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sexta-feira, 25 de setembro de 2009

DONA MARIAZINHA


Dona Mariazinha - Foto do arquivo da família
---É lamentável que as novas gerações fiquem perdidas dentro da história do nosso município por falta de informação. Hoje vamos fazer uma homenagem mais do que justa, estaremos focalizando uma mulher... Uma grande mulher candeense que teve uma grande participação na construção da história de Candeias! Uma mulher ilustre que tinha uma atividade meritória à vista de todo mundo. Mãe de família exemplar. Mulher de mãos limpas; mãos dignas de louvor por tudo que tomava para fazer... Estamos falando de Dona Mariazinha.
---E quem foi Dona Mariazinha?
---Dona Mariazinha nasceu Maria Rita Lara no dia 7 de outubro de 1877 em Candeias, filha de Militão Rodrigues da Costa e Joana Maria Nepomuceno.
Casou-se em 1895 com Bernardino Pinto Lara, ficando viúva em 1913, com apenas trinta e seis anos de idade. Do casal nasceram os filhos: Sebastião, Maria dos Anjos, Maria da Conceição, Maria José e Gabriel, (o Bebé da Mariazinha).
---Dona Mariazinha era dona de um coração que mal cabia no seu peito, haja vista, ter criado um filho natural de seu marido, o menino, José Pinto Lara, desde os dois anos de idade. Criou como se fosse um de seus próprios filhos atendendo pedido de seu marido por ocasião de sua morte.
---Logo que ficou viúva, o filho Sebastião, com apenas dezoito anos de idade assumiu a responsabilidade do lar, que ficava situado na esquina da Rua Coronel Marques, que dava acesso à Estação Ferroviária, onde hoje se encontra o estabelecimento da K-10, Lotérica.
---Numa época em que não havia essas aposentadorias de hoje e nenhum tipo de bolsa por parte do governo, Dona Mariazinha, dedicava, para manter a família, a profissão de quitandeira. Suas quitandas eram muito deliciosas e eram servidas nas melhores festas da cidade.

---Com grande luta e dignidade conseguiu criar os filhos. Em 1915, seu filho, Sebastião, o arrimo da família, casou-se, mas continuou morando com a mãe e ajudando na manutenção do lar e a cuidar dos irmãos mais novos. Ele que labutou com a mãe para a sobrevivência da família veio a falecer ainda muito jovem em 1935... Mais um golpe do destino para Dona Mariazinha.
---Com o passar dos tempos foram se casando os demais filhos: Maria dos Anjos com Martiniano Guimarães, pais da Terezinha, esposa do Lulu (O Lulu do bar). Maria da Conceição, com João Eleutério Parreira, pais de Dona Zélia Eleutério e Enir Parreira. Maria José, com João Teixeira de Oliveira, de cuja prole destacou o ilustre cidadão, Sr. Luizinho Teixeira. Gabriel Pinto Lara, o Bebé da Mariazinha, casado com Dalva de Sousa. Não tiveram filhos, mas adotaram a Wilma, que criaram com carinho. E José Pinto Lara, com Ana Carlos Pinto. Todos os filhos de Dona Mariazinha são falecidos.
---Dona Mariazinha era uma mulher dinâmica e determinada. Participava dos problemas políticos e sociais de nossa cidade. Foi à eleitora número 1587 da 27a Zona Eleitoral, em Campo Belo, e domicilio eleitoral no distrito de Candeias. Teria sido uma mulher como muitas outras que, também, colaboraram na construção de nossa história se não tivesse exercido uma atividade que a fez diferente: Foi uma parteira digna de louvor. Ora sozinha, ora acompanhando o eminente, Dr. Zoroastro Marques da Silva, de quem obtivera carta branca para parteira. --- Chegaram ao mundo trazidos por suas habilidosas mãos, inúmeros candeenses entre os quais muitos de modesta profissão, e outros, especialistas profissionais.
---Dona Mariazinha, não só fazia o parto como, também dava, durante dez dias, assistência à parturiente e ao recém-nascido. E nada cobrava por isso. Era um trabalho humanitário e que lhe rendia, às vezes, apenas uma pequena gratificação espontânea.
---Nossa ilustre conterrânea Dona Mariazinha, faleceu em maio de 1961 aos oitenta e quatro anos de idade, em casa de sua filha, Maria José Lara, após uma longa enfermidade.
---A Câmara Municipal de Candeias, numa homenagem justa, dedicou à antiga Rua Cuiabá, em seu nome. “Rua Maria Rita Lara”. Há mais de 10 anos, e até hoje a Prefeitura de Candeias, num lamentável desrespeito ao nome dessa ilustre candeense, até hoje não trocou a placa cuja rua continua com o nome de Cuiabá. Isso é lamentável. É uma cultura dos vereadores de Candeias trocarem o nome de ruas, mas não trocam as placas.
---Quantas e quantas vezes, eu conversei com Dona Mariazinha e que papo mais agradável. Que o povo candeense não deixe o nome dessa mulher se apagar pelo tempo. Uma mulher cujo nome traduz amor, dedicação, luta e sacrifício e que participou ativamente da construção da nossa história. --------. E as novas gerações que não a conheceram, que não deixem esse nome se apagar dentro da nossa história. Sabemos que o tempo é responsável por construir e destruir. Contudo, o nome de Dona Mariazinha merece ser guardado e resguardado pela nossa história.
---Parabéns Dona Mariazinha! Você não passou neste mundo por acaso. Você veio aqui cumprir os desígnios de Deus e esses foram cumpridos com louvor na construção de lares e da história de nossa querida cidade de Candeias.
Armando Melo de Castro.

Um comentário:

Unknown disse...

Ela é minha bisavó.

Sua filha da Maria Lara Macêdo, que era filha do Sebastião.