A história do telefone é ampla e merece atenção diante da
evolução dessa invenção. O telefone foi inventado, a bem da verdade, por acaso, após diversas experiências por Graham Bell e seu companheiro Thomas Watson, na
noite de 03 de junho do ano de 1875.
O primeiro registro mundial do telefone data de 1876. Em
menos de um ano após esse registro, foi fundada em Boston, a primeira Empresa Telefônica
do mundo, a Bell Telephone Company, com 800 telefones.
Surgiu, então, no Rio de Janeiro em 1879, o primeiro telefone
construído especialmente para o Imperador Dom Pedro II, momento em que foi
elaborado o primeiro projeto de instalação das primeiras linhas telefônicas no
Império brasileiro, entre o Imperador através de sua residência, seus
ministros, órgãos militares e corpo de bombeiros.
Em Minas Gerais a primeira concessão foi obtida em 1882 em
Ouro Preto e a partir daí desenvolvida para outras cidades e outros Estados.
O jovem que hoje se toma de um telefone celular e fala tranquilamente
à distância, não imagina o quanto era precário esse serviço até 1960, quando a
telefonia passou a ser mais desenvolvida uma vez que se deu início à fabricação
de peças no Brasil; e posteriormente com o telefone fixo, o advento do telefone
público e o celular.
Em Candeias não se tem notícias da data da chegada do
telefone. Supõe-se que teria sido no princípio da década de 30 com as duas
primeiras linhas. A primeira teria
chegado junto com a Empresa Força e Luz candeense que ligava a usina a sua distribuidora atrás da sacristia da Igreja do Senhor Bom Jesus.
----- E a outra que ligava as residências do Sr. Álvaro Teixeira, no Cartório
de Registo Civil e à residência do Sr.
Carmo Elias grande comerciante no distrito de Vieiras. Essa linha proporcionava
a comunicação entre a população de Candeias e o distrito de Vieiras.
Posteriormente a ponta da linha de Candeias foi transferida
para a residência do Sr. Severino Resende, na esquina da Rua Vereador José
Hilário da silva, com Pedro Vieira de Azevedo, residência hoje do Sr. José Rui
Ferreira, (Ieié) por uma questão estratégica, não tendo a linha que atravessar
a cidade.
Quanto ao ramal da Distribuidora, quando os usineiros queriam
se comunicar em Candeias, o sinal era apagar e acender as luzes por três vezes.
Quando, nesse caso, os eletricista João Bernardino Diniz e seu filho Danilo
corriam até á distribuidora para atender o chamado dos usineiros.
Mais adiante foi inaugurada a telefonia semiautomática em
Candeias. Esse sistema exigia uma central com uma telefonista de plantão 24
horas por dia. As ligações eram conseguidas no momento em que era retirado o
telefone do gancho e a telefonista pedia o número desejado quando era fornecido
e a ligação completada. Esta central ficava situada na Rua João Sidney de
Souza, logo abaixo do pátio da Prefeitura Municipal.
Algumas das telefonistas que ocupam as minhas
lembranças são, Teré Paixão, esposa do Expedito Cordeiro era a Chefe, e suas
auxiliares: Toninha da Rosa Mori e sua irmã Berenice; Martinha Almeida; Magali,
minha prima; Luzia do Antero, Aparecida, esposa do Carminho Machado, Terezinha filha do Afonso do Bar Piloto, a Márcinha da Maria da Joana, esposa do Antonio Bonaccorsi, a Benta, minha grande amiga Benga, filha do Sr. José de Barros e outras mais que no momento me fogem à memória.
Armando Melo de Castro
Candeias MG Casos e Acasos.
INCLUSÃO:
Luckxander disse...
Armando tenho um telefone que pertenceu ao meu avô Mariano Bernardino de Senna. Era uma linha privativa de ponto a ponto, a fiação saía do casarão ao lado da matriz de Candeias, passava pela serra do Bom Jesus e seguia até a fazenda Campo das Flores, onde ficava o outro aparelho. Esse aparelho é um Kellogg original fabricado em Chicago, meu avô comprou os dois aparelhos pouco depois que casou-se. Considerando que ele nasceu em 1885 e casou-se bem jovem, como era o costume da época, o aparelho é do início dos anos 1900, quando Candeias ainda era um pequeno arraial. Após a implantação do sistema de telefonia local, isso já depois da emancipação do município, meu avô mandou recolher os quilômetros de fios que eram feitos de cobre. Posteriormente a fiação foi vendida para o Pedro Pitanga, para aproveitamento do cobre. O telefone da fazenda minha avó deu para meu tio Maroca e o da cidade para mim. Caso queira usar a foto do telefone original fique a vontade para copiá-la do facebook.
Luckxander Sena Sidney
Eu faço questão de incluir o comentário no espaço do texto, do meu amigo Luckxander, filho do meu condiscípulo e amigo de infância, Titôco e Márcia, filha do Sr. Mariano Bernardino de Sena, tendo em vista tratar-se de uma informação muito importante sobre os primeiros telefones em Candeias, informação esta de que eu não tinha conhecimento e que vem enriquecer as informações do meu texto. Cumpre-me, ainda, registrar aqui a pessoa do Sr. Mariano Bernardino de Sena, um cidadão candeense histórico juntamente com os seus descendentes e que muito fizeram e fazem em prol da história de Candeias. Grande abraço Luckxander e muito obrigado pela participação. (Armando)