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segunda-feira, 8 de julho de 2013

CARTA MEDIÚNICA AO FUNDADOR DE CANDEIAS.


Dr. Zoroastro Marques da Silva e Juscelino Kubitschek de Oliveira.
(Foto Clara Borges.)


Meu querido Dr. Zoroastro Marques da Silva.

Hoje, pela manhã, tomei conhecimento das últimas manifestações feitas pelo povo brasileiro nas ruas do nosso país. Manifestações essas que ocorrem há semanas demonstrando a imensa indignação popular com um governo corrupto e corruptor; imoral e amoral; omisso e negligente; infactível e impraticável que se instalou no país. O Brasil que possui um índice de arrecadação de impostos dos mais elevados do mundo poderia, não fosse a corrupção e o desperdício do governo, atender melhor à população que vive dentro de uma precariedade triste e injusta. E nesse momento, eu pensei e me lembrei de você, Dr. Zoroastro. Lembrei-me do político honrado que sempre foi. Recordei-me, obviamente, do seu porte elegante, do seu cigarrinho de palha, de sua forma clássica no trato com as pessoas e, em virtude dessa lembrança, resolvi lhe escrever esta carta.

Concomitantemente, não poderia deixar de me lembrar do médico que você foi. Aliás, você foi um médico diferente. Talvez, um dos poucos que cumpriram fielmente a solene promessa constante no Juramento de Hipócrates.

Infelizmente, o que assistimos, no âmago da medicina, não tem muito a ver com esse juramento. Os médicos de hoje, com raríssimas exceções, não são caridosos e muito poucos são aqueles que exercem a medicina como a arte de curar. Eles são, em sua maioria, profissionais mercenários que buscam na medicina o dinheiro, a riqueza e o status. Você, Dr. Zoroastro, foi um médico de verdade, na acepção da palavra, que labutou em meio a um povo pobre. O dinheiro nunca foi a sua ambição e o seu objetivo. A ambição que possuía era de buscar, junto aos grandes políticos da Nação, as melhorias para o povo da sua cidade, a nossa querida Candeias. Terra onde nasceu e somente se ausentou para buscar o seu diploma de medicina no Rio de Janeiro. Sua esposa, Dona Stela, carioca da gema, veio com você e se juntou a nós. E veja que para sair da cidade maravilhosa e vir morar em Candeias, quando aqui ainda era um distrito, seria preciso muito amor ao marido.

Pensei, também, Dr. Zoroastro, como você foi um homem pobre quando poderia ter sido muito rico. Tornou-se político para presenciar a prosperidade de sua terra, fazendo, pelas suas mãos, aquele pequeno distrito da cidade de Campo Belo a se tornar emancipado sendo-lhe, com o maior mérito e justiça, o seu primeiro prefeito. E dessa maneira, foi um prefeito honesto e um médico íntegro. Enfim, um grande homem honrado.

Na verdade, Dr. Zoroastro, você pagou, naquela época, para ser um político e um médico honesto isto porque sempre fora, na essência, um homem de bem. Nasceu rico e morreu pobre apesar de ter sido um homem extremamente trabalhador. Como você foi um político exemplar! Era aquele que abraçava os adversários e os parabenizava pela vitória. Que dignidade! Você, Dr. Zoroastro, perdeu eleições, mas, nunca saiu como um derrotado.

Preciso, ao recordar-me de sua figura pública, contar-lhe, nesta oportunidade, o que se passa aqui na terra. E vou começar por Candeias:

Ser prefeito, nos dias de hoje, não é uma glória, é uma vanglória. Vereador é melhor ainda. Já tivemos alguns prefeitos processados e presos por corrupção. Na área de saúde, o povo até morre por falta de recursos. Há, por aqui, um hospital inoperante por falta de apoio político. Não existem lideranças no município. Os governantes do município desconhecem a própria história de Candeias e, se conhecem, fingem não conhecê-la, haja vista que na morte de um dos nossos pracinhas, o Sr. Humberto Pulhes, (Neném do André) os políticos não se manifestaram. O então prefeito do município nem sabia de quem se tratava. E se houve, ainda, uma manifestação honrosa diante do féretro do nosso herói, foi graças à iniciativa de alguém que lhe é muito especial, a sua filha Dalva, Dr. Zoroastro. Este acontecimento é a maior prova de incompetência da política social dos atuais representantes candeenses.

Os grandes políticos não põem mais os pés por aqui. Apenas aparecem, em Candeias, os políticos do baixo clero. Uns elementos sem qualquer representatividade, incultos, sem biografia política. Enfim, aqueles candidatos preferidos pelos políticos locais, por serem do mesmo baixo nível intelectual que por serem, ainda, pessoas restritas e provincianas sabem apenas babujar um candidato que somente sabe prometer o que nunca cumpre e que só aparece em época de eleição.

Você, Dr. Zoroastro, encarou grandes homens do nosso Estado como um Juscelino Kubitschek, um Benedito Valadares, Bias Fortes, José Maria Alkimim, Gabriel Passos e tantos outros. Por falar em Gabriel Passos, Dr. Zoroastro, o Sr. acredita que tiveram a desfaçatez de trocarem o nome da minha rua que tinha o nome desse ilustre cidadão mineiro cujos feitos elevaram o país e que tanto lhe ajudou na emancipação do nosso município, pelo nome de um cidadão que nunca fez nada por Candeias. Um fulano por nome de José Hilário da Silva que vivia se desfazendo, de nossa Terrinha.

Vereador de pouco mais de meia dúzia de votos. Por isso eu reitero que os nossos políticos atuais não conhecem a nossa história. Há pouco tempo, em uma justa homenagem, reconheço, em verdade, modificaram o nome da Praça da Fraternidade para Praça Nestor Lamounier. Todavia, esta, pelo menos, foi uma troca justa, mas, acredite que, até hoje, não colocaram as placas com o nome do Sr. Nestor Lamounier. Acredito que se o Nestor fosse vivo, os cata-votos já teriam tomado essa providência.

No nosso Estado de Minas Gerais, ocupa a cadeira de seus velhos amigos Juscelino e Benedito Valadares, uma figura chamada Pimentel. Contudo, ainda não tem sido o pior. Já tivemos, como governadores, cidadãos de péssima espécie: um que atende pelo nome de Newton Cardoso, corrupto descrito em todas as letras. Esteve, igualmente, por lá um grande manguaceiro, por nome Hélio Garcia e teve, ainda, tal Eduardo Azeredo que vive sob os escombros do chamado mensalão mineiro, um grande escândalo de corrupção em Minas Gerais representando uma mensalidade paga com dinheiro público a parlamentares inescrupulosos para votarem com o governo.

Tivemos, também, o Itamar Franco. Dizem que era honesto ou, pelo menos, nada veio a público que o desabonasse neste quesito, mas, era um temperamental. Dava chilique a toda hora e tapas nas mesas e adorava dizer: “quem manda aqui sou eu!”.

No governo federal, Dr. Zoroastro, a coisa anda preta há um bom tempo. Depois da revolução de 64, foi candidato indireto, em 1985, antecedendo a eleição popular, outro amigo seu: Tancredo Neves. Entretanto, coitado! Nem chegou a tomar posse. Faleceu antes mesmo de assumir o cargo. Em seu lugar tomou posse o Vice Presidente, um enorme bezerro das tetas da Nação, um cacique maranhense, escritor de péssima qualidade, tratado por José Sarney. No seu governo a inflação chegou aos maiores índices históricos, subindo por hora.

Depois da lambança do Sarney, veio um doido egomaníaco chamado Fernando Collor. Um alagoano que ao assumir a presidência da nação pensou que ela era sua e acabou se dando mal. Foi um festival de sair ladrão pelo ladrão e logo, logo foi cassado. O povo foi para as ruas e o congresso não teve como deixar de cassá-lo. Daí assumiu o governo mais um vice, Itamar Franco. Parece que esse país gosta de ser administrado pelos vices. Itamar, contudo, foi um pouco melhor.

Os deputados que formam a Câmara Federal parecem até piada. A maioria é do baixíssimo clero. Lá tem de tudo: palhaço, lutador de boxe, jogador de futebol, cantores, etc. É gente que entende de tudo, menos de política, de ideologia e de leis. Não há comentários para a qualidade dos deputados.

Depois de Itamar, veio o Fernando Henrique. Este teve o despautério de dizer, em alto e bom som, que os fazendeiros eram gigolôs de vacas e os aposentados eram vagabundos. Entretanto, se esqueceu de contar quantas aposentadorias ele tem. Um presidente de uma nação não se dirige desta maneira arrogante e pouco educada a qualquer classe desta mesma nação.

Mas, Dr. Zoroastro, se você conhecesse uma criatura que ficou assentou-se na cadeira do excelentíssimo Juscelino Kubitschek de Oliveira durante oito longos anos, você sentir-se-ia abalado ao ver a decadência moral de nossos políticos. Seu nome: Luiz Inácio Lula da Silva que deveria se chamar, na verdade, Ali Babá. Refere-se a um baixinho da cabeça chata, barbudo, com uma voz pastosa de bêbado, semianalfabeto, pescoço curto e nariz enorme.

Anarquista, por vocação, fundou um partido quando se encontrava preso. É muito difícil descrever os caminhos que esse homem se utilizou para chegar à Presidência da República, quando ajuntou um punhado de bandidos que roubaram e roubam a nação. Alguns foram condenados, mas, estão soltos igual os passarinhos. E durma-se com um barulho desses Dr. Zoroastro: exercem cargos públicos em pleno Congresso Nacional.

O filho do Lula presidente, o Lulinha, limpava bosta de elefante no zoológico, todavia, após o pai ter sido Presidente do Brasil ele se tornou um dos maiores fazendeiros criadores de gado. Poderia ser chamado de Rei da Carne Verde. O Lula, ignorante, acha bonito ter chegado a Presidência da República sem ter um diploma. Já pensou Dr. Zoroastro, o Lula fazendo palestra em uma faculdade?! Pois é! É o fim da picada. E ainda cobra R$ 300.000, 00 por essas “palestras”.

Se eu for falar desse cidadão, nesta missiva, vai lhe dar muita raiva. Assim, eu arremato contando-lhe que, atualmente, ele colocou no seu lugar uma mulher com o nome de Dilma Rousseff. Ele com as suas mentiras, suas promessas e seu governo populista, conseguiu colocar em seu lugar essa mulher que já foi presa e procurada pela polícia, pelo terror que causou à nação. Agora é a Presidente do Brasil. Eu acho que se outra pessoa que lhe passasse essas notícias você não acreditaria, portanto, pode acreditar na baderna moral que virou o nosso Brasil depois que você foi embora, Dr. Zoroastro.

Neste momento, o povo está nas ruas. Até os médicos aqui já estiveram nas ruas. Já pensou? Um médico nas ruas, isso no seu tempo, hein??!!! Acho que nem em sonho, mas, hoje é uma realidade.

Agora tem uma coisa: dinheiro para futebol não tem faltado não. O nosso Brasil está devendo quase 4 trilhões de reais e não tem dinheiro nem para pagar os juros.
O orçamento para 2016 está num vermelho de mais de 30 bilhões. O governo tem 39 ministérios e eles preferem aumentar impostos ao invés de explorar os banqueiros e ou cortar custos de governo. O povo continua sugado.

Há um ajuste fiscal difícil de ser feito. O governo gastou mais de 40 bilhões com a copa e ainda perdoou os impostos de milhões à FIFA. Agora não tem 30 bilhões para o orçamento de 2016. Isso significa que o dinheiro que gastou com a copa do mundo vai sair da saúde e da boca dos brasileiros.

Semana passada, ouvi um fanático dizer que a copa é um evento pequeno em vista de outras festas. Imagina, enquanto faltam hospitais, educação, segurança, mobilidade urbana, serviços públicos de qualidade e a saúde sangrando, vem alguém dizer que a copa é uma festa pequena.

Que bom que você já está por aí, ao lado de Deus, Dr. Zoroastro. Um homem como você, se ainda estivesse por aqui, sem dúvida, estaria sofrendo muito ao presenciar tantas aberrações.

Armando Melo de Castro
Candeias casos e acasos.




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