Existem mitos na nossa alimentação
impostos pelos interesses comerciais. Quando colocaram o óleo de cozinha no
mercado quase acabaram com a raça do porco, ou seja, fizeram tudo para fazer o
povo aderir ao óleo e deixar a banha de porco de lado. Em Candeias o primeiro a
vender o óleo de amendoim e caroço de algodão, que chegaram antes do óleo de
soja, foi o Vicente da Nita, dono de uma pequena venda iniciada onde hoje
reside a família do Sr. Aurélio Vilela. Posteriormente o Sr. Vicente transferiu o seu comércio
para uma velha casa onde posteriormente veio a ser um restaurante na Avenida 17 de
Dezembro.
A comida com a banha de porco era
muito mais gostosa. A carne de porco farta e barata sobrava nos açougues porque
o consumo da banha era maior. Existiam açougues especializados apenas em carne
de porco. (Emílio Gianasi e Estevão da Rola, onde depois veio a ser o estabelecimento do Divino Machado.) O fato de porco, ou seja, os miúdos eram
distribuídos gratuitamente. Com essa mexida do óleo os fazendeiros e sitiantes
perderam uma das principais fontes de rendas.
A carne perdeu parte do seu gosto
porque os porcos de carnes mais saborosas, como o Piau e o Caruncho, que davam
mais toucinho do que carne foram praticamente extintos. Os animais de hoje não
têm o mesmo sabor tendo em vista que o milho e a lavagem de cozinha foram
substituídos pela ração balanceada. Mas mesmo assim, a carne de porco é uma das
carnes mais saudáveis e consumidas no mundo inteiro; apesar de ter sido
envolvida num mito de que faz mal a saúde, Sendo que isso não é verdade. Pelo
contrário, a carne de porco é mais sadia do que a carne de boi e de frango e
estas, no entanto, estão em primeiro lugar no consumo entre nós brasileiros.
Na cidade de Formiga existiam as
fábricas de Banha Didi e Gení, que o óleo de soja conseguiu tira-las do mercado
injustamente. O fazendeiro plantava o milho e tratava dos porcos e das galinhas
e havia fartura. É, todavia, inegável, que no passado o porco proporcionava o
risco de doenças causado pela verminose desses animais, mas, isso se devia à
falta de higiene com que esses bichos eram criados em chiqueiros, bebendo água
suja e comendo todo tipo de porcaria; além da falta de cuidado no preparo do
alimento.
A bem da verdade não só o porco,
mas qualquer outro animal criado em cativeiro sem condições higiênicas, com
certeza será um transmissor de doenças. Quem como eu já viu um porco criado à
solta jamais concordará com a Bíblia Sagrada quando no Livro de Levítico diz
que se trata de um animal impuro. Isso é puramente conceito religioso e não tem
nada a ver com a carne do animal. Se olharmos isso veremos que em Mateus 15,
Jesus disse que o que faz o homem impuro é o que sai pela boca.
Uma porca prenha criada às soltas
prepara o seu ninho tal qual uma galinha. E se banham na lama, logo se banham
na água limpa também. Portanto, meus amigos, não vamos ficar acreditando em
tudo que o papel aceita. O comércio é mafioso e as pessoas para vender o seu
produto capazes de tudo.
Armando Melo de Castro
Candeias MG Casos e Acasos
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