ---- Aproximei-me e pude ver ali, caído e o seu sangue escorrendo pelo chão um jovem que não se mexia. Era a moto que passara por mim lá atrás. ----- Um policial já se encontrava no local e comunicava através do celular, o povo estarrecido rodeava... A moto teria batido violentamente numa caminhonete. Os comentários da boca do povo eram os mais diversos.
Não suportei ficar parado ali. Segui o meu caminho, chocado e pensativo, inebriado e voltado, agora, numa abstração que me levava a sugerir que a estrada da vida, começa no berço e termina no túmulo, mas a distância entre o berço e o túmulo é dada por Deus e nós não a conhecemos. As vezes a pessoa morre como um passarinho, e outros até ressuscitam. Nem sempre acertamos o caminho que escolhemos, pois a distância que às vezes pode nos parecer transportar-nos rumo à verdadeira felicidade, pode terminar abruptamente num precipício inesperado. Portanto, a nossa vida estará sempre nas mãos de Deus. Ninguém morre fora da hora designada pelo Pai Celestial.
Nesse momento o meu pensamento me levou a Candeias para me encontrar com um fato que teria ocorrido na década de 50 quando eu acompanhava o meu pai numa visita a um grande amigo que teria sofrido um acidente. Era o jovem candeense Cristovam Teixeira conhecido por Cristovam do Vico, teria se acidentado numa motocicleta e recebia a visita de vários amigos na casa de seu pai Vico Teixeira. ---
Eu ainda menino lembro-me de ouvir um dos visitantes, o Sr. Mozart Sidney dizer ao Cristovão: "Você é famoso pelas suas peripécias. De hoje em diante lembre-se de uma coisa: “A saúde não tolera a imprudência e nem desaforos”.
Meu caro Cristovão salvou-se dessa vez, mas foi levado por um outro acidente, onde não houve imprudência e sim uma fatalidade, quando se encontrava trabalhando e dirigindo o seu caminhão cheio de carvão.
Meu caro amigo, onde quer que esteja, que Deus o abençoe.
Armando Melo de Castro
Nenhum comentário:
Postar um comentário