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quinta-feira, 27 de setembro de 2018

OS ENFERMEIROS.



                    
                                                          ENFERMEIRO FRANCISCO JOSÉ VILELA BATISTA
                                                                                                   
Hoje, quando eu navegava pela internet deparei-me com uma postagem do meu amigo Francisco José Vilela Batista, o que chamou bastante a minha atenção. ----- Francisco que pertence a uma tradicional família candeense, a família Vilela, é filho da minha grande amiga e condiscípula do Grupo Escolar Padre Américo, Ivanilda Vilela e neto do nosso histórico seresteiro José Alves Vilela.    -----    Portanto, tomo a liberdade de reproduzir aqui, a sua postagem, e comentá–la:

Francisco José Vilela Batista
“Engraçado, postaram uma foto minha dormindo dentro do meu carro (pago com meu sagrado dinheiro) na porta do Supermercado Faria enquanto eu aguardava minha mãe e minha esposa fazerem compras. Bom como todos sabem trabalho da área da saúde, enfermagem. Dou plantão em dois hospitais trabalho no pronto socorro do HCC, e na Santa Casa de Campo Belo plantão este noturno trabalho dioturnamente faço 24horas de plantão e folgo 24horas isso inclui sábados, domingos e feriados. Muitas das vezes não tenho natal, carnaval, festa da família na escola, réveillon, entre outros. Estou aproveitando a postagem do meu amigo Diego Saldanha pra lembrar que atrás da roupa branca tem um ser humano, e que os profissionais da saúde em geral fosse mais respeitados no exercício do seu dever, e também fora dele. Não somos super-heróis, somos diferentes porque amamos o que fazemos e não tem dinheiro que pague o salvar de uma vida. Diego Saldanha, obrigado pela brincadeira e sei que não teve má intenção, aproveitei a brincadeira pra desabafar. Abraços a todos.”

Meu querido amigo Francisco:
Não se deixe levar pelo sentimento diante da ação do Diego Saldanha. Talvez tenha sido uma brincadeira no momento errado. ---- Parece-me que você ficou realmente magoado, Eu quero aqui lhe dizer o quando a sua profissão de enfermeiro é respeitada  além de ser maravilhosa. ----------------- Apesar de entender que o poder público deveria valorizar mais os profissionais da saúde, é inegável o reconhecimento da sociedade, que por mais hipócrita que seja tem pela ciência da enfermagem uma grande reverência. Pois se trata de uma das profissões mais reconhecidas e respeitadas do mundo. 

Todo aquele que já esteve sobre os cuidados de um hospital, vê em loco a ação do enfermeiro e pode fazer a avaliação de quão difícil é esta profissão. ---- O enfermeiro é tão importante quanto o médico que faz a cirurgia. É ele que prepara o enfermo; assiste o médico e atende o doente na sua recuperação.

A noite chega e o clima de um hospital nesta parte do dia é mais dramático e cansativo. Na madrugada ouvem-se apenas os passos de enfermeiros e enfermeiras pelos corredores; portas que se abrem e fecham indo e vindo, levando e trazendo aquilo que a medicina lhes recomendou. ----- Buscando sempre atender o alívio da dor e o conforto do doente. --- Às vezes são surpreendidos com a chegada de alguém acidentado ou em estado grave. --- O enfermeiro não tem tempo, pois vive numa vigília constante. ---- 

Vejamos o que disse Florence Nightngale, uma famosa enfermeira inglesa por ser a pioneira no tratamento de feridos de guerra:
A enfermagem é uma arte; e para realizá-la como arte, requer uma devoção tão exclusiva, um preparo tão rigoroso, quanto à obra de qualquer pintor ou escultor; pois o que é tratar da tela morta ou do frio mármore comparado ao tratar do corpo vivo, o templo do espírito de Deus? É uma das artes; poder-se-ia dizer, a mais bela das artes!”

Nesta oportunidade eu quero render uma singela homenagem a todos os enfermeiros e enfermeiras, do nosso querido Hospital Carlos Chagas, de Candeias, especialmente a você Francisco, com este lindo soneto  de Ary Bueno:

O ANJO BRANCO

Em meio ao sofrimento, a tristeza e a dor. 
Surge um anjo de branco espalhando esperança e amor
Com carinho trata a todos que dele necessita cuidado
Sempre com um sorriso nos lábios, apesar do semblante cansado.

Pois às vezes vara noites e noites, cuidando com ternura o paciente,
Que devido às dores ao sofrimento, se torna irritado, impaciente,
E ele com doçura e educação, procura ao mesmo aliviar sua dor Aplicando o medicamento com cuidado, com desvelo e com amor.

É você, enfermeiro, que sempre esta prestando socorro ao doente.
Está cuidando de todos, evitando que o mal se agrave no paciente.
Mesmo com os problemas inerente a toda família sua, que pode estar sofrendo.
Ele alivia da forma mais humana e carinhosa, o sofrer de quem está quase morrendo.

Nunca esmorece no seu trabalho cotidiano, corre pra lá e pra cá, sem parar.
A todos procura medicar na hora certa, e com carinho todo seu trabalho realizar.
Por isto és abençoado por Deus, de quem você com certeza é uma extensão.

Pois cabe tantos e tantos doentes, e você com carinho os carrega no coração.
E se por acaso algum venha, por força da doença, e do destino a morrer.
Você chora se entristece, e junto com a família também ficas a sofrer.

---Por isto está profissão,  tão bonita, tão cheia de ternura e de calor humano
 os enfermeiros trazem dentro de si apenas... RENUNCIA TRABALHO E AMOR.

O meu abraço e o meu respeito a todos os enfermeiros do Hospital Carlos Chagas e do mundo inteiro.

Armando Melo de Castro
Candeias MG Casos e Acasos.


Descrição: Francisco José Vilela Batista
Francisco José Vilela Batista Ao Sr. Armando Melo de Castrovenho agradecer pela linda homenagem que fez a minha pessoa. Gostaria de estender a todos meus colegas de profissão, e as equipes em que componho no Hospital Carlos Chagas e na Santa Casa de Misericórdia São Vicente de Paula em Campo Belo. É na ombridade dos companheiros, e nos brilhos dos olhos do doente com a saúde restaurada que se vem o pago pelo seu trabalho bem feito. A população das cidades em que trabalho e que sirvo me sinto muito bem confortável e confesso que fiquei admirado pelo reconhecimento a minha pessoa e minha profissão. O desabafo que fiz não foi pela simples publicação do Diego Saldanha mais por alguns comentários que achei de tal forma maldosos na publicação do Diego que já foi excluída. Como se diz o velho ditado: ... "Educação se vem de berço". A todos os adjetivos dirigidos a minha pessoa se deve aos meus Pais, meu saudoso já falecido pai Francisco Batista e minha mãe Ivanilda Vilela Batista que sempre souberam reger com maestria os passos dos filhos. Agradeço também minha esposa Beatriz De Alvarenga Linhares e Minha filha Maria Júlia que entendem e respeitam minhas ausências em casa devido o meu trabalho. E é isso amo o que faço e trabalho com prazer e alegria pois meu trabalho preenche minha alma e me sinto mais perto de Deus. Obrigado.
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quinta-feira, 6 de setembro de 2018

NO TEMPO DO SARAPATEL E O MOCOTÓ.


Hoje, nós vamos recordar os açougues e seus proprietários candeenses. Sabemos que o açougue é o tipo de comercio que faz parte de todas as famílias porque ninguém fica sem provar um pedacinho de carne. Seja de boi ou de vaca, seja de porca ou de porco. 

O sarapatel e o mocotó eram pratos muito apreciados pelos candeenses. Nas festas do Rosário, eram comuns esses pratos oferecidos pelos festeiros. As fressuras de porco eram de baixo custo e, às vezes, doadas e isso dava um prato farto. Saborear um sarapatel nos dias de hoje ficou muito difícil porque não se encontra mais as fressuras em açougues ou supermercados.

Muita gente não sabe diferenciar, mas existe diferença da carne bovina e suína entre o macho e a fêmea. A carne de vaca, por exemplo, não é encontrada em supermercados, porque eles negociam com os produtores apenas o boi.  ----- Nos açougues nós encontramos com mais facilidade a carne de vaca, sendo que ela tem a gordura amarelada que encontramos entremeada na carne. Isso é devido à lactose em seu organismo pela produção do leite. ---- A carne de vaca é mais dura em comparação à carne de boi tendo em vista o seu tempo de vida em virtude da produção de leite. O boi já é criado para o consumo o que se dá após a passagem de carne verde para carne vermelha.

Lembro-me quando menino eu trabalhei num açougue em Candeias. A minha tarefa era sair com um tabuleiro entregando as encomendas. E tinha freguesa, como a Dona Julita Lamounier, irmã do Sr. Nestor Lamounier que a sua primeira pergunta era se a carne era de porco ou de porca. Se fosse de porca e a gente falasse que era de porco, na próxima encomenda teríamos que ouvir um belo de um sermão.

Outra freguesa que não comia carne de porca era Dona Ester de Paiva. Dizia ela que a carne de porca fedia, tinha cheiro de urina porque eram mal castradas.  --- Mas já existiam aqueles fregueses que beberiam até a urina da porca ou do porco sem reclamar. Meu tio João Delminda era um desses.

Na década de 50 e 60 existiam diversos açougues em Candeias: Na Rua Professor Portugal havia dois, os proprietários eram dois irmãos: Um do Geraldo do Orcilino, e o outro do Antônio do Orcilino. --- Este o único que vem resistindo ao tempo, hoje como Açougue São Judas Tadeu, de propriedade do Jesus do Açougue, filho do seu antigo proprietário. Naquele tempo servia carne bovina e suína e hoje se limita em apenas carne suína.

Outros açougues eram do Zé Chorão, na Rua Expedicionário Jorge, posteriormente levado pelo Sr. Expedito Cordeiro que funcionou ali durante muitos anos. --- Também servia carne bovina e suína.

Logo adiante o açougue do Estevão, que só abatia suínos. --- O interessante é que Estevão era um açougueiro que trabalhava de gravata e com as mangas da camisa branca arregaçadas. --- Dava vontade de comer a carne do açougue dele até mesmo crua, de tão limpo que era. Este açougue ficava junto da sua residência, onde hoje está situada uma clinica. Ao lado o Armazém, também de sua propriedade, posteriormente repassado para o Sr. Sebastião Redondo e ultimamente para o Divino Machado que ali também funcionou por muitos anos. 

No Beco Belmiro Costa, onde hoje está a Sorveteria do Magno Machado, existia um açougue que foi movimentado por muitos proprietários. Entre eles o Chico do Sudário e o Juquita de Assis e seu filho Nilo.

Ao lado da Loja do Carlinhos do Emílio, havia outro açougue do Sr. Emílio Gianasi, ali também só abatia suínos. E como o preço era o melhor, fazia fila o dia que matava um porco, normalmente aos sábados.

Na Praça da Bandeira, onde hoje está a Papelaria Candeias, era o açougue do Zé Canarinho, pai do Zé Canarinho filho.

Mais recentemente surgiram outros açougues, entre eles o Ermino na Praça Antônio Furtado, e Domingão na Praça da Bandeira.

O Matadouro ficava na Rua Expedicionário Moncef.  ---- Meu pai, Zé Delminda, quando jovem foi admitido como empregado no matadouro. Mas não deu conta do recado na profissão de magarefe. --- Ele seria o responsável por matar os porcos e o outro seu colega seria o carrasco das vacas. ---- Meu pai no primeiro porco que foi abater deu cinco facadas e esse animal saiu correndo pelo quintal do matadouro até ao córrego que ficava nos fundos. ----- Foi uma mão de obra terrível para leva-lo de volta até ao ponto de abate. ---- No mesmo dia ele saiu à procura de alguém que quisesse ficar em seu lugar e encontrou o Lico da Sinhana, que lá ficou por mais de quarenta anos pelo resto de sua vida.

Uma saudade eu tenho desse tempo. Era do sarapatel e do caldo de mocotó, pratos comuns naquele tempo e que hoje estão se tornando desconhecidos em Candeias,

Armando Melo de Castro
Candeias MG Casos e Acasos