Dr. Zoroastro Marques da Silva e Juscelino Kubitschek de Oliveira.
(Foto Clara Borges.)
Meu querido Dr. Zoroastro Marques da Silva.
Hoje, pela
manhã, tomei conhecimento das últimas manifestações feitas pelo povo brasileiro
nas ruas do nosso país. Manifestações essas que ocorrem há semanas demonstrando
a imensa indignação popular com um governo corrupto e corruptor; imoral e
amoral; omisso e negligente; infactível e impraticável que se instalou no país.
O Brasil que possui um índice de arrecadação de impostos dos mais elevados do
mundo poderia, não fosse a corrupção e o desperdício do governo, atender melhor
à população que vive dentro de uma precariedade triste e injusta. E nesse
momento, eu pensei e me lembrei de você, Dr. Zoroastro. Lembrei-me do político
honrado que sempre foi. Recordei-me, obviamente, do seu porte elegante, do seu
cigarrinho de palha, de sua forma clássica no trato com as pessoas e, em
virtude dessa lembrança, resolvi lhe escrever esta carta.
Concomitantemente,
não poderia deixar de me lembrar do médico que você foi. Aliás, você foi um
médico diferente. Talvez, um dos poucos que cumpriram fielmente a solene
promessa constante no Juramento de Hipócrates.
Infelizmente,
o que assistimos, no âmago da medicina, não tem muito a ver com esse juramento.
Os médicos de hoje, com raríssimas exceções, não são caridosos e muito poucos
são aqueles que exercem a medicina como a arte de curar. Eles são, em sua
maioria, profissionais mercenários que buscam na medicina o dinheiro, a riqueza
e o status. Você, Dr. Zoroastro, foi um médico de verdade, na acepção da
palavra, que labutou em meio a um povo pobre. O dinheiro nunca foi a sua
ambição e o seu objetivo. A ambição que possuía era de buscar, junto aos
grandes políticos da Nação, as melhorias para o povo da sua cidade, a nossa
querida Candeias. Terra onde nasceu e somente se ausentou para buscar o seu
diploma de medicina no Rio de Janeiro. Sua esposa, Dona Stela, carioca da gema,
veio com você e se juntou a nós. E veja que para sair da cidade maravilhosa e
vir morar em Candeias, quando aqui ainda era um distrito, seria preciso muito
amor ao marido.
Pensei,
também, Dr. Zoroastro, como você foi um homem pobre quando poderia ter sido
muito rico. Tornou-se político para presenciar a prosperidade de sua terra,
fazendo, pelas suas mãos, aquele pequeno distrito da cidade de Campo Belo a se
tornar emancipado sendo-lhe, com o maior mérito e justiça, o seu primeiro
prefeito. E dessa maneira, foi um prefeito honesto e um médico íntegro. Enfim,
um grande homem honrado.
Na verdade,
Dr. Zoroastro, você pagou, naquela época, para ser um político e um médico
honesto isto porque sempre fora, na essência, um homem de bem. Nasceu rico e
morreu pobre apesar de ter sido um homem extremamente trabalhador. Como você
foi um político exemplar! Era aquele que abraçava os adversários e os
parabenizava pela vitória. Que dignidade! Você, Dr. Zoroastro, perdeu eleições,
mas, nunca saiu como um derrotado.
Preciso, ao
recordar-me de sua figura pública, contar-lhe, nesta oportunidade, o que se
passa aqui na terra. E vou começar por Candeias:
Ser
prefeito, nos dias de hoje, não é uma glória, é uma vanglória. Vereador é
melhor ainda. Já tivemos alguns prefeitos processados e presos por corrupção.
Na área de saúde, o povo até morre por falta de recursos. Há, por aqui, um
hospital inoperante por falta de apoio político. Não existem lideranças no município. Os governantes do
município desconhecem a própria história de Candeias e, se conhecem, fingem não
conhecê-la, haja vista que na morte de um dos nossos pracinhas, o Sr. Humberto
Pulhes, (Neném do André) os políticos não se manifestaram. O então prefeito do
município nem sabia de quem se tratava. E se houve, ainda, uma manifestação
honrosa diante do féretro do nosso herói, foi graças à iniciativa de alguém que
lhe é muito especial, a sua filha Dalva, Dr. Zoroastro. Este acontecimento é a
maior prova de incompetência da política social dos atuais representantes
candeenses.
Os grandes
políticos não põem mais os pés por aqui. Apenas aparecem, em Candeias, os
políticos do baixo clero. Uns elementos sem qualquer representatividade,
incultos, sem biografia política. Enfim, aqueles candidatos preferidos pelos
políticos locais, por serem do mesmo baixo nível intelectual que por serem,
ainda, pessoas restritas e provincianas sabem apenas babujar um candidato que
somente sabe prometer o que nunca cumpre e que só aparece em época de
eleição.
Você, Dr.
Zoroastro, encarou grandes homens do nosso Estado como um Juscelino Kubitschek,
um Benedito Valadares, Bias Fortes, José Maria Alkimim, Gabriel Passos e tantos
outros. Por falar em Gabriel Passos, Dr. Zoroastro, o Sr. acredita que tiveram
a desfaçatez de trocarem o nome da minha rua que tinha o nome desse ilustre
cidadão mineiro cujos feitos elevaram o país e que tanto lhe ajudou na
emancipação do nosso município, pelo nome de um cidadão que nunca fez nada por
Candeias. Um fulano por nome de José Hilário da Silva que vivia se desfazendo, de
nossa Terrinha.
Vereador de
pouco mais de meia dúzia de votos. Por isso eu reitero que os nossos políticos
atuais não conhecem a nossa história. Há pouco tempo, em uma justa homenagem,
reconheço, em verdade, modificaram o nome da Praça da Fraternidade para Praça
Nestor Lamounier. Todavia, esta, pelo menos, foi uma troca justa, mas, acredite
que, até hoje, não colocaram as placas com o nome do Sr. Nestor Lamounier.
Acredito que se o Nestor fosse vivo, os cata-votos já teriam tomado essa
providência.
No nosso
Estado de Minas Gerais, ocupa a cadeira de seus velhos amigos Juscelino e
Benedito Valadares, uma figura chamada Pimentel. Contudo, ainda não tem sido o
pior. Já tivemos, como governadores, cidadãos de péssima espécie: um que atende
pelo nome de Newton Cardoso, corrupto descrito em todas as letras. Esteve,
igualmente, por lá um grande manguaceiro, por nome Hélio Garcia e teve, ainda, tal
Eduardo Azeredo que vive sob os escombros do chamado mensalão mineiro, um
grande escândalo de corrupção em Minas Gerais representando uma mensalidade
paga com dinheiro público a parlamentares inescrupulosos para votarem com o
governo.
Tivemos,
também, o Itamar Franco. Dizem que era honesto ou, pelo menos, nada veio a
público que o desabonasse neste quesito, mas, era um temperamental. Dava
chilique a toda hora e tapas nas mesas e adorava dizer: “quem manda aqui sou eu!”.
No governo
federal, Dr. Zoroastro, a coisa anda preta há um bom tempo. Depois da revolução
de 64, foi candidato indireto, em 1985, antecedendo a eleição popular, outro
amigo seu: Tancredo Neves. Entretanto, coitado! Nem chegou a tomar posse.
Faleceu antes mesmo de assumir o cargo. Em seu lugar tomou posse o Vice
Presidente, um enorme bezerro das tetas da Nação, um cacique maranhense, escritor
de péssima qualidade, tratado por José Sarney. No seu governo a inflação chegou
aos maiores índices históricos, subindo por hora.
Depois da
lambança do Sarney, veio um doido egomaníaco chamado Fernando Collor. Um
alagoano que ao assumir a presidência da nação pensou que ela era sua e acabou
se dando mal. Foi um festival de sair ladrão pelo ladrão e logo, logo foi
cassado. O povo foi para as ruas e o congresso não teve como deixar de
cassá-lo. Daí assumiu o governo mais um vice, Itamar Franco. Parece que esse
país gosta de ser administrado pelos vices. Itamar, contudo, foi um pouco
melhor.
Os deputados
que formam a Câmara Federal parecem até piada. A maioria é do baixíssimo clero.
Lá tem de tudo: palhaço, lutador de boxe, jogador de futebol, cantores, etc. É
gente que entende de tudo, menos de política, de ideologia e de leis. Não há
comentários para a qualidade dos deputados.
Depois de
Itamar, veio o Fernando Henrique. Este teve o despautério de dizer, em alto e
bom som, que os fazendeiros eram gigolôs de vacas e os aposentados eram
vagabundos. Entretanto, se esqueceu de contar quantas aposentadorias ele tem.
Um presidente de uma nação não se dirige desta maneira arrogante e pouco
educada a qualquer classe desta mesma nação.
Mas, Dr. Zoroastro, se você conhecesse uma criatura que ficou assentou-se na cadeira do excelentíssimo Juscelino Kubitschek de Oliveira durante oito longos anos, você sentir-se-ia abalado ao ver a decadência moral de nossos políticos. Seu nome: Luiz Inácio Lula da Silva que deveria se chamar, na verdade, Ali Babá. Refere-se a um baixinho da cabeça chata, barbudo, com uma voz pastosa de bêbado, semianalfabeto, pescoço curto e nariz enorme.
Anarquista,
por vocação, fundou um partido quando se encontrava preso. É muito difícil
descrever os caminhos que esse homem se utilizou para chegar à Presidência da
República, quando ajuntou um punhado de bandidos que roubaram e roubam a nação.
Alguns foram condenados, mas, estão soltos igual os passarinhos. E durma-se com
um barulho desses Dr. Zoroastro: exercem cargos públicos em pleno Congresso
Nacional.
O filho do
Lula presidente, o Lulinha, limpava bosta de elefante no zoológico, todavia,
após o pai ter sido Presidente do Brasil ele se tornou um dos maiores
fazendeiros criadores de gado. Poderia ser chamado de Rei da Carne Verde. O
Lula, ignorante, acha bonito ter chegado a Presidência da República sem ter um
diploma. Já pensou Dr. Zoroastro, o Lula fazendo palestra em uma faculdade?!
Pois é! É o fim da picada. E ainda cobra R$ 300.000, 00 por essas “palestras”.
Se eu for
falar desse cidadão, nesta missiva, vai lhe dar muita raiva. Assim, eu arremato
contando-lhe que, atualmente, ele colocou no seu lugar uma mulher com o nome de
Dilma Rousseff. Ele com as suas mentiras, suas promessas e seu governo
populista, conseguiu colocar em seu lugar essa mulher que já foi presa e
procurada pela polícia, pelo terror que causou à nação. Agora é a Presidente do
Brasil. Eu acho que se outra pessoa que lhe passasse essas notícias você não
acreditaria, portanto, pode acreditar na baderna moral que virou o nosso Brasil
depois que você foi embora, Dr. Zoroastro.
Neste
momento, o povo está nas ruas. Até os médicos aqui já estiveram nas ruas. Já
pensou? Um médico nas ruas, isso no seu tempo, hein??!!! Acho que nem em sonho,
mas, hoje é uma realidade.
Agora tem
uma coisa: dinheiro para futebol não tem faltado não. O nosso Brasil está
devendo quase 4 trilhões de reais e não tem dinheiro nem para pagar os juros.
O orçamento
para 2016 está num vermelho de mais de 30 bilhões. O governo tem 39 ministérios
e eles preferem aumentar impostos ao invés de explorar os banqueiros e ou
cortar custos de governo. O povo continua sugado.
Há um ajuste
fiscal difícil de ser feito. O governo gastou mais de 40 bilhões com a copa e
ainda perdoou os impostos de milhões à FIFA. Agora não tem 30 bilhões para o
orçamento de 2016. Isso significa que o dinheiro que gastou com a copa do mundo
vai sair da saúde e da boca dos brasileiros.
Semana
passada, ouvi um fanático dizer que a copa é um evento pequeno em vista de
outras festas. Imagina, enquanto faltam hospitais, educação, segurança,
mobilidade urbana, serviços públicos de qualidade e a saúde sangrando, vem
alguém dizer que a copa é uma festa pequena.
Que bom que você já está por aí, ao lado de Deus, Dr. Zoroastro. Um homem como você, se ainda estivesse por aqui, sem dúvida, estaria sofrendo muito ao presenciar tantas aberrações.
Armando Melo
de Castro
Candeias
casos e acasos.
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